Escrito Nas Estrelas escrita por Bárbara Sousa


Capítulo 5
Capítulo 5




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NewBury, 1995

Mabel havia sentido uma leve pontada em sua barriga. Não sabia o que era, mas achou que era apenas uma dor passageira. Coitada...

Mabel foi para casa, chorando. Pois havia saído do medico, que disse a ela que era estéril, ou seja, não poderia ter filhos nunca.

Quando chegou em casa foi direto para o banheiro e se trancou lá, estava com vergonha de seu marido.

Quando se casaram tiveram planos de terem dois filhos: um menino e uma menina.

Mas agora, estava tudo acabado. Sentia como se fosse inútil a humanidade.

Dentro do banheiro chorou, chorou, chorou até não ter mais fôlego. Seu marido foi até a porta do banheiro e bateu com seu dedo e disse:

- Esta tudo bem?

Mabel olhou em direção a porta. Tentando falar algo sem parecer que esta chorando, disse:

- Sim.

- Quer conversar? – disse ele com uma voz meiga.

- Não. Esta tudo bem. – disse ela limpando o nariz com o dorso da mão –

- Eu só estou pensando. Eu já vou sair. Me de mais um minuto. – continuou ela.

- Eu te amo. Independente do que aconteça.

- Eu também te amo.

Ela saiu de frente à porta e deixou-a. Depois de se certificar que seu marido não estava mais de frente à porta, voltou a chorar.

No outro dia, ela se levantou da cama e viu que seu marido ainda estava dormindo. Ela o olhou com um olhar de ternura, se levantou e foi tomar banho.

Por causa do barulho do chuveiro, seu marido havia acordado. Ele ficou em frente à porta e ouviu sua mulher chorando. Ele entrou, desligou o chuveiro, ajudou-a a se secar e colocou uma roupa nela. E a sentou na cama. Ajoelhado na sua frente, disse:

- O que aconteceu? – disse ele com uma voz meiga.

- Eu sou inútil... – respondeu chorando.

- Como assim? – disse confuso.

- Eu não posso...

- Não pode o que?! – disse ele.

- Não posso... Ter filhos.

Após dizer isso, ela começou a chorar mais. Ele se levantou, se sentou ao seu lado. De modo que sua cabeça estava em seu peito.

- Você não devia ter uma mulher assim?! – continuou ela.

- Mabel olha pra mim!

Ele levantou sua cabeça e a fez olhar para ele.

- Eu te amo. Não importa se você pode ou não ter filhos. Você é a coisa mais importante pra mim. Eu te amo... E sempre vou te amar!

- Eu te amo muito! – respondeu ela.

Uma semana depois

Mabel havia superado seu problema. Ela não tocava no assunto e seu marido respeitava isso. Ela dizia que estava bem. E para ele, era o suficiente.

Três dias depois, Mabel percebeu que havia algo errado. Sua menstruação estava atrasada uma semana. Ela nem havia se dado conta do atraso.

- Será que eu estou... – pensou ela.

- Não! Não estou! Eu não posso ter filhos, em hipótese alguma! – continuou a pensar.

Ela correu até a farmácia mais perto e comprou um teste de gravidez... E deu positivo.

Ela ficou pasma. Ela era estéril não era? O que iria dizer á seu marido? Que era um milagre? O que ele iria dizer a respeito dela?

Ela foi para casa, em estado de choque. Estava pensativa, nervosa e quieta.

Ela entrou em casa, sem dizer uma palavra. Seu marido, sabia quando estava acontecendo algo de errado.

- Esta tudo bem?

- Sim. Por quê? – perguntou ela nervosa.

- Porque você não disse uma palavra, desde que entrou em casa.

Ela não queria dizer a ele a verdade... Mas era a coisa certa a se fazer... Certo?

- Eu não sei como te dizer isso...

Ele não disse nada, só queria que ela continuasse a contar.

- Mas...

- Mas o que?! – disse ele, já sem paciência.

- Eu... Eu...

- Fala logo! – disse gritando.

- Eu estou... Grávida. – disse ela olhando para o chão.

Ela levantou seus olhos e o observou. Sentiu uma tensão pesada ao cair sobre o teto de sua casa. Primeiro, ele deu uma risada forçada. Mas percebendo que era sério, ele disse gritando:

- O que?!

- Eu estou...

- Eu escutei! – disse, interrompendo-a.

- Só não consigo acreditar!

Ela não respondeu.

- A não ser que...

Ele colocou a mão na cabeça. Lembrou-se de que ele também havia feito o exame. Ele sabia o que realmente havia acontecido: na verdade, ele era estéril e ela havia o traído.

- Você me traiu! – disse ele gritando.

- Eu nun...

- Cala a boca! – disse gritando e a interrompendo.

- Quer dizer, que eu sou estéril. E você me traiu.

- Amor, eu nun...

- Cala a boca! Sua vagabunda!

Ela olhou para baixo e começou a chorar baixinho.

- Você me traiu Mabel. Como pode fazer isso comigo?! Eu te amei, eu te amava.

Após dizer isso, ele começou a chorar mais de ódio do que por tristeza.

- Você se deitou com outro homem! Sua vadia!

- Eu nunca te trairia! Eu jamais faria isso com você! Eu não sei como estou grávida... Mas só estou.

- Cala a boca! Sua vagabunda imunda!

Ele virou as costas. E com um tom sóbrio, disse:

- Até essa coisa dentro de você nascer... Você não vai se dirigir uma palavra se quer a mim.

Ela começou a chorar e disse:

- Esta bem. – disse de cabeça abaixada.


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