Jogos Vorazes - Johanna Mason escrita por L M


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!! ÚLTIMO CAPÍTULO!! :))



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/423535/chapter/38

Acordei naquela manhã ouvindo o som suave da chuva que caía... Não me lembro que horas fui dorir, e nem a hora em que Fínnick foi embora. Só sei que não posso mostrar que o infeliz me afetou, como Fínnick, sou forte o suficiente para não demonstrar minhas emoções. Afinal... Ainda sou com orgulho uma Mason.

Coloco a mesma roupa que eu estava ontem antes de dormir, nem preciso arrumar o cabelo, já que o mesmo está tão curto que não embaraça mais... E agora até que gosto e prefiro o meu cabelo curto. Mostra que eu mudei, mostra que eu sou uma pessoa forte, mostra que não sou a mesma...

Saio do quarto e vejo Cassandra na sala sentada olhando pela janela a chuva que caía, Tuck também estava lá e Loster estava em pé olhando a janela também:

–Bom dia...-eu digo fria:

–Bom dia.-todos respondem em uníssono:

–Quer comer alguma coisa antes de ir, Johanna?-pergunta Cassandra se levantando:

–Não obrigada, só quero ir logo.-eu digo e ela assenti:

–Já está pronta?-pergunta Loster se virando para mim:

–Estou. Você vai, não vai?-pergunto meio nervosa:

–Johanna, eu ainda moro lá!-ele fala e eu riu.

Vejo Cassandra voltando com uma caixa de madeira e a mesma me estende. Eu olho para a caixa e depois olho em seus olhos:

–O que é isso?-pergunto:

–É só uma lembrança para não esquecer de mim...-ela fala sorrindo meigamente:

–Obrigada.-eu digo pegando a pequena caixinha e olhando em seu interior.

Lá estava um pequeno broche de árvore prata repleto de joias coloridas o fazendo ficar extremamente chamativo. Não consigo evitar um sorriso em meus lábios e me viro para ela:

–É lindo... lembrarei de você instantaneamente quando olhá-lo.-eu digo e ela sorri desabando em lágrimas.

Ela me abraça e eu a abraço de volta revirando os olhos, não tentando ser tão sentimental ainda mais com ela:

–Vamos Cassandra, você vai vê-la muito daqui para frente.-fala Tuck aquele chato. Já falei que tenho vontade de enfiar meu machado na cara dele?!

Eu olho para ele com desprezo e tédio e me viro para Loster que já estava com suas malas em mãos.

Despedimos de todos e descemos onde o trem nos esperava. Saindo do prédio uma multidão gritava o meu nome e todos gritavam tentando me ver e se aproximar de mim.

Como esses vencedores podem achar isso emocionante?! Sim, existem loucos que acham isso emocionante... E só podem ser os tontos carreiristas!

Entramos no trem e lá estava a minha coroa de vencedora. Snow não quis me entregá-la pessoalmente, e ainda bem... Capaz deu estrangulá-lo enquanto o mesmo me colocava aquela porcaria na cabeça.

Nem olho direito para aquela coisa e sento-me silenciosamente no sofá e me mantenho no mais profundo silencio. Loster pega a coroa e a coloca em minha cabeça eu ergo os olhos e o encaro com a sobrancelha levantada:

–Independente do que pensar ou achar... Você que ganhou!-ele fala:

–Eu não mereço esta coroa!-eu digo retirando-a da minha cabeça e jogando no chão:-Matei pessoas inocentes, torturei, desmoronei famílias, meu pai morreu por isso, perdi minha vida e alma por isso!

–Não seja tão... Pessimista Johanna, pelo menos está viva!-ele fala:

–A troco de quê?! Ter pesadelos todas as noites? Perder amigos? Matar pessoas inocentes, Loster, custa tudo o que você é! E as vezes você prefere ser essas " pessoas inocentes".-eu digo:

–Mas você precisa usá-la.-fala Loster:-Snow mandou.

–A é?! Agora que eu não irei usar mesmo... Melhor vou queimá-la assim que chegar no distrito!-eu digo sorrindo:

–Acho melhor eu esconder isso.-fala Loster.

