Além Da Amizade escrita por Esc L


Capítulo 1
Capítulo 1




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– Acorda mana, acorda! Ta na hora de acordar e ir pra escola! - Heloíse puxava meu edredom, e me balançava sem parar.

– Ei, calma, já to levantando! - ri e dei um beijo em seu rosto - já ta pronta?

– Já, a mamãe ta esperando lá em baixo pra tomar café, pediu pra eu vim te acordar. - sorria.

– Ta bom, eu já to indo. Agora corre lá se não vou comer todo teu lanche hein! - disse rindo.

Mal terminei de falar e já pude ver a porta do meu quarto batendo, ela havia saido correndo. Heloíse era minha única irmã, e como é de se perceber, irmã mais nova.

Logo levantei, era uma bela sexta feira me dando bom dia, tratei de me arrumar pra ir a escola, depois de pronta peguei meu celular e desci para tomar café.

– Booooom dia família - sorri.

– Alguém acordou de bom humor hoje! – sorriu.

– Cheia de graça né dona Elisa – dei uma risadinha e em seguida um beijo em sua bochecha.

– Imagina! – riu – senta ai para tomar café.

– Bom dia maninha chatinha. – sorriu.

– Bom dia baixinha chatinha. – dei um beijo em sua bochecha e me sentei.

– Vai querer que eu te leve hoje?

– Não vai precisar mãe, vou de pé com a Manu. – terminei de tomar meu suco.

– Ta bom, mas olha, toma cuidado no caminho hein.

– Pode deixar! – disse subindo as escadas, indo até meu quarto e pegando minha mochila.

– Mãe, to indo, beijos - joguei um beijo no ar - tchau Lô. – sorri e acenei.

– Tchau maninha! – jogou um beijo no ar, o qual eu fingi pegar e guardar dentro do meu coração.

Sai de casa e fui até a Manu chama-la para irmos pra escola.

Manuella é a minha melhor amiga desde que me entendo por gente, nunca deixou faltar comigo em momento algum, é a irmã que eu pude escolher pra mim e eu não a trocaria por nada nesse mundo.

Nós pegamos o elevador e fomos em direção a escola, chegando lá, grande maioria já havia entrado pra a sala, assim que adentramos o portão da escola, avistei a Karol, que nos esperava apra entrarmos juntas. Olhei ao redor e não vi o Felipe, pensei o “porque” dele ter faltado, mas depois desencanei, eu ligaria pra ele mais tarde.

As primeiras aulas passaram rápido, logo chegou o intervalo, eu perguntei pro Bruno se o Felipe havia vindo pra escola, mas ele disse que não, segui e sentei com as meninas, ficamos conversando, até sermos interrompidas com o aparecimento do Gabriel. Gabriel era alguém com quem eu estava ficando sério até quase dois meses atrás, antes de eu pegá-lo ficando com outra, em uma festa que nós fomos juntos. Ficamos uns dias sem nos falar, não por falta de vontade dele, mas sim minha, que não suportava mais vê-lo por perto; não por esses tempos.

A verdade é que eu gostava muito dele, mas não tinha coragem o suficiente pra assumir tal sentimento, eu até estava disposta a isso, faria tudo que ele me pedisse, se preciso, mas depois do que houve, foi como se toda a confiança em que tinha nele tivesse se espatifado no chão, como um cristal caro, e um estrago sem alguma solução.

– Nós precisamos conversar. – ele disse num tom meio desesperado.

– Conversar o que? – o olhei com desdém.

– Eu te amo Gabi!

– Eu e a Karol vamos ir até ali e já voltamos ta? - Manu disse, um pouco sem graça.

– Tudo bem, mas não demorem. - disse sem ânimo algum.

– Ok, pode deixar. – ela piscou.

– Agora nós podemos conversar sossegados. – ele sorriu.

– É melhor tu falar logo o que quer, daqui a pouco da o sinal. – disse seca.

– Ta bom. Olha eu me arrependi de tudo o que eu te fiz, eu me arrependi porque agora nesse exato momento eu poderia estar com quem eu amo. Desculpa por aquela noite, eu te juro que se eu pudesse voltar no tempo, eu mudaria tudo, eu não ficaria com ela, é tu quem eu amo Gabi.

