– Mãe? – Paulina perguntava, com os olhos cheios de lágrimas

– Sim? – Respondeu Paula, segurando as suas

– Terei mesmo que ir? – ela perguntou, mesmo sabendo a resposta

– Sim, minha filha – ela enxugou as lágrimas da filha – não há outra saída. Só Deus sabe como lutei pra que não fosse dessa forma! Mas, você será feliz, eu prometo! – a abraçou

Paulina relembrava aquela cena e se perguntava: Meu Deus, porquê? 

Seus pais poderiam ter prometido tudo em troca... a casa, a fazenda, mas tinha que ser justo ela? Maldita hora em que foram pedir dinheiro emprestado aos Bracho... ela preferia ter que trabalhar o resto da vida de sol á sol do que ter que se casar obrigada. Mas é claro... o Sr. e a Sra. Montaner jamais se contentaram com o pouco... e quando o negócio da família estava indo a falência não foi diferente. Falência que aliás, sua irmã Paola ajudava a conseguir chegar... mas ela pouco se importava desde pudesse viajar pelo mundo, gastando e se divertindo nas mais finas baladas do méxico. Ela nunca havia se importado com nada a não ser com ela mesma, tanto é que sumiu no mundo com um de seus homens e nunca mais voltou. Sobrando então, para Paulina arcar com tudo sozinha. Seus pais, não tendo como pagar a divída imensa feita com os Bracho, e nem bens materiais para dar como pagamento, resolveu oferecer um outro tipo de bem... que irônia! Agora fazia sentido para Paulina a famosa frase que seus pais diziam: Você é nosso bem mais precioso. Foi tão preciosa que serviu como objeto de pagamento. Ela nunca fora uma menina gananciosa, e que exbanjase do luxo que tinha. Muito pelo contrário. Suas trajes eram um tanto quanto simples, não gostava de gastar muito, nem saia para lugares caros... o único luxo que ela tinha era sua faculdade de jornalismo. Faculdade que agora seria interrompida... por um casamento cujo qual não estava nos seus planos e nem muito menos um noivo misterioso. Esses pensamentos lhe rondavam a mente, enquanto olhava pela janela do avião, que anunciava seu pouso na capital.