Infinite Arms escrita por Stardust


Capítulo 6
Apenas pelo trabalho


Notas iniciais do capítulo

Mesmo que ninguém esteja lendo, vou postar kkkk



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– Cinco dias nesse apartamento com você. – Fabrizio falava indignado.

Olhei-o como se dissesse para que calasse a boca.

– Não acho que eu vá te suportar. – disse enquanto abria a porta.

Fabrizio estava prestes a falar algo, mas como eu, ficou parado ao ver o quarto.Surpreendi-me com aquilo. As paredes eram de um tom cinza claro e a parede onde a cama estava encostada era de um bege com detalhes dourados. Para quebrar o claro do quarto, havia móveis de um tom quase preto, um espelho oval, abajures pretos nos dois lados da cama e incríveis detalhes que me deixava maravilhada.

– Esse lugar é incrível. - disse entrando e colocando minha mala em cima da cama bege com dourado. - É uma pena ter que dividir com você. - falei e Fabrizio tacou em mim uma almofada que havia pegado na poltrona que estava no canto do quarto.

– Tome sua almofada real. - riu.

Andei até o banheiro ignorando-o. Também era um lugar elegante e maior do que o que eu tinha costume em ter em meu apartamento.

Voltei ao quarto e me deparei com Fabrizio observando um móvel alto cheio de divisões. Em cada divisão tinha algo diferente. Livros, globos, filmes, miniaturas de monumentos. Mas Fabrizio parecia observar atentamente os brasões que estavam em maior quantidade. Sem ver que eu o observava, sorriu ao olhá-los. Tive curiosidade em saber o motivo daquele sorriso breve, mas fiquei calada. Perguntar não adiantaria nada e ele até ficava bonito com um sorriso sincero e espontâneo no rosto.

Voltei para perto das minhas malas e comecei a colocar minhas roupas no guarda-roupa. Quando acabei mal havia espaço para colocar outra coisa lá dentro e isso me espantou levando em conta que o guarda-roupa era grande.

– Se vai dividir quarto comigo acho bom deixar pelo menos um espaço. - ouvi Fabrizio atrás de mim.

– Tarde demais. - virei as costas e saí andando.

– O que quer dizer?

– Não tem espaço, está vendo?

– Sério, senhorita óbvia? Arrume um jeito. Eu não sei se você sabe, mas também uso roupas.

Balancei a cabeça, tentando não rir. Levei as mãos na cintura e pensei em algo para dizer.

– Coloque as peças mais importantes no pequeno espaço que tem aí. O resto deixe na mala.

– Vai querer andar por aí com um cara amarrotado?

Revirei os olhos.

– Cinco dias. Depois ninguém mais vai saber quem somos nós.

Aproximei da imensa janela e observei lá embaixo as pessoas andando. Ao longe avistei o coliseu, mas minha atenção foi levada para um grupo de pássaros que cantavam logo acima do prédio. Só assim percebi que nosso apartamento era o mais alto. "Nosso". Suspirei. "Apenas pelo trabalho.".

Estava prestes a perguntar para Fabrizio se ele queria sair para comer, mas quando olhei para trás ele não estava ali mais. Ouvi o barulho do chuveiro ligando e senti uma pontada de arrependimento por não ter pensado em tomar um banho antes. Desisti da ideia de comer e me perguntei porque iria chamar ele. Deitei na confortável cama e fechei meus olhos. Não precisava dormir, apenas descansar.

*

Abri os olhos e levei susto ao ver que a escuridão tomava conta do lugar. Olhei para os lado com dificuldade tentando achar uma luz para me guiar até o interruptor, mas a única luz era a vinda da lua.

Andei até perto da porta e liguei a luz. Inicialmente senti meus olhos arderem e logo me arrependi por ter dormido tanto, mas agora me sentia mais relaxada, a não ser pela fome que corroía meu estômago.

Procurei por Fabrizio, mas ele não estava no quarto. Caminhei até o banheiro, tirei minha roupa e tomei um banho. A água quente caía pelo meu corpo e eu pensava no trabalho. Pensava em como conseguiríamos achar as obras, em como seria na festa e até mesmo no destino do nosso trabalho. Mas o que mais me preocupava era que nas últimas horas havia usado o verbo no plural mais vezes do que o necessário.

Desliguei o chuveiro interrompendo meus pensamos e me enrolei em uma toalha branca com cheiro de erva-doce. Abri a porta do banheiro ao ver que havia esquecido de pegar roupas e saí enquanto desprendia meu cabelo que pro sorte não havia molhado.

Dei dois passos para perto do guarda-roupa, mas parei ao ver alguém se fechando a porta. Tentei voltar rápido para o banheiro mas era tarde de mais.

– Fabrizio! - gritei brava, mas ele entrou no quarto mesmo assim.

Observei-o me olhar discretamente enquanto eu o fitava brava.

– Me desculpe, senhorita estresse. - riu.

– Não estou estressada! Estou apenas... sem roupa.

Olhou diretamente no meu rosto, evitando olhar para meu corpo.

– Só vim te acordar para jantar, mas já que está ocupada, acho que vou sozinho.

– Quer parar de agir como uma criança?

Fabrizio ficou calado e colocou as mãos nos bolsos do sobretudo que usava. Ele parecia mais atraente ainda daquele jeito, mas eu não deixava de ficar constrangida, afinal, ainda estava de toalha em um quarto com um homem que não era meu noivo.

– Vire. - disse.

– Como?

– Preciso me trocar.

Sem dizer nada, se virou. Me certifiquei mais uma vez de que ele não me olhava e só assim peguei uma roupa para usar. Coloquei uma um vestido de renda bege e sapatos pretos e mesmo assim tinha medo de que minha roupa não fosse suficientemente elegante. Passei maquiagem fraca nos olhos e batom vinho nos lábios.

Já estava pronta e Fabrizio continuava virado. Ele olhava para a mesma estante que vi-o observar mais cedo.

– Estou pronta. - falei passando um perfume com cheiro de rosas.

Fabrizio se virou, mas ficou sem dizer nada, apenas me observando.

– O que foi? Não está bom? - olhei para a minha roupa.

– Não, não é isso. - engoliu a seco.

Esperei-o falar algo.

– Vamos, estou com fome. - sorriu e virou as costas.

Acabei seguindo-o sem entender sua reação.


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Notas finais do capítulo

Se alguém estiver aí, avise por favor )=