Dear Boss escrita por Laëtitia


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Fiquei um tempo sem postar, eu tive prova hoje de manhã e tive que passar algumas semanas estudando pra isso, é. qq



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John havia acabado de sair e eu e Holmes estávamos jogando xadrez, ou melhor, tentando, porque é praticamente impossível com Sherlock deduzindo todas as suas jogadas. Me levantei irritada.

"Desisto! Vou ler um livro." Fui para a outra sala no andar de baixo enquanto ouvia Sherlock rindo de mim. Ai Jesus, que homem insuportável. Pensei enquanto me sentei na poltrona e comecei a ler "The Premature Burial" de Edgar Allan Poe.

Passei tanto tempo lendo que só notei que havia escurecido quando ouvi passos indo até mim. "Cordelia, o jantar está pronto, John falou que você e Sherlock iam se encontrar com ele e a senhorita Morstan no teatro certo? É melhor se apressar." Falou a Senhora Hudson. Me levantei em um pulo e fui correndo para a sala de jantar onde Sherlock já estava terminando sua refeição. Me servi e comi rapidamente, enquanto Sherlock me olhava assustado.

"Pra quê a pressa? Quem morreu?" Perguntou se levantando e se alongando. "Porque tenho que me arrumar, esqueceu?" Perguntei terminando de comer e me levantando também. Sherlock parou na minha frente, não me deixando passar. "Você vai se vestir de homem, pra quê se arrumar tanto?" Perguntou com um sorriso sarcástico no rosto.

Sorri também e o empurrei levemente. "Porque mesmo me vestindo de homem, eu sou mulher, e é isso que as mulheres fazem, demoram a ficar prontas para irritar os homens." Falei indo para o meu quarto.

Mexi no armário onde estavam meus ternos e depois de 10 minutos consegui achar algo apresentável para usar. Um terno com uma calça preta e uma gravata azul e dourada. Amarrei meus seios (Deus, isso incomodava mais do que um corset) e me vesti. Logo ouvi Holmes batendo na porta.

A abri e ali estava um Sherlock bem arrumado, usava um terno parecido com o meu, só que cinza e usava perfume, muito bom por sinal. Ele entrou e sentou-se na cama. "Vai demorar muito pra ficar pronta?" Perguntou.

Me sentei ao seu lado colocando um par de meias e colocando os sapatos, o mais devagar possível somente para irritar Holmes. Este bufou, e me puxou pela perna, fazendo com que eu caísse deitada na cama, e começou a amarrar os cadarços o mais rápido possível. Comecei a rir e quando ele terminou, baguncei seus cabelos, que estavam penteados para trás com gel, os deixando desarrumados como de costume.

"Prefiro assim." Falei saindo do quarto e descendo as escadas rapidamente. Ao chegar até o cabideiro ao lado da porta, peguei uma cartola preta que certamente pertencia a John e a coloquei. Holmes apareceu do meu lado e abriu a porta, dando um passo para o lado para que eu passasse. Saí e me curvei agradecendo.

"Oh, muito obrigado meu caro." Falei fazendo a melhor voz masculina possível. Sherlock riu e saiu logo depois de mim. "De nada meu amigo." Falou entrando na brincadeira e fez sinal para que uma carruagem parasse para nós. Assim que entramos Sherlock deu as instruções para que fossemos levados à ópera.

Comecei a olhar a paisagem, e após 5 minutos eu estava reconhecendo a vizinhança. Estávamos em Whitechapel. A carruagem virou em uma rua e logo senti um aperto no coração.

À direita estava o Proud Cabaret e pude ver Will varrendo a calçada. Como eu queria sair daquela carruagem e o abraçar, dizer que eu voltaria pra lá. Mas não podia. Apenas abaixei a cabeça e me distanciei da janela.

Sherlock então passou o braço pelos meus ombros, me reconfortando. Ficamos assim até chegarmos em nosso destino. Ao saírmos da carruagem, alisei o meu terno e arrumei minha postura. John e Mary já se encontravam em frente ao teatro esperando por nós, logo nos juntamos a eles.

"Olá, está uma bela noite não é?" Perguntei fazendo uma voz grossa. John riu e Mary me olhou curiosamente. "Cordelia? É você mesma? John me contou sobre seu...desfarce." Perguntou me segurando pelos ombros e fazendo-me girar. Fiz que sim com a cabeça.

"O que acha? Pareço com um homem?" Perguntei esperançosa. Ela riu e arrumou minha gravata. "Sim, parece! Se eu não soubesse que era você, nunca teria reconhecido".

Me senti muito melhor, pelo menos estava dando certo. Sherlock deu um passo à frente e apertou a mão de Mary, que o olhou com certo...nojo.

"Bom, vamos entrar? O espetáculo já vai começar." Falou John mudando de assunto rapidamente antes que houvesse uma briga. Entramos e nos sentamos, acabei ficando entre Sherlock e Mary.

O resto da noite correu bem, uma vez ou outra Sherlock tinha que me dar um toque para que eu não cruzasse as pernas, mas foi somente isso. Quando saímos do teatro, fomos abordados por um senhor baixinho e gordinho com um bloquinho na mão.

"Olá senhores, Desculpe incomodar, sou Edwin Collins, editor do The Daily Telegraph e gostaria de fazer algumas perguntas sobre o novo caso do senhor Holmes, o caso do Jack the Ripper" Falou pegando um lápis no bolso do paletó e começando a escrever no bloquinho.

