Além Da Amizade escrita por Esc L


Capítulo 2
Capítulo 2




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Nem sempre o esquecimento é repentino, pra essas coisas precisa-se de tempo, ainda mais quando se trata do coração.

Chegando em casa eu e as meninas fomos colocar as mochilas no quarto, elas iriam passar o dia comigo, almoçamos e quando terminamos subimos para o meu quarto novamente e ficamos conversando, de repente o celular da Manu começa a tocar, ela correu para atender, assim que terminou a ligação ela veio correndo com aquele sorrisinho dela de satisfeita.

— Pela cara já até sei quem era. – arqueei a sobrancelha.

— São fofos, porém melosos demais – ela colocou a língua pra fora.

— Nós não somos melosos Karol. – deu um tapinha nela.

— Ah de vez em quando são sim. – dei risada.

— Concordo com a Gabi. – riu também.

— Viu, todos concordam comigo porque eu sempre to com a razão – mostrei a língua.

— Engraçadinha né Gabizinha – riu e jogou a almofada em mim.

Nós passamos a tarde assim, conversando e colocando algumas coisas em dia, já que conversa entre nós era o que não faltava. Logo depois de um tempo nós fomos fazer brigadeiro de panela.

— Vai demorar muito ai Gabizete? - Karol perguntou já impaciente.

— Se tu ficar perguntando de dois em dois minutos vai demorar mesmo.

— Calma não precisa morder, felina. - riu.

— Olha que eu mordo hein. – disse rindo - pronto já terminei dona Karollyn.

— Aleluia irmã! – riu.

— Manu baixa a tua bola porque esse brigadeiro foi feito especialmente para mim. - Karol disse já andando com o prato de brigadeiro.

— Aham, senta lá querida. – elas brigavam insistentemente pelo brigadeiro.

— Calma crianças comportem-se, tem o suficiente pras duas – dei risada – eu vou tomar um banho rápido, quando vocês terminarem de comer, se quiserem subir to lá em cima ta.

— Ta bom gatinha. – ela mandou um beijo no ar.

Eu sorri e retribui o beijo. Eu morava numa cobertura, eu e minha família estávamos morando lá temporariamente enquanto a casa que morávamos estava em reforma, minha mãe era estilista, dona de uma das melhores lojas de grife do Rio e meu pai dono de uma multinacional, e como se já não bastasse o salário da minha mãe eu recebia uma pensão bem "gorda" do papai todo fim de mês. Mas eu não era daquelas que só ligavam pro dinheiro e se vangloriavam pelo que tem, eu não me importava e nem gostava de demonstrar grandeza, mas geralmente a maioria das pessoas julgam pela quantia e não pelo que realmente somos, então já pode-se imaginar como as coisas eram.

Eu tomei um banho, vesti minhas roupas intimas, um shortinho e uma batinha, e calcei minhas havaianas, quando sai do banheiro as meninas estavam me esperando no quarto para vermos filme, e a tarde passou tranquila assim, já de noite elas foram embora, perguntei se elas queriam ficar pra dormir em casa mas elas disseram que não. Eu estava deitada vendo filme quando meu celular tocou, era o meu melhor amigo lindo e idiota, Felipe.

— Oi manézão.

— Não é oi, é alô. - disse começando a implicar.

— Não enche o saco mané, solta ai vai, o que tu quer?

— Quero saber se tu vai fazer programa hoje gatinha. – disse rindo do outro lado da linha.

— Cala a boca Felipe! – eu ri.

— Ué – riu – mas e ai, topa da uma volta?

— Acho que a minha mãe não vai deixar. - disse meio desanimada.

— Fala que tu vai levar as meninas ué.

— Não vou mentir né.

— Não mesmo. Elas vão! – riu.

— Eu vou ver aqui. Vou ligar pra elas e perguntar se elas topam ta bom?

— Ta bom. Fala que o Bruno e mais uns meninos vão também.

— Se o Bruno vai a Manu vai querer ir – dei risada - mas a Karol, não sei não.

