I Trust You escrita por Swann


Capítulo 1
único


Notas iniciais do capítulo

Ps: Essa OneShot é um pedaço do episódio 12. Aquele que está eles dois conversando de noite. Eu apenas mudei para como eu queria que fosse.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/42322/chapter/1

 

Chovia constantemente naquela noite sombria e as coisas estavam cada vez piores. Apenas sobraram o Tenzen, Akegino, Koshiro e Oboro dos Iga, pois provavelmente Hotarubi e Nenki estariam mortos há essa altura... ou quase. Jingoro fazia alguns barulhos irritantes enquanto dormir, mas todos já estavam acostumados com aquilo, mas o barulho era tão insistente que acabou acordando Akegino, que abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi Oboro dormindo, inquieta, bem na sua frente. Ela virou-se e sentou, olhou em volta e notou uma cama vazia, então levantou-se e saiu da casa, fechando a porta em seguida.

Tenzen abriu os olhos, mas a ignorou, voltando a dormir. Ela se encolheu e enfrentou a chuva.

 

Koshiro estava sentado numa pedra bem próxima a um córrego, utilizando seu ar para fazer pequenos vácuos, que espalhavam a água, fazendo com que ela batesse de encontro à seu rosto.

 

“Na época, nem a princesa Oboro se intrometia entre nós. Perdi para aqueles olhos hipnóticos. Ele é humano ou é demoníaco?” – Dizia em mente, pensando em quando lutou com Genosuke de Kouga.

 

Ele apertou um dos braços com a mão e murmurou coisas inaudíveis. De repente ele ouviu o barulho da água agitada.

 

- Quem... Quem é? – Ele perguntou, mas não obteve resposta. Abraçou os próprios braços, tentando se manter na defensiva de algum modo. – “Tem alguém atrás de mim. Quem é? Quem é? Quem é?” – Ele dizia mentalmente e de repente o rosto de várias pessoas veio à sua cabeça. Gyoubu? Saemon? Hyouma? Kagero? Genosuke?

 

Assustado, ele pôs a mão em uma de suas kama (pequena foice que ele tem) e avançou para cima da pessoa que estava atrás de si. A derrubou no chão e apoiou uma das mãos um pouco abaixo do pescoço e ficou com o objeto parado no ar, pronto para atacá-la.

As mãos de Akegino seguraram o braço dele e arregalou os olhos de uma forma triste.

 

- Se-Senhor Ko...Shiro? – Ela pronunciou, assustada, mas ele não se moveu. Seus dentes pressionados de forma feroz. Ele deu um pulo para trás, mas pisou em falso numa pedra, caindo no córrego. – Senhor Koshiro! – A mulher correu até lá e se ajoelhou na água rasa, que passava por suas pernas, terminando de molhar seu quimono.  Ela apoiou uma das mãos no peito dele.

- Descontente... Estou descontente – ele mordeu o lábio, fazendo escorrer o sangue. Akegino levou a mão até a nuca dele e levantou seu corpo, levando-o de encontro a seu corpo. Ela o abraçou na altura da cabeça, fechando os olhos. Com o abraço Koshiro relaxou e desprendeu o lábio.

 

Ficaram alguns minutos assim e depois ela o ajudou a sair dali. O levou para sentar numa pedra e sentou-se na que estava ao lado. Ficaram em silêncio até que ela o quebrou.

 

- Vamos voltar... – Ela levantou e ele fez o mesmo logo em seguida. – Mas cada um para um lado. – Ele voltou a sentar e ela sorriu de leve. Assim que ela se virou, a flauta de Genosuke caiu no chão.

- Algum problema? – Ele indagou ao ouvir o som. Ela abaixou e a pegou.

- Não é nada. – Deu uma pausa. – Senhor Koshiro, o que o senhor acha da senhorita Oboro? O Kouga Genosuke quer fazer as pazes com os Igas e se unir à senhorita Oboro, mas a senhorita Oboro, ela devia tomar uma decisão e esquecê-lo. Esse é o desejo dos Igas e é o meu desejo também como mulher, sabe? Olha, eu sinto muito, mesmo, pela senhorita Oboro, mas para ela esquecer o Kouga Genosuke...

- Como se fosse possível – ele a interrompeu. – Se não fosse por ela... Eu não estaria nesse estado deplorável.

- Não fale assim – Akegino protestou. – Ela nunca quis seu mal, não foi de propósito.

- Desculpa...

 

Ele tentou apontar para a pedra ao lado, mas acabou apontando para outra direção. Akegino entendeu e sorriu, voltando a sentar ao seu lado.

 

- Senhorita Akegino... – Ela o olhou. – Quero que prometa que você protegerá a senhorita Oboro com a sua vida.

- Protegeremos juntos – ela disse, triste.

- Não durarei muito tempo nessas condições, senhorita Akegino – ele esticou o braço na direção onde ela estava. Ela olhou para a mão dele procurando-a e a segurou, envolvendo-a com as duas mãos e a apoiando sobre sua coxa.

- Você não pode dizer uma coisa dessas! – Exclamou, apertando as mãos contra a dele.

- Mas é a verdade – sorriu tristemente.

- Para! – Ela fechou os olhos, segurando as lágrimas. – Deixe-me ser seus olhos e protegê-lo, senhor Koshiro... – uma lagrima escorreu por seu rosto molhado.

- Não posso deixar que você faça isso – Akegino o olhou e notou que ele estava pronto para morrer. Isso não podia acontecer jamais!

 

Ele ouviu um soluço abafado e reparou que ela estava chorando, ou ao menos tentando segurar o choro.

 

- Por-Por favor, senhor Koshiro – apertou ainda mais as mãos contra a dele e pressionou os olhos. Koshiro estendeu a outra mão e procurou pelo rosto dela, quando achou, ele o apalpou para tentar lembrar de como era belo o rosto da dama. Apesar que ele o tinha intacto em sua mente. Desajeitado, ele levou os dedos até os lábios dela, que fechou os olhos, sentindo-o.

- Eu queria vê-la mais uma vez, senhorita Akegino... – Tirou a mão do rosto dela. Ela estava corada.

- Só tente me imaginar como estou agora.

- Vou tentar... – Parou por segundos e refletiu, fazendo com que ela ficasse curiosa. - Você está ensopada! – Exclamou e ela riu.

- Já que você já está me vendo, tente me sentir... – seu rosto ruborizou ainda mais. Notou que ele tentou virar o rosto para a direção dela, mas ela já não estava mais ali. Curvou o corpo e, com as duas mãos, virou a cabeça dele para o lado correto; aproximou seu rosto lentamente e encostou seus lábios nos dele.

 

Ela pensou que ele a afastaria, mas não, ele a puxou para mais perto e a sentou em seu colo. Separaram-se.

 

- Sentiu? – Ela sorriu.

- Ainda não, tenta de novo? – Ela riu, não esperava essa reação, mas o beijou novamente, envolvendo sua língua na dele e o acariciando a nuca.

 

Ficaram abraçados por alguns minutos, pois algo dizia a eles que aquele momento poderia ser o último.

 

- Quero que prometa que você não vai se deixar abater quando eu partir... – Ela enterrou a cabeça no peito dele e começou a chorar. – Ei, não chora – falou de um jeito meigo ao ouvir os soluços dela e seus braços trêmulos o abraçando. – Vamos entrar, você vai pegar um resfriado – ambos levantaram.

- Eu guio você – ela disse, pegando em sua mão.

- Não, eu consigo ir sozinho – ele a puxou e a pegou no colo.

- Eu confio em você – sorriu e beijou seus lábios.

 

Fim.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Trust You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.