La Prometida escrita por Fernanda Bracho


Capítulo 2
Explicações


Notas iniciais do capítulo

Fiquei muito feliz com todas os comentários que recebei, sejam todas bem-vindas! Espero que gostem <4



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Após pegar sua bagagem na esteira junto com os pais, seguiu para o táxi. A cidade, apesar de clara, parecia linda. Paulina sempre vivera em Cancún, e nunca sentiu vontade de sair de lá. Afinal, tinha tudo o que precisava ali. Sua faculdade, a casa aconchegante, e principalmente, uma praia linda. Mas agora, como sua nova família e o seu "marido" moravam na grande capital, teria que abrir mão de tudo o que gostava e adotar uma vida nova. Não demorou muito, e chegaram no hotel. Claro, como de costume, era um dos mais finos da capital. O que mostrava bastante da personalidade dos Montaner. Paula e Victor sempre foram muito gananciosos, nunca se contentaram com o pouco, e esbanjavam de tudo o que tinham. Ganância que passou a dedo para Paola... porém, parece que com Paulina havia sido diferente. Ela achava aquilo totalmente desnecessário. Subiram para a suíte, e claro, era imensa e com dois quartos. Um para Paulina e outro para os seus pais. Paulina se dirigiu ao seu quarto, pegou um vestido que estava na tampa da mala, e foi tomar banho. Depois de se vestir, se deitou em sua cama, e ligou a TV. Não tinha vontade de fazer outra coisa.

– Paulina, meu amor, seu pai e eu estamos querendo jantar fora. Pra darmos uma volta pela cidade, já que só vamos encontrar com os Bracho amanhã! – Paula disse, aparecendo na porta.

– Por mim, podem ficar a vontade, mamãe. Eu não estou com muita vontade de sair hoje! – ela deu de ombros

– Paulina, tem que se acostumar ao ritmo daqui. É totalmente diferente de Cancún, e depois, vai te fazer bem andar um pouco depois de ter passado tanto tempo dentro de um avião! – ela se sentou na cama, olhando para a filha

– Olha mamãe, eu acho que vou ter tempo suficiente para me acostumar aqui... afinal, até onde sei, meu "noivo" tem uma fábrica de cêramica aqui... ou seja, não vou poder sair daqui nem em pensamento. Acredito que depois que eu me casar, não vou ter tempo pra ficar sozinha, como sempre gosto de fazer... – ela suspirou

– Paulina, os Bracho são uma família boa, vão te tratar muito bem... por favor, minha filha, não trate esse casamento como uma prisão, porque não é. O casamento é a união de duas vidas em uma... é ter alguém que seja seu companheiro pra sempre! – Paula disse, tentando consolar a filha

– Mamãe, por favor, como posso me unir e confiar em alguém cujo qual ainda nem sei o nome? Como posso dividir minha vida com alguém que nem conheço?! – ela dizia, segurando as lágrimas

– Se chama Carlos Daniel... é um bom moço, pai de família. Garanto que vão se dar bem. Paulina, entenda, é pro nosso próprio bem... não torne tudo mais difícil! – Paula pediu

– Mamãe, eu já disse que vou fazê-lo. Tudo que quero que entenda, é que agora eu quero um tempo sozinha, por favor! – pediu, com lágrimas nos olhos. Não gostava de ter que debater com sua mãe.

Paula soltou uma lágrima.

– Age como se não sentíssemos nada... não acha que está sendo difícil pra mim também? De tudo o que já tive na vida, você é tudo o que me restou!

– Ainda tem o papai e a Paola! – rebateu

– Não toque no nome dela – Paula rebateu, fria – e o seu pai... está certo, mas não confunda o que sinto por ele com o que sinto por você. Você é tudo o que tenho nessa vida, Paulina! Tudo! Tentei te dar o meu amor,  e tudo o que não pude ter. Queria que seu futuro fosse diferente, tentei fazer para que fosse, mas não tive forças... novamente a história se repete... – ela disse, triste

– A história se repete? Como assim, mamãe? – perguntou Paulina, confusa

– Paulina... eu sei bem como é ter que se casar com alguém que não conhece! – ela a olhou, e Paulina entendeu

– Você... o seu casamento com o papai também foi arranjado? – ela perguntou, surpresa

Paula assentiu com a cabeça.

– Era a única filha mulher dos 5 filhos que meus pais tiveram. Minha familia teria muitos herdeiros, e eu, como mulher, precisava fazer algo por eles, já que não dirigiria a empresa... meu pai, pouco depois que nasci, decidiu fechar negócio com o pai de Victor, e me prometeu casamento a ele. Fui criada, ensinada e devidamente educada pra servir ao seu pai, que só pude conhecer no altar. Pra minha sorte, ele era carinhoso e compreensivo. Não posso dizer que me apaixonei por ele... mas criei um vínculo de afeto e respeito. Então, nasceram vocês e, ao ver que você seria o que nunca fui, me senti completa. Quando pegamos dinheiro dos Bracho emprestado para  tentar quitar a dívida e reerguer o negócio da família, pensamos que conseguiriamos grandes lucros com o passar do tempo e teriamos dinheiro suficiente dentro do prazo estabelecido pelos Bracho para pagá-los. Mas, os lucros eram poucos, os gastos muitos, e a dívida enorme, e tudo o que juntamos não chegou nem perto do suficiente. Sabíamos que se juntassemos nossos bens, ainda sim, seria pouco. Tentamos diálogo, mas fui inútil. O Sr. Raimundo Bracho disse que não tinha acordo. Ou era o dinheiro de volta, ou alguma coisa que valesse a tamanha quantia. Pedimos uns dias a mais, e seu pai soube que Raimundo tinha três filhos... dois homens e uma mulher. E que um de seus filhos homens era viúvo, tinha dois filhos pequenos e estava a procura de uma esposa. Foi ai que seu pai teve a idéia de lhe oferecer como esposa do filho dele em troca de quitar a dívida que tinhamos com ele. No início eu fui totamente contra, mas com o passar do tempo, fui vendo que não tinha outro jeito. Havia uma divída a ser paga e poderiamos ter muitos problemas se não a quitassemos. Seu pai conversou com Raimundo, falou de você, e propôs o acordo. Com as suas caracteristicas, não foi difícil convencê-lo e após conversar com o filho, nós finalmente fechamos o acordo. Mas, não por não pensar em você, e sim, por não haver outra saída. Eu sei que depois que se casar, você terá outras obrigações e sabe Deus quando nos veremos... por isso eu queria passar esses últimos dias com você! – Paula finalizou, em lágrimas

Paulina a abraçou, por mais que aquela situação doesse nela, ela sabia que tinha que entender a mãe.

– Está bem, mamãe. Vou com vocês ao restaurante! – ela disse

Após trocar de roupa, ainda com um sentimento que não deveria sair daquele hotel, ela saiu. 


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