— Tu convence ela que eu sei.

— Ta bom, ta bom.

— Vou esperar vocês ta?

— Ta bom. - dei uma pausa - Lipe? – sorri.

— Diga vossa senhoria. – ele ria.

— Senti tua falta hoje, sabia? – disse manhosa e rindo.

— Sabia, todas sentem minha falta, da pra entender. – disse se gabando.

— Af Felipe, como tu se acha, quero falar contigo mais não, tchau. - me fiz de brava.

— Ei, Gabi! – ele ria do outro lado da linha.

— Que?

— Também senti tua falta, e to com saudades.

— Sério? – sorri.

— Sério. – também sorriu.

— É, da pra entender, todos sentem minha falta, sabe como é né. – disse rindo.

— Hahaha engraçadinha – disse num tom irônico – to de olho viu!

— Vi sim senhor. – ainda estava rindo.

— Até daqui a pouco sua chata.

— Até, feioso.

Assim que eu desliguei o telefone, liguei para as meninas perguntando se elas iam, foi bem fácil convencer a Manu já a Karol demorou um pouquinho, mas nada que fosse tão difícil assim. Nós marcamos de nos encontrar em frente ao quiosque que nós sempre íamos, já que a Manu era minha vizinha íamos juntas e em seguida iríamos passar na casa da Karol.

Como eu já tinha tomado banho só coloquei um short jeans, vesti uma blusa branca caída no ombro e botei uma sapatilha, pedi pra minha mãe fazer uma trança embutida nos meus cabelos, fiz uma maquiagem básica e coloquei um colar que eu ganhei da minha mãe com o meu apelido escrito. Minha mãe estava na cozinha então passei por lá para avisar que estava saindo.

— Mãe, to indo, te amo. – acenei.

— Ta bom filha, mas ó toma cuidado e não volta muito tarde viu. – disse tirando alguma coisa do forno.

— Pode deixar. – sorri.

Passei na casa da Manu pra chamar ela e chamamos o elevador, assim que saímos do condomínio fomos direto para a casa da Karol, que não era muito longe de lá, chegando lá chamamos ela e fomos em direção ao calçadão, era tudo muito próximo por isso não havia necessidade de ir de carro. Chegando lá os meninos já nos esperavam, junto deles estava o Thomas e o Renan.

— Oi - dissemos as três juntas.

Eles vieram nos cumprimentar com um beijo no rosto.

— Oi meninas – Renan nos cumprimentou.

— Olá – sorri.

— Fala meninas. – Thomas nos cumprimentou também.

O Bruno olhou para a Manu com uma cara meio estranha, e ela logo correspondeu indo ao lado dele. A Karol já estava conversando com o Renan ela sempre foi afim dele e o Thomas estava falando com uma guria que estava junto deles, a qual ele deduzi que ele estava ficando.

— E ai chata, como é que tu ta? – Felipe sorriu e veio me abraçar.

— To bem e tu feioso? – disse o abraçando apertado.

Lipe: to bem também. – deu um beijo na minha cabeça – Hum, ta fedida hein Gabi. – disse cheirando meu cabelo e fazendo cara de nojo.

— É que hoje é sexta, esqueceu que banho é só amanhã?

— Ah, é mesmo, como eu pude esquecer de uma nojeira dessas né fedida?

— Também não sei como tu pode esquecer uma coisa dessas Lipe! – disse rindo.

Nós ficamos brincando um com o outro e conversando enquanto os outros trocavam alguns beijos.

— Eu ainda preciso entender porque nós dois sempre sobramos nessas coisas, tem alguma coisa errada ai, só acho. – riu.

— Nós dois nada meu amor. – o olhei com desdém - Tu sobrou, meu namorado acabou de chegar e por sinal ta me esperando ali ó – apontei para um menino que havia do outro lado do calçadão.

— Namorado? – ele engoliu em seco e me olhou - Ta namorando e nem me contou? – me olhou sério.

O Felipe era meu melhor amigo e era tão lerdo que nem percebeu que era brincadeira, até porque uma das primeiras pessoas que ficaria sabendo caso eu estivesse namorando seria ele.

