Mistérios da Lua escrita por uzumaki


Capítulo 30
Grand Finale


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo cupcakes! :'(



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Um único passo. O frio arrepiou meu braço. Eu estava parada de pé em um frio chão de mármore, em uma sala escura. Provavelmente, ela era grande, mas eu não conseguia ver muita coisa. Será que eu estava no lugar certo?

– Alguém está aí? - Perguntei.

– Anne! - Chamou uma voz conhecida. Ed.

– Ed! Onde você está? - Gritei.

– Eu tô preso aqui. - Respondeu ele. - Abre a janela, faz o favor?

– Onde? - Vasculhei o lugar escuro. Olhei para imensas janelas fechadas. Aquilo não poderiam ser janelas. Me aproximei, hesitante.

Cheguei até as "janelas". Em um rápido puxar, as abri, fazendo um frio vento correr para o cômodo, junto com a luz da Lua Cheia. Evitei olhar. Resolvi revirar o quarto com os olhos, e descobri que estava realmente em uma sala. Uma sala enorme, e de acordo com meus cálculos, um lugar tão grande deveria ser igualmente alto. Eu estava congelando de frio.

– Anne? Você está bem? - Indagou Ed de algum lugar à minha direita. Corri em direção ao som.

– Ed! - Gritei, ao vê-lo acorrentado à uma parede alta, o cabelo caindo nos olhos. - Ed, quem fez isso com você? Eu vou matar quem fez isso com você!

– Acho que não vai dar. - Ele parecia que iria desmaiar.

– Por quê? - Perguntei.

– Olha pro teto. - Pediu ele.

Olhei para o teto.

– Puta merda. - Murmurei.

O teto era muito alto, como eu tinha previsto. E era decorado com estrelas e planetas do sistema solar. Até aí tudo bem. Até ver o desenho perto da Terra. Uma lua, que parecia se mexer. Estava tão próxima a Terra que parecia que ia despencar no nosso planeta.

– Bem vindos ao meu Templo! - Ecoou uma voz.

*******************************

Assim que ouvi a voz, reconheci. Me virei para trás. Lua estava ali, vestida com um vestido tão brilhante que poderia ser prata líquida, de pé segurando um cajado da sua altura, no meio de um pentagrama.

– Anne, vejo que resolveu salvar o namoradinho. - Disse ela, com desdém.

– Foi você que o trouxe pra cá? - Gritei.

– Eu sabia que você nunca viria até aqui por livre e espontânea vontade, então... eu fiz uma troca com Hanker, e pude ter o menino para poder te atrair até aqui. - Ela sorriu. - Ah, eu já ia me esquecendo. Meus pesâmes.

Olhei para ela como se ela tivesse dado um soco na boca do meu estômago. Minhas pernas bambearam, mas me enchi de um sentimento familiar. Puro ódio.

– Sua imunda! - Gritei. - Como pode desejar isso pra mim se foi Hanker, seu servo que os matou?

– Anne... quem foi que Hanker matou? - Questionou Ed, a voz tremendo.

– Miranda. - Contei. Ouvi Ed arfar. - E Raffael. - Ed arfou novamente. Meus olhos ardiam. - Eles estão mortos. Os Reis estão mortos.

– Eu não mandei Hanker matar seus pais. Isso foi escolha dele. - Se defendeu a Lua.

– Não importa. - Rosnei. - Meus pais estão mortos e nada pode mudar isso.

– Você tem razão. - Concordou a Lua. - Mas, a morte da minha filha... bem, essa você pode mudar.

– Sim, eu posso. - Concordei. Ed fez um som de engasgo.

– O que você disse? - Ele perguntou.

– Que posso mudar a morte de Luna. - Respondi.

– Sim, você pode. Mas não quer dizer que fará isso, não é? - Ele perguntou, sua voz cautelosa.

– Não mude de assunto! - Falei.

– Anne! - Gritou ele. - Você não pode nem por um momento pensar em se sacrificar por Luna. Sua vida vale mil vezes a dela!

– Luna é a filha do Sol e da Lua, é óbvio que valho menos! - Protestei.

– E você é a filha da Luz e das Trevas. - Ed murmurou.

– Hanker tentou te matar pela razão errada. - A Lua murmurou, se intrometendo na conversa. - Ele pensou que Miranda já estava grávida de Raffael quando estavam casados. Embora ele mesmo tenha tido um filho bastardo.

