A Vingança De Kammi escrita por MisuhoTita


Capítulo 15
O Conselho de Sebastian




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Belinda olha perplexa para a estranha que acaba de pronunciar seu nome. Mas, sua perplexidade está no fato da mulher se parecer em demasia consigo mesma. É como se estivesse olhando para um reflexo seu no espelho, porém mais velho. E, para deixa-la ainda mais assustada, esta mulher sabe seu nome e, parece que a conhece de muito tempo atrás, pois seus olhos estão lacrimejados de lágrimas, apenas de olhar para ela.

Assustada, Belinda dá uns passos para trás, a fim de aumentar a distância entre ela e essa mulher que tanto se assemelha a ela no que se refere as características físicas. E, quanto mais Belinda se afasta, mais Kammi dá passos em direção a filha, querendo, acima de qualquer coisa, se aproximar dela.

― Belinda...! – Kammi volta a sussurrar.

― Como sabe meu nome? – a jovem se ouve perguntando.

Kammi quer dizer a ela como sabe, dizer a ela que é sua mãe e que por este motivo fora capaz de reconhece-la no momento em que a viu. Porém, Alcir toma o comando da situação e a puxa, fazendo com que ela se afaste da filha, que corre em disparada pala longe dos dois.

Kammi quer seguir a filha, lhe dizer quem é, poder olhar para ela e ver o que foi que ela perdeu ao longo de vinte anos, mas, Alcir continua a segurar o segurar o seu braço, impedindo que ela siga a filha.

― Não, Kammi! – a voz do mafioso se faz ouvir – Será um erro ir atrás dela. Ela não sabe quem você é.

As palavras de Alcir fazem Kammi retomar a razão e, ela sabe que ele está certo. Embora seu coração queira, mais do que qualquer outra coisa, ver a sua filha, a razão lhe diz que ainda chegara o momento certo de dizer a Belinda que ela é sua mãe.

― Tem razão. – a voz de Kammi é demasiado triste.

Alcir abraça Kammi e, os dois voltam para o apartamento dela e, durante todo o trajeto, a bela mulher não é capaz de proferir uma única palavra, e, seus pensamentos são todos povoados por lembranças dolorosas de sua gestação e do seu parto e, principalmente, do momento em que Belinda fora tirada de forma tão bruta de seus braços de mãe. Dias depois, descobrira que a maldita Richelle conseguira a guarda de Belinda e, aquele amargo dia, fora o último em que derramara uma lágrima, e, daquele dia em diante, prometera que nunca mais na vida iria derramar uma lágrima e, não será agora que irá quebrar essa promessa.

Chegam a seu apartamento e, Alcir pega em sua bolsa as chaves, abre a porta, faz com que ela se sente em um sofá da sala e, vai até a cozinha, abre o armário, pega um copo para em seguida enche-lo com água da geladeira.

Vai até a sala e entrega a água a Kammi, ainda sem dizer uma única palavra.

― Obrigada. – agradece a mulher.

― Está melhor? – a voz do mafioso é genuinamente preocupada.

― Estou, obrigada. – responde Kammi – Você deve ter me achado uma boba, não é mesmo, Alcir?

― Ao contrário, minha bela Kammi. Te achei corajosa, pois, em seu íntimo, você sabe que a menina não acreditaria se chegasse e dissesse que é a mãe dela. É preciso coragem para tomar as decisões certas e, o que você fez hoje só fez com que minha admiração por você crescer ainda mais.

Kammi fecha os olhos e, imediatamente, a imagem de Belinda vem a sua mente, fazendo com que o ódio que ela sente por Richelle cresça ainda mais, pois, foi por culpa desta maldita mulher que não pode acompanhar o crescimento de sua filha! Por culpa desta maldita mulher, sua vida fora totalmente destruída! Por culpa desta maldita mulher, sua filha a viu como uma completa estranha! Richelle lhe tirou tudo é, é mais do que justo que tire tudo dela também, inclusive, sua própria vida!

A bela mulher abre os olhos e, seu olhar encontra-se com o de Alcir, fazendo com que ela encontre compreensão no olhar do mafioso.

― Está mais calma? – a voz do homem se faz ouvir.

― Estou. – responde a mulher – Embora eu deva te confessar uma coisa, Alcir.

― E o que seria?

― Este encontro com Belinda só fez meu ódio por Richelle aumentar! Eu quero a minha filha de volta, e, eu só vou conseguir isso no dia em que Richelle for totalmente destruída! E eu não vou parar enquanto não tirar pessoalmente a vida desta maldita mulher!