E então mais um silêncio mortal se segue, e apenas ouvimos o barulho da chuva lá fora, ainda caindo incessante e fria...:

–Sabe que você é que vai ser a mentora daqui em diante, não sabe?-pergunta Loster:

–Eu tenho escolha?-pergunto:

–Nessa parte não, e eu também já estou cansado.-ele fala:

–Eu mal ganhei e já estou exausta disso tudo...-eu digo:-Mas não me importo em ser...

–Não é uma tarefa fácil.-ele fala:

–É só não me apegar a eles.-eu digo:-Não vou cometer o erro que você cometeu de gostar e apostar no Terence!

Percebo que quando pronuncio o seu nome, Loster abaixa a cabeça. A morte dele foi muito dolorosa para o mesmo, Loster havia se apegado muito com ele:

–Não cometa... É como você perder um filho.-ele fala e se retira do local.

Olho novamente para o broche que Cassandra me deu e realmente ele era bem bonito, tirando as pedras chamativas e muito coloridas que o rodeavam. Até que ela era uma pessoa legal, se não fosse da Capital seria melhor, mas como ninguém é perfeito, principalmente quem vive lá... Não tenho escolha a não ser gostar dela desse jeito mesmo, fazer o quê?!

Deito-me no sofá depois de comer o bolo e me permito dormir...

"Estou na arena novamente, correndo, lutando, fugindo de algo que me persegue. Como sempre algo tem que me perseguir nesses sonhos malditos! Estou com o braço ensanguentado com marcas de mordidas no mesmo, e no outro empunho meu machado e corro ainda mais.

Meu nome é chamado ao longe. Identifico as vozes como sendo de Terence, Cole e... Meu pai! Saio correndo em disparada com as lágrimas teimando querer sair de meus olhos e chego os encontrando caídos morrendo aos poucos, com os corpos ensanguentados...

Vejo ao longe uma figura vestida de preto e com um cheiro insuportável de sangue. A pessoa pega uma rosa branca e a cheira e em seguida se vira para mim. Snow... Ele estava com uma espada coberta de sangue e me olhava insanamente:

–Chegou tarde demais... Morreram por sua culpa, Johanna!-ele fala com sua voz tão fira, quanto uma navalha:

–Desgraçado...-eu digo com os olhos se enchendo de água.

E então algo começa me puxar debaixo da terra, quando vejo quem é meu coração para diante do medo e pânico que tomam conta do meu corpo.

Todos os mortos da arena estavam saindo da terra como zumbis, Lana é quem agarrava minha perna. Ela gritava enquanto eu via seu corpo decompondo:

–AH! NÃO, NÃO, NÃO! SAIAM DE PERTO DE MIM! NÃO!-eu grito.

Eles me puxam cada vez mais para debaixo da terra me enterrando junto a eles. Até que meus olhos se cruzam com os de Terence, Cole e ... Meu pai! Seus corpos ensanguentados, decompondo e seus olhos frios mostrando a morte que vive em ambos agora.

Começo a ouvir meu nome ecoando por toda a parte daquele mundo escuro, enquanto eu o tentava abafar pelos meus próprios gritos..."

–Johanna! Johanna!-grita Loster me balançando de um lado para o outro.

Eu acordo e meus olhos encontram os dele, percebo que estou suada, ofegante e... Em completo pânico!

–O que foi?-pergunto.

Olho ao redor e vejo que estou em um quarto e já está de noite. Não pensei que havia dormido por tanto tempo:

–Chegamos...-ele sussurra.

Um frio toma meu corpo em uma mistura de medo, raiva e desespero. Levanto-me e vou acompanhando Loster até a saída.

Todas as casas estão com as luzes apagadas e todo o distrito 7 está dormindo. O único lugar em que as crianças e jovens daqui estão protegidos do mundo cruel que lhes cerca...:

–Achei melhor chegar a noite do que de dia...-fala Loster:

–Obrigada.-sussurro para ele.

Ele me guia até a vila dos vitoriosos que é cercada pro árvores ao seu redor, com acasas grandes e luxuosas.

Loster me mostra minha nova casa, na qual morarei sozinha. E vejo que ele é meu vizinho.

