Do Lado De Dentro escrita por Mi Freire


Capítulo 33
Paranoica


Notas iniciais do capítulo

As coisas vão mudar entre Hayley e Jesse de volta ao internato.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/422544/chapter/33

"Ele sorriu, pronto já era, aquele sorriso sempre foi minha fraqueza."

Não dormimos. Passamos o resto da noite da madrugada entrelaçados um no outro. Falando bobagens, rindo baixinho para não acordar Alexander e fazendo confissões.

— Jesse, eu queria te fazer outra pergunta. É que está acontecendo tudo muito rápido, eu não esperava nada disso. Mas é que por mais que você diga todas essas coisas que ficam martelando dentro de mim. Coisas lindas e incríveis. Mesmo assim, eu só tenho certeza de uma coisa: dos meus sentimentos por você. Eu gosto de você! Por Deus, como eu gosto! Mas não sei dizer o que está acontecendo aqui, agora, entre nós. Você entende? Eu sei que parece confuso, parece bobagem e loucura.

— Hayley – Jesse sempre me vem com essa voz doce, me fazendo perder o rumo só de olhar pra ele. Calo-me no mesmo instante, me preparando psicologicamente para o que ele vai me dizer. — O que eu realmente quero que você saiba é que não importa quanto tempo passe, o que a vida nos reserva, ou o que aconteça daqui em diante. Não interessa quem somos ou no que vamos nos tornar. O que realmente importa é o que carregamos dentro de nós. E eu quero que você, guarde isso pra sempre na memoria. Porque eu vou te carregar sempre comigo.

Permito que ele me beije. Permito que ele me toque. Permito me sentir onde eu quero estar. Quero estar aqui, em seus braços. Não quero me entristecer, não quero me encher de duvidas e incertezas, não quero fazer planos e nem criar falsas expectativas. Só quero que aconteça, seja lá o que tiver que acontecer.

As quatro da madrugada saio de fininho da casa de Alec. Entro em casa pela janela, ainda encontro todos dormindo para o meu total alivio.

Vou tomar um banho e me arrumar. Sei que daqui a pouco todos vão acordar. Hoje vamos voltar para o internato e será uma longa viagem.

Já estou pronta meia hora depois. Estou faminta, não jantei noite passada e preciso comer algo. Na cozinha, para o meu espanto, dou de cara com o meu pai olhando pela janela. Ao sentir minha aproximação, ele se vira pra mim, sem que eu tenha tempo de evacuar.

— Você pensa que eu não sei? – ele dispara, encarando-me. — Pensa que eu não sei que você passou a noite inteira na casa de Alexander com aquele garoto feito uma vadiazinha. Francamente Hayley – ele ri, sarcástico. — você não se parece em nada com Elisabeth. Ela jamais agiu como você está agindo agora. Você tem noção do tamanho do desgosto que eu sinto de você e de Oliver? – não ousei a responder. — E porque acha que eu não fico em casa? Porque não quero ter que olhar pra vocês e sentir desprezo, desgosto, raiva.

— Pai...

— Ah Hayley, por favor, não me venha com essas suas desculpinhas. Só sua mãe acredita em você. – ele faz uma careta de nojo, aproximando-se de mim de uma maneira grotesca, de dá medo. Eu poderia sair dali, correr, me afastar, evitar o pior. Mas não consigo me mover, mantendo os olhos fixos nele. — Só não me venha aparecer grávida e jogar o seu peso nas costas da sua mãe. Já não basta esse seu mau comportamento! Será que não sente um pingo de pena da sua própria mãe?

— Pai...

— Cala a boca! Eu estou falando Hayley.

Respiro fundo, tentando manter a postura e a calma. Se tem alguém nesse mundo capaz de me dá medo: é o meu pai.

— Não ouse a tocar em um fio de cabelo dela. – viro-me a tempo de ver Oliver adentrando a cozinha. Já bem arrumado com uma mochila pendurada em um dos ombros.

— Só pode está brincando comigo. – papai ri outra vez, incrédulo e sarcástico. — Quem você pensa que é moleque?

