A Vingança De Kammi escrita por MisuhoTita


Capítulo 19
O Mau Pressentimento de Kammi




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Algumas semanas depois...

Kammi acorda, estourando de dor de cabeça, e, sua vontade é de não sair da cama. A claridade do sol, entrando em seu quarto através das persianas, a está incomodando profundamente, mas, não tem vontade nenhuma de levantar para fechar as malditas persianas, bem como as cortinas.

Coloca o travesseiro por cima de sua cabeça, a fim de tentar sufocar essa maldita dor, mas não adianta muito, pois sua cabeça continua dando pontadas como se quisesse explodir. Fica na cama por longos dez minutos, tentando ver se a maldita dor passa, mas nada.

Decide se levantar e vai até o banheiro, onde lava o rosto com água fria e, após lavar o rosto, vai para a cozinha, onde olha para o relógio de parede e vê que já passa de meio dia. Se senta e, sua mãe lhe serve uma caneca de café.

― Está tudo bem, Kammi? – pergunta Georgina – Está com uma cara péssima.

― Estou morrendo de dor de cabeça, mãe. – responde Kammi, levando a caneca a boca e bebendo um gole de café – Há dias estou com esta maldita dor de cabeça que não passa por nada, não importa quantos analgésicos eu tome.

― Está preocupada com algo, Kammi?

― Por que pergunta, mãe?

― Eu te trouxe ao mundo, Kammi, te conheço perfeitamente bem. E, muito embora a vida tenha nos separado por vinte anos, isso não muda o fato de que eu ainda sou sua mãe, e, tenho um sexto sentido no que se refere a você, querida. Toda mãe tem um sexto sentido para com seus filhos, por isso sei que tem algo que te preocupa, e muito. Se não quiser conversar comigo, tudo bem, vou entender. Mas, saiba que quando precisar de alguém, eu estou aqui. Não para te recriminar, mas para te ouvir e te ajudar no que você precisar.

As palavras de Georgina parecem clarear a mente de Kammi, e, ela consegue entender perfeitamente toda esta angústia que vem a acometendo nos últimos dias. E, a razão desta angústia é Belinda, sua filha! É claro! Por que não tinha pensado nisso antes? Ali estava a resposta para sua maldita dor de cabeça e toda a sua preocupação!

Sua filha, que, neste momento a odeia com todas as forças!

E tudo por conta daquela maldita mulher! Tudo por culpa da maldita da Richelle!

― Muito obrigada, mãe. – Kammi se esforça para sorrir – Só suas palavras já fazem com que eu me sinta melhor.

Georgina sorri ao ouvir as palavras da filha, e, se senta ao lado de Kammi, segurando uma das mãos maltratadas de sua filha.

― Sei que desde que você voltou nós duas estamos meio afastadas uma da outra, filha. – continua a mulher – Mas, isso não quer dizer que eu deixe de me preocupar com você, e, muito menos que eu não vá estar do seu lado, em seus momentos de dificuldade.

Se sentindo emocionada com as palavras de sua mãe, Kammi beija a palma das mãos de Georgina, e, em seguida abraça a mãe de forma sincera, como não fazia há mais de vinte anos. Georgina se sente emocionada com a atitude da filha e, não consegue conter uma única lágrima solitária que desce por sua face.

As se desvencilham uma da outra, e Georgina rapidamente seca sua lágrima, para que Kammi não veja. A mais jovem deixa a cozinha e volta a seu quarto, onde pega o celular e liga para o primeiro nome de sua agenda. Não demora muito e Alcir atende do outro lado da linha.

― Alcir. – a voz de Kammi é enfática – Preciso vê-lo o mais rápido possível.

A mulher escuta a resposta do mafioso do outro lado da linha, agradece e desliga o telefone celular, para em seguida abrir seu armário, pegar uma toalha e ir direto para o banheiro, a fim de melhorar um pouco a sua aparência, que está horrível devido à noite praticamente em claro.

Após o banho, volta a seu quarto, onde troca de roupa, colocando uma calça jeans, bota de cano alta preta e uma blusa azul marinho, em seguida, penteia os cabelos, deixando-os soltos. Faz uma maquiagem caprichada, a fim de esconder suas olheiras devido ao sono perdido, passa um perfume e deixa o quarto. Se despede da mãe e, deixa seu apartamento, indo para a entrada de seu prédio e, esperando Alcir de forma impaciente.

Não demora muito e a Captiva do mafioso para na entrada de seu prédio, e, sem esperar que o motorista desça para abrir a porta para ela, abre ela mesma a porta e entra no banco de trás, onde dá um rápido beijo nos lábios de Alcir.

Ao olhar para o rosto de sua noiva, Alcir percebe que ela está aflita com algo e, decide perguntar logo de uma vez:

― O que está te preocupando, Kammi?

Kammi suspira pausadamente, a fim de tentar conter essa grande angústia que toma conta dela há vários dias e que, de um nada, sua mãe deu a ela a resposta para aquilo que tanto a vinha perturbando.

― Belinda. – sua voz se faz ouvir - Há dias eu ando sem conseguir tirar ela de minha cabeça. E, essa noite, não consegui dormir com um mau pressentimento tão intenso que me deixou estourando de dor de cabeça.

Alcir escuta com atenção as palavras de sua noiva, sabendo que, desde o último encontro dela com Richelle, no qual a verdade fora revelada a Belinda, sua bela Kammi ficou emocionalmente abalada. Também não é pra menos, pois ela esperara vinte longos anos por este momento e, tinha plena consciência de que não seria nada fácil.

