Safe And Sound escrita por GarotaDoValdez


Capítulo 2
Capítulo 2 - Um último abraço ( parte 1 )


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 2 tributada! ♥
Boa leitura



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Sinto mais de 20 pares de olhos voltados para mim.

Eu, a menina que sabe todas as respostas nas aulas, a anti-social que anda com a loira magrela. A estúpida baixinha. Eu.

Por quê?

As pessoas vão abrindo caminho para eu passar, e é o que eu faço, depois de forçar Diana a me soltar. Há sussurros, olhares, mas eu faço de tudo para ignorar. Quando chego no corredor que leva ao grande palco, um par de Pacificadores me conduz até as escadas.

Subo e tento manter meu rosto sem expressão, pois sinto várias coisas agora. Raiva. Tristeza. Dúvida. E por incrível que pareça, ansiedade.

Tento a estratégia de me beliscar. é um sonho, tem que ser.

Não, não é. E doeu.

Shawny pega a minha mão e me leva para cima. Em seguida diz:

– Essa é Faith Meinerz, sua tributo feminina! Vamos aos senhores agora.

Ela revira os papéis com os nomes de meninos e tira um. A mulher o abre e sinto que Diana vai desmaiar a qualquer segundo.

É Aiden Leveck, seu irmão.

Ele parecia estar mais surpreso que eu por um momento. Mas depois seu rosto não deixava transparecer esse sentimento. Queria ter essa habilidade.

O menino sobe no palco, é apresentado do mesmo jeito que eu fui e depois caminha até o meu lado.

– Quais são suas idades, crianças? - Shawny pergunta baixinho.

– 14 e 16. - Aiden responde, e eu não tenho tempo de falar nada.

– Nossos tributos de 14 e 16 anos! Vamos, apertem as mãos! - diz a ruiva, e em seguida vira em nossa direção esperando u aperto de mãos pacífico.

Estendo a ão primeiro, encarando os olhos castanhos do irmão de Diana.

O menino primeiro estende a mão e retribui o cumprimento, mas inesperadamente me puxa para um abraço rápido que tira uma exclamação da platéia e de mim também.

Quando ele me solta, sinto duas mãos nos meus ombros e viro para trás assustada. É um Pacificador que começa a me conduzir para as cortinas que cobrem as portas do prédio que se estende atrás do palco. Tento virar completamente para a platéia, procurando por Diana e pela minha mãe. Minha melhor amiga está sendo consolada por uma menina que reconheço da escola. Já minha mãe... não a vejo em lugar algum.

Não há mais tempo para procurá-la, pois já estou sendo levada em direção as cortinas logo atrás do Pacificador que conduz Aiden. No corredor, me separo do menino e sou levada para uma sala do Prédio Central, catalizador de toda a energia e poder do nosso distrito e de toda a Panem. A sala não tem paredes de cimento, mas sim de fios, placas e programas que sei resolver muito bem. O lugar tem um pequeno sofá simples preto e uma televisão que mostra ao vivo a nossa Colheita, sem parar. Quando sento no sofá e presto atenção no aparelho eletrônico na minha frente ele desliga de repente. A porta do cômodo se abre e uma pessoa entra.

Me assusto ao ver minha professora que ensina especificamente sobre os Jogos Vorazes.

– Professora! - exclamo.

– A partir de hoje, você me chama só de Lana, Faith. - a mulher diz com sinceridade. Ela tem os cabelos pretos como carvão arrumados em uma espécie de trança, que cai nas suas costas. Os olhos cor de titânio, quase cinzas, olham fixamente para os meus olhos cor de mel.

– Esta bem. - concordo - Mas profe... quero dizer, Lana, o que você está fazendo aqui?

– Acho que você sabe o porque, não é, mocinha?

– Para me dizer adeus? - pergunto como uma boba, pois já sei que não é por causa disso.

Atualmente, Lana aparentava ter 37 anos, mas quando tinha 17, fora escolhida na Colheita e ganhara os Jogos. Depois que Terie a substituiu como mentora de tributos, ela resolvera ensinar essa matéria na nossa escola.

– Vejo nos seus olhos que você não está falando sério - Lana se apoia em um só joelho para ficar da minha altura. Ela caberia muito bem no sofá, mas me olhar ameaçadoramente de frente parecia ser a escolha dela - Estou aqui para te dar conselhos. Eu estive nos Jogos Vorazes. Eu sei como você está se sentindo. Primeiro de tudo, acalme-se.

Respirei fundo e esfreguei as mãos nos olhos.

– Ótimo - ela continua me olhando fixamente. - Agora escuta. Tente ao máximo não chorar. Chorando você vai parecer fraca, e uma vez fraca, será alvo dos tributos mais fortes.

Sei que ela está falando dos carreiristas, tributos que treinam em academias todas as habilidades para sobreviver ( mesmo que seja proibido ) até os 18 anos e depois se oferecem nas Colheitas. De 9 em cada 10 edições, um tributo carreirista ganha.

Afirmo com a cabeça, pedindo para ela prosseguir.

– Ok. Faith, no centro de Treinamento, tente passar por todas as estações. TODAS, entendeu?

– Entendi. Mas... - começo.

Um Pacificador abre a porta da sala e aponta para o seu pulso, dizendo que o nosso tempo se esgotara.

– Preciso ir querida - Lana se levanta e passa sua mão no meu ombro esquerdo. - Que a sorte esteja sempre ao seu favor.

Minha professora caminha em direção ao Pacificador. Tento para-la, mas já é tarde. A porta fecha com um estrondo.

Penso em abri-la, mas quando estendo minha mão para girar a maçaneta, o portal se abre sozinho e dele sai Diana.


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo: a 2ª parte do capitulo " Um último abraço "
bjos