— Pai, chega. – Oliver ignorou a pergunta. — O que aconteceu? Você tá bêbedo, é isso? Pai, fala sério. Você acha mesmo que vai mudar alguma coisa depois de você ter falado todas essas porcarias? Sim, eu estava escutando tudo. Acha mesmo que é o correto um pai falar assim com a própria filha? Chama-la de vadia só porque dormiu com um garoto? Não é um garoto qualquer. E qual o problema afinal? Você já nasceu com cinquenta e sete anos, é isso?

Senti que pela primeira vez papai ficou sem respostas, até mesmo sem reação. Eu também fiquei muito surpresa com a aparição de Oliver. Eu esperava que ele fizesse qualquer coisa. Cheguei a pensar na possiblidade dele atacar meu pai e os dois saírem no tapa. Mas Oliver realmente está mudado. E agora, posso respirar aliviada.

— Vem Hayley. Vou te ajudar a descer a mala. – Oliver me puxa pelo braço. Subimos até meu quarto. — Esquece o que ele falou, ta? Nada daquilo tem importância. E você sabe.

Queria abraça-lo, agradecer. Mas ele já estava sendo tão generoso em me ajudar, como nunca antes. Não quis atrapalhar.

Seguimos o caminho inteiro até o internato em silêncio. Papai dirigindo sem tirar os olhos da direção, Oliver no banco ao lado perdido em seus próprios fones de ouvido, Amy lendo e eu olhando a paisagem passar como um borrão através do vidro da janela.

Nem despedi-me do meu pai. Mesmo que nada que ele me disse tenha importância e por mais que eu tente esquecer, não gostei nada daquilo. Nunca senti tanto medo. Pensei que ele iria me bater, colocar-me pra fora de casa.

— Eu te ajudo com a caixa. – Amy sugeriu sua ajuda, vendo minha dificuldade de subir os degraus do internato com a minha mala e caixa de Brandon em mãos. Apesar de não ter tido coragem suficiente para revirar tudo que havia dentro daquela caixa, não poderia me separar dela nunca mais. — Pesadinha. O que tanto você carrega aqui Hayley?

— Coisas, Amy. Coisas. – e por um momento, ali estava meu antigo eu, com respostas vagas e incompletas. Amy não questionou. Ela me conhece bem.

Só houve tempo de colocar a mão na maçaneta e abrir a porta do quarto... Para Natalie pular em cima de nós e nos abraçar.

Por sorte, a caixa de Brandon estava trancada e ao cair no chão, suas coisas não se soltaram. Só depois de me certificar que estava tudo bem, foi quando pude corresponder aquele abraço entre três amigas. E pela primeira vez, desde que voltei a esse lugar, essa manhã, me senti bem outra vez por estar de volta. Em minha segunda casa.

Resolvi que colocaria tudo em seu devido lugar ainda essa manhã e só depois iria explorar o internato e voltar a rever a galera. Enquanto isso, Natalie e Amy tagarelavam sem parar de como haviam sido os dias em que estivemos longe daqui – do internato. Amy falou do Jesse e do Oliver, confesso que, quase não há diferente na maneira que ela fala de cada um dos dois. O que me deixa muito confusa. Nath contou que ela e Eric não se desgrudaram um só quer instante. Dormiram uma na casa do outro, entre outras coisas que casais fazem. Fiquei imaginando, enquanto ouvia cada uma delas, cheia de animo e euforia, imaginei se algum dia eu iria ser assim, iria parar pra conversar com uma amiga pra falar de um garoto e sobre as coisas que a gente faz juntos.

Pensei em mim e em Jesse.

Não. Nada a ver. Não faz muito o meu tipo. Acho que, no fundo, eu prefiro guardar aquilo que ninguém entenderia só pra mim.

Tomei um banho e troquei de roupa. Caminhava pelos corredores razoavelmente movimentados quando fui pega de surpresa. No primeiro momento penso no Jesse. Sim, ultimamente tudo que faço é pensar nele. Mas no momento em que senti os braços em volta de mim e o perfume no moletom, soube que estava enganada, não era o Jesse. Era o Tyler.

