Mistérios da Lua escrita por uzumaki


Capítulo 18
O Rio Amaldiçoado


Notas iniciais do capítulo

Oieee cupcakes! Voltei de novo! Escrevi este capítulo rapidinho até hehehehehehehe
Mais um mistério pra torturar vcs? Nãããããããoooo, eu não seria capaz de fazer isso.... ou seria? ~le risada do mal: MUAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA~
Bem, mais uma leitora que SE INTERESSOU com o que aconteceu com a Anne, obrigada Miilaah, e tb pela recomendação, ficou phoda e phyna!
Nova capa (nossa, eu mudo mto de capa, não é?), e nela tem umas frases que irão no último capítulo da história, mais um mistério pra vcs quebrarem a cabeça!
Bem, vou parar de enrolar, aqui vai um capítulo saído do forno pra vcs! :3



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No momento que Millena disse aquilo, escorreguei para o chão e me sentei em outra rocha.

– A quem queremos enganar? - Suspirei. - Somos só três adolescentes em uma missão impossível.

– Josh, não... - Sophie foi interrompida por Millena.

– Ele tá certo, tá legal? Deixa de ser otimista e seja realista pelo menos uma vez na vida! - Millena gritava para a ruiva. Eu não queria interrompê-la, Millena estava certa. - Nós estamos condenados! Nem sabemos onde estamos, muito menos como encontrar a porcaria do Palácio do Sol! Estou com vocês há poucas horas e já sei que não vamos chegar a lugar nenhum!

– Não é bem assim, Millena. - Sophie falava com tanta calma que me assustou.

– É sim! Caia na real! - Millena gritava. Já estava na hora de eu interromper.

– Tá, agora deu, Millena. - Me levantei e me coloquei na frente das duas. - Nós já sabemos que você acha que não é possível e tudo o mais, mas agora deu.

– Josh, deixa ela extravasar. - Sophie disse calmamente, espantando Millena. - O elemento dela é a terra, o elemento da força.

– E qual seria o fogo? - Millena perguntou sarcasticamente. Sophie não respondeu, então a loira foi até a ruiva e lhe deu um empurrão.

– Não deveria ter feito isso. - Grasnou Sophie.

Se eu fosse Millena, eu realmente não teria feito aquilo. Aquela fachada de calma de Sophie não convencia, ela estava com os olhos ardentes de raiva. Literalmente. Seus olhos explodiram em chamas. Os cabelos pegavam fogo. As mãos também. Sophie parecia estar sendo possuída. Millena soltou um grito aterrorizado e saltou para trás, aterrissando bem no meu pé. Eu gritei de dor. Millena gritava de terror. Parei de gritar quando vi Sophie se elevar do chão, como se estivesse voando.

– O fogo. - Sophie disse, macabramente, como se uma voz a controlasse. - É o elemento dos indomáveis. Dos que não temem nada. Não aceitamos que nos mandem. Somos a Luz que ilumina vocês, a nossa arte é uma benção do Sol. A benção do Sol. - Ela repetiu, me dando arrepios. Olhei para cima. Os primeiros raios de sol iluminavam o céu, tornando-o celeste. Millena estava indo ainda mais para trás.

– Sophie - a chamei, hesitando -, nós já entendemos. Por favor, volte.

Sophie inclinou a cabeça na minha direção. Ela piscou e os olhos apagaram, deixando o azul celeste voltar aos poucos. Seus cabelos voltaram ao normal, seguidos das mãos, que se fecharam. Ela tocou os pés no chão e se sentou na rocha onde eu estava sentado, pouco tempo atrás.

– Você está bem? - Perguntei, andando até ela, tremendo levemente. Sophie ergueu a cabeça e sorriu. Seu bronzeado estava mais dourado que o normal.

– Me desculpe. Odeio quando perco o controle assim. - Ela pediu. Millena estava distante, mas Sophie aumentou o tom de voz de modo que a loira ouvisse.

– Isso já aconteceu antes? - Perguntou Millena, a voz embargada de onde ela estava, de costas para mim e Sophie.

