ANTROPÓFAGO - Diário de um Canibal escrita por Adélison Silva


Capítulo 3
A fábrica de soda cáustica


Notas iniciais do capítulo

Uma simples excursão de colégio poderá mudar completamente o rumo da história.



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   Existia próxima a cidade uma floresta chamada Mossaíh. Ganhou esse nome por causa de John Mossaíh, um grande fazendeiro torturador de escravos que tinha suas terras onde hoje é a cidade de Braço Forte. Conta a história que John Mossaíh levava os seus escravos fujões para a floresta e lá os torturavam diante dos demais escravos, para que eles aprendessem a lição. Há quem diz que, andando pela floresta ainda é possível ouvir os gemidos dos negros e o arrastar de suas correntes. John foi pego em uma tocaia pelo os próprios negros, sendo torturado, massacrado e deixado vivo pendurado de cabeça para baixo em uma árvore no meio da floresta. Dias depois, as autoridades daquele local foram atrás de John e ninguém achou nada, nem um vestígio de seu corpo. Reza a lenda que o fantasma de John Mossaíh assombraria a floresta ainda hoje e todos os que se atrevem a entrar no coração daquele território desaparecem sem deixar pistas. Se o sumiço dos curiosos tem a ver ou não com John Mossaíh ninguém sabe, mas poucos se atrevem a conferir a veracidade da informação.

  O que essa história tem a ver comigo? Simples, a maluca da professora Maria da Soledad resolveu fazer um passeio em uma antiga fábrica de soda cáustica, que para o desespero de todos se localiza nas extremidades da floresta Mossaíh.

 

CIBELE

— Eu não vou para esse passeio, simples assim. Imagina, eu me enfiar em meio a uma floresta mal assombrada.

 

MARIA

— Esse passeio é de suma importância, e quem não for vai ficar sem nota.

 

CIBELE

— Pois então me deixe sem nota. Prefiro ficar sem nota a me aventurar em um lugar mal assombrado.

 

LETÍCIA

— Eu confesso que eu também estou com medo, Cibele. Mas vamos todos juntos não há o que temer.

 

CIBELE

— Você não está entendendo Letícia. O meu tio foi nessa floresta e nunca mais ninguém ouviu falar nele. Eu conheço varias pessoas que assim como meu tio se aventuraram e desapareceram.

 

MARIA

— Isso é bobagem. O ônibus vai nos levar diretamente para a fábrica e vai nos trazer de volta para cá. Ninguém vai adentrar em meio a floresta.

 

CIBELE

— Eu estou fora professora!

 

MARIA

— Você que sabe Cibele. Mas vai ficar sem nota.

 

 

  É claro que o passeio da professora não alegrou a maioria. Mas não tive medo algum. Eu sempre achei essa história uma babaquice. Tudo bem, não desprezo o fato de que o tal John tenha torturado os seus escravos, muitos fidalgos da época faziam isso, e é natural também os escravos tê-lo matado como uma forma de vingança. Mas daí a achar que o seu fantasma esteja solto pela floresta torturando a quem nela entrar é demais, pura história da carochinha. O que mais temia no momento era o que se passava na cabeça da Érica. Eu já não sabia mais o que fazer, tentava de todas as maneiras me aproximar dela, mas ela continuava a me evitar. Ela o fazia não de uma forma arrogante, pois até que me tratava bem, só não queria conviver muito comigo. Eu estava ficando louco e em meu peito o coração fervia. No fundo eu tinha esperança de que ela resolvesse me dar mais uma chance.

 

DAVI

(se aproximando) E aí, está com medo de encarar a floresta Mossaíh?

 

MAX

— Não. Acho tudo isso uma bobagem, eu não acredito em fantasma.

 

DAVI

— Eu também não. Mas as meninas estão morrendo de medo. Até a Thaís que é toda durona está com medo. Mas parece que a Letícia conseguiu convencer a Cibele de ir também. (ao perceber que Max alisava uma das suas caricaturas do rosto de Érica) Você ainda está na fossa por conta dessa história sua com Érica, né?

 

MAX

— Ela nem olha mais na minha cara. (T) O que eu fiz foi tão grave assim Davi?

 

DAVI

— Não, claro que não. Ela só está com medo de perder a vaga dela aqui na república.