– Deu pra contar piadas agora Gabriel? – dei um riso irônico – tu ficou com ela na mesma festa em que nós dois estávamos, não se deu nem o trabalho de saber se eu estava por perto ou não. Isso é se importar? Isso é amar? Porque de verdade, se esse é o amor que tu sente por mim, eu não quero, não mesmo.

– Eu sei Gabi, tu ta certa de ter raiva de mim! Eu sei que eu errei, que eu não devia ter ficado com ela, não devia ter te magoado, eu sei que não dei valor e perdi, e agora to aqui, te implorando uma chance de novo. – ele fez cara de coitado.

Sabe quando o teu coração fica apertado? Quando tu pensa milhões de vezes naquela possibilidade? Quando tu fica imaginando que poderia ser tudo diferente? Então, eu me encontrava assim.

– Sai dessa, quem fez uma faz duas, faz três e assim por diante... Nós estávamos ficando sério. – olhei séria pra ele - Lembra do combinado que nós havíamos feito? Eu acho que não, porque pra sair ficando com a primeira que passa, se é que aquela foi a primeira né Gabriel? – eu sorri sínica – eu não vou te dar outra chance, tu tem noção do quanto eu gostava de ti? Não era pouco, sério, tu podia me pedir qualquer coisa que eu faria pra ti, e olha só, tu desperdiçou. – disse num tom exausto.

– Por favor, Gabi me da mais uma chance pra eu provar que posso te fazer feliz! Só mais uma?

Eu apenas o encarei, e me coloquei a pensar, eu poderia sim dar mais uma chance a ele, mas, depois de tudo que eu havia sofrido nesse último mês, não dava mais, era demais pra mim.

– Por favor – ficou de joelhos.

– Gabriel, anda, levanta desse chão, isso já ta ficando patético – eu o olhava com reprovação – eu não vou te dar outra chance, quantas vezes tu me magoou quando nós estávamos juntos e eu relevei? Não da mais, chega uma hora em que a gente tem que abrir mão de algumas coisas, e eu to abrindo mão de ti.

– Isso quer dizer que não? – disse triste.

Eu já não podia fazer mais nada, ou era a felicidade dele, ou a minha, e eu não estava disposta a abrir mão da minha felicidade por alguém que eu mal sabia se me faria bem, se queria o meu bem.

– É. Tu não teve as caras de ficar com a outra? Vai atrás dela, fica com ela, eu to disposta a abrir mão de todo tipo de sentimento que eu ainda tenho por ti. Segue tua vida, eu vou seguir a minha. – disse, já saindo andando – e olha – me virei pra trás - eu realmente não sei o porque tu ainda ta atrás de mim, se tu fez aquilo, é porque realmente não sentia nada por mim e nem me amava, então, segue – sorri sem graça – vai em frente, e por favor, esquece que eu existo.

– Eu não vou te esquecer, não tão fácil.

– Vai sim, nós sabemos que vai. – eu virei as costas e sai andando.

Antes mesmo de ele dizer algo, deu o sinal e já era hora de retornar a sala, que no momento, era tudo o que eu mais queria.

Não posso negar que aquilo havia sido fácil pra mim, não havia, nem um pouco, até porque eu realmente gostava dele, mas eu aprendi que nós devemos seguir em frente, sempre pensando no melhor pra nós, e era isso que eu estava fazendo.

Logo que entrei na sala a Manu veio falar comigo, me perguntando o que tinha rolado.

– E ai? – ela me olhava.

– E ai o que? – franzi a testa, sem ânimo.

– O que rolou? - Karol perguntou.

– Nem continua a falar porque eu sei o que tu ta pensando, eu não voltei com ele.

– Conseguiu resistir? Não creio. – Manuella se fez incrédula.

– Abrir mão, as vezes é bom sabe. – sorri sem graça.

– É isso ai, ele nunca te fez bem, e nós sabemos disso.

– Realmente. – sorri forçado.

– Agora me faz um favor, bota um sorriso ai nesse rosto lindo, tua beleza não pode ser desperdiçada. – piscou.

Eu apenas sorri, pensando em tudo que eu havia dito e feito, e de onde havia tirado coragem para aquilo. Já era hora.


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