"Hum.... não acho que seja uma boa ideia, não no momento. Deve perguntar ao Inspetor Lestrade antes, somente depois poderei dar informações sobre o caso" Falou Holmes se virando e fazendo sinal para uma carruagem, o homenzinho o seguiu e começou encher ele de perguntas, puxei Edwin pelo ombro e o olhei de uma forma ameaçadora.

"Ele disse que não, por acaso não ouviu?" Falei entre dentes. Edwin arrumou o paletó e sorriu debochadamente. "Posso saber o seu nome e quem é?" Perguntou. Sorri também, de uma maneira bem falsa. Tive que pensar rápido. "Levi Phillips. Sou primo do John" Respondi. Sério Cordelia? Levi? Da onde você tirou esse nome?

Edwin riu novamente, fechou seu bloquinho e o guardou junto com o lápis. Antes de ir embora, esbarrou em mim de propósito e cochichou no meu ouvido "É melhor tomar cuidado com essa boca senhor Phillips" foi embora rindo baixinho.

Entrei na carruagem seguida de Sherlock, John e Mary. "Nossa, o que deu em você?" Perguntou John. "Ele estava sendo incoveniente, apenas o espantei" Falei dando de ombros. John continuou me olhando por alguns segundos e depois desviou o olhar.

Eu hein, cara estranho. A carruagem parou em frente à casa de Mary e ela saiu, se despendindo de nós. Continuamos os três à caminho de casa.

Ao chegarmos, a primeira coisa que fiz foi me jogar no sofá em frente à lareira. Quando eu estava quase pegando no sono, algo muito pesado se jogou em cima de mim. Era Holmes.

"Seu gordo! Sai de cima, não viu que eu estou aqui em baixo?" Perguntei tentando o empurrar, e eu falhei miseravelmente. "Eu te chamei, você não ouviu. E mesmo que tivesse ouvido, tenho certeza que não levantaria, então sentei mesmo assim. E eu não sou gordo" Falou se ajeitando para que estivesse sentado em cima da minha barriga. Eu estava ficando praticamente sem ar.

"John, você não vem me ajudar?!" Perguntei com esforço. Este apenas riu e voltou a ler o seu jornal. Grande ajuda...Ok, agora eu estava ficando sem ar. Apenas fiz o que qualquer pessoa sensata faria. Puxei os cabelos de Holmes o mais forte que pude até ele cair no chão de dor.

"Ai! Sua maluca pra que fez isso?!" Gemeu rolando pelo chão agarrando a cabeça. Apenas me levantei e me abaixei ao seu lado. "Pra você aprender a obedecer quando falam não pra você" Disse e depois me direcionei para o meu quarto. Eu estava chateada.

Coloquei minha camiseta de dormir e dobrei minhas roupas usadas. Fiz uma pilha com elas e fui até a lavanderia deixá-las com a Senhora Hudson para que ela as lavasse. Ao chegar no fim das escadas, encontrei Sherlock com a cabeça baixa.

"Posso falar com você, é sério." Ele falou indo para a sala. O segui e me sentei no divã, Sherlock se sentou na poltrona à minha frente. "Já estou me acostumando com as suas conversas. Pode falar"

"Me desculpa, por ter sido infantil e ter me sentado em cima de você. Realmente machucou?" Perguntou passando a mão pela parte de trás do pescoço.

"Nossa, Sherlock Holmes pedindo desculpas? Que milagre! Por acaso John mandou você vir se desculpar?" Perguntei sem acreditar no que via. Ele realmente pediu desculpas?

"Não, não foi John. E é melhor não se acostumar com meus pedidos de desculpas, essa será a única vez que você irá ouvi-los." Disse torcendo os lábios. Ri de sua expressão. " Na verdade só está um pouco dolorido. E me desculpa por puxar seus cabelos, ainda está doendo?" Perguntei. Sherlock riu e massageou a cabeça.

"Ah, dor de cabeça, nada demais." Falou se encostando na poltrona e massageando mais ainda a cabeça. Puxei sua mão e o fiz sentar no divã ao meu lado.

Me deitei e o puxei para que ele deitasse entre minhas pernas e apoiasse a cabeça na minha barriga. Comecei a massagear sua cabeça.

"Dor de cabeça pode ser muito incômoda, ainda mais pra você que pensa o tempo inteiro. Já estou acostumada com isso. As meninas do cabaré sempre ficavam de ressaca com dor de cabeça, e eu era a massagista" Falei passando as mãos por seus cabelos negros.

Sherlock suspirou e falou "Minha mãe costumava me fazer massagens quando eu tinha dor de cabeça" afastei minhas mãos de sua cabeça "Quer que eu pare?" "Please, don't" Respondeu e logo murmurou algo que eu não pude entender pois bocejou no meio da frase.

Comecei a cantarolar uma música que minha mãe cantava pra mim quando eu era pequena, logo os olhos de Sherlock se fecharam e ele adormeceu.

Continuei acariciando seus cabelos e logo eu estava me sentindo meio sonolenta também. O dia havia sido cansativo e eu estava me sentindo um trapo. Logo eu encostei minha cabeça e viajei para o mundo dos sonhos.


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Notas finais do capítulo



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