— Eu senti tanta sua falta. – Tyler segurou meu rosto, apertando-me firme. Olhava dentro dos meus olhos de uma maneira penetrante. Não tive tempo de dizer nada, e ele me beijou. Um beijo carinhoso. — Hayley, precisamos conversar. Eu preciso te dizer uma coisa...

— Hayley – ouço uma voz feminina interromper aquele momento que era só nosso. Demoro um tempo para virar-me para trás e conferir quem é. Porque na verdade já sei de quem pertence àquela voz fina e irritante.

— Alana. – olho pra ela, percebendo que nada mudou, além do corte nos cabelos louros tingidos. Ela sorria de maneira calculista. Detesto-a.

— Gostei do cabelo. Tá bonitinho. – ela disse, analisando-me. — Ah, oi Tyler. Gatinho como sempre! – sinto que ele sorri de maneira afetada. Ele se esqueceu que nós odiamos aquela vaca loura? Garotos... — Aliás, Hayley – Alana se inclina e fala no meu ouvido: — Não pense que esqueci aquela nossa briguinha. Vou fazer da sua vida um inferno.

Antes que eu possa revidar, ela se vai, batendo com o solar de suas botas no piso do corredor. Balançando os cabelos louros e rebolando, como uma cena daqueles filmes de patricinhas metidas.

— Devo admitir: ela é chata, mas é uma gata!

Dou um soco de leve no braço dele. Tyler ri. Não tem como não rir também. Juntos, vamos até o refeitório depois daquela cena patética. Se ela pensa que eu esqueci, também está muito enganada. Alana está no topo da minha listra negra. Sim, quem é que não tem uma? Pego um suco para beber. Tyler opta por um sanduíche e refrigerante.

Deixo de ouvir Tyler assim que vejo a silhueta de Jesse entrando por uma das tantas portas de vidro do refeitório. Ele está sorrindo, com um casaco marrom e uma blusa cinza com capuz. Seus cabelos dourados parecem uma aréola em volta da cabeça. Ele está lindo. Ele é lindo. Mesmo quando tento dizer a mim mesma que estou exagerando. Nem parece que passamos a madrugada inteira juntos, em sua cama, conversando e...

Meu sorriso se desfaz quando vejo Alexa entrando um pouco mais atrás, e parece que ela está... Segurando a mão dele. Exatamente. Como se eles nunca tivessem dado um “tempo”. Ainda parecem aquele antigo casal de namorados, de meses atrás, que viviam pra cima e pra baixo juntos, sorrindo, se beijando e trocando carinhos.

— Hayley, tá tudo bem? – a voz de Tyler fez com que eu voltasse a cair em mim. Voltando a prestar atenção nele.

— Tá. – balancei a cabeça confusa. Levantei-me. — Vamos sair daqui. Quero fumar um cigarro. Você tem?

— Eu sempre vou ter tudo que você precisar.

Não quero conversar. Não quero ouvir nada. Não quero lembrar da cena patética que acabo de presenciar no refeitório. Não quero ter que me importar. Não quero que isso mexa comigo. Só quero fingir que nada nunca aconteceu. Se é que isso é possível.

— Às vezes eu fico pensando – Tyler e eu estamos a um bom tempo ali, atrás do velho ginásio. Fumando um cigarro. — e tenho uma estranha sensação de que você tem uma quedinha pelo Jesse.

Viro-me instantaneamente pra ele, assustada e surpresa.

— Tá falando sério? – pergunto com a voz alterada. Ele assente, abaixando a cabeça de leve. — Claro que não! Tá maluco? Isso é bobagem da sua cabeça. Não pense nessas coisas, Tyler.

— Eu tento. Mas sei lá – ele deu de ombros. — de repente fico pensando nessas coisas. E me sinto muito estupido!

— E você é. – dou risada, para disfarçar a tensão. — Olha, não quero que pense nunca mais nisso. De jeito nenhum eu teria uma quedinha pelo Jesse. Ele é bonito, legal e uma ótima pessoa. – e outras inúmeras qualidades. Só não posso dizer isso, assim, em voz alta. — Não. Bobagem! Não tem nada a ver. Eu e ele.