― É assim que se fala, Kammi! E, se me permite um conselho, tente se aproximar do seu clone de olhos claros aos poucos, sem assustar a menina. Lentamente, vá ganhando a confiança dela e, quando o momento chegar, faça a própria Richelle confessar quem ela é, para que ela possa ouvir da boca de Richelle quem é a assassina do pai dela!

― Clone de olhos claros?

― Minha bela Kammi, sua filha é exatamente a sua cara quando nos conhecemos, vinte anos atrás.

As palavras de Alcir levantam Kammi e, seus lábios se curvam em um sorriso que deixa Alcir louco e o mafioso começa a sentir em seu interior a luxúria aumentar, pois, seu desejo, é possuir novamente esta maravilhosa mulher novamente.

Porém, seu celular toca, o que o obriga a voltar sua atenção para o aparelho. Olhando no identificador de chamadas, Alcir vê que é um de seus homens de confiança e, imediatamente, atende ao telefone.

― Pode falar. – a voz do mafioso ecoa ao atender o telefone, ele escuta atentamente o que seu empregado tem a dizer e, um sorriso extremamente cínico cruza os seus lábios – É mesmo? Tem gente que não sabe a noção do perigo. Pode matar!

E, após dizer estas palavras, Alcir desliga o telefone, voltando sua atenção para sua bela Kammi.

― Era algo importante? – questiona Kammi.

― Nada muito relevante. Uma formiga se envolvendo em assuntos de leões.

Imediatamente, Kammi compreende as palavras do mafioso. E, já até sabe do que ele está falando. Sorri, pois em breve, alguém terá uma desagradável surpresa.

― Eu amo quando leões esmagam formigas. – fala Kammi.

― Imagino que sim. E, ao meu lado, com todo o meu poder a seus pés, você é uma poderosa e invencível leoa.

― Eu já me sinto uma leoa!

― Pode ser mais do que isso, se quiser, eu posso te transformar em uma rainha, ou pelo menos, a rainha da minha máfia.

― E o que eu preciso fazer?

― Apenas aceite se casar comigo, e comandará a máfia a meu lado!

As palavras de Alcir não surpreendem nem um pouco Kammi, pois, sabia que um dia, o homem lhe faria essa proposta. E, desde que saíra da prisão e começara a sua vingança, imaginava que Alcir, mais cedo ou mais tarde, faria tal pedido, pois, ele sempre deixou bem claro o quanto a desejou.

― Eu aceito. – responde Kammi – Eu aceito ser a sua esposa, Alcir.

Um belo sorriso brota nos lábios do mafioso ao ouvir as palavras de Kammi e, sem pensar, ele a toma em seus braços e a beija de forma possessiva, um beijo repleto de desejo e luxúria.

Se beijam de forma faminta por vários minutos, apenas saboreando o momento, como se nada mais no mundo importasse e, de fato, ali, tudo o que importa é deixarem-se consumir por desejo quente e urgente, que toma conta de seus corpos enquanto suas línguas se exploram em um beijo que se torna cada vez mais profundo.

Alcir termina o beijo e sorri de forma bastante pecaminosa para sua noiva, sim, agora, ela é oficialmente a sua noiva e, para firmar oficialmente este compromisso, só falta um pequeno detalhe.

― É melhor que você tome um banho e troque de roupa, Kammi, pois nós vamos sair.

― E será que eu posso saber para onde nós vamos?

― A joalheria mais cara desta cidade, minha bela Kammi. Eu vou te dar o mais belo e caro anel de noivado que esta cidade já viu.

― Alcir, isso é mesmo necessário?

― Com toda a certeza. A partir deste momento você é minha noiva e, como tal, você merece simplesmente o melhor.

― Se é assim, me espere. Não vou demorar muito.

― Fique à vontade.

Kammi vai para seu quarto, abre o guarda roupas e, procura algo para vestir que seja digno do anel que Alcir lhe dará. Decide por um vestido vermelho sangue com um decote bastante provocante e as costas desnudas, deixa o vestido em cima da cama e vai para o banheiro, a fim de tomar um banho.

O contato da água quente com sua pele faz com que relaxe e esqueça todas as tensões que tivera ao longo do dia, percebendo que, era exatamente disso que estava precisando. E, enquanto se banha, a imagem de Belinda vem novamente a sua mente, fazendo com que se sinta triste por vinte anos de ausência da vida de sua filha, pois até ela Richelle conseguiu lhe roubar.