― Kammi, sei que está aflita, mas, é normal. – Alcir fala com demasiada calma e paciência – Eu sei que é difícil para você, mas, é necessário manter a calma, pois desde o começo eu te avisei que sua filha precisaria de tempo para aceitar tudo o que foi jogado de forma tão dura e cruel na cara dela.

― Eu sei disso. Mas, não é por isso que seu estou assim, Alcir. Estou com um mau pressentimento, como se estivesse adivinhando que algo muito horrível está para acontecer. Sei que é loucura, mas é assim que eu estou me sentindo.

― Se achar Belinda e garantir que ela está bem te fará se sentir, é exatamente isso que nós vamos fazer, minha bela Kammi.

― Obrigada, Alcir. – Kammi se esforça para sorrir.

― Não há o que agradecer, pois por você eu sou capaz de tudo.

O mafioso ordena que o motorista ligue o carro e sigam em frente, rumo à casa de Melody, a fim de terem alguma notícia concreta sobre Belinda.

 

 

*****

 

 

Ao longe, Laureen liga seu carro e, a uma distância segura, começa a seguir a Captiva de Alcir e, ver para onde Kammi vai com este homem. Suas desconfianças acerca da prima não mudaram, e, está disposta a descobrir a verdade, não importa a que preço.

Enquanto dirige, seguindo a Captiva a uma distância que ela considera segura, não deixa de pensar no que fará se suas suspeitas se confirmarem e ela tiver uma prova de que Kammi está realmente por trás de todos os assassinatos dos envolvidos na condenação dela, vinte anos antes.

E, se a prima realmente for a responsável, o que fará? Será que conseguirá ter a coragem necessária para denunciar a prima e manda-la novamente para a prisão? E, dessa vez para o resto da vida dela?

Para esta pergunta, infelizmente, ainda não tem uma resposta. E, a única certeza que ela tem, é que precisa chegar a verdade custe o que custar.

Desde que essa onda de assassinatos de todos os que participaram da condenação de Kammi começou, ela está com isso na cabeça, de que a prima está totalmente envolvida nesses crimes e, o fato de Richelle ser a única pessoa viva dos envolvidos naquele caso só fizeram as suas suspeitas aumentarem.

A única coisa que não entende, é que se for mesmo Kammi que está por trás de todos estes assassinatos, porque ela deixou Richelle viva? Por que? Até onde sabe, a Richelle é a principal responsável pela condenação injusta de Kammi.

Então, se ela quer fazer justiça com as próprias mãos, por que Richelle ainda está viva? Essa pergunta lhe martela a cabeça sem parar e, não ficará satisfeita enquanto não encontrar uma resposta para ela.

Vê a Captiva estacionando em frente a um elegante prédio e para a uma distância razoável, para ver um motorista descer primeiro e em seguida abrir a porta do passageiro para que Kammi e o noivo dela saiam, o que eles fazem sem demora, entrando no prédio em seguida.

Laureen continua apenas a observar e esperar que eles saiam novamente, para continuar com a sua missão de detetive. Irá continuar a seguir Kammi até que toda a verdade seja revelada.

E, seu faro de advogada lhe diz claramente que esta verdade pode vir à tona mais rápido até do que ela mesma possa imaginar.

 

 

*****

 

 

Em seu apartamento, Melody oferece cerveja para Belinda e Alcir e, não deixa de notar a face de pura preocupação de Kammi. Vinte anos de convivência é um tempo demasiado longo para se conhecer bem qualquer pessoa e, por este motivo, ela sabe quando Kammi está bem e quando ela não está.

― O que te preocupa, Kammi? – pergunta a mafiosa.

― Belinda. – Kammi responde sem rodeios – Não sei porque, mas de uns dias para cá, ando com um mau pressentimento. E, esta noite, a coisa foi muito pior, a ponto de me deixar sem dormir e com uma terrível dor de cabeça.

― Sabe que te passo todas as informações que tenho sobre ela. – continua a mafiosa – E, como já cansei de te dizer, ela não pode ouvir seu nome, muito menos o de Richelle. Sente que foi usada por vocês duas em um jogo de vingança e de interesse e que, nenhuma das duas se importa realmente com ela.

― Sei sim. – fala Kammi, a voz triste – Mas não é isso que me tirou o sono, é como se eu estivesse pressentindo que algo muito ruim vem por aí, só não sei exatamente o que.

Melody encara sua amiga e, através de seus olhos, tenta transmitir a ela um pouco de segurança. Tem por Kammi uma amizade verdadeira, que nunca em sua vida imaginou sentir por alguém e, para ela, para a Kammi, ela quer sempre o melhor.

A vida foi injusta e cruel com Kammi e, nada mais justo do que ela cobrar com juros e correção monetária a liberdade que tão injustamente tiraram dela, e, principalmente, a filha, que é o que Kammi mais ama nesta vida e tudo o que ela realmente quer, depois de saber que a justiça foi feita e que a verdadeira assassina do pai da filha dela pagou pelo seu crime.

― Kammi, você quer ir até a universidade da Belinda e ver com seus próprios olhos que ela está bem? – pergunta Melody, a fim de que sua amiga possa se sentir melhor.

― Eu quero sim. – responde Kammi, sem conseguir conter a ansiedade em sua voz.

― Só aconselho, Kammi, a não se aproximar de sua filha. – fala Alcir – Continuo dizendo que a menina precisa de tempo, para que ela consiga processar tudo o que foi dito a ela.

― Não vou me aproximar. – continua Kammi – Só quero ter a certeza de que Belinda verdadeiramente está bem, para que eu possa tranquilizar o meu coração.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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