Entro na casa e vejo uma lareira acesa e um perfume de flores e árvore pelo ar. Olho mais atentamente e vejo um garoto, na verdade um rapaz de dezenove ou vinte anos olhando pela janela:

–Blight! Ainda está aqui?-pergunta Loster e virando e abraçando o rapaz:

–Olá Loster! Que bom revê-lo, e onde está nossa vitoriosa fantástica?!-ele pergunta vindo em minha direção e me abraçando bem apertado e quente:

–Pois é... Obrigado por arrumar a casa dela!-fala Loster:

–Foi um prazer! Johanna, meu nome é Blight e sou o seu outro vizinho!-ele estende a mão:

–Olá.-eu digo sorrindo minimamente para ele:

–Se precisar de alguma coisa, me avise!-ele fala se retirando:

–Na verdade tem sim.-eu digo e ele me olha:

–Pode falar.-ele diz:

–Você sabe se o meu pai foi enterrado?-pergunto com um aperto no coração.

Ele olha com um olhar triste para Loster e o mesmo assenti com a cabeça. Ele volta sua atenção para mim e acaricia meu rosto:

–Foi sim! Está no cemitério.-ele fala:

–Poderia me levar agora?-pergunto:

–Mas, Johanna... São onze e meia da noite! Quase meia-noite!-fala Loster:

–É melhor assim! Você poderia?-pergunto:

–Claro.-ele fala.

E então ele se retira e fica me esperando na porta de casa. Sorrio minimamente para Loster e assinto com a cabeça para ele:

–Eu tenho que fazer isso... Pelo menos uma vez, antes de esquecê-lo!-eu digo sentindo as lágrimas vindo, mas em controlo:

–Entendo, boneca... Pode ir!-ele fala.

Sorriu e saio de casa.

Vou andando ao lado de Blight e tento ficar bem perto dele. O distirto estava escuro e absurdamente silencioso. Só se escutava o vento e as árvores batendo uma nas outras em uma dança estranha que estava me apavorando por dentro:

–Está com medo?-ele sussurra para mim, quando pego o sei braço:

–Não!-eu digo me soltando:-Não seja idiota garoto, cresça e apareça!

–Só perguntei, calma...-ele fala.

Depois de alguns segundos em silêncio, volto a agarrar seu braço quando outro barulho de troncos se chocando e o assobio mortal do vento entorpece meus ouvidos. Admito que isso está me dando medo e me lembrando da arena, coisa que tento esquecer mas tudo ao meu redor me lembra aquele inferno.

Vamos andando até que vejo a grande pedra escrita "Cemitério - Distrito 7. Tributos honrados e pessoas que ficaram par sempre em nossa mente e coração!"

Vou me aproximando agora já livre dos braços de Blight. Eu estava com ódio, raiva e tristeza. As lágrimas já faziam o contorno de meu rosto e desciam até meu pescoço, onde se desfaziam naquela terra morta e fria.

Vou até onde minha mãe está enterrada e depois apenas iluminada pela luz da Lua e olhando atentamente cada pedaço daquele cemitério, o encontro...

Saio correndo e me ajoelho a frente da lápide, caindo no chão e chorando com todas as forças, desabando tudo o que senti e se remoeu, tudo o que meu coração não podia dizer em palavras as lágrimas demonstravam o quão destruído ele estava...

Uma chuva fina, fresca e galada começou a cair. Mas a Lua não saia de seu lugar. Levanto-me e olho para a lápide e coloco minhas mãos sobre a terra... Meu pai estava ali embaixo, e lá ficaria para sempre:

–Pai... E-Eu voltei! F-Fui f-forte e honrei n-nosso nome, pai! P-Perdão... Perdão por você está morto, foi minha culpa... Foi por minha causa! Por mais que eu me esconda e esqueça que você existe, e remoa essa culpa em meu ser... Nada mudará que eu sou sua filha e serei forte por você! O que somos por fora é uma fachada ilusionista que mantém trancafiado o que somos por dentro...-eu digo e me ergo com o corpo todo molhado devido a chuva.

Ergo-me e faço o sinal dos três dedos médios virados para o céu, com os olhos fechados em sinal de respeito por aquele que me ensinou a lutar mesmo quando tudo parecer está me fazendo desmoronar. E isso era um deles... Estava aos poucos me fazendo desmoronar, mas eu não iria deixar!

–Fique em paz, pai... Te amarei para sempre!-eu digo e em seguida vou caminhando para longe dali.

Blight vai ao meu lado sem dizer nenhuma palavras e ainda permite que eu segure seu braço mais uma vez. Isso está começando a me irritar!! Nota mental: Bater em mim mesma quando chegar em casa!

Quando chegamos na vila dos vitoriosos ele se despede e entra em sua casa ao lado da minha.