Mas, não será assim por muito tempo pois, os dias de Richelle estão contados e esta maldita mulher vai lhe devolver com juros todo o mal que lhe causou durante metade de sua vida!

Lembra-se dos anos que passou na cadeia e, de todo o sofrimento que a prisão lhe trouxe e, a culpada por isso imediatamente vem a sua mente. Richelle! Odeia esta mulher mais do que palavras possam expressar e, se hoje é esta mulher, é tudo graças a ela!

Mas ela vai lhe pagar! Pagará com juros cada um dos vinte anos de sua vida que lhe foram injustamente roubados!

Desliga o chuveiro, se enrola na toalha e volta para o quarto onde, coloca o vestido, calça uma sandália de salto agulha e vai para penteadeira onde, faz sua maquiagem de forma leve e prende os cabelos em um elegante coque, deixando alguns cachos soltos propositalmente, o que faz com que fique muito sensual. Passa perfume e, deixa o quarto, voltando a sala onde encontra-se com Alcir que, está esparramado em um sofá de três lugares assistindo a um jogo de futebol. Ao vê-la, o mafioso dá um assobio que é pura satisfação.

― Que gata, Kammi. Eu não sou digno de tamanha beleza.

― Deixa disso, Alcir. Existem mulheres muito mais bonitas e bem cuidadas do que eu.

― Sei que sim. Mas, desde o dia em que coloquei meus olhos em você pela primeira vez, vinte anos atrás, só tive olhos para sua beleza selvagem. Está pronta para irmos?

― Estou.

Os dois deixam o prédio de Kammi e, na esquina, o motorista de Alcir está esperando por eles, com a porta do passageiro da Captiva já aberta para os dois possam entrar. Pegam um pouco de trânsito e, com isso, quase uma hora depois, o motorista estaciona em frente a melhor e mais cara joalheria da cidade, onde, somente as pessoas mais ricas e selecionadas da cidade tem dinheiro para comprar, pois as joias, além de serem de primeiríssima qualidade, são feitas totalmente sob encomendas.

O motorista abre a porta do passageiro para que Kammi e Alcir possam descer e, imediatamente, o mafioso, como um perfeito cavalheiro, oferece seu braço para Kammi, que o aceita imediatamente.

E, como um perfeito casal, os dois entram na sofisticada joalheria onde, imediatamente, são atendidos pessoalmente pelo dono da joalheria, que, conduz os dois para a sala reservada, onde, uma elegante mesa está no centro, rodeada por quatro elegantes cadeiras. O joalheiro faz sinal para que Alcir e Kammi se sentem nas cadeiras e, ele se senta em uma em frente aos dois.

― Fico feliz que tenha vindo, senhor Alcir. – começa o joalheiro – E é um prazer imenso saber que escolheu minha joalheira para encomendar seu anel de noivado.

― Ele está pronto? – pergunta Alcir.

― Com toda a certeza, senhor Alcir. – continua o joalheiro – Fiz conforme as suas orientações e devo dizer que ele ficou uma obra de arte, digno da beleza exótica de sua noiva, se me permite elogiá-la.

― Quero vê-lo. – fala o mafioso.

― Um momento, por favor, senhor Alcir.

O joalheiro se retira e, volta cinco minutos depois, com uma pequena e elegante caixinha de veludo em mãos, que coloca sobre a mesa e a abre, revelando um anel do mais puro ouro com um solitário e belo rubi, cravejado de pequenas lascas de diamante.

― Conforme sua orientação, a peça é exclusiva, feita conforme sua orientação, senhor. Nenhuma pessoa no mundo usará um anel igual a este.

O mafioso sorri de satisfação ao ver o anel e, o retira da caixinha, mostrando-o a Kammi.

― Você gosta? – pergunta o mafioso.

Kammi está literalmente sem palavras para descrever tamanha beleza pois, em toda a sua vida, nunca vira um anel como este, de beleza indescritível, a joia mais bela que já teve o prazer de contemplar.

― É lindo Alcir, mas, não deveria ser um diamante ao invés do rubi?

― Você é como o fogo, minha bela Kammi, e, por este motivo, o rubi combina mais com você.

Kammi sorri e estende a mão para que Alcir coloque o anel de noivado em seu dedo.

 

 

*****

 

 

Na manhã seguinte, Belinda está preparando café enquanto Richelle lê o seu jornal, como ela faz todas as manhãs. Belinda termina de preparar o café e serve um copo para Richelle, que começa a beber enquanto continua concentrada no jornal.

