O Herdeiro da Ruina escrita por Fail Name


Capítulo 33
Duelando com o Deus da Morte


Notas iniciais do capítulo

Capitulo fresquinho pra vcs!!
Aproveitem e boa leitura



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POV – Percy

O sol estava se erguendo radiante no céu como sempre faz todos os dias, mas o clima no Acampamento era de melancolia. Não havia pássaros cantando essa manhã, nem as ninfas despertaram de suas formas de árvores.

Os campistas ainda estavam digerindo a idéia que o próprio deus da morte estava vindo até o Acampamento apenas para descer o sarrafo em todo mundo, mas quando eu disse que eu iria enfrentá-lo sozinho, alguns aliviaram suas expressões. Aliviados. Não por pensarem: “Antes ele do que eu!”, mas sim por acharem que eu realmente tinha chance. Decidi não discordar para manter a moral de todos mais alta. Mas pessoalmente, eu estava meio inseguro.

Na hora do almoço, eu, Jason, Annabeth, Léo, Frank e Quíron nos reunimos na Casa Grande para discutirmos a assunto. Jason logo começou dizendo que me ajudaria na hora do duelo, mas Quíron disse que Jason era necessário na linha de frente junto com Frank. E Annabeth e Leo estavam ocupados com seus próprios assuntos. Annabeth estava coordenando e organizando a logística da guerra (não me perguntem o que é isso) e Leo iria para o bunker 9 iniciar alguns autômatos que ele construiu para ajudar na batalha. Rapidamente o assunto mudou para os tais “Semi-primordiais”.

Pelo que Isabel disse no Posto Avançado, havia oito membros nos Semi-primordiais contando com ela. A primeira identidade que descobrimos foi a da Kate Young, atualmente ela está presa no porão da Casa Grande, está totalmente insana. Isabel Morrison está morta, assim como Sir Lance Fedorento. Victor Oslon estava naquele lugar estranho que sonhei noite passada, junto com Gutierrez, o albino, e também o sujeito que parece ser o líder, Neil Smith. Também tem aquele cara que invocou um titã morto-vivo, Darius Johnson.

Com eles são sete membros de oito, ainda havia mais um. Annabeth pensou que talvez ela seja uma espécie de coordenadora deles, alguém que planeje e organize tudo, ou seja, esse ultimo membro é vital para o “Semi-primordiais”. Ela concluiu que não o vimos numa luta por causa disso.

– Isso é ótimo. – Disse Jason – Mas saber disso não nos ajuda em nada, não acha? Mesmo se derrotássemos todos eles, não mudaria nada em relação à profecia. Eles são apenas um grupo que quer acelerar os acontecimentos da profecia, sorte nossa que eles não estão conseguindo.

– Você está errado. – Disse Annabeth – A profecia já começou e está perto do final.

Todos a encaram, esperando a explicação.

– O primeiro verso da profecia fala sobre o surgimento do Herdeiro. Isso já aconteceu, no Posto Avançado; Os segundo e terceiro versos dizem que o Herdeiro iria destruir toda criação divina, bem, ele fez isso. Toda lugar que tinha influencia dos nossos pais foram destruídos, desde uma pequena casa que Hefesto construiu no Oregon até a Agência de Entregas de Hermes. E Nico (morte) e Amanda (paz) o perseguiram; Nos quarto e quinto versos seriam quando o Herdeiro destruía as criações dos deuses e nenhum deles conseguia impedir, mas o quinto específica no dia em que o Ben tentou destruir o Empire State, o raio (Zeus) e a espada (Ares) tentaram impedi-lo.

– Mas o Empire State não foi destruído. – Disse Leo.

Annabeth jogou um recorte de jornal na mesa, a data era de ontem e a seguinte frase se destacava em negrito. “O prédio mais famoso de Nova York, O Empire State Building, é palco de um ataque terrorista que causa a queda do prédio. A procura de sobreviventes continua.”

– Meus deuses... – Começou Quíron – o Herdeiro fez isso?

– Aparentemente, sim.