– Duas vezes. - Respondeu a ruiva, suspirando. - Na primeira eu tinha 5, 6 anos. Ed havia explicado para mim que nossos pais haviam morrido. Eu peguei fogo. Literalmente. Ele pegou um balde e jogou água em mim. Pode parecer engraçado, mas foi horrível. A segunda vez, foi quando vi minha melhor amiga, que namorava com o garoto que eu gostava, se agarrando com o meu irmão. Dupla traição. Ela traiu o garoto que eu gostava e ainda por cima com meu irmão. - Ela rolou os olhos, mas era evidente que ela achava aquilo um nojo. - Pelo menos, fiquei com o garoto que eu gostava. Nós até chegamos a namorar.

Por alguma razão, eu não conseguia ver Sophie namorando alguém. Ou sei lá, parecendo normal. Ela parecia séria em tempo integral. E quando sorria, não era um sorriso feliz. Era triste, forçado e por muitas vezes sofrido. Ela sorria quando gostava do que ouvia, e esse era um sorriso de gratidão, que ela frequentemente dava. A visão dela e de um garoto qualquer, mesmo se abraçando era estranha.

– Mas você está bem? - Insisti.

– Sim. - Sophie assentiu com a cabeça. Então ela deu um sorrisso forçado. - Que tal fazermos marshmallows de café da manhã?

– Ótima ideia. - Concordei. Me virei para ir atrás de Millena. No exato em que cheguei, Millena tremia, mas eu não sabia se de frio ou medo. - Você está bem?

– Minha família morreu num incêndio. - Eu fiquei de boca aberta por ela ter jogado essa informação em cima de mim. Ela suspirou. - O fogo é... meu ponto fraco, por assim dizer. Eles eram normais. Minha família, quero dizer. Humanos comuns. E eu só sobrevivi por que dominei a terra a meu favor, criando um túnel até o lado de fora. Eu voltei para buscá-los, mas...

– Eu sinto muito. - As palavras jorraram como areia da minha boca.

– Não sinta. - Retrucou Millena. Mas não havia raiva em sua voz. Havia dor. - Logo depois, descobri que a irmã da minha avó era Feiticeira e minha mãe tinha uma prima. A tia Clarissa.

Finalmente havia entendido quando o Rei disse "minha sobrinha". Millena não era exatamente sobrinha dele, mas mesmo assim.

– Ah. - Falei. Millena olhou na minha direção.

– Josh, você é um cara legal. Ainda bem que somos amigos. Sophie não gosta muito de mim. - Admitiu ela.

– Por que você diz isso? - Indaguei.

– É a segunda vez que vejo ela assim. E em nenhuma das vezes ela estava feliz. - Contou ela.

– Espera aí. - Pedi. - Você era a melhor amiga de Sophie? Aquela que tava se agarrando com o Ed?

– Eu não diria "me agarrando", mas sim, sou eu. - Ela sorriu.

– Realmente, Sophie te odeia. - Falei. Millena riu e colocou o braço no meu ombro.

– Você é o irmão que eu nunca tive. Obrigada por me animar, viu? - Ela me deu um beijo na bochecha. E eu tive que admitir, Millena seria uma boa irmã.
Nós nos sentamos ao redor de uma fogueira, em que colocamos os marshmallows para torrar. Quando terminamos de comer, o amanhecer já havia sido concluído, o céu azul perfeito.

– Um dia a menos para encontrar o Palácio do Sol. - Disse Sophie.

– Você ao menos sabe aonde fica? - Perguntei, desanimado.

– O que eu sei é que teremos que contar com a ajuda de um professor de magia. Parece que ele ensinava os Caminhos e se aposentou. Ele sabe mais sobre o fogo do que qualquer outro. - Sophie respondeu.

– E você sabe onde esse cara mora? - Questionei.

– No lado oeste do Rio Amaldiçoado. - Sophie parecia certa disso, mas eu não tinha certeza de que existia um rio chamado "Amaldiçoado". E eu esperava que fosse uma brincadeira, mas deixei quieto. - Bem, são 6 da manhã e eu continuo morrendo de sono. Algumas horas dormindo não farão mal, não é?

