Electoral High School escrita por Srta Pottah


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

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Era sábado. O retardado do orientador da maldita escola me acordou às nove horas, não disse o porque de interromper MEU sonho, só disse que eu não deveria retornar ao quarto até de noite.

— Vocês não estão mesmo me obrigando a acordar cedo em um SÁBADO e ficar longe do MEU quarto né? — gritei, quando o orientador estava saindo do quarto e se dirigindo ao da frente.

— Você tem que seguir ordens senhor Stole, você querendo ou não.

Você tem que seguir ordens senhor Stole, eu sou um babaca de merda — zombei, já saindo do quarto.

Electoral é um colégio muito grande, praticamente todo mundo se perde lá, eu sou uma das exceções. Cheguei nesse lugar quando eu tinha sete anos, meus pais me “expulsaram” de casa, não que eu me sinta mal por isso, muito pelo contrário, odeio eles assim como eles me odeiam. Diferente dos outros garotos (babacas) do lugar, não procurei fazer amigos, procurei conhecer o lugar inteiro, uma vez lá dentro sabia que meus pais dariam um jeito de me levar o mínimo de vezes para casa novamente (e fizeram), conhecia aquele lugar mais do que a mim mesmo.

Enquanto muito davam voltas para chegar nos jardins da escola, eu simplesmente virava dois corredores, abria uma porta e já estava lá. Realmente eu sou foda, mas ninguém precisa saber disso.

Assim que cheguei nos jardins vi um grupo de garotos rindo de alguma coisa que não me importei em olhar o que era, só encarava com eles com a melhor (ou pior) expressão de desprezo que consegui, caminhei até um lugar longe deles, afastado de todos, em baixo de uma enorme árvore, e os encarei de longe. Dali de cima poderia ver a cabeça de Edward Goldens, um garoto que se acha porque é rico (mas, se levarmos em conta a grana que eu herdarei do meu velho quando ele morrer, eu sou muito mais), ele vive zombando dos outros porque é o terceiro mais rico da escola, atrás somente de mim e de Sophia Wanderson, outra garota metida. Edward Carlos Stephen Goldens III era seu nome completo, mas ele odiava que o chamasse assim (não que eu investigue a vida dele, ele só fica gritando isso pelos corredores). Percebi que eles riam do garoto mais zoado da escola. Seu nome? Louis Biggons. Ele é o garoto mais pobre da escola, que só entrou com bolsa de estudos e tem que manter nota alta para não perdê-la. É pedir pra sofrer bullying.

Edward disse alguma coisa e Louis saiu correndo, ri por dentro. Levantei e caminhei até o grupinho de garotos babacas e sussurrei arás deles:

— Vocês sabia que fazer garotos chorarem é feio?

— Você sabia que se intrometer onde não é chamado é considerado falta de educação? — Edward respondeu secamente.

— Não — respondi com sinceridade

— Ah é, esqueci, você não teve pais para te ensinarem bons modos. Esqueci que você não tem uma família.

Senti que estava vermelho, não de vergonha, mas sim de raiva. Tava que se foda pra minha família (que não era realmente a “família” de quem Edward falava), mas o modo que ele disse não me deixou bem.

— Mas você sabia que é um grande babaca? E que a maioria dos seus “amigos” só estão contigo porque você os obriga? E que muitos pensam que você é um viadinho de merda?

— Primeiro — ele se levantou e me encarou, sorri de canto dos lábios, adorava arrumar briga — quem você pensa que é pra falar isso de mim? Segundo, que você pensa que é pra falar dos meus amigos? Terceiro, quem você pensa que é pra falar que as pessoas pensam isso de mim? Você sabe com quem está falando?

— Sou Logan Stole — estendi a mão ironicamente — e acredito que você seja Edward Carlos Stephen Goldens III não? Seu pai…

— Não fala assim comigo — ele elevou o tom de voz, sorri mais ainda.