– O que nós vamos fazer sobre ele, sobre o Benjamin – Perguntou Jason.

– Acho que devemos detê-lo. Tá na cara que ele pirou e quanto mais cedo resolvermos isso, melhor.

– Não, – Digo – ele quer não quer criar problemas, lembram-se, ele nos deu uma solução para a profecia e está indo atrás dela agora.

– Ah! Eu realmente não entendo ele! – Desabafou Jason – Numa hora ele quer matar os deuses e continuar a profecia, na outra ele faz de tudo para impedi-la. Por que ele não decide logo? Facilitaria bastante a nossa decisão.

Por alguma razão, minha conversa com Akhlys antes dela partir me veio à cabeça.

– Akhlys me disse algo interessante antes de partir, disse que “o Herdeiro está no Benjamin”. Acho que podemos deduzir que o Herdeiro seja uma parte do Ben que não conhecemos, ou até o próprio pai dele tomando controle dele... não sei.

Todos pensaram por algum tempo. Eu criava cada teoria estranha na minha cabeça que eu tinha receio de comentá-las, por serem tão estúpidas. Foi até que Annabeth deu a luz.

– Percy, – Chamou Annabeth – acho que sei quem realmente é o Herdeiro. – Ela se ajeitou na cadeira e começou a explicar – Uma vez li na biblioteca que existem casos de crianças que sofreram grandes traumas em suas vidas, esses traumas ficam tão enraizados em suas mentes que o cérebro cria um modo de lidar desse mal constante. Uma segunda personalidade. Essa personalidade serviria de escudo contra novos traumas e também para resolvê-las, de um jeito ou de outro.

– Então você acha que Herdeiro é uma segunda personalidade que foi criada pelos traumas dele do passado?

– Não exatamente. O Herdeiro é o próprio Benjamin, mas sabe quando seus olhos ficam amarelos brilhantes? – Eu assenti, os olhos dele brilham quando ele está usando os poderes da morte – Acho que é nessa hora que a segunda personalidade desperta. E já que essa personalidade foi criada para resolver os traumas do Ben, quando ele usa o poder da morte ele só pensa em uma coisa, na profecia.

Jason cerrou o punho e Quíron coçou sua barba, preocupado. Leo abaixou a cabeça, como se pensasse no assunto. Acho que era apenas eu que não tinha entendido a conclusão do raciocínio.

– Espera, então quer dizer que ele está jogando nos dois lados? – Perguntou Leo.

– É... ele vai resolver a Profecia de um jeito ou de outro, Percy... – ela me encarou – ou com a salvação dos deuses ou com a morte de todos nós.

***

Eu estava sentado aos pés do Pinheiro da Thalia, observando o sol poente.

O ar quente deixado pelo sol logo foi substituído por uma brisa fria, vinda da águas da costa de Long Island. Chuva estava por vir. Olhei em direção ao Acampamento e o movimento dos semideuses e sátiros, correndo de lá pra cá com armas ou suprimentos nos braços. No outro lado da colina, monstros de todos os tipos estavam saindo de dentro da densa floresta, se alinhando em seguida. Na linha de frente uma forma se destacava entre os monstros, forcei a visão e logo não tive duvidas, era um deus. Tudo que podia ver era uma capa negra repousava em seus ombros que cobria todo seu corpo, mas eu pude ver seus olhos dourados me encarando com seriedade.

O dragão que protegia a árvore foi recolocado para proteger a estrada da floresta, para um possível ataque surpresa. Quando me levantei, notei Kevin subindo a colina. No topo, ele olhou para os monstros e seus olhos também encontraram o deus.

– É ele? – Perguntou Kevin.

– Ele está mais pálido do que na última vez que o vi, mas sem dúvidas, é ele.

– Você vai mesmo fazer isso? Não acha que pode ser mais um truque da Akhlys?

– Se eu não lutar, ele provavelmente vai acabar com o Acampamento e quem estiver nele. E também, mesmo se a Akhlys estiver me manipulando ou mentindo pra mim sobre minhas chances, eu ainda vou lutar. Não por ela ou pelos deuses, mas por você e os outros.