O telefone residencial toca e, Belinda vai imediatamente atender. Seu rosto fica branco enquanto escuta a pessoa do outro lado da linha falar e, após agradecer o telefonema, desliga o aparelho e volta sua atenção para Richelle, puxando uma cadeira e se sentando de frente para a mulher mais velha.

― Mãe, precisamos conversar. – começa Belinda.

― Espero que seja importante, Belinda. – fala Richelle, sem tirar os olhos do jornal – Você sabe que não gosto de ser interrompida quando estou lendo meu jornal.

― É sobre a Emma.

Imediatamente, Richelle larga o jornal e seu olhar recai sobre a jovem à sua frente.

― Fale! – ordena Richelle.

― Ela foi encontrada morta, dois quarteirões próximos a delegacia nesta madrugada.

Richelle sente sua pele empalidecer ante o choque da notícia. Primeiro o advogado e agora a Emma? Se o objetivo de Kammi é enlouquece-la e deixa-la com medo, ela está conseguindo isso de uma forma brilhante, pois, está sim com medo, principalmente do homem que está sempre ao lado de Kammi, este, ela sabe que é extremamente perigoso.

― Kammi...! – sussurra a mulher.

― O que disse?

― Nada! Vou sair e não tenho hora para voltar! Se uma mulher chamada Kammi tentar se aproximar de você mantenha distância, ela é perigosa!

― O que quer dizer com perigosa?

― Quero dizer que você não vai se aproximar dela, é uma ordem!

― E por que uma desconhecida iria querer se aproximar de mim?

― Porque vinte anos atrás ela matou seu pai e te deixou órfã. Agora preciso ir, Belinda.

Richelle pega sua bolsa, e, com passos apressados, deixa seu apartamento e seu prédio, indo para o ponto de taxi e pegando o primeiro que encontra disponível. Informa ao taxista seu destino e, uma hora depois, chega a um pequeno restaurante onde, escolhe uma mesa e, imediatamente, um maitre senta-se em uma cadeira em frente a ela.

O homem é bastante alto, cerca de um metro e noventa centímetros de altura, pele extremamente branca, olhos azuis e cabelos loiros, músculos muito bem torneados e não chega a ser bombado. Ele olha para Richelle e sorri.

― Que cara é essa, Richelle? – pergunta o homem – Parece até que você viu o fim do mundo.

― Pior. – fala Richelle, sem qualquer emoção em sua voz.

― O que pode ser pior do que o fim do mundo? – a voz do loiro é de pura curiosidade.

― Kammi.

― Quem e Kammi?

― Poupe-me, Sebastian! – Richelle começa a se irritar – Já se esqueceu que há vinte anos, me ajudou a matar Mark e incriminar a Kammi?

― Essa Kammi. – a compreensão chega a Sebastian – Não me diga que a moça saiu da cadeia?

― Não apenas saiu da cadeia, como também parece ter iniciado uma caça às bruxas contra mim.

― Diante do que você aprontou para ela vinte anos atrás, acho perfeitamente normal, Richelle.

― Afinal de contas, de que lado você está Sebastian?

― Do seu, querida, estou apenas expondo os fatos. Você aprontou legal para essa tal de Kammi vinte anos atrás, tudo isso porque foi chutada e trocada pelo homem que você matou. E achando pouco, você tirou a filha dela e, se a tal mulher está atrás de você agora, é porque você provocou.

― Eu vim aqui para pedir ajuda, não para ouvir sermão.

― A tal Kammi te procurou?

― Agora você está falando a minha língua, Sebastian.

― Te procurou?

― Não apenas me procurou, como me ameaçou, matou o advogado que a condenou e também a Emma. Sabe o que significa, Sebastian?

― Que você está completamente ferrada, minha querida Richelle.

Richelle não aguenta a ironia de Sebastian, e, não quer que ele diga o que ela já sabe. Quer uma solução e, de preferência, uma rápida que tire Kammi para sempre de sua vida! Uma que deixe essa maldita mulher bem longe dela. O amigo sempre fora um gênio no que se refere a encontrar soluções para seus problemas, e, não fosse isso seu péssimo senso de humor, seria a pessoa perfeita.

Sebastian sorri cinicamente enquanto observa a expressão facial quase apavorada de Richelle. A mulher está com um medo tão grande que não é capaz de enxergar o óbvio e, a solução para os problemas dela é solução é tão simples quanto uma equação matemática e dois mais dois.

― Minha cara Richelle, a solução para os seus problemas é muito simples, minha querida.

― E qual é?

― Nós vamos contratar um assassino profissional para acabar com a vida dessa tal de Kammi.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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