Never Gonna Be Alone. escrita por Shadow Shirami Mitsuko


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hello, peoples, como estão?
Me animei um pouco mais que o recomendado e escrevi o capítulo 4 hoje ^^"
E como não podia deixar o capítulo mofando no word e também sem interesse por enquanto de programar postagem, vou soltá-lo hoje :))
Espero que gostem ^^



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Via inúmeros flashes em sua mente, alguns conseguia reconhecer, maioria eram sobre seus poucos momentos na Fortaleza Espacial A.R.K, quando vivia com Maria e seu avô Dr. Gerald Robotnik, homem que considerava como um verdadeiro pai. Tinha algumas lembranças das experiências pela quais fora submetido, algumas eram dolorosas, outras ele estava inconsciente para sequer lembrar-se de alguma dor, embora a dor passasse quando era afagado pelo cientista que mesmo depois das experiências, tratava-lhe como um verdadeiro filho. Via no fundo dos olhos do homem que aquilo lhe doía muito, decerto o entendia, e queria lhe ser útil, mesmo os outros cientistas pensando que Gerald era louco por tratar tão bem uma criatura capaz de destruir tudo em seu caminho. Eram poucas as lembranças que realmente poderiam ser chamadas de boas, mas a magia delas teve fim com o disparo de um tiro.

Pouco se lembrava realmente do que aconteceu enquanto vivia no espaço, via apenas algumas cenas desconexas, outras mais recentes, como quando estava em sua missão na busca pelo seu passado em Westopólis, e encontrara Sonic ali, na época não sabia seu nome, ou melhor, nem se lembrava dele, porém se tornou alguém confiável em que se acreditar. Este ao contrário das outras companhias, não pedia nada em troca, apenas lhe ajudava sem pensar duas vezes, sempre com um sorriso no rosto.

Logo todas as cenas foram pouco a pouco desaparecendo e se sentia cada vez mais envolto em escuridão, era como estar de olhos fechados, não existia luz naquele lugar, não havia luz dentro de si. Estar sozinho era uma rotina para ele, normal e natural como o abrir dos olhos pela manhã, não que tivesse mínimas opções de companhia, sabia do risco e por isso se afastava, se permitindo apenas ter conhecidos e no máximo colegas, não mais que isso.

Era reconfortante de certo modo a sensação de estar novamente sozinho, as sombras e o imenso vazio eram parte do que ele era e do que merecia, já se acostumou com essa realidade. Antes lutava contra as ondas de escuridão, contra toda dor sufocante em seu peito, contra seu vazio interior, agora não mais se importava, perdera suas forças, e principalmente, perdera suas esperanças.

“Resista Shadow! Lute, não deixe isto lhe vencer! Eu acredito em você, sei que pode fazer isso!” Ouvira uma voz em sua cabeça, não era nem de longe parecida com as outras, estas lhe imploravam para que desistisse da luta e se entregasse logo, pois era fraco demais para suportar por muito tempo, suas defesas há muito ruíram.

Sentia algo quente alcançar seu coração, um calor estranho que não lhe fazia mal e lentamente lhe possuía. O que significava isso afinal? Por que sentia aquecido? Sua mente estava tão debilitada a ponto de lançar mais essa alucinação?

Não sabia em que se agarrar, no que acreditar, não sabia se pendia para a voz da desistência ou para a que incentivava a continuar a lutar, sua mente estava confusa, e sem se dar conta estava resistindo, era involuntário, mas lutava. O calor em seu coração e a voz enérgica lhe impulsionava para frente sem ao menos se dar conta que estava acontecendo, não sabia se isso lhe era bom ou extremamente ruim.

Quando deu por si conseguia situar-se ao ambiente, sentia alguém perto de si e abriu seus olhos escarlates, piscando algumas vezes devido a luminosidade, franziu o cenho confuso, quando havia dormido? Então a visita de Sonic fora algum sonho? Levantou lentamente, sentindo algo cair de sua testa, se surpreendeu ao ver uma pequena toalha molhada em seu colo, não se sentia fraco como no dia anterior, estava confuso quando ouviu a voz da porta:

— Que bom que acordou... — Seguiu o som ate encontrá-lo sorrindo como sempre, encostado ao batente da porta com os braços cruzados.

— Sonic? O que esta fazendo aqui? — Perguntou seco. “Então não foi um sonho...

— Não se lembra? — Perguntou Sonic, ficando ereto e fitando-o de frente. De certo medo estava decepcionado.

— Não... — Sacudiu a cabeça confuso. — O que aconteceu?

— Só que vim te fazer uma visita, ver como estava, mas antes que eu pudesse ir embora, você perdeu a consciência, fiquei então. — Disse calmo omitindo a parte do choro e do abraço, um sorriso brincando em seus lábios, Shadow recuperou os sentidos e isso lhe alegrava.

— Não preciso de sua piedade Sonic, nem sua e nem de ninguém. — Disse ríspido, o olhar frio. Sentia-se incomodado com Sonic, sua presença lhe deixava nervoso, e aquele calor de seu sonho ameaçava aquecer seu peito.

— Orgulhoso como sempre... Tsc... Tsc... — Respondeu encarando os olhos escarlates do outro, seu sorriso desapareceu e suas feições ficaram anormalmente sérias, até para ele.

— Já viu que estou vivo, pois bem, ponha-te para fora, agora. — Murmurou ríspido, seus pensamentos estavam confusos, mas não daria o braço a torcer, mesmo que significasse que ficaria novamente sozinho. Pensar nessa possibilidade fazia seu peito doer.

— Não vou. — Fitou-o sério. O olhar esmeraldino duro e decidido.