Millena e eu estávamos muito cansados para dizer que sim, poderia dar muita coisa errada. Porém o sono venceu. Nos direcionamos para um canto e cada pegou as coisas de sua mochila - que parecia não ter fim -, e começamos a montar as barracas. Quando terminei, estendi os panos e coloquei o saco de dormir no chão. Fechei a "porta" da barraca e me joguei na "cama".
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Os sonhos me vieram como uma punhalada. Assim que caí no saco de dormir, adormeci imediatamente. Desta vez não precisei de uma menina loira com a mão em minha testa para vislumbrar o futuro. As vozes, agora diferentes, ainda estavam falando comigo.

– Josh? - Chamou uma voz feminina que reconheci na hora. Era Anne. - Eu sou sua amiga, não importa o que seu pai disse.

– Você me abandonou no alto de um penhasco com Sophie desacordada no meu colo. - Minha voz soou sarcástica.

– E você não sabe o quanto eu sinto por isso. - Anne parecia calma. - Eu...

– Não importa. Agora que temos você, a Lua vai fazer o acordo pela filha. - Falei, no sonho.

– Ela fará, eu sei disso. - Anne estava terrivelmente calma, como Sophie. - Mas para quê tudo isso?

– Vamos fazer o mundo um lugar melhor. - Eu parecia conter uma onda de fúria.

– Destruindo os Feiticeiros da Luz? - Anne explodiu, me assustando. - E colocando os Feiticeiros com benção da Lua no lugar? Isso é patético, é o cúmulo da ignorância! Matar uns para salvar outros? Que ridículo! Você vai matar alguém também? Porque é o que...

– Não diga isso! - Eu gritei. - Nunca mais diga isso! Você me conhece e sabe que eu...

– Eu não sei mais se te conheço. - Anne cuspiu as palavras, que fizeram meu coração, do Josh do presente, murchar como um pneu sendo esvaziado.

– Você me conhece sim, Anne. - Eu parecia desesperado.

– Josh. - Anne estava mais calma agora. - Eu preciso que você...

– ACORDE!

Me levantei tão rápido que minha cabeça foi de encontro a testa de alguém.

– Ai! - Gemeu Millena, passando a mão na testa.

– Ai digo eu. - Passei a mão na testa também.

– Foi você que bateu a cabeça na minha testa. - Reclamou ela. - Agora vamos, levante, nós precisamos encontrar aquele cara.

– Ah. Que horas são? - Perguntei.

– Cerca de 8 da manhã. - Respondeu ela, ainda com a mão na testa. - Você tem cabeça dura.

– De teimosia? - Indaguei.

– Não, eu quis dizer literalmente. - Ela riu. - Agora levante-se, temos uma longa caminhada.

– Vocês não podem fazer aquele negócio de teletransporte? - Falei, exausto.

– Poderíamos, mas o Rei avisou para não tentarmos. Ele trancou as Portas do Reino e também estendeu a proteção à Floresta. Nada pode entrar ou sair daqui sem que seja andando. - Ela parecia não aprovar a decisão do rei.

– Mas Jessie desapareceu ontem. - Argumentei.

– Ela estava usando o poder da Lua. Você viu o pingente dela. - Explicou Millena.

– Afe. - Soei reclamão até para mim. Millena deu um meio sorriso.

– Vamos, guarde sua barraca, Sophie já vai terminar com a dela. - Mandou Millena.

– Tudo bem. - Concordei. Millena se levantou e saiu da barraca. Suspirei, cansado e me levantei. Dobrei o saco de dormir, os panos que foram embaixo e saí da barraca. Quando me virei, as meninas estavam comendo alguma coisa sentadas em um tronco. Elas pareciam conversar, embora com muita cerimônia. Dobrei minha barraca apressadamente e a guardei.

– Josh, vamos! - Me apressou Millena.

– Já estou indo. - Bufei. Coloquei minha mochila e andei até as meninas. - Ovos com bacon?

– Café da manhã tipicamente americano. - Disse Sophie.

– Eu sei. Mas você não é americana? - Perguntei.

– Sim, eu sou do Texas. - Respondeu Sophie.

– E eu do Canadá. - Falou Millena, mordendo um pedaço de bacon.

– Canadense? - Indaguei.

– Sim, por quê, algum problema? - Millena me fuzilava com o olhar.

– Não, mas você não tem sotaque. - Observei. Millena ergueu uma sobrancelha.