Josh.

– Não chame Josh de bastardo! - Falei, a raiva em minha voz me surpreendendo.

– Mas não é o que ele é? - A Lua sorriu. - Um bastardo.

– Não. - Rosnei. - Melhor do que você, ele com certeza é. Não ouse chamá-lo de bastardo.

A Lua levantou uma sobrancelha. Provavelmente eu havia ido longe demais.

– Está querendo ser incinerada, garotinha? - Perguntou ela.

– Você não mataria a própria filha. Luna vive em mim. - Falei, sem vacilar em nenhuma palavra.

A Lua piscou, surpresa.

– Finalmente está compreendendo. Isso está muito acima de você, mortal. - A Lua disse, grossa. - Escolha. Escolha agora. - Ela rosnou. - Você prefere ter o sangue do garoto que você ama derramado do que entregar minha filha? Vamos, escolha. Você não deve ter medo.

– Eu já não tenho mais. - Minha garganta estava seca, assim como minha boca.

– Eu já dei tempo o suficiente para você pensar. Vou matar seu namoradinho ou não? - Questionou ela, desaparecendo e reaparecendo ao lado de Ed, uma faca em seu pescoço. Engoli em seco.

– Vai me matar sim... - Grasnou Ed, o máximo que ele podia com a maldita adaga em sua garganta. Pensei em minha mãe, meu pai. Todos morreram por minha causa. Ed estava prestes a morrer também. E tudo porque eu não me sacrifiquei.

– Sacrifícios são necessários, Ed. - Eu estava rouca e prestes a desmoronar.

– Sim! - Gritou a Lua.

– Mas há uma condição. - Impus, bem alto. - Você não vai machucar Ed. Você e nem ninguém!

– Não me proteja, Anne! - Ed parecia tão fraco... eu queria tanto abraçá-lo bem forte e fingir que eu não existia mais. Só eu e ele. - Você quer morrer?

– Eu vou fazer um sacrifício. Por você, Ed. Porque eu te amo, mais que tudo. Eu já não quero viver pensando nas mortes que eu causei. - Eu chorava, e Ed parecia que iria cair no chão. Eu queria tanto que isso fosse um pesadelo. Mas não era. Não era. Era a vida real, e eu tinha que fazer uma escolha. Entre mim e a Terra. - Por Josh, Sophie... Eu me sacrificarei por Luna.

– Isso é o que uma princesa faz. - A Lua pareceu satisfeita. Ela deu um pulo para trás, deixando Ed cair. - Vamos. Eu prometo que será rápido. Mal posso esperar para ver minha filha novamente!

Virei para trás e vi Ed, desmaiado, sangrando. E comecei a chorar silenciosamente. Eu estava fazendo tudo isso por Ed, me lembrei.

– Deite aqui. - Ordenou a Lua. Ela apontou para o pentagrama, fazendo aparecer uma mesa de pedra, no centro do Templo. Eu fui até lá e me sentei. Coloquei as mãos na saia do vestido de cetim, sentindo-o. O tecido era tão liso. A Lua apareceu ao meu lado, segurando uma perigosa adaga afiada, feita de diamantes. O cabo era de couro prateado, e marcado na lâmina havia o desenho de uma Lua Cheia. Irônico, pensei. - Agora fique aqui...

– Ahhhhh!! - Ed havia pulado no pescoço da Lua, a obrigando a cair. Eu fiquei estática. - Anne, fuja!

– O que está fazendo? - Gritei. - Larga ela!

– Eu vou matar ela! - Grasnou Ed, aplicando uma gravata na Lua.

– Ed... por favor, entenda! - Implorei. - Eu preciso fazer isso!

– Não precisa não! - Gritou ele.

– É necessário. - Peguei o cabo da adaga da Lua. Ed me olhou com horror. - Diga a Josh que eu o perdoo.

Ed chorava. Ele se livrou da Lua.

– Eu amo você. - Sussurrei.

– Eu também amo você. - Sussurrou ele.

Com um golpe rápido, finquei a adaga em meu estômago, fazendo o sangue jorrar. Minha última visão foi de Ed.

Estou me sacrificando por Ed. E vou trazer Luna de volta. Pensei.

E a sombra da Morte tapou o meu mundo.


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Notas finais do capítulo

Bem, os agradecimentos virão depois do EPÍLOGO. Que foi? Pensou que este era o último? rçrçrçrçrç



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