— Escute—

— Escute aqui você! Estou cansado desse seu orgulho! Você desaparece por meses, e quando te encontro outra vez está assim, nesse estado! Shadow, que diabos houve com você? Você nunca foi assim! Eu não esperava te ver assim, fraco, doente. Não te reconheço mais! Acha que me sinto como? Não quer pena? Lamento dizer, mas não estou aqui por pena. — Disse exasperado, quase aos gritos.

— Então por quê? — Perguntou friamente. “Por que me sinto tão... Tão aquecido?

— Não sei. — Disse simplesmente, respirava lentamente tentando recuperar a calma, brigar e gritar não os levaria a lugar nenhum, e se lembrou de que Shadow precisava de repouso. Repreendeu-se por ter lembrado disso depois de ter explodido com o ouriço negro.

Encararam-se por minutos longos demais, nenhum dos dois cedia, até que Shadow com certa raiva cruzou os braços, sentido uma fisgada no braço esquerdo, olhou surpreso para a agulha intravenosa e o soro em seu braço, fitava com indiferença o sangue que escorria pelo mesmo.

— Olha só o que fez! — Sonic foi ao seu encontro puxando o braço com cuidado para analisar melhor, pegando um pouco de algodão que Tails havia deixando e colocou no machucado.

— Me solta, Sonic! Não preciso—

— Sim, sim, não precisa de pena de ninguém, não quer ajuda de ninguém. — Repetiu com sarcasmo. — Dane-se o que você quer, o importante é o que você precisa. — Disse sério, olhando-o com certa raiva. “Argh, até quando vai ficar com essa atitude idiota, Shadow?” Pensou com certa revolta pelo modo como o ouriço agia, ignorando sua própria dor por orgulho.

Faker... — grunhiu enraivecido. Odiava que cuidassem dele, não era nenhuma criança e odiava ser tratado como incapaz.

— Agora fica quieto, vou ajeitar isso, sorte que a agulha não saiu. Você quer morrer por acaso? Tails vai me matar! — Resmungou.

— Tails? Quantos mais sabem disso? — A fúria voltou para suas feições endurecendo seu olhar, se fosse possível.

— Só ele, você precisava de um médico, e não me faça essa cara. — Resmungou ao ajeitar a agulha novamente, fazendo Shadow reprimir uma careta. — De qualquer forma ele não vai contar a ninguém, eu pedi para que não o fizesse. — Completou ao ver a expressão sarcástica do outro.

— Que seja. — Virou o rosto para o lado, enquanto Sonic terminava de ajeitar a agulha. Colocou o braço com cuidado sobre o colo do outro. Enquanto o via olhar para o braço e depois fitar Sonic friamente. — Se está esperando que eu lhe agradeça está completamente enganado. Não engoli essa faker.

— Não estou esperando elogios ou agradecimentos. — Murmurou a devolver o olhar, não queria admitir, mas aquela frieza dele lhe machucava, por que Shadow tinha que ser assim tão teimoso? Perguntava-se inúmeras vezes.

— Humpt! — Virou o rosto para o lado outra vez cruzando os braços, dessa vez tomando certo cuidado com o braço com a agulha, afinal por que se sentia tão estranho? Aquele era o Sonic, já era esperado que ele fizesse algo semelhante para lhe ajudar. “Por que diabos estou me sentindo nervoso? É estranho...

Sonic deu um suspiro e saiu pela a porta, Shadow o acompanhou com o olhar, assim que o ouriço azul passou pela porta seu estômago roncou, e com a mão livre o apertou, tentando em vão abafar o som. Não tinha comida em casa e nem sentia muita fome durante seu isolamento. Surpreendeu-se ao ver seu ‘rival’ com uma bandeja de plástico em mãos, equilibrando algo que parecia torradas e leite. Sonic depositou a bandeja no colo dele que o olhou confuso, não se lembrava de ter feito alguma compra e se tivesse ainda algum alimento em seu armário teria que ser jogado fora por já estar vencido.

— Fiz compras ontem, não iria deixar que ficasse com fome. — Admitiu com a voz mais calma, após ter colocado a comida no colo dele e ajeitou o prato e o copo. — Se quiser eu saio, sei que detesta público. — Sussurrou calmamente e deu um pequeno sorriso ao ouvir o estomago dele.

— Ontem? Quanto tempo eu fiquei inconsciente? — Perguntou um pouco atordoado.

— Hum... Quase 3 dias, Tails te injetou um sedativo para que pudesse descansar por mais tempo, o sono extra lhe fez bem. — Sonic sorriu com o comentário, um sorriso bastante terno.

A revelação deixou Shadow um pouco surpreso, pode ouvir novamente seu estomago, e realmente se sentia faminto, pegou a primeira torrada e colocou na boca, mordiscando enquanto olhava para Sonic sem emoção. “Por que fez isso por mim? Não entendo... nunca fui alguém bondoso, e não me lembro de nenhum momento em que fomos amigos alguma vez... Qual o seu problema, Sonic? Por que está me ajudando? Por que eu? Por que meu coração está acelerado e me sinto tão aquecido?” Comia lentamente a mente vagando por vários pensamentos enquanto Sonic o olhava apreensivo, tentando desvendar os mistérios daqueles olhos escarlates que estavam tão sem vida deste quando o reencontrou.

Quando terminara seu café da manhã silencioso, ainda estava perdido em seus pensamentos, Sonic se aproximou para pegar a bandeja, mas antes usou um guardanapo para limpar o rosto um pouco sujo de Shadow, ambos ficaram nervosos, as mãos de Sonic estavam trêmulas enquanto limpava delicadamente as bochechas sujas dele. Era audível para ambos o som do batimento cardíaco descontrolado dos dois ouriços, e enfim se afastou para levar a bandeja, sorrindo com a mão sobre o coração.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^
Reviews são sempre bem vindos, se achar claro que é merecedor de tal.
Até uma próxima ^^/