O Vingador Fantasma escrita por Naphion


Capítulo 1
O Fim é Apenas um Inicio




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Os passos indo lentamente ao fim do corredor. Os gritos cada vez mais altos ao seu redor. Ele ouvia varias pessoas repetindo a mesma frase, tentando convencer a si mesmas de uma mentira. Doce. Doce mentira que saia dos labios da multidão. Mentira para todos, menos para ele. De repente, o braço que o segurava o empurrou de encontro a uma parede. Ele bateu fortemente o queixo. A dor que sentia só podia ser equiparada a humilhação que sentia ao estar naquele lugar. Caiu desmaiado sobre a pequena poça de sangue que ficara no chão cinzento.

Horas depois ele acordou. Limpou o sangue coagulado de sua boca e com as mãos segurando as barras e olhando em volta. Os outros repetiam as mesmas ações. Com as mãos abanando entre barras, gritavam com odio e medo.

- Não os culpo por terem feito isso comigo. Não adianta falar que sou inocente. Todos aqui são. – pensava

Se jogou na cama, e por cinco minutos pensou no julgamento, as duras palavras saindo da boca do juiz e em seguida dois senhores o levando até aquela cena. Lembraria daquela cena nos proximos 25 anos. Ou até morrer. O que viesse primeiro.

- Bando de filhas da puta. – Uma voz gritou ao longe. – Acordem e vão trabalhar.

O som de varias trancas sendo abertas era notado ecoando por todo o estabelecimento. Ele foi levantado contra sua vontade, virado de costas e jogado por cima de uma mesa. Foi algemado e em seguida saiu com um teaser em suas costas.

- Esta vai ser minha rotina daqui para frente? – se perguntava – Estou mesmo fadado a este destino? Que triste.

De repente, seus pensamentos são interrompidos pelos empurrões que leva. Cospe um pouco de sangue e continua seguindo pelo estreito corredor. Os gritos se multiplicam e quase ensurdecem ele.

- Você tem visita hoje. Não tente nenhuma gracinha, senão, headshot na cara, entendeu?

Ele se sentou na cadeira e olhou ao seu redor. Só haviam duas pessoas na sala. Ele e um homem do outro lado de um vidro, a sua frente. Trajava um terno, possuia os cabelos um pouco despenteados, loiros quase brancos. Olhos verdes claros. Olhava com um misto de desprezo e piedade para ele.

- Dizem que coisas ruim são destinadas a pessoas boas – diz o homem loiro – Engraçado, não? Você, uma pessoa que fez tudo certo em sua vida agora está ai. Pagará 25 anos por isso. Afinal, o que você fez?

- Já lhe disse – respondeu o outro – Eu sou inocente.

- Claro. Todos aqui são, não? – abriu o paleto, tirou um maço de cigarro do bolso interno, abriu-o, tirou um cigarro e o acendeu. Deu uma longa tragada e expeliu a fumaça pela janela ao seu lado . – Olha, meu caro, você viu que eu tentei lhe ajudar, mas infelizmente não foi dessa vez. Mas fique tranquilo, 25 anos passam mais rapido do que você pensa. Bom, agora tenho que ir. Até mais, “inocente”.

Um dos guardas que antes o escoltará riu.

- Seus quinze minutos de fama acabaram, Inocente. Volta pra cela, falta alguns anos para você poder ver a luz do dia novamente. -  E novamente com o teaser nas costas dele, seguiu em direção a cela. – Você deu sorte hoje. Ao inves de trabalhar, teve uma visita. Amanha, trabalhará em dobro.        

E assim, a rotina dele foi, diariamente. Trabalhos arduos para recompensas singelas como um lugar para poder dormir ou um tempo para poder se lavar. E o pior era o deboche. Naquela prisão seu nome fora esquecido, trocado pela alcunha “Inocente”. Com o tempo passando, até mesmo ele esqueceu seu nome e adotou Inocente como sua identidade.

2 Anos se passaram. Inocente planejou a cada segundo como podia fugir dali. Realmente não havia cometido aquele crime. Sentou então em sua cela e olhou para um pequeno bloco de notas que havia ganho por bom comportamento. Nele havia nomes, aparentemente aleatorios e alguns desenhos feitos com carvão. Nele aparentava ser um projeto de uma flauta de bambu ou algo parecido. Mas aquilo não mais importava.

- Ei. Quem é você? – perguntou um guarda a cela ao lado.

- Eu? Sou Mikail. – responde uma voz rouca

- Onde está o Inocente?

- Sou eu, senhor – a voz rouca demostra desespero.

- Todos aqui são, não? – e dá uma gargalhada. – O Original. Onde está?

- Cela ao lado.

- Você é Inocente, não? – diz o guarda se aproximando a cela dele

- Todos aqui somos, meu caro.

- Verdade. Bom, você não cumprirá 25 anos de prisão.

- Serio? – diz Inocente com um sorriso e um brilho nos olhos.

- Sim. Verdade. – e ao dizer isso levanta uma arma em sua cabeça – Vai morrer agora. E então atira.

A bala acerta em cheio a face de Inocente e o mata quase que instantaneamente.

E assim o fim da vida de Inocente se inicia.


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