— Eu sei. – a voz dele é baixa, e Tyler nem olha pra mim. Quero muito saber o que se passa dentro dele. Ele me deixou intrigada. — Eu quero muito acreditar em você, Hayley. Porque eu realmente gosto e me importo com você. – ele sorriu, de um jeito tímido. O que não é comum para ele. — Eu só queria, por um momento, ter certeza de que, você sente pelo menos, metade do que eu sinto por você.

Sem mais falatório. Subi em seu colo, encaixando-me sobre suas pernas e pressionei seu pescoço com meus dedos enquanto o beijava da melhor maneira possível. Tyler me puxou pela cintura, enlaçando-me.

Eu gosto dele. Quero acreditar que sim. Só não posso afirmar, que gosto dele mais do que ele gosta de mim. Isso nunca pareceu importante até aquele momento. De repente, está tudo tão confuso. De repente, tudo exige de mim uma importância maior que estou acostumada a dar.

As aulas começaram na manhã seguinte. Um lado positivo: é começo de um novo ano. Qualquer tipo de distração tira qualquer preocupação que perturba a minha mente. Após meu banho e me trocar, joguei a mochila sobre o ombro e saí em direção à primeira aula. Na expectativa que as coisas pudessem dá, definitivamente, bem.

Pouca coisa mudou. Ainda somos os mesmo alunos – apesar das matriculas para o primeiro ano já estarem abertas - nas mesmas salas, com os mesmos professores que dão as mesmas matérias.

Enquanto sigo até o fundo da sala, pelo caminho, entre as mesas, vou cumprimentando algumas poucas pessoas. A sala ainda está um pouco vazia, falta alunos. Ao me sentar, tiro meu cachecol e luvas. Abro o caderno e cruzo as pernas. Só me resta esperar. Esperar o inicio da aula, esperar que os alunos cheguem e se sentem, esperar um professor qualquer começar o seu falatório de sempre. Coisas de inicio de ano.

Bate o primeiro sinal. Fico observado os alunos entrarem e se sentarem. Reviro meus olhos ao ver Jesse entrar junto de Alexa. Tento não ficar olhando. Eles ainda estão com aqueles sorrisinhos desagradáveis estampado nos rostos como se não se vissem há décadas. Mais atrás, entra Amy e Natalie de mãos dadas a Eric.

Amy senta no lugar vazio ao meu lado.

— Parece que eles se acertaram. – ela cochicha, inclinando-se para perto de mim antes de abrir o material sobre a carteira. Sei exatamente do que ela está falando: Jesse e Alexa.

Mal posso esperar para que as primeiras aulas acabem e venha o intervalo. Pretendo fazer uma “surpresinha” para o Jesse assim que pega-lo desprevenido. Posso respirar aliviada quando o sinal soa ao final do corredor e todos se levantam para sair. Amy ainda está ao meu lado, muito calada. Ela ajeita os óculos no rosto. Damos de cara com Oliver no corredor, ele beija minha testa afetuosamente – coisa da qual ainda não me acostumei. – e cumprimenta Amy com um beijo no rosto.

Preciso esperar. Pela primeira vez sinto que não posso agir por impulso e fazer o que tenho vontade. Não posso estragar ainda mais as coisas. Preciso esperar pelo momento certo para poder agir. Enquanto isso, saboreio calada meu frango frito com batatas. Ainda assim, não consigo tirar meus olhos da mesa ao lado onde Jesse está cheio de amores com Alexa. Sinto cada vez mais raiva desses dois.

Como é possível Jesse esquecer-se tão facilmente de tudo que passamos juntos na minha casa, no meu quarto, no quarto dele, na minha cidade, na minha antiga vida, onde eu nasci e cresci? Nem por um segundo eu consigo deixar de pensar em todos os momentos que tivemos juntos e isso chega a me assustar. E pra ele, parece que tudo não passou de uma brincadeira, um passatempo, um momento que ficou pra trás. Ou estou realmente ficando paranoica.