— Claro que não seu bobo. – dei um tapa em seu ombro e comecei a rir – Eu não to namorando, e uma das primeiras pessoa que saberiam se eu arrumasse um namorado seria tu né bobão. – disse rindo.

— Ata. – respirou aliviado - Promete? – ele fez beicinho.

— Prometo, bebezão. – sorri.

— De dedinho? – esticou o dedo mindinho.

— De dedinho – afirmei cruzando nossos dedos – mas e ai, aonde nós vamos?

— Ah eu pensei se a gente não podia ir comer uma pizza, e depois nós daríamos uma volta por ai ou sei lá. E ai topa?

— Topo. – sorri.

Nós falamos com as meninas e elas concordaram, fomos em direção à pizzaria, quando chegamos lá fomos arrumar um lugar pra sentar e logo fomos escolher o que íamos comer. Nós pedimos duas pizzas, uma de frango com catupiry e outra de quatro queijos e pra beber pedimos uma Coca-Cola. Nós comemos todos em meio a brincadeiras um brincando e conversando com o outro, logo nós pedimos para o garçom trazer a conta, pagamos e assim que saímos de lá fomos tomar sorvete e dar uma volta no calçadão de Copacabana que por sinal, nunca está só.

— Lipe. – o chamei em tom de brincadeira.

— Fala chata. – ele sorriu.

— Percebeu que sobramos de vez? E de novo? – ri.

— Nós podemos dar um jeito nisso – disse com um risinho malicioso.

— Podemos é? Como? – questionei, já entrando na brincadeira dele.

— Ah, a gente pode se pegar sabe? Nada sério, coisa de melhores amigos e tal. – disse rindo.

— Ai Felipe! – fiz careta e dei risada do que ele disse.

— Que foi? Eu sei que tu me deseja, todas me desejam Gabi. – se gabou.

— Humildade mandou lembranças viu senhor – dei risada – eu jamais te desejaria, por favor, né! – o olhei me fingindo incrédula.

— Mentirosa – disse zombando de mim.

— Cala a boca mané. – dei risada.

— Mas e ai Gabi, já que tu não me quer, não tem nenhuma amiguinha tua por ai não?

— Felipe! – o olhei séria.

— Que foi? Ta com ciúmes? – ele sorriu.

— Não. – fiz pouco caso.

— Então porque ta fazendo pouco caso do que eu disse?

— Por nada. – o olhei com desdém.

— Ta com ciúmes, que coisa linda, vem cá bebezinha vem. – puxava meus braços.

— Não, vai lá chamar uma das minhas amiguinhas. – sorri com cinismo.

— Que coisa mais linda a minha bebezinha irritadinha com ciúme de mim! – riu e me abraçou.

— Sai, para com isso – disse rindo.

— Ah, já ia esquecendo! Tenho um negócio pra te dar só não sei se tu vai gostar. – ele sorriu.

— O que? – disse apreensiva.

Ele tirou uma caixinha preta do bolso, e dentro dela havia uma correntinha muito linda, era de prata e nela havia um pingente em forma de coração, não muito grande.

— Abre pra ver o que tem dentro. – ele sorria.

Eu abri e dentro do coração havia uma foto de nós dois juntos, era uma das nossas fotos preferidas, e na outra parte tinha uma frase escrito: Forever with you.

— É linda Lipe, sério, nunca gostei tanto de um presente como gostei desse, obrigada. – disse ainda olhando o colar e em seguida o olhei sorrindo.

— É só pra ti lembrar sempre de mim, e quando precisar, sei lá, independente da situação que qualquer um de nós dois estejamos, tu lembrar que eu vou estar sempre contigo. – ele sorriu.

— Eu amei o presente, sério mesmo, tu é perfeito. – sorri o olhando – Eu te amo. – o abracei dando um beijo em sua bochecha.

— Eu também te amo. – ele retribuiu o abraço e deu um beijo em minha testa.

