O Herdeiro da Ruina escrita por Fail Name


Capítulo 30
Percy toma sua decisão


Notas iniciais do capítulo

Eai demorei?
Pois é, tive um certo bloqueio criativo, mas deu tudo certo e aproveitem!
Ah, quase esqueci, alguns dias atras essa historia recebeu uma incrível recomendação do leitor Mello, muito obrigado cara, esse capitulo é pra você! E também para o leitor (ou leitora, não sei) Pegasus, por ter dado um sinal de vida kkk Obrigado

Então, bom leitura!



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POV – Percy

Não importa de que deus você seja filho ou filha, todos os semideuses odeiam seus sonhos e visões. Principalmente quando eles são muito reais.

No meu sonho eu estava num lugar magnífico, mas ao mesmo tempo sombrio. Eu estava na frente de ruínas de um palácio incrivelmente grande, com colunas de mármore que sustentavam a enorme estrutura, elas estavam manchadas e cheias de musgo por causa do tempo. O chão era de pedra acinzentada com algas secas crescendo nos vãos, antes do palácio tinha uma grande escadaria que levava até ela e atrás de mim uma bela fonte ornamenta que muito tempo não é usado.

Eu ouvi vozes vindas do palácio, então eu subi as escadas e entrei sorrateiramente, contornando as ruínas. Depois de atravessar um corredor comecei a ouvir as vozes mais claramente que eram na verdade gritos. Gritos de uma garota. Eu comecei a andar mais rápido e finalmente cheguei a uma abertura na parede, ela parecia ter sido feita há pouco tempo. Então me encostei à parede e espiei o lado de dentro.

Havia uma fogueira improvisada crepitando no centro do salão, ela não era suficiente para iluminar a sala de pedra, mas ao fundo podia-se ver uma sombra formada pela fogueira. Era um rapaz com um chicote, toda vez que ele estava o chicote estalava um grito ecoava pelo lugar.

Eu entrei pela abertura e continuei avançando agachado, mesmo sabendo quem quer que seja não podia me ver... acho que é por causa do habito. Então, eu encostei em outra parede e espiei novamente.

A primeira coisa que minha mente assimilou foi o chicote cortando a carne das costas da Piper. Em seguida, foi o rapaz que fazia isso. Victor Oslon.

– Então, gostou da nova casa Piper? Ela é bem mais velha que a ultima, – Ele a chicoteou – mas eu a acho mais aconchegante, você também não?

Ela não respondeu, ficou apenas olhando pra baixo de costas para ele. Ela estava com os braços presos acima da cabeça e seus pés mal a sustentava no lugar. Ela tinha emagrecido muito, podia-se ver suas costelas por entre as roupas rasgadas.

– Ei, Victor, você não se cansa de torturar essa garota? – Perguntou um garoto entrado pela passagem e passando alguns metros de mim, era aquele garoto albino sinistro, acho que seu nome era Gutierrez – Você não acha que ela já perdeu a consciência?

Ele puxou a cabeça de Piper pelo cabelo para ver seu rosto, seus olhos estavam fechados e ela respirava com dificuldade.

– É... ela desmaiou. Os gritos tinham parado mesmo. – Ele se sentou num pedaço do teto que tinha caído e disse: – Eu acho que vou matá-la de uma vez, fazer as coisas que eu fazia com ela antes não tem mais graça... – Ele soltou um suspiro – Ela não grita como antes.

– Você é um maníaco por gritos, não é?

– Eles me acalmam e me distraem.

– Sério? Eu jogo videogame ou League of Legends no computador pra distrair. – Disse ele coçando a cabeça.

Eles ficaram e m silêncio por alguns minutos e Gutierrez finalmente diz:

– O que você estava falando com o Neil hoje mais cedo?

– Ah, era sobre o plano dele de atrair o Herdeiro pra cá, e tá dando certo. Ele e seu amiguinho Nico já entraram no Mar de Monstros e estão vindo pra cá nesse momento, eu estou ansioso por isso.

Gutierrez sorriu.