 

 

Ricardo ao longe olhava para mim com cara de deboche.

 

 

MAX

(com ódio ao ver a cara de deboche de Ricardo) Tudo por culpa daquele otário.

 

DAVI

— Não dá moral para o Ricardo, ele está fazendo tudo isso só pra te provocar.

 

 

Para a minha surpresa naquele momento Érica foi se aproximando de nós. Eu nem acreditava que ela finalmente resolveu me enxergar. Davi educadamente saiu para que pudéssemos conversar.

 

 

ÉRICA

— (ao se aproximar) Max!

 

DAVI

(se retirando) Eu vou deixar vocês dois a sós.

 

ÉRICA

— Obrigada Davi!

 

MAX

— Você ainda está com raiva de mim?

 

ÉRICA

— Não. Desculpe Max, eu sei que estou te evitando. E sei que de alguma forma isso te fere. O Davi me falou um pouco sobre as conversas que vocês costumam ter.

 

MAX

— Ele falou sobre as nossas conversas?

 

ÉRICA

— Sim. Sobre os sentimentos que você nutre por mim.

 

MAX

— Eu gosto muito de você, Érica. Desde o primeiro dia que te vi eu me encantei.

 

ÉRICA

— Olha Max, eu também gosto muito de você. Porém não dá pra gente continuar mantendo esse nosso romance. Eu errei em ficar alimentando esse seu sentimento. Eu não tive noção da proporção que tudo isso estava tomando. Eu fui egoísta e não me dei conta que tudo isso poderia te machucar. Me desculpe Max, mas entre a gente não haverá mais nada além de amizade.

 

MAX

(decepcionado) Está bem, talvez você esteja certa. Seremos apenas amigos.

 

 

  Amigos? Se tem uma coisa que dói é quando a pessoa que você ama diz que quer ser apenas sua amiga. Não Érica, eu não posso ser seu amigo. Como amigo, eu não posso sentir o beijo dessa sua boca carnuda; como amigo, eu não posso tocar a sua pele e acariciar os seus cabelos; como amigo, eu não posso tê-la em meus braços e torcer para o tempo parar e você ficar para sempre aqui comigo. Não, eu não posso ser seu amigo. Por outro lado, foi melhor assim. Com a minha amizade, Érica voltou a falar comigo e voltamos a nos dar bem como antes. Ela sorria, brincava e me olhava de lado com um sorriso no canto dos lábios, como se dissesse: “Que bom que estamos bem!”.

  Maria da Soledad animada ficou na porta do ônibus organizando a entrada dos seus alunos.

 

 

MARIA

— Vamos todos entrar no ônibus que já está na hora. Anotem tudo o que vocês puderem pois irei cobrar. Irei pedir um trabalho para ser apresentado, sobre como funciona essa fábrica. Ou melhor, como funcionava, já que ela está desativada.

 

CIBELE

— Sério mesmo isso? Eu vou ter que entrar nesse ônibus?

 

LETÍCIA

— Cibele, por favor, não complica, eu já estou aqui morrendo de medo e você ainda faz drama.

 

THAÍS

— Depois da história do tio da Cibele que desapareceu, até eu já estou com medo.

 

DAVI

— Olha não é falando não, mas eu também já ouvir umas histórias macabras sobre essa floresta.

 

LETÍCIA

— Ai gente, sério?

 

ÉRICA

— Deixe de conversa fiada Davi. Está na cara que ele está tirando onda com a nossa cara, gente.

 

MARIA

— Vamos deixar de conversa e entrar logo no ônibus.

 

 

  Na hora do passeio era gente reclamando de um lado, gente se lamentando do outro, gente se recusando a entrar no ônibus, mas todos eram pressionados pela a professora, que dizia fazer parte da aula e que era de suma importância conhecer como funciona essa fábrica.

 

 

LETÍCIA

(olhando a janela) Não há nada demais, uma floresta como outra qualquer.

 

CIBELE

— Essas árvores são gigantescas, bem assustadoras.

 

THAÍS

— Isso são eucaliptos, não há nada de assustador. Também não viaja Cibele.

 

DAVI

(com cara de assustado) Gente, vocês viram?

 

LETÍCIA

— Eu não vi nada.

 

CIBELE

— O que você viu, Davi?