No segundo período de aulas, após o intervalo, sigo até o laboratório de química. Por um momento me permito não pensar em nada. Até que a aula fica interessante quando a teoria é colocada em pratica. No final da aula, entrego meu relatório. Que pela primeira vez fiz sozinha, sem implorar pela ajuda de ninguém.

— Você está agitada. – Amy observa, penteado os cabelos molhadas. Ela acaba de tomar banho e eu estou me preparando para tomar o meu. Só preciso saber onde foi que deixei minha toalha aquela manhã.

— Preciso muito fazer uma coisa. – é tudo que digo, vagamente. Vou até o banheiro e tomo meu banho que pareceu durar uma eternidade.

Já está anoitecendo, e sei exatamente onde encontra-lo. Sigo a passos apressados até a sala de música. De longe posso ouvi-lo tocar piano, que deve ser algo que ele não faz há um bom tempo.

— Jesse. – digo ao entrar na sala sem muito enrolação. Forço um sorriso que espero que tenha soada convincente.

— Hayley? – ele se levanta assustado. Até parece que viu uma assombração. Aproximo-me devagar, sentando-me na primeira cadeira que vejo pela frente.

— Então quer dizer que... Vocês voltaram? – cruzo as pernas, depois cruzo os braços. Não quero parecer tão durona ou impertinente. Mas não vejo outro meio de disfarçar a minha irritação impulsiva.

— Quem te disse isso? – ele voltou a se sentar atrás do piano com um sorriso muito sacana. Muito sínico. Queria quebrar os dentes dele.

— Ninguém precisa me dizer, Jesse. – balancei a cabeça, inconformada. Quando ele quer, consegue ser bem irritante. Mesmo que não diga ou faça nada. Só pelo simples fato de me olhar daquela maneira debochada. — Mas então, é exatamente o que estou vendo?

— Não exatamente. – ele passou os dedos pelos cabelos dourados, sorrindo torto. — A gente conversou e... Tá tudo bem agora.

— Em que sentido?

— Todos, Hayley. Eu gosto dela...

— Mais do que gosta de mim? – perguntei, antes de deixa-lo terminar de falar. Jesse se assustou e me encarou de um jeito estranho.

— Nem dá pra comparar, Hayley. – Jesse voltou a abaixar o olhar. Não sei se por timidez por eu tocar no assunto ou se ele estava mesmo desconfortável com as minhas perguntas enxeridas. — Mas porque isso agora Hayley? Essas perguntas...

— Bom – levantei-me impaciente, comecei a andar de um lado para o outro feito uma fera enjaulada. — Jesse não dá pra te entender. Eu realmente não consigo te entender. Um dia você me diz coisas lindas, me trata bem, me olha nos olhos, sorri. Basicamente me faz sentir uma tola. No outro dia, você age como se não me conhecesse, como eu se eu não existisse, como se de uma hora pra outra você pudesse esquecer tudo. Tudo que a gente fez junto em um mês!

— Hayley você não entende...

— Não! Eu realmente não entendo! – elevei o tom de voz, muito contrariada. Insatisfeita com aquela situação. — Mas você também não entende, Jesse. Todas aquelas coisas que eu te disse, todas as revelações, as confissões, os momentos que passamos junto, as noites... Isso tudo é realmente muito significativo pra mim. – olhei fixamente pra ele. Não me arrependia de está falando mais do que deveria. — Você não pode brincar com meus sentimentos dessa maneira. Não comigo. Por favor. – senti que queria chorar. Mas não podia! — Você sabe o quanto eu sofro.

Eu não conseguiria continuar. Eu tentei segurar ao máximo que pude, mas as lágrimas insistiam a pesar dentro dos olhos. Mas eu não queria que ele me visse naquele estado outra vez, chorosa, frágil, insegura e triste. Então, eu corri pra fora da sala de música. Torcendo mentalmente pra que ele não viesse atrás.

Eu precisava respirar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar. É realmente importante para que eu possa continuar motivada.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do Lado De Dentro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.