– Sabia que diria isso. Já te disseram que você é muito fiel aos amigos?

Eu observei os últimos raios de sol desaparecer e então, como se esperasse por isso, a chuva começou a cair lentamente.

– Sim já me disseram isso, também me disseram que essa é a minha maior fonte força como também minha principal fraqueza. É complicado.

A chuva começou a engrossar e ganhar força, deixando a terra ao redor da Colina Meio-Sangue lamacenta. Notei um movimento no pé da colina, o deus estava a subindo com passos lentos e precisos para não escorregar na terra lamacenta, só parou quando chegou a poucos metros de mim. Kevin tinha um arco e flecha em mãos, apenas esperando meu sinal para o disparo.

– Oi Tânatos. – Digo ao deus – Já faz um tempo.

– Olá Jackson, dois anos se não me engano. Perdoe-me, mas você sabe que não vim aqui fazer uma visita a velhos “conhecidos”. – Ele deu uma rápida olhada para Kevin e se voltou pra mim – Onde está a garota?

– Não está aqui e não faça idéia onde ela esteja.

– Não? Ah, eu acredito. Mas aposto que tem alguém que sabe, lá embaixo. Então, se você me der licença...

Tirei contracorrente do bolso e apontei para ele, barrando sua passagem. Ele encarou o fio da lâmina por alguns segundos, então soltou um suspiro de decepcionado.

– O que está fazendo, Jackson?

– Não posso deixar que dê mais um passo, sei de suas intenções sobre a garota e sobre a Profecia. Se você insistir, vou cortá-lo ao meio. Só avisando.

– Ouça Jackson, seu nome não está na minha lista de hoje, mas posso fazer exceções para qualquer um que ficar no meu caminho. Mas eu tenho uma divida com você, quando me salvou daquele gigante nojento no Alasca, eu secretamente criei certo “respeito” por você, por isso eu lhe pergunto, você realmente quer fazer isso?

– Não, mas é preciso.

Brandi minha espada na direção do deus da morte que recuou um passo para evitar a lâmina. Nesse momento, Kevin disparou sua flecha mirando a cabeça do Tânatos, mas ele a agarrou a poucos centímetros de seu olho.

Kevin e eu nos entreolhamos e nós dois pensamos na mesma coisa. Correr. Kevin se atirou da colina, descendo-a rapidamente em direção aos outros. Mas já eu me mantive no lugar, encarando o deus. Ele fez um movimento com a mão e uma foice negra surgiu do nada, era quase igual da do Benjamin só que era maior e mais fantasmagórica.

– Então, vamos começar.

Ele girou a foice e atacou sem qualquer hesitação. Mas consegui evitar o golpe me agachando, mas mesmo assim consegui sentir a foice cortando o ar pouco milímetros acima da minha cabeça. Assim que me levantei foi atingido por um chute, caí no chão e vi novamente a foice descendo em minha direção. Por puro reflexo rolei para o lado e vi a lâmina afundar quase vinte centímetros no chão. Ele era muito forte.

Levantei com contracorrente na mão e investi com ele. Meus ataques eram rápidos e precisos, era como se contracorrente tivesse se tornado uma extensão de meu braço. Mas o deus era tão ágil como eu, havia vezes que eu atingia seu manto ou até mesmo seu corpo, mas o sangue dourado escorria um pouco e a ferida era curada.

Enquanto isso, a batalha entre os monstros e os semideuses já tinha começado. Jason e Frank tomavam a frente, Jason usando raios e Frank tinha uma forma de dragão. Mas mesmo assim, os monstros avançavam. Um grupo romano tinha ficado encurralado perto da floresta, parecia o fim deles, mas então uma saraiva de flecha caiu ao redor deles, transformando todos os monstros em pó. As Caçadoras tinham chegado. Ao mesmo tempo, no outro lado da colina um exercito de autômatos marchava em direção a batalha, a frente deles tinha um dragão de bronze em tamanho real que rugia e cuspia fogo no ar. Leo estava em cima dele.

Agora as forças estavam mais equilibradas.