 

THAÍS

— Para de graça! Tenho certeza que ele não viu nada.

 

DAVI

(mostrando as mãos) Cara, olha pra mim estou tremendo até agora.

 

LETÍCIA

— Pelo o amor de Deus Davi o que você viu?

 

DAVI

— Eu vi um vulto, ali em meio aos pés de eucaliptos. Um homem branco...

 

CIBELE

— O meu tio era branco.

 

DAVI

— Esse homem tinha mais ou menos um metro e oitenta, barba ruiva, usava um chapéu na cabeça.

 

THAÍS

— Você está falando sério Davi?

 

DAVI

— Eu juro. E digo mais, ele segurava um chicote com umas lanças cabulosas na ponta.

 

CIBELE

(amedrontada) Ah não gente, eu não quero ir mais não. (gritando) Pare esse ônibus, eu quero descer!

 

DAVI

— Tem certeza que você quer descer?

 

CIBELE

— Não, eu quero voltar! (gritando) Volte esse ônibus!

 

MARIA

— (gritando) Silêncio gente! Olha essa algazarra aí. Davi chega!

 

 

  As garotas gritavam, pedindo para Davi parar, mas ele insistia afirmando que era verdade. Eu de longe só observava a conversa do Davi com as meninas era engraçado ver as meninas amedrontadas com a história que ele contava. Ao olhar para trás vejo Érica isolada no fundo olhando atentamente para o lado de fora. Fiquei a observando por um instante, criei coragem e fui até ela. Se era amizade o que ela tinha a me oferecer, eu abusaria disso.

 

MAX

(se sentando ao lado de Érica) O que foi? Não está acreditando nas histórias do Davi, está?

 

ÉRICA

— Não. Eu nem prestei muita atenção. Estava aqui com os meus pensamentos longe.

 

MAX

— Quanto mistério! E o que passa aí dentro dessa sua cabeça?

 

ÉRICA

— Nada demais, são apenas pensamentos tolos. (levantando) Vamos nos juntar aos outros?

 

MAX

— Eu prefiro ficar por aqui mesmo.

 

ÉRICA

— Então tá. Eu vou lá conferir a veracidade dessas histórias horripilantes do Davi.

 

 

Fiquei confuso, tentando achar uma maneira de reconquistar Érica. O que de tão grave eu fiz? Será que toda essa rejeição é só por conta da minha discussão com o Ricardo? Falando em Ricardo, só foi me ver sozinho no fundo do ônibus para ele vir me provocar. Ele e os amiguinhos babacas dele.

 

 

RICARDO

— Ainda está correndo atrás da Érica? Desista, Max, ela apenas fez uma caridade quando ficou contigo.

 

MAX

— Não me enche o saco Ricardo. Não se toca? Érica também não quer nada contigo.

 

RICARDO

— Olha isso meninos! Então, você não sabe?

 

MAX

— Eu não sei o que?

 

RICARDO

— Eu não acredito ninguém contou pra ele.

 

BETO

— Conta aí, então. Ele precisa saber da novidade.

 

RICARDO

— Entre Érica e eu rolou muito mais do que um simples beijo. Posso te garantir uma coisa, ela é quente.

 

MAX

— Isso não é verdade.

 

RICARDO

— Acredite se quiser. Vamos nessa rapaziada. (provocando enquanto sai) Ela é quente.

 

 

  Mentira, isso não pode ter acontecido. Sinceramente, quem estou enganando? Por que não pode ser verdade? Érica já não é mais a mesma. E da forma que eles se entrosaram de uns tempos para cá, não é difícil de acreditar que o Ricardo esteja falando a verdade. Meu peito apertava, eu me assustava com o ódio que brotava dentro de mim. Comecei a detestar tudo: o passeio em si, a música que a turma começou a cantar, os buracos na estrada, as gargalhadas do Davi e, principalmente, a voz do Ricardo.

 Meu peito apertava, eu me assustava com o ódio que brotava dentro de mim. Comecei a detestar tudo: o passeio em si, a música que a turma começou a cantar, os buracos na estrada, as gargalhadas do Davi e, principalmente, a voz do Ricardo. Sentia as minhas mãos frias, a cabeça latejando e em minha mente surgiam imagens do Ricardo e da Érica juntos, se amando. Parecia que eu iria explodir! Uma lágrima descia quente, lavando o meu rosto. Eu estava invisível a todos que, envolvidos com a cantoria e as histórias macabras do Davi, nem se importavam comigo. Acalmei-me quando ouvi a professora anunciar que havíamos chegado.

