O Herdeiro da Ruina escrita por Fail Name


Capítulo 37
Acerto de contas na Escuridão


Notas iniciais do capítulo

"crucifiquem o autor! crucifiquem o autor!"
Eu não tenho desculpas para a demora, só q eu comecei a trabalhar e tal... e fiquei sem vontade de escrever... a próxima sai mais rápido. Juro.



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POV - Benjamin

Assim que Naomi abriu fogo, eu invoquei meu escudo e puxei Nico pela blusa deixando-o perto de mim. Os tiros ricochetearam por causa do escudo. Nesse momento, mandei mentalmente uma ordem para Poinê que desapareceu em seguida, ressurgindo atrás de Gabe e Jason, ela os pegou pelo braço e ambos desapareceram. Mary invocou raízes do chão que serviram de barreira para ela, Kevin e Chloe.

Darius se adiantou e avançou com um chute no meu escudo, me fazendo perder o equilíbrio. Nico pegou sua espada do chão e tentou golpeá-lo, ele defende com sua cimitarra de ferro estigio. Estava na cara que Nico queria revanche do que tinha acontecido no Posto Avançado.

No outro lado, consegui ver Kevin atirando flechas em Naomi, ela desviava de todas com facilidade enquanto atirava ao mesmo tempo. Mary e Chloe ainda estavam atrás das raízes, pareciam estar planejando algo.

Eu finalmente me virei para o Albino Tagarela, seu lábio ainda sangrava por causa do soco que tinha lhe dado (adorei fazer isso). Seus olhos vermelhos brilhavam ansiosos por sangue. Eu invoquei minhas espadas enquanto ele retirou a flecha de Kevin do pulso. Então avancei sobre ele.

Eu atacava com velocidade, Gutierrez defendia sem muito esforço, mas eu notei que seu braço esquerdo ferido sangrava muito e esse seria seu ponto fraco. Em meio a um ataque dele, eu esquivei para esquerda e golpeei sua ferida com o cabo da espada. Isso o fez urrar de dor e então invoquei minha pistola, disparando em sua perna nesse momento de desatenção. Fui um tiro impossível de errar. Daí eu o chutei no estomago para afastá-lo.

Gutierrez praguejou em grego antigo.

– O que foi, alguém atirou na sua perna? – Perguntei, coçando a cabeça com a ponta do cano da pistola.

Gutierrez se apoiou nos joelhos me encarando com raiva, mas então deu um sorriso forçado. Dizendo:

– Você... é um cretino.

Eu apontei minha arma para a cabeça dele, mas ele sequer demonstrou alguma reação. Ele fitou seu ferimento na perna e então um liquido escuro começou a escorrer e desceu lentamente até o joelho. Uma gota pingou do joelho e caiu bem em sua sombra. Ele voltou a olhar pra mim, mas dessa vez, com um sorriso diabólico e com olhos vermelhos brilhantes.

Eu lembrei quando algo parecido aconteceu no nosso primeiro confronto no Posto Avançado e o que veio em seguida. O Breu. Mas eu fui lento ao perceber isso, eu já estava cercado por uma massa de escuridão e logo fui consumido por ela.

Ser consumido pela escuridão não é legal.

Eu não sentia nada, não escutava nada. Era como se eu tivesse caído em um profundo e escuro limbo. Quando tentei me mexer, fui dominado por uma sensação de sonolência e calmaria que me consumia aos poucos. Era ótimo. Fazia meses que não sentia daquele jeito, calmo... como se os meus problemas fossem apenas um sono muito distante. Eu realmente tinha que sair daquele lugar... mas por quê? Todos quem conheci vão me querer morto se souberem o que eu fiz com o Percy, até mesmo Nico.

Não. Eu tenho um plano e vou segui-lo arrisca, ele começaria em breve, com ou sem mim para finalizá-lo.

– Ben! – Ouvi alguém chamar.

Eu logo senti alguém me puxando pela mão, como se me conduzisse para um lugar melhor em meio a escuridão. Então eu me vejo acordando no Breu, com Chloe no meu lado. Ela me encarava com raiva e descrença, só de ver aquilo eu soube que ela tinha entrado na minha mente. Talvez para me tirar daquele limbo, mas era obvio que ela tinha visto coisas que ela não esperava.

– Como você pôde?! – Ela me deu um soco no queixo – Você fez com que Percy morresse!

– Calma Chloe, eu tenho um plano para...

