Adam foi buscar Billy, ele estava furioso por saber que seu filho tinha se metido em uma confusão na escola, e justamente no inicio de sua campanha política. Não queria escândalos.

Quando eles chegaram a casa, Adam logo empurrou Billy para sua sala.

– O que você estava pensando seu idiota! - Adam se irritou com Billy.

– Eu só queria me vingar do Davis pai.

– Então quando você quiser fazer algo, faça direito! - Adam gritou - Agora eu tenho que ir nesta reunião ridícula com sua mãe. E ainda mais! Com a polícia envolvida!

– Eu sinto muito - Billy disse.

– Sente? Não! - Adam disse de forma irônica - Você não sente Billy. Por que se sentisse seria mais esperto em executar seus planos.

Billy ficou ali parado ouvindo todos os insultos do seu pai. A cada palavra que Adam dizia mais raiva Billy sentia.

– Agora, saia daqui seu inconsequente! - disse Adam irritado depois de terminar seu sermão.

Billy se virou e foi para fora da sala. Ele queria achar Tina e dar um jeito nela. Ele passou pela sala e quando estava prestes a subir as escadas, ele a viu. Ela estava no jardim, perto da piscina tirando algumas fotos. Furioso e possuído pela raiva ele foi até ela.

Em passos largos, ele a alcançou. Tina se assustou com o jeito em que Billy se aproximou dela. Ele a pegou e a empurrou no muro com toda a força a fazendo gritar.

– Billy! Você esta louco? - ela disse ainda prensada no muro.

– POR QUE VOCE FEZ AQUILO? POR QUÊ? - ele disse aos berros.

– O que eu fiz? Mas do que você está falando? - disse ela.

– Você me entregou. Disse que fui eu quem mandou bater no Wesley - disse ele a encarando quase encostando o nariz no dela.

– Eu? Você está louco? Eu não disse nada! Eu fui ao médico hoje! - disse ela tentando manter a calma. Billy a segurava com força.

– Não acredito! Você sabe o que eu faria com você se dissesse algo - disse ele a empurrando mais.

– Mas eu não disse nada lembra? Eu prometi á você!

– Eu odeio você! - disse Billy cerrando os dentes - Nunca mais eu quero lhe ver no meu caminho!

Billy soltou Tina a fazendo se desequilibrar. Ele se aproximou novamente, e Tina se encolheu. Mas para a sua surpresa, ele arrancou a sua máquina que estava pendurada em seu pescoço, se virou e jogou a máquina com toda a força contra o muro fazendo se despedaçar.

– NÃO! - Tina gritou e correu para os pedacinhos no chão - Billy, por que você fez isso? - disse ela chorando ajoelhada no chão recolhendo os pedaços.

– Isso é só uma amostra do que eu posso fazer com você garota - disse ele irritado - Você acabou com as minhas chances com a Sarah.

– Essa máquina... era tudo que sobrou... dele... - disse ela olhando para o chão.

– Eu não estou me importando com essa máquina! Eu não me importo com você!

– Cale a boca seu estúpido! - Tina se levantou segurando os restos mortais da sua máquina - Você não sabe nada sobre mim ou sobre a minha vida! Você não tem o direito de me julgar! - disse ela chorando.

– Se não está feliz aqui, vai embora - disse Billy a encarando.

Tina iria dar uma resposta a Billy, mas se calou. Simplesmente se abaixou e pegou os restos de sua máquina. Ela se endireitou, ergueu a cabeça. Com um suspiro, começou a andar para dentro da casa.

Billy ficou ali por alguns minutos, sua cabeça estava prestes a explodir. Demorou alguns minutos para ele se acalmar e voltar para dentro de casa. Mas o pior ainda estava por vir, ele tinha que se preparar para a reunião do dia seguinte. Tudo aquilo poderia lhe custar à popularidade e sua liderança no time.

No outro dia, era chegada a reunião. Foram chamados os pais de todos, inclusive os de Wesley. Davis ficou de fora, a diretora achou que a presença dele só complicaria o andamento da reunião.

Depois de todos na sala, a diretora entrou com um dos policiais.

– Bom dia a todos - disse a mulher. Os pais responderam.

Depois de breves apresentações, ela começou a dizer tudo o que estava acontecendo. Os pais se olhavam chocados com tudo. Sarah ficava com a cabeça baixa. Wesley, que estava ali sendo defendido, a sua mãe às vezes parecia que iria começar a chorar por lembrar-se do estado em que o filho ficou.

Adam olhava Billy completamente furioso. Liam e Lory nunca se sentiram mais unidos em situação como aquela. De repente, a porta se abre. Amber entra com seus pais. Todos se viraram para olhá-la. Ela dá um sorriso fraco para seus amigos. A diretora desculpou a demora de Amber e seus pais e eles se sentaram para ouvirem o resto da reunião.

Depois de tudo ser esclarecido, era chegada a hora das punições. Por sorte, os pais de Wesley não deram queixa de Billy. Adam adorou aquilo. Mas a diretora deixou bem claro que todo o grupo estaria fora da temporada do torneio estudantil daquele ano. Os meninos não participariam dos jogos e nem as meninas estariam nas lideres de torcida. Lory começou a chorar no ombro de Sarah, Amber que estava do outro lado também. Billy ficou mais furioso ainda por tirarem ele dos jogos. Liam e Oliver só balançavam a cabeça inconformados.

Terminada a reunião, a diretora liberou todos. Os pais ainda ficaram na sala para pedir mais detalhes sobre a punição. Já o grupo de amigos foi para o corredor.

– Eu não acredito, estamos fora da temporada! - disse Oliver.

– E nós, das lideres de torcida - disse Lory limpando os olhos por causa do choro.