– Não? - Ela não parecia acreditar.

– Não. Os pais da minha mãe são canadenses, sabe, e eles tem muito sotaque. - Contei, comendo um bacon.

– Ah. Mas também, já faz 5 anos que estou aqui. - Ela mordiscou um pedaço do ovo frito.

– Tá, já deu. Não queremos saber sobre o seu sotaque ou não, Millena. - Sophie soou ríspida.

– Claro. - Disse Millena, desanimada.

– Eu arranjei um mapa. - Contou Sophie.

– Onde? - Engasguei. - Estamos no meio da floresta.

– Eu invoquei. - Sophie rolou os olhos. - O importante é que o Rio Amaldiçoado é pra lá.

– Ela apontou para frente. - O problema é que ele é guardado por dois Erros.
Millena tremeu ao meu lado.

– O que são Erros? - Eu me senti um idiota ao fazer aquela pergunta.

– É uma magia que deu errada. - Explicou Sophie. - Muitas vezes, nós, Feiticeiros, fazemos algum Feitiço errado. Proferimos as Palavras erradas, acertamos algum animal; e o resultado disso são os Erros. Geralmente são quimeras, mas podem ser outros animais também.

– O quê? Isso não pode ser verdade! - Argumentei.

– Mas é. - Sophie revirou os olhos novamente. - E eles guardam o Rio por justamente ser o Amaldiçoado.

– Mas o Rio Amaldiçoado é uma lenda! - Berrou Millena.

– Não. - Sophie estava no seu limite de paciência.

– Mas o que é o Rio Amaldiçoado? - Perguntei, abobalhado.

– Dizem - Millena colocou bastante ênfase no "dizem". -, que foi aonde a Feiticeira Mãe, a mãe do primeiro Feiticeiro da Luz e das Trevas teve seus filhos. Com a benção da Lua Minguante sobre o Feiticeiro da Luz. Mas o outro, que viria a ser o das Trevas, tinha ciúmes do da Luz, e matou o seu irmão. A Lua Minguante o amaldiçoou, a andar sobre o lado leste do mundo pela vida toda. Só que ele encontrou uma mulher e teve filhos com ela, e assim vai.

– Exatamente. E o Rio Amaldiçoado é o berço da Luz e do Bem. Antes disso, todos eram iguais, e faziam suas magias como um só. Quando a mulher teve seus filhos, os Feiticeiros tiveram que escolher seu lado. Foi um dos piores dias para a magia.

– "Um" dos piores dias para a magia? - Repeti.

– Sim. Um dos piores. O nascimento da Filha da Lua também é um dos piores. - Sophie disse, acidamente. Peraí, isso foi uma indireta?

– Vamos ir andando? - Pediu Millena. Eu me levantei, seguido por Sophie. Arrumamos as coisas e nos pusemos a andar para o oeste.

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– Falta muito? - Eu estava exausto. Já faziam duas horas que estávamos caminhando.

– Acho que mais 1 km. - Revelou Sophie.

– Ah... - Gemeu Millena ao meu lado.

– Eu tô morrendo de cansaço. - Reclamei.

– Quieto. - Ordenou Sophie. - Vocês não estão ouvindo?

– O que eu ouço é meus lamentos. - Gemi.

– Isso mesmo. - Concordou Millena.

– Não, passou alguma coisa por lá. - Insistiu Sophie. Millena e eu apuramos os ouvidos, mas não ouvimos nada. - ouviram? - Sophie parecia aflita.

– Se acalma, não tenha nada lá... aaaaaaaaaaahhhhh! - Em um segundo, Millena e Sophie estavam presas em uma rede.

– Meninas! - Gritei.

Ouvi um arrastar de passos atrás de mim. Me virei, mas não havia nada ali.

– Josh, na sua frente! - Berrou Millena. Me virei para frente e vi um garoto, segurando uma espada.

– Muito bem. Renda-se. Ou então suas amiguinhas vão apreciar uma longa queda. - Ameaçou ele.


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Notas finais do capítulo

Se quiserem saber o que rolou com a Anne, aqui vai: http://fanfiction.com.br/historia/458713/Back_to_the_Past/

E quem será esse cara misterioso, hein?
P.S. Inventei ele em três minutos



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