— Seu pai — continuei, mais alto — trabalhou pro meu pai durante uns dez anos, isso antes de você pensar em nascer é claro. Ele ainda aparece lá em casa sabia? Sua mãe também, não que eu a conheça bem, não, não, não, mas se não me engano ela era a… — não completei a frase, recebi um soco bonito no olho, até cambaleei para trás, mas mesmo assim continuei rindo, não é todo dia que se pode arrumar briga na escola — sua mãe não era a amante do seu pai? Seus meio-irmãos gostam dela Goldens? Acham ela legal? Eles sabem que ela que acabou com o casamen… — e recebi outro soco, desta vez na boca, cuspi sangue e continuei — com o casamento dos pais deles? — e um soco na barriga — ah não sabem? — um chute, estava quase caindo, mas ainda tinha forças — seria uma pena se eles soubessem não é? Eles iam te odiar, afinal, eles só casaram porque a retardada tava grávida — e foi com um chute no baixo ventre que caí no chão, Edward riu com os amigos dele, como se tivesse vencido. Eu, mesmo agonizando de dor, consegui me levantar, andei até o distraído Goldens e dei o soco mais forte que pude, eu consegui até derrubá-lo no chão, ao meio dos “uuuuuuuh” das pessoas ao redor eu senti alguém puxando minha blusa, e me vi no chão, socando cada pedacinho de Edward Goldens que eu conseguia, assim como ele fazia comigo.

— Goldens! Stole! — ouvi uma voz masculina gritar perto da gente. Logo senti alguém me puxando, mas ainda chutava e socava o ar, tentando atingir Edward de qualquer momento, nem percebi que o orientador da escola que me segurava até ele gritar (machucando meu ouvido pra caralho, já que estava quase grudado em mim): — EU QUERO VER OS DOIS NA MINHA SALA EM CINCO MINUTOS — encarei rindo Edward a minha frente, que já tinha desistido de socar o ar e estava sendo segurado por um dos professores, ficar assustado — e é melhor não se atrasarem — inalei forte o cheiro da grama quando fui jogado, sem aviso nenhum, no chão do jardim.

Edward avançou até mim, provavelmente para me bater mais, mas o professor, senhor Barjonas (que era o professor mais legal, na minha humilde opinião), o segurou pela camiseta e disse:

— Não quero saber quem está certo e quem está errado — ele me olhou discretamente, eu sempre soube que era seu aluno favorito — mas acho melhor vocês não brigarem, ou melhor, evitar se olhar até terem essa conversa com o orientador. Pelo bem dos dois — e com um último olhar direcionado ao meu corpo imóvel no chão, respirando grama, ele saiu.

— Você tem sorte Stole — Edward disse andando — eu poderia ter te matado.

Rolei na grama, ficando de barriga para cima e disse:

— Você não me mataria nem se eu deixasse, teria que contratar alguém para fazer isso no seu lugar.

Ouvi risadas, que foram se distanciando até que fiquei sozinho no meio do jardim da escola, a maioria deveria estar com medo de ser levada à sala do orientador também ou coisa do tipo. Eu fiquei lá por uns três minutos, sem me mexer, finalmente sentindo as dores da minha mais recente briga com Edward Goldens, com os olhos fechados, por causa da luz do Sol.

— Você é retardado? — escutei alguém falando, mas não reconheci a voz. Abri os olhos lentamente e vi Louis Biggons, ele tinha um sorriso torto.

— Sou sim — respondi secamente.

— É o que parece — ele se sentou ao meu lado (não dei permissão pra isso, mas meus músculos doíam demais para uma discussão) e encarou a manga da minha blusa de frio branca, olhei também, e vi que tinha uma fina mancha de sangue nela, Louis provavelmente devia estar achando que Edward me arranhou ou algo assim, mas eu sabia o que era, e me permitir sentir dor naquele lugar — por que foi se meter com aquele cara? Ele é duas vezes o seu tamanho.

— Ele é duas vezes o seu tamanho — corrigi, Louis riu, somos do mesmo tamanho, e Edward não é duas vezes o tamanho de ninguém — e eu odeio aquele cara, não suporto vê-lo.

— Mas nem por isso tem que arrumar briga com ele toda vez que o vê.

— Mas ele me irrita.

— Vai acabar sendo expulso assim.

— É o meu sonho.

— Por que você é assim?

— Assim como?

— Estranho, revoltado, não quer nada da vida.

— Eu tenho meus motivos.

— Que seriam…?

— Não quero compartilhá-los com você.

— Tudo bem. Pode me dizer por que você brigou com ele então?

— Estava te defendendo, de certa forma — ele sorriu, mas não disse nada, olhei no relógio e comecei a caminhar dizendo para mim mesmo — hora do sermão: temos que ser amigos e não podemos brigar de maneira nenhuma…


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