– Verdade, quando eles chegarem aqui, vamos brincar muito com eles e a profecia vai ser cumprida do jeito que queremos. O mundo vai se tornar um caos, mas sem a influencia dos deuses. O lugar perfeito.

– Por que você está dizendo essas coisas? Eu estou cansado de saber disso.

– Mas não é você com quem que eu estou falando, – Gutierrez se virou pra mim, me encarando com um sorriso arrogante – é com você, Percy.

Assim que ele falou meu nome comecei a correr para fora do palácio, mas na saída Gutierrez estava me esperando com uma espada na mão. Eu estava desarmado, droga, mas isso era um sonho como eu poderia lutar contra ele. Eu nem tive chance de pensar numa solução quando senti uma lâmina perfurando minhas costas e atingindo meu pulmão. A força se esvaiu das minhas pernas e então caí de joelhos, ainda com a lâmina no meu peito.

– Ah, Neil. – Disse o albino, decepcionado – Eu queria matar ele.

– Desculpe, cara. – Eu não conseguia ver o tal Neil, mas sua voz era de uma criança – É que pra ele isso é apenas um sonho ou uma visão, isso não vai matá-lo de verdade. – Isso foi bom ouvir – Mas isso também é uma mensagem... – Eu senti Neil chegar perto da minha orelha, então ele sussurrou pra mim – Se você vier aqui ajudar o Herdeiro... você vai morrer Perseu Jackson.

Então ela agarrou a minha cabeça e girou com toda força, eu consegui apenas sentir uma dor excruciante no pescoço antes de acordar.

A primeira coisa que fiz quando abri os olhos foi lembrar como se respirava. Era como se eu tivesse parado de respirar até o limite e depois tentasse pegar fôlego em um lugar com ar rarefeito. Meus cabelos e rostos estavam molhados pelo suor e quando olhei para minhas mãos tremulas, eu pude perceber o quanto eu estava assustado.

Eu saí do meu quarto para pegar um pouco de ar, andei pensando sobre o que tal Neil tinha falado. Se eu fosse, de alguma forma, ir ajudar o Ben eu morreria. Coisas assim normalmente não me amedrontam, semideuses são (muito) ameaçados por monstros ou por outros seres. Mas algo no tom de voz do garoto ou por ele ter conseguido me ver e matar em uma visão, talvez tenha me deixado com certa insegurança.

É raro alguém poder perceber a presença de uma visão, normalmente nas visões somos algo perecido como um ar gelado ou até algo com forma, mas ainda sim, invisível. Lembrei que Nico podia sentir as visões, mas aquele garoto tinha conseguido me esfaquear e tocar em mim. Isso é meio assustador.

Quando cheguei na varanda e me encostei na coluna de sustentação de madeira. Fiquei assim por alguns minutos, tentando organizar meus pensamentos.

– Percy o que está fazendo acordado? – Perguntou Akhlys.

Ela estava, de alguma forma, deitada no teto acima de mim. Ela vestia uma camiseta do Acampamento (roubada, com certeza) e uma calça jeans nova. Seus cabelos estavam presos num rabo de cavalo e ela segurava um bloco de notas.

– O que está fazendo ai em cima?

Ela desceu levitando e pousou no meu lado.

– Fazendo a programação do meu dia de amanhã, eu tenho que matar três humanos logo de manhã e levar a Amanda até o Benjamin... parece que vou ter que cancelar a academia – bufou ela, folhando o bloco de notas.

Ignorando a parte “tenho que matar três humanos”, perguntei:

– Você faz academia?

– Claro! Você acha que os deuses e os outros seres do Olimpo nascem em forma?

Eu nunca pensei nisso.

– Bem, tanto faz. – Disse ela – A questão é que a partir de amanhã minha rotina vai mudar muito.

– Faltar um dia na academia é uma grande mudança de rotina para você?

– Eu não disse que ia ser só amanhã, todos nós vamos ficar muito ocupados a partir de amanhã.

Estreitei os olhos.

– Como assim?

Ela sorriu.

– Tânatos e seus aliados fizeram seu movimento, eles vão atacar a única defesa que os deuses têm, e como um rapaz “inteligente” que você é, acho que você já sabe aonde será o ataque.