– Eu vi seu plano, é quase impossível! Você realmente espera que Poseidon mate seu pai?

– Não, mas quero que ele bata nele o bastante para eu terminar isso!

– Seu grande... idiota!

– Ei, casal problema. Eu ainda estou aqui. – Disse o albino.

Ele segurava seus cutelos e se aproximava vagarosamente. Nesse momento Chloe pegou Pesadelo do cinto e ficou pronta para atacá-lo. Eu invoquei meu escudo e lança, fazia tempos que eu não usava essa combinação de armas, mas algo me dizia que elas seriam úteis.

Antes que disse para ela ter cuidado, Chloe avançou sobre o Albino com toda velocidade. Ela desferiu golpes ágeis, mas algo tinha mudado em Gutierrez, ele nem parecia estar ferido. Ele desviava dos ataques com facilidade, sem usar seus cutelos. Assim que deu um passo para o lado e a lâmina de Pesadelo passou a milímetros de seu ombro, nesse momento ele agarrou o punho da espada e pegou no pescoço de Chloe com a outra mão.

– Você é um incomodo, na boa. – Ele começou a apertar, sufocando-a.

Minhas pernas se moveram tão rápido que eu só que percebi que estava perto de Gutierrez quando eu me vi atacando-o com a lança, mas ele desapareceu na minha frente antes que a lança o acertasse. Chloe também tinha desaparecido com ele.

Eu olhava em volta, procurando algo diferente da escuridão que era aquele lugar. Até que ouvi um grito vindo atrás de mim. Eu me virei e encarei Gutierrez jogar Chloe no chão e pisotear a perna dela a ponto de quebrá-la.

– Chloe!

Correr o mais rápido possível não descreve a velocidade que eu fui até eles, com minha lança em mãos, eu desferi um golpe em Gutierrez que desapareceu novamente. Eu me ajoelhei na frente de Chloe que praguejava em grego antigo por causa da dor que vinha da sua perna quebrada.

– Que droga, – Digo – Temos que imobilizar isso.

– Não temos tempo. Você não tem tempo – Disse ela.

Eu a encarei.

– Mas a sua perna...

– Pernas saram, o fim do mundo é pra sempre. Hihi.

Eu sorrio e me levantei em seguida.

– Você tem razão.

Nesse momento, Gutierrez apareceu atrás de mim com seus cutelos em mãos. Eu esperava por isso, então eu girei o corpo e ataquei com o meu escudo. Ele não esperava essa reação e levou o golpe no lado direito.

Ele pareceu nem ter sentido, pois avançou sobre mim quase que instantaneamente. Ele desviou da minha lança em golpe com o cabo do cutelo bem no rosto, sem poder reagir, eu levei um chute em seguida. Ele ergueu seu cutelo e me atacou com toda sua força, por puro reflexo deixei meu escudo na frente. O cutelo atravessou meu escudo, atingindo o meu braço. É claro que a dor foi terrível.

Ao ver minha expressão, ele sorriu e me afastou com o pé.

– Quais são suas ultimas palavras?

Meu braço sangrava como eu nunca tinha visto e eu mal conseguia mover meus dedos. Isso era um péssimo sinal, mas nessa hora comecei a sentir uma dormência no braço, como se fosse uma anestesia. Também conseguia sentir o poder da Morte crescendo dentro de mim, o Herdeiro queria sair e eu não iria impedi-lo.

– Gutierrez, minhas últimas palavras seriam: “Quando eu morrer, enterre-me de cabeça para baixo para que o mundo beije o meu traseiro!” – Ele sorriu – Mas como são minhas últimas palavras, não as direi hoje. Por isso te pergunto: Quais são as suas últimas palavras?

– O que? Minhas últimas palavras... nunca pensei nisso.

– Que pena. – Eu invoquei minha pistola com minha mão boa.

Ele avançou sobre mim enquanto meus olhos se tornavam dourado brilhantes.

O cutelo de Gutierrez desceu com toda força em cima da minha cabeça, centímetros antes de me atingir eu seguei o cabo da arma, parando o ataque. Gutierrez me encarou surpreso, ficando sem reação quando eu atirei em seu peito. O projétil mágico o jogou para trás, com uma dor intensa, com certeza.

– Akhlys.

Minha companheira apareceu ao meu lado, mas ela não parecia contente.

– Sabe o que fazer. – Digo, sem olhar pra ela.