Tânatos estava ficando impaciente. Notava em seus olhos a raiva e a dor toda vez que eu o atingia, foi então que ele girou a foi de um modo inesperado e me atingiu no peito com a parte de trás da foice, me jogando no ar. A força foi tão grande que demorou quase dez segundos até que atingisse o chão. Olhei em volta e notei que estava a poucos metros do lago de canoagem (eu voei por quase 200 metros!).

Logo no primeiro passo senti dor por meu corpo. Algumas costelas, braço e clavícula direita com certeza tinham quebrado, alem de várias escoriações e cortes pelo corpo. Me arrastei até o lago e me curei o máximo que eu pude, mas Tânatos já estava lá. Ele me pegou pela parte de trás da minha camiseta e me arremessou para trás.

Eu estava desarmado, perdi contracorrente quando levei o golpe. Quando tentei me levantar minha força se esvaiu rapidamente, então permaneci de joelhos. O deus avançava rápido, tudo que conseguia pensar era em fugir, mas eu sabia que não conseguiria. Então ele parou na minha frente com a foice em mãos.

– Já perdi muito tempo com você. – Disse ele.

Ele ergueu a foice em direção ao céu chuvoso, como um carrasco que se prepara para cortar a cabeça de um condenado. Antes de ele descer a lâmina, lembrei do tridente do Sir. Era uma arma que feria os imortais e ainda estava comigo. Eu a peguei na parte de trás do cinto e a ativei, a arma apareceu em menos de um segundo e desferi um ultimo golpe em Tânatos no mesmo tempo que a foice atravessou o meu ombro esquerdo.

As pontas do tridente atravessaram o peito do deus, sangue dourado escorreu pela ferida. Ele se ajoelhou e fez uma tremenda força para retirar a arma de si. A ferida não estava cicatrizando, ele se apoiou em mim, retirou a tablet do manto e sussurrou:

– Olhe... pelo que está escrito aqui, você iria viver o suficiente para ver seu segundo neto se tornar um herói do Olimpo, como você foi... mas esse destino não vai existir mais. Adeus, Percy Jackson... E me perdoe.

Senti a ferida causada pela foice formigar, quando tentei mover meu braço direito o formigamento apenas aumentou. Tânatos se levantou e, ainda ferido, se desfez em uma nevoa acinzentada.

Acabou. Eu tinha conseguido evitar a morte de todos pelas mãos dele, mas a que preço?

Ouvi Annabeth gritar meu nome ao longe, me levantei vagarosamente e tentei andar, mas então me curvei e cuspi muito sangue. Olhei para o meu ombro, tudo estava avermelhado de sangue. Quando tentei repetir o passo, a dor percorreu minha espinha com se fosse um choque elétrico, minha força se foi assim que senti a terra no meu rosto. Eu não conseguia me mexer, na verdade, meu cérebro evitava em fazer tal coisa. Logo minha visão começou a ficar turva, as cores se misturavam, mas eu conseguia distinguir as chamas da guerra ao meu redor, apesar de por pouco tempo. Elas pareciam mais como espíritos amarelados se revirando de dor em meio à escuridão.

Minha audição também começou a desaparecer aos poucos. Por alguma razão, minha respiração começou acelerar junto com meus batimentos do coração. Era pânico. Era como se o meu ser consciente estive se desgrudando do meu corpo e por isso ele reagia de forma tão estranha.

Duas formas sombrias apareceram na minha frente, de algum modo, sabia que ela delas era a Annabeth. A outra parecia ser um homem loiro, talvez fosse o Jason. Eles gritavam e me chacoalhavam, ma eu nada sentia. Eu apenas senti gotas de lagrimas cair em minhas bochechas. Por que Annie estava chorando? Eu tentei dizer algo, mas minha língua estava amortecida. Foi então que percebi o que estava acontecendo.

Eu estava morrendo. E não tinha nada que eles podiam fazer para impedir.


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Notas finais do capítulo

Pois é...
No próximo capitulo Benjamin e Nico estão de volta!
Não se esqueçam se comentar