– Aqui, no acampamento. – Eu me aproximei dela, agarrando-a pela gola da camisa – O que você está planejando? Você esconde essa informação e conta na ultima hora, você chega aqui toda de si pedindo para te ajudemos a matar um deus! Será que você tem alguma ideia de o quanto isso é ridículo.

– Deuses podem morrer. Pã, o Senhor das Florestas e Harpócrates que morreu na batalha no Posto Avançado meses atrás, são exemplos que provam que é possível.

– É, mas ambos estavam fracos e desacreditados. Tânatos nunca vai ficar fraco, a morte está presente na vida das pessoas, sua força é renovada todos os dias.

– Você é mesmo tolo, Jackson. – Disse ela, se soltando e recuando – Os deuses podem morrer por outros meios... como por exemplo, morrerem pelas mãos de semideuses.

– Você por acaso é idiota! Isso é impossível!

– Pense bem, semideuses podem derrotar qualquer monstro, até os imortais. Vocês derrotaram gigantes e titãs, eles eram todos filhos de Deuses Primordiais... adivinha de quem os deuses olimpianos são filhos?

– São...

– Zeus, Poseidon, Hades e outros são filhos de Cronos, Titã que você o derrotou. Eu posso citar vários seres que semideuses derrotaram que tem de certa forma, parentesco com os deuses... Por que a possibilidade de derrotar um deus é tão remota assim?

– Por que são deuses! Alem de não temos motivos para fazer tal coisa, eu não vou matar Tânatos só porque você está pedindo.

– Nem pelo Benjamin? – Eu a encarei, a procura de uma explicação – Tânatos que pegar o Ben para que ele cumpra a profecia e também, ele quer a Amanda morta. Ele só vem aqui para pega-la. Por isso que eu quero matá-lo, ele é o único ser que pode conseguir o que quiser, como você mesmo disse, ele nunca fica fraco.

Eu nunca pensei que ela teria tais pensamentos, parecia que para ela, Benjamin era a pessoa mais importante no mundo e ela faria tudo para protegê-lo, até matar o pai dele se preciso. O pior é que... ela não me pediria isso se Benjamin apoiasse essa ideia.

– O Benjamin o quer morto.

Ela assentiu com a cabeça.

Um som parecido com a de um trovão soou pelos céus interrompendo meus pensamentos, o que era estranho, pois era apenas uma noite limpa sem nuvens. Eu saí da varanda e fui até o gramado para dar uma olhada, Akhlys tinha ficado na varanda, mas também olhando para o céu. Então novamente, o som explosivo retornou só que mais forte. Então a barreira mágica do acampamento brilhou como se absorvesse um impacto. “O que diabos está acontecendo?”

Annabeth e Quíron saíram da Casa Grande armados, nesse mesmo momento o som e o brilho se repetiu.

– Quíron! – Gritei – O que está acontecendo?

– Estamos sendo atacados, e por alguém muito poderoso. Essa barreira está sendo fortalecida pelo velocino de ouro, mas ela está quase sendo destruída. – Ele encarava a cena, incrédulo – Nunca achei que isso poderia acontecer.

Direcionei meu olhar para Annabeth que ainda estava vestindo seu pijama. Depois muito tempo juntos, com apenas uma troca de olhares podiam saber rapidamente o que cada um pensava da situação. Eu queria que ela alertasse os outros e ela queria que eu tomasse cuidado. A guerra finalmente chegou até o Acampamento.

Eu não deixaria ninguém destruir meu lar, por isso eu só tinha uma escolha.

– Akhlys... – Chamei – Eu vou ajudá-la.

Ela me encarou por alguns instantes e deu um sorriso de alivio.

– Ótimo!

– O que eu preciso fazer?

Ela respondeu com a mesma empolgação.

– Enfrentar a Morte.


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Notas finais do capítulo

O que Akhlys planeja, hein? Quais mudanças ocorreram em Benjamin nesses meses sozinho para ele querer tanto a morte do pai? Quem é Neil?

Pessoal desculpe se a proxima damorar tanto quanto essa, eu vou começar um estagio e devo ficar meio sem tempo para escrever, mas me aguardem!