Infinite Arms escrita por Stardust
Notas iniciais do capítulo
Vou tentar postar com frequência agora
Acordei no dia seguinte com meu celular tocando. Abri os olhos com dificuldade e senti o calor fraco do sol da manhã batendo na minha pele. Ainda estava deitada no tapete confortável e não tinha vontade de sair de lá. Olhei para Fabrizio do meu lado. Seus cabelos negros bagunçados como sempre e o sono pesado o consumindo.
Acabei me levantando, mas antes de chegar até a mesinha, tropecei na cadeira que estava por lá. Emiti um gemido abafado e tentei segurar meu pé, tentando afastar a dor e a raiva pelo barulho e além de tudo, acabei acordando Fabrizio.
– Sinto muito por te acordar. – ainda sentia a dor horrível dos dedos. – Sinto mesmo.
– Não tem problema. – ele sorriu. – Está bem?
– Dói. Muito. – disse andando para perto do celular antes que desligassem.
– Meg?
Peguei o celular e li o nome de Alan na tela.
– Alan. – disse olhando-o antes de atender. Percebi no seu olhar uma pontada de decepção, mas ele tentou parecer normal com aquilo.
– Melhor atender antes que ele desligue.
Aquelas palavras, de algum modo, pareceram um balde de água fria. Atendi ao telefone e levei-o na orelha.
– Alan.
– Bom dia, amor!
– Bom dia, como anda as coisas por aí?
– Estou tentando arrumar algumas coisas do casamento, mas você sabe, sou muito ocupado... acho que você deveria voltar e ajuda. Estou sentindo sua falta.
– Também sinto a sua. – disse sem animação.
Observei Fabrizio deitado de barriga para cima no tapete. Seu braço direito estava pousado sobre sua testa e ele parecia enjoado com aquela conversa.
– Estará logo aqui?
– Precisava falar com você sobre isso. O tempo ainda é indeterminado. Não sei quando volto. – esperei-o ficar nervoso ou algo do tipo.
– Sinto muito por isso. – “sinto muito?”, pensei. “Sinto muito é o caramba.”
– Sente? – falei brava, mas sem tentar demonstrar.
– Sinto, mas entende.
– Entende? – tive vontade de desligar na sua cara. – Alan, tenho que desligar.
– Espere. Esse tal de Fabrizio... está aí?
– Não, ele não fica muito aqui. Está trabalhando muito. – fui irônica, mas ele não notou. O fato de eu estar mentindo não me incomodava nem um pouco, afinal, Alan sempre falava tanto que estava cheio de trabalho.
– Acho bom ele não chegar perto de você. – riu como se fosse engraçado.
– Eu realmente tenho que desligar.
– Ok, te amo.
Desliguei, colocando com raiva o celular na mesa. Fabrizio me olhou com dúvida.
– Ele me faz perder a paciência! – estava realmente brava.
Abri a porta do apartamento e saí de lá do jeito que dormira. Com short branco e uma camiseta do Capitão América saí pelas ruas de Roma sem rumo algum. O ar frio de lá de fora me deixava completamente calma. Olhei no relógio. Seis horas da manhã. Alan havia me acordado tão cedo para me tratar daquele jeito “está tudo bem o fato de você estar muito longe com outro homem”.
Balancei a cabeça enquanto passava perto de um grupo de turistas. Talvez eu estivesse estressada e não o mundo tão errado.
*
Voltei para o quarto com uma sacola cheia de bolinhos de diferentes sabores. Fabrizio estava lendo um livro quando cheguei e me olhou tentando ver se eu estava nervosa ou não, mas eu me sentia bem melhor.
– Ele me deixa nervosa às vezes. – justifiquei, sentando-me ao seu lado.
– Você deve estar nervosa por causa do casamento.
Parei para pensar naquilo.
– Não sei, não ando pensando muito nisso.
– E no que anda pensando? – me olhou. Seus olhos verdes me sufocaram.
Olhei para o saco de bolinhos. Estava com fome e daquela pergunta havia feito meu estômago revirar. Eu não sabia ao certo a resposta.
– Nesse momento? Nesses bolinhos. – abri a sacola, fazendo com que ele pegasse um.
– Então, pensa em bolinhos o tempo todo? – voltou ao assunto, rindo.
– Quem sabe...
Peguei um de morango e comi, sentada ao lado de Fabrizio. Poucos minutos depois o saco estava vazio.
– Estou me sentindo de férias. – ele disse.
– Então venha. Vamos andar pela cidade. – levantei e puxei-o pela mão. – Está uma manhã linda lá fora. – sorri.
– Eu acabo não resistindo com você pedindo assim. – riu.
– Ótimo!
*
Andávamos pela rua cheia de flores de árvores. O chão estava realmente colorido. Fabrizio não falava muito e nem eu, mas a sensação era boa.
Ainda estava cedo demais e as poucas pessoas que estavam na rua eram turistas ou atrasados para o trabalho.
Paramos em uma cafeteria e pedimos um café. Bebemos sentados em uma mesa na calçada que possibilitava nossa visão para uma praça. As crianças brincavam por lá e casais apaixonados conversavam um perto do outro.
Observei uma adolescente ruiva com um rapaz do cabelo castanho claro. Eles olhavam timidamente um para o outro e a ruiva sorriu quando o rapaz chegou mais perto. Logo estavam se beijando. O primeiro beijo, pensei. Talvez esse sim fosse o grande beijo. Eles pareciam gostar um do outro e acabei me distraindo demais olhando aquela cena.
– Allie, está aí? – Fabrizio passou a mão na frente dos meus olhos.
– É bonito isso. – falei.
– Isso o que? – olhou para a mesma direção.
– O amor, Fabrizio, ele é bonito.
– Quando não acaba com a gente, talvez.
– Não seja amargo. – finalmente olhei-o. – Você vai se apaixonar um dia, sabe? E vai ser um dia incrível que uma mulher ter o seu amor. Você vai ser bom pra ela e ela vai o amar de volta porque... – parei a frase no meio.
Fabrizio me olhava no fundo dos olhos. Pensei que ia achar aquela história uma baboseira, rir, ou ser amargo. De novo. Mas não o fez. Parecia prestar atenção a cada palavra.
– Porque... – pediu que eu continuasse.
– Porque ela vai ver que a mulher de sorte que se tornou. – completei engasgada.
– Com você falando, as coisas até parecem verdade.
– Mas são. – abaixei o olhar.
Ficamos em um silêncio desconfortável.
– Quer saber? Alan é um homem de sorte.
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Alguém m m m m? uhauhauha