A Manu, que já se aproximava, viu que eu havia ganhado algo do Felipe e veio ver o que era.

— O que ele te deu? – disse ela curiosa.

— Um colar, curiosa. – mostrei o colar pra ela.

— É lindo! – ela abriu o colar – E a foto também. – ela sorriu – Lipe, fala pro Bruno me dar uma coisa dessas, porque isso ta parecendo coisa de casal. – ela arqueou a sobrancelha e me olhou – não é não Karol? – falou num tom mais alto pra que a Karol pudesse ouvir.

— O que? – se aproximou de nós, toda animada.

— Que esse presente que o Lipe deu pra Gabi ta parecendo coisa de casal? – riu.

— E como é – disse vendo o colar – acho que tem segundas intenções ai hein. – riu.

— Para de bobagem vocês duas, amigos também dão e recebem presentes.

— Se só enquanto são amigos estão assim, imagina mais pra frente. – nós rimos – Ai ó Gabi, pretendente novo, já que tu descartou o outro. – piscou.

— Como assim? Descartou o outro? É o que eu to pensando? - Felipe disse, se fazendo incrédulo.

— Exatamente, ela deu o fora no Gaybrielzinho. – eles riram.

— Meus Deus, já era hora! – ele levantou as mãos pra cima e riu.

— Mudando de assunto. – disse já mudando o rumo da conversa - Conseguiu o que queria hein Karol? – disse rindo e acenando com a cabeça pro Renan.

— Ah, eu fiz o que pude né – fez cara de pouco caso e riu.

— hum, danada. – Manuella disse e nós rimos.

Depois de um tempo andando pelo calçadão, rindo e conversando bastante, nós decidimos ir embora. Já passavam-se da meia noite, e minha mãe havia pedido pra eu não chegar muito tarde em casa.

— Hi cara já ia até esquecendo – O Renan disse, abraçado com a Karol.

— esquecendo o que cara? Fala ai. – Bruno disse enquanto enchia a Manu de beijinhos.

— Amanhã de noite vai ter uma festa na casa de um amigo meu, e ele pediu pra convidar uns amigos meus, o que vocês acham de nós irmos?

Nós concordamos, e marcamos de os meninos irem nos buscar lá no condomínio. Nós passamos na casa da Karol para deixa-la, e fomos indo eu, Lipe, Manu e Bruno. O Bruno foi levar a Manu lá em cima, enquanto eu fiquei conversando com o Lipe lá em baixo.

— Gabi, acho melhor tu subir, já ta tarde.

— Eu sei me cuidar senhor preocupação! – ri.

— Ah, então ta né, senhora responsabilidade. – riu também.

— Adorei o presente viu. – sorri e o olhei com carinho.

— Sabia que tu ia gostar, eu sempre acerto as coisas. – disse se gabando.

— Para de se achar Felipe – disse rindo – vou subir ta?

— Ta bom, vai lá, amanhã eu passo aqui pra te pegar ok?

— Ok, meu bem. – sorri – Se cuida viu, e vai direto pra casa! – falei num tom autoritário e me aproximando para abraça-lo.

— Sim senhora, pode deixar. – deu um risinho e me abraçou apertado, não me deixando sair do abraço.

— Ou grandão, eu sei que sou boa de abraçar, mas já pode me soltar. - ri.

— Não quer meu abraço? Ta bom né. – disse fazendo cara triste.

— Que bebezão manhoso, vem cá, deixa eu te dar um beijinho. – ri.

Eu o abracei e fui dar um beijo em seu rosto, mas ele acabou por virar e saiu um selinho, um selinho um tanto rápido.

— Desculpa. – disse sem graça.

— Não foi nada – sorriu sem graça – Agora sobe lá que ta na hora. – sorriu.

— Ta bom. – sorri e fui andando em direção ao elevador.

O elevador não demorou muito á chegar, assim que entrei em casa, fui direto pro meu quarto, joguei uma água no corpo, botei meu pijama, fiz minha higiene e deitei pra dormir, o dia seguinte seria longo.


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