 

 

MARIA

— Prontinho, chegamos. Vamos descer todos devagar e vamos nos manter sempre juntos. Sem afobação. Vamos lá!

 

 

Desci do ônibus meio sem jeito, tentando me conformar em ter perdido Érica para sempre. Mas ela continuava malditamente linda; seu olhar, seus cabelos, seu sorriso. "Minha nossa, o que fiz de errado para lhe perder?" Davi se aproximou de mim, forçando uma conversa.

 

 

DAVI

(se aproximando) As garotas piraram com as histórias que eu contei.

 

MAX

— Ela ficou com ele.

 

DAVI

— Quem ficou com quem?

 

MAX

— A Érica. (com ódio no olhar) Ela e o Ricardo transaram.

 

DAVI

— Calma Max, não vai acreditar nas lorotas do Ricardo.

 

MAX

— Como eu posso não acreditar? Érica não quer mais saber de mim.

 

DAVI

— Cara, você está indo em uma onda completamente errada. Não dá crédito a essa história que o Ricardo está contando. Isso que você está sentindo por Érica não é amor. É uma obcessão que já está te consumindo. E você não está se dando conta disso.

 

 

A nossa conversa foi interrompida quando a professora nos chamou para entrar na fábrica.

 

 

MARIA

— Gente, todo mundo aqui, por favor. Vamos prestar atenção. Esse aqui do meu lado é o senhor Lázaro Miguelle. Ele é o diretor dessa fábrica, trabalhou nela durante anos. E hoje será o nosso guia.

 

LÁZARO

— Eu vou mostrar pra vocês passo a passo de como a soda era fabricada. Desde o processo inicial até o produto final. Vamos lá?

 

MARIA

(com uma máscara em mãos) Mas antes da gente começar a nossa expedição pela a fábrica, todos devem usar essa máscara. Como a fábrica foi desativada recentemente ainda há muito cheiro de amônia por aqui. Outra coisa importante também. Não toquem em nada, não podemos entrar em contato direto com o produto. Todos bem equipados? Vamos dá início a nossa expedição.

 

 

 Lázaro foi andando por todos os departamentos, mostrando passo a passo de como funcionava a fábrica. Maria da Soledad vinha ao seu lado e Letícia do outro lado anotando tudo o que o diretor da fábrica dizia. Os demais alunos vinham logo atrás.

 

 

LÁZARO

(explicando) Para produzir o hidróxido de sódio, a soda caustica que conhecemos. Usava-se a mesma reação que ocorre quando se separa o oxigênio e o hidrogênio da água. A reação é feita usando energia elétrica. Passando uma corrente elétrica por uma solução de sal em água. Vamos passar por aquela sala ali e vocês vão ver direitinho como tudo isso funcionava aqui na nossa fábrica.

 

MARIA

— Vamos gente, e não se esqueçam de anotarem tudo, pois irei cobrar depois.

 

 

Nada disso me interessava, eu não parava de pensar naquilo que o Ricardo havia me dito. Qualquer coisa, eu pegaria as anotações da Letícia. Do jeito que ela andava grudada no diretor, se a professora pedisse para escrever um livro sobre a soda cáustica ela tiraria de letra.

 

 

DAVI

— Aff, Max! Que cara é essa, parece que comeu e não gostou?

 

MAX

— Nada não, só estou triste.

 

DAVI

— (puxando Max pelo o braço) Vem!

 

MAX

— Para aonde você está indo?

 

DAVI

(entrando em outro salão) Vem comigo!

 

 

Davi me chamou para entrarmos em uma sala, mas ao passar pela porta vi o letreiro “perigo, apenas funcionários treinados” e me preocupei. No fundo da sala havia outra porta que dava em um corredor, onde passava uns canos grossos e coloridos de metal. Davi adentrava pelos os corredores procurando algo, e eu na sua cola.

 

 

MAX

— Aonde estamos indo, Davi?

 

DAVI

— Vem, Max! Eu quero pregar uma peça nas meninas. Elas vão levar um susto!