Ela desapareceu, dando lugar a uma névoa branca e densa. Gutierrez se colocou de pé e observou a névoa branca tomar conta da sua própria escuridão. Eu comecei a andar até ele, mantive a pistola e na outra mão invoquei uma espada, segurando a lâmina para baixo. . Eu comecei a correr, correr tanto que Gutierrez me perdia de vista em meio a névoa. Quando ele percebeu, eu já estava na sua frente. Eu o golpeei com o cabo da espada bem no estomago. Ele inclinou pra frente e então rapidamente mirei minha pistola embaixo do queixo dele, disparando em seguida.

O projétil mágico o lançou pra cima (quase um metro de altura, se querem saber) e caiu no chão cuspindo sangue.

– Se você fosse um deus, já estaria morto duas vezes. – Digo.

– Desgraçado, eu quero muito matar você! Assim como matei seus “amiguinhos” do Posto Avançado, eu queria ter mandado alguns cocatrices como fiz na ultima vez, mas Naomi não deixou.

– Você disse cocatrice? – Eu me lembrei desde na Pousada de Hermes, matando meus melhores amigos. E Mia.

– Ah, esqueci. Você sempre achou que foi a Akhlys que os mandou, mas na verdade fui eu, ela só estava pra “supervisionar” tudo a pedido de seu pai.

– Bom saber. – Por fora minha postura não tinha mudado, mas por dentro a raiva queimava ardentemente.

Ele me atacou com seu cutelo, eu conseguia esquivar facilmente e isso o deixava bem irritado. Assim que me atacou com os dois cutelos de uma vez eu agachei na hora certa e decepei sua perna direita. Gutierrez tombou para o lado, gritando de dor. Eu chutei seus cutelos para longe e enfiei minha espada na outra perna.

O Breu começou a tremer, como se um terremoto estivesse abalando tudo ali. Num piscar de olhos, eu me vejo de volta na Acrópole, mas nenhum sinal do Nico ou dos outros.

– Aguenta aí. – Digo. Ele gemeu de dor com resposta.

Eu levei Chloe até um canto seguro e longe dos gritos de Gutierrez, ela me fazia dezenas de perguntas sobre o que tinha acontecido, mas eu as evitava com dizendo que tudo estava de acordo com o plano. Isso era uma grande mentira. Eu pretendia usar o poder do Herdeiro na hora em que meu pai estivesse fraco, agora eu sentia um desejo incontrolável de arrancar cabeças de semideuses, felizmente, Chloe era uma exceção. Mesmo com o poder da Morte me dominando, eu ainda me importava com sua segurança.

– Fique aqui e coma isso. – Eu dei um pouco de ambrosia que achei na mochila dela. – Vou deixar Ker aqui pra sua proteção, ela é bem forte. Eu volto logo.

Era a coisa sensata a fazer, mas...

– Não. – Disse ela.

– Não?

– Não. Eu não vou deixar você realizar seu “plano”. É muito arriscado.

– Eu não vou desistir agora, é assim ou mato todo mundo que conhecemos.

– Ben...

Eu me virei e a deixei pra trás, voltando pra o Albino desgraçado. Assim que ele me viu chegar ele começou a tentar retirar a espada, mas sem sucesso. Seus olhos vermelhos sanguinários tinham desaparecido, sua força tinha se esgotado.

– Voltei. – Digo. – Sentiu minha falta?

– Vai pro inferno!

Eu fiquei de pé na frente dele, apenas observando o cara que matou todos de quem eu gostava. A ansiedade ficava evidente em seus olhos ao passar do tempo.

– O que está planejando em fazer? – Gritou ele.

Gutierrez se arrastava no chão, tentando se distanciar de mim, mas com suas duas pernas seriamente feridas, ele abafava seus gemidos de dor toda vez que se movimentava. Ele continuou insistindo com as perguntas, mas eu continuava em silencio.

– Acabe logo com isso! – Gritou ele novamente. – Me golpeie com sua arma e me mate!

– Acho que isso não vai acontecer, seria rápido demais. Você merece sofrer pelo o que vez com todos os meus amigos...

Ele me encarava suplicante, tentando imaginar o que eu faria em seguida, mas disse apenas duas palavras.

– Limos... – A pequena garota surgiu por trás de mim, sua boca salivava descontroladamente enquanto ela observava Gutierrez do chão. – Coma.


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Notas finais do capítulo

Obrigado pra quem teve paciência em esperar e leu.. kkk
Até a proxima