– Paulina? – Carlos Daniel pronunciou, surpreso por vê-la ali – O que está fazendo?

– Impedindo que faça a maior besteira da sua vida. Você tem dois filhos pequenos pra criar, quer mesmo ir preso por homicídio? Vai mesmo ser capaz de tirar a vida de alguém?

– Estou apenas fazendo justiça, ele tirou a vida do meu pai, e quase a do meu filho. Acha que não tenho razão? Ele tem que ser condenado á morte!

– SERÁ QUE EU VOU TER QUE MANDAR COLOCAR ANÚNCIO BEM GRANDE NA TIMES SQUARE, NA TORRE EIFFEL E EM TODOS OS LUGARES DO MUNDO ESCRITO EM NEGRITO PRA VOCÊ ENTENDER QUE EU NÃO MATEI NENHUM VELHO OU PERDI TEMPO SEQUESTRANDO MOLEQUE ESCANDALOSO EM PORTA DE ESCOLA? QUAL O SEU PROBLEMA MENTAL, IRMÃO? SE EU FOSSE VOCÊ IRIA PRA UM PSIQUIATRA, TÁ MAIS LOUCO QUE OS INTERNOS DE UM SANATÓRIO! – Douglas gritou

– OLHA COMO FALA, PROJETO DE ANIMAL! – Carlos Daniel se aproximou

– QUEREM PARAR? – Paulina gritou – Douglas, fica atrás de mim e não fala nada!

– Pra que? – ele perguntou

– Paulina, sai da minha frente. Quero estourar o cérebro desse bandido! – Carlos Daniel disse – Não tente salvar quem só me fez mal!

– Não estou salvando ele, estou salvando você da desgraça que você quer fazer consigo! – ela respondeu

– ELE MATOU MEU PAI! Será que não entende? – ele gritou

– Você não tem certeza alguma de que foi ele! E mesmo se foi, não somos ninguém para derrubá-lo. Deixe que a justiça, que se não for a dos homens será a divina, agir. Se vingar e pagar com a mesma moeda só te fará igual á ele. É isso mesmo que você quer, Carlos Daniel? Ser igual á quem você tanto critica? – ela disse, o encarando – Se for isso, vá em frente! Atire! Dê desgosto ao seu pai que esta vendo tudo onde estiver e se torne o monstro que você tanto abomina! – ela disse, dando passagem para ele mirar á arma em Douglas, que se apavorou

Paulina voltou seu olhar para Douglas, transmitindo segurança em seu olhar.

Carlos Daniel ficou paralisado.

– Vamos, Carlos Daniel! O que está esperando? – ela disse, de braços cruzados

– Eu... eu... – ele falou, desconcertado

– Você não é assim não é, mesmo? – ela falou – me entregue essa arma e vamos embora! – ela estendeu a mão, e ele o fez, que em seguida, saiu dali

– Me desculpem, boa noite! – Paulina disse, e saiu atrás dele

Braúlio e Douglas se olharam espantados.

– O que foi aquilo, senhor? – Braúlio pronunciou

– Agora eu me convenci... realmente, não é a Noélia. Ela é totalmente diferente! – Douglas observou, com um sorriso de canto

– Eu tinha te dito que não era. Havia mesmo ouvido falar que o Bracho tinha se casado... se não me engano, ela é uma Montaner! – Braúlio comentou

– Fisicamente é idêntica a ela... não dá pra acreditar! Porém, de alguma forma, ela é diferente... e eu gostei disso! – Douglas abriu um novo sorriso

– Eu conheço essa cara, senhor. Não vai me dizer que se interessou pela esposa do Sr. Bracho?

– Adiantaria se eu dissesse que não? Ligue para um detetive e mande checar tudo sobre ela, o casamento, sua familia. Quero saber tudo dela, absolutamente tudo! Depois, irei arranjar uma maneira de me aproximar. Vou conquista-lá, e tirar ela dos braços de Carlos Daniel, vai ver. Sabe que sempre consigo, o que me proponho! – sorriu satisfeito, com um olhar de reprovação de Braúlio

Na casa Bracho...

– Carlos Daniel, por favor. Olhe para mim, diga alguma coisa. Não suporto seu silêncio! – Paulina pedia – Não fiz nada na intenção de te prejudicar, muito pelo contrário!

– Eu sei! – finalmente a voz dele ecoou pelo quarto – queria te agradecer por isso. Olhando mais calmo, iria realmente fazer uma besteira! – ele disse, com os olhos vermelhos de lágrimas – é que não suportei a dor de perder meu pai, e precisava vinga-lo. Mas você abriu meus olhos! Uma hora Douglas vai cair com seu próprio peso, não preciso sujar minhas mãos pra isso! – ele disse – Obrigado por me ajudar, por cuidar dos meus filhos! – falou, beijando as mãos dela

– Não precisa agradecer, sempre vou estar aqui pra te ajudar! – ela sorriu

– Me ajude sempre, não se afaste nunca do meu lado! – ele disse, a olhando profundamente nos olhos – você, as crianças e a vovó são tudo que tenho. Preciso de você mais que tudo, Paulina! – ele se aproximou de tal forma que ela pode sentir sua respiração

– Carlos Daniel, eu... – ela tentou se afastar, mas foi inútil, ele ficou ainda mais próximo

– Por favor, fique aqui comigo. Preciso de você ao meu lado. Não consigo ficar sem você mais nenhum minuto, porque eu... – ela tentou interromper, com medo do rumo daquela conversa:

– Carlos Daniel, por favor... – ele a interrompeu novamente

– Não, preciso dizer. Esse sentimento está sufocado dentro de mim desde nossa lua-de-mel... – ele respirou fundo e a olhou apaixonado – não consigo mais parar de pensar em você, a verdade é que acabei me apaixonando por você.... te amo como nunca amei ninguém antes! – ele disse, fazendo-a tremer dos pés até a cabeça

– Você está abalado com o seu pai, está confundindo as coisas! – ela disse, se levantando

– Nunca tive tanta certeza de uma coisa em minha vida. Eu te amo, Paulina! E esse amor é maior que tudo, que todos, mais forte até que mim mesmo. Te amo, te amo! – ele disse, e antes que ela pudesse responder, a puxou pela cintura e a beijou. A beijou e conseguiu tirar todas as forças de Paulina, que acabou se rendendo e correspondendo com a mesma intensidade.

Longe dali...

– Paola, minha velha e grande amiga! Como vai? – Luciano perguntou, com o telefone no ouvido e olhando Paris através da janela do hotel

– Ótima, queridinho! Melhor que nunca! – respondeu, fumando seu inseparável cigarro

– Ainda está em Mônaco?

– Sim, Farina tem que resolver umas coisas aqui. Mas logo partimos pra Nova York!

– Acho bom estar preparada, pois tenho uma novidade saindo do forno!

– Ahhh, e o que é?

– O que me diria se sua querida irmãzinha aparacesse casada com seu ex-noivo Carlos Daniel Bracho?