 

MAX

— O que você vai fazer? Não devíamos ter entrado aqui!

 

ÉRICA

— (vindo logo atrás) Vocês estão malucos? O que fazem aqui? ­

 

 

Surpreendi-me ao ver Érica ali conosco. Ela nos viu desviando o caminho e resolveu vim atrás.

 

 

MAX

(se justificando) É coisa do Davi.

 

DAVI

— Preciso encontrar outra saída, quero pegar as meninas lá na frente.

 

ÉRICA

(sorri meio traquina) Tudo bem, eu vou com vocês.

 

MAX

— Cara isso tudo está muito errado.

 

DAVI

— Deixa de ser careta, vem logo. Não tem perigo nenhum a fábrica está desativada, é só a gente não tocar em nada.

 

 

  Eu não estava entendendo mais nada. Davi parecia obcecado com a ideia de assustar as meninas e se arriscou a entrar em uma sala mesmo sabendo que poderia ser perigoso. Já Érica, que sempre me pareceu certinha, estava querendo se aventurar nas pegadinhas do Davi. Eu, como sempre, ficava mexido com o jeito da Érica. Queria sondar para ter certeza de que era verdade o que o Ricardo havia dito, mas não tinha coragem. O jeito eufórico dela pela adrenalina de fazer algo errado me encantava. Eu era envolvido por vários sentimentos que nem sei como explicar: felicidade, por ela estar ali comigo; medo de sermos pegos ou de dizer algo errado que a magoasse (optei por ficar em silêncio); raiva por imaginar que o Ricardo pudesse ter dito a verdade; e ansiedade em saber como tudo isso iria acabar.

  Entramos em outra sala. Era um salão enorme, com dois grandes cilindros metálicos, que eram usados para depositar a soda cáustica em alta quantidade. No alto existia uma passarela, na certa era para os funcionários olharem o produto, e Davi logo notou que também não havia ninguém ali. Como a fábrica já não era mais ativa havia poucos funcionários, mas mesmo assim ainda restava soda cáustica nos cilindros, o que tornava aquele lugar muito perigoso. Davi insistiu em subir na passarela, mesmo que Érica e eu o alertássemos o do perigo que corríamos:

 

ÉRICA

— Davi melhor não, isso pode ser perigoso.

 

DAVI

(já nas escadas) Relaxa gente, vamos só ver como funciona.

 

MAX

— Cara, você está maluco? Estamos falando de soda caustica isso pode ser perigoso.

 

DAVI

— Cara, a gente só vai olhar se ainda tem soda no cilindro. É provável que eles estejam até vazio. Não tem perigo, a gente só vai subir a passarela, olhar e depois descer.

 

ÉRICA

(subindo a escada logo atrás de Davi) Então vamos ser rápidos.

 

DAVI

— Vem Max, deixa de ser frouxo!

 

 

Não tive muita escolha a não ser subir também. Era impressionante, a passarela era muito alta, e podíamos ver tudo lá embaixo. Caminhávamos concentrados, pois a estrutura já não era tão boa. Ficamos admirados por notar que ainda restava soda nos cilindros. Érica pisou em uma garrafa de plástico que caiu no cilindro dissolvendo rapidamente.

 

 

ÉRICA

— Nossa, olha só o efeito que a soda causa quando cai um objeto sobre ela!

 

DAVI

— Seria o fim se caíssemos ali.

 

ÉRICA

(voltando para trás) É melhor descermos, já não estou tão confiante.

 

DAVI

— Não, espere! Há uma saída ali na frente.

 

MAX

— Loucura isso que estamos fazendo. Quero só ver quando a professora dá por nossa falta.

 

DAVI

— Não vai dá nada. Vamos sair lá na frente. Assim a gente ver melhor aquele outro cilindro ali.

 

 

Eu já não sabia o que pensar. Estava achando tudo interessante, mas tinha medo de cair sobre a soda ou de alguém aparecer. O que a professora faria ao notar a nossa falta?


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Notas finais do capítulo

Loucos!
Davi, Érica e Max arriscaram muito em entrar em um ambiente tão perigoso, colocando em risco a suas próprias vidas. O que será quer vai acontecer? Se a estrutura da passarela não aguentar poderão cair no cilindro de soda cáustica. Comentem...