Entro na minha casa e sinto a lareira ainda acesa aquecendo-me e me mantendo quente e viva... Sacudo os meus cabelos ensopados e olho ao redor da casa.

Não fico surpresa nem nada parecido, o silêncio reinava nela. E eu que esperava voltar e eu e meu pai comemorarmos agora... Estou sozinha para enfrentar os pesadelos de cada noite, um pior que o outro!

Vejo em cima da mesa algo brilhante e uma carta junto do mesmo.

Aproximo-me e vejo um colar com um machado prata, completamente maravilhoso. Pego a carta e leio o que diz ainda com o objeto em mãos:

" Johanna...

Sei que você irá entrar em uma noiva fase de sua vida e terá que ser forte para enfrentá-la com garra e coragem tudo o que lhe vier daqui para frente!

Sei também que sente medo, mas é muito orgulhosa para deixar transparecer para que qualquer um note. Se tornará uma mulher linda, corajosa, fria e enigmática... Isso tudo por fora, mas por dentro será ainda mais linda, corajosa, porém uma mulher meiga e doce e ainda com segredos trancafiadas em seu interior, como sua mãe...

O medo muitas vezes pode ser algo que lhe fará fazer burrices, mas como você viu na arena optar por segui-lo será sempre suicídio. Seja em uma arena, seja na sua vida do dia-a-dia... O medo sempre estará a espreita a procura de uma brecha para te invadir! Não permite! Agora você está na arena da vida e essa minha cara... É ainda mais difícil e voraz do que o próprio Jogos Vorazes!

Não fui um mentor muito bom para você e sei que minhas decisões foram ruins. Sim, minha querida... Eu me entreguei ao medo em um caminho que não terá volta! Só quero e peço a você que não faça o que farei, que seja firme e forte como eu não fui... Esse é o meu último conselho e ordem como mentor! E espero que cumpra!

Sei que irá me xingará e me amaldiçoará, mas tive meus motivos boneca... E esses são insuportáveis para se enfrentar! Mas mesmo assim, você é a filha que eu nunca tive, e nem ouse pensar em nenhum minuto que eu te abandonei o que não é... Vou apenas me ausentar fisicamente, mas estarei com você em seu coração como seu anjo da guarda e cuidarei bem de Terence e do seu amigo Cole e conversarei com seu pai. Podemos ser amigos...

Não adianta dizer essas coisas, isso não fará você entender muito menos me perdoar, eu sei... E isso não me importa! Só peço, pela última vez... Que não faça o que farei! Seja forte como você sempre foi!

Adeus boneca!

PS: "Ainda aposto em você!" Loster. "

Depois de lê-la escuto um barulho alto e claro de um tiro sendo disparado. Fecho meus olhos amassando aquela maldita carta e deixando as lágrimas quentes de ainda mais ódio e tristeza cair sobre meus olhos.

Vou me sentado no chão quente, graças a lareira, e bato minha cabeça com força na mesa. Aperto aquele colar contra meu peito e vou chorando ainda mais... Por que? Por que? Por que? Por que? Por que ele fez isso comigo?! Que motivos foram esses, meu Deus?! Não...

Sinto vontade de me matar também e me entregar a um mundo melhor onde estarei sã e salva... Mas aí abro meus olhos encarando o colar que Loster me deixara... Não! Não farei o que ele fez, não me entregarei ao medo! Serei forte! Eu tinha que ser e quando a força acabar, eu iria procurar mais e mais... Mas desistir dessa luta...? NUNCA!

Levanto-me e vou em direção a janela alta da minha casa e a abro com um vento forte me invadindo e olho para o céu com meu olhar de raiva...

"Meu nome é Johanna Mason, eu tenho dezesseis anos. Eu fui para os Jogos Vorazes, eu sobrevivi! E agora busco vingança! E não desistirei, porque sou uma Mason. E os Mason não desistem jamais!"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ACABOU!!!!E eu quero agradecer a todos que comentaram, favoritaram, acompanharam... Sem vocês eu não chegaria nem aqui gente! Por isso muito obrigada... E para quem quiser recomendar e favoritar ainda dá tempo e bem-vindo, hein ;) kkk
A outra fic etá aqui... GRITEM!! kkk http://fanfiction.com.br/historia/443861/The_Quarter_Quell_-_Johanna_Mason/ bjss