Billy caminha pra lá e pra cá tentando manter a calma. Ele estava bufando. Amber se aproximou do grupo.

– Amber, achamos que você tinha ficado fora da punição - disse Sarah se aproximando dela.

– Não, eles ligaram para os meus pais - disse ela.

– Não se preocupem, eu vou dar um jeito nisso tudo - disse Billy se aproximando do grupo.

– É mesmo! Assim como você deu um jeito no Wesley? - disse Liam de um jeito irônico.

– Não seja estúpido Liam, eu vou dar um jeito - disse Billy. Liam se virou e passou as mãos pelos cabelos.

– Mas quem será que nos entregou? - Oliver pensou alto.

– Eu sei. E vou dar um jeito nela - disse Billy.

– Mas quem é? - perguntou Liam.

– Vocês não a conhecem.

– Vai mandar bater nela também Billy? - disse Sarah. Billy a encarou.

– Sarah...

– Você acabou com o meu relacionamento com o Davis Billy - disse Sarah emocionada - Isso tudo que está acontecendo, é por causa de você.

– Sarah, por favor...

– Impossível você achar quem foi essa tal pessoa - disse Amber.

– Como assim Amber? Eu tenho certeza - disse Billy convicto.

– Não. Não foi essa tal pessoa que disse tudo a diretora.

Todos se olharam.

– Então quem foi? - perguntou Oliver.

Amber olhou bem para Billy e respirou fundo.

– Fui eu.

O queixo de todos caiu com essa revelação.

– Amber... - disse Lory.

– Eu tive que contar! Eu não aguentava mais isso. Estava me matando! - disse ela chorosa - Eu estava me sentindo culpada por estar mentindo pra você Sarah - ela disse olhando para Sarah - Eu sinto muito amiga! Eu sinto muito por tudo entre você e o Davis! Eu sinto muito por nós estarmos fora das lideres. Eu sinto muito meninos! - Amber começou a chorar descontroladamente.

Os outros a olhavam em choque. Sarah balançou a cabeça para lhe tirar do transe. Ela se aproximou de Amber e a abraçou.

– Tudo bem amiga - só foi o que Sarah disse. Lory se aproximou e a abraçou também.

Liam e Oliver também foram a abraçar. Billy ficou estacado no chão, não se movia. Neste momento veio algo em sua cabeça. Ele culpou Tina. Ele provavelmente a machucou com seu jeito bruto. Billy não entendeu o que sentiu naquele momento. Mas parecia ser algo que ele nunca teve. Culpa. Mas ele também não tinha esquecido da punição, ele estaria fora do time durante a temporada inteira. E com esse pensamento, a sua raiva voltou.

– Você não entende o que fez não é Amber. Nos deixou nessa situação! Como vamos ficar agora? - disse Billy bravo. Amber tentava falar, mas as lágrimas a atrapalhavam.

– Diga Amber - Billy insistiu.

– Não fale assim com ela - disse Sarah furiosa - Tudo isso é culpa sua. E eu também estou pagando, mesmo que eu não tive nada haver com isso.

– Mas ela arruinou todos nós!

– Cale a boca Billy! - disse Lory mais alto.

– Não me mande calar a boca Lory, ou...

– Ou o que? - Liam se intrometeu - Vai fazer o que Billy, vai bater na minha irmã?

–Não amigo, eu só estou nervoso.

– Só você! - disse Oliver.

– Eu já estou cansado de tudo isso Billy. Das suas manias de achar que tudo é como você quer e acha! De se achar o centro das atenções - disse Liam com um sorriso debochado - Como eu sou um tolo! Eu aqui, fazendo de você o meu exemplo, mas na verdade eu estava seguindo o exemplo errado. Eu não quero mais ficar perto de você - Liam disse se afastando de Billy. Atordoado, Billy começou a se aproximar do amigo.

– Liam, o que é isso cara!

– Não! Você está arruinando a minha vida! A pouco, só faltou você bater na Amber e na minha irmã - disse Liam incomodado - E mais! Eu não acredito que eu apoiei seu namoro com a minha prima.

Liam pegou sua mochila e se virou. Lory fez o mesmo, assim como os outros também.

– Aonde vão? Voltem! Eu não terminei! - disse Billy.

– Já terminou sim Billy - disse Liam de costas pra ele.

– Vocês não são nada sem mim! Nada! - disse Billy.

Demorou alguns segundos para Billy perceber que estava sozinho. Era isso mesmo que aconteceu? Seus amigos o abandonaram? Ele não aceitava aquilo.

Mais um tempo depois, Billy e seus pais voltaram para a casa. E mais uma vez Billy ouviu o sermão de seu pai. Sua mãe o tempo inteiro foi em silêncio, ela parecia triste.

Depois de chegado em casa, Billy foi para seu quarto para tomar um banho e relaxar. Ele se jogou na cama e dormiu o resto da tarde. Quando ele acordou mais tarde, sentiu sua cabeça doer, então decidiu se levantar para tomar algum remédio. Ele foi até a cozinha. Lá encontrou Eva arrumando algumas coisas.

– Eva, por acaso tem algum remédio para dor de cabeça? - perguntou Billy.

– Sim senhor, vou pegar - disse Eva se aproximando de uma gaveta. Billy a observou. Na verdade, ele estava curioso pra saber onde Tina estava. Ele não sabe o porquê, mas precisava falar com ela.

– Aqui esta senhor - disse Eva lhe dando o remédio - Vou pegar um copo d'água - ela foi até a geladeira e pegou uma jarra. Billy se sentou em uma cadeira perto da mesa. Ele percebeu que em cima estava os destroços da máquina de Tina. Vendo que ele observava a bagunça em cima da mesa, Eva tentou explicar.

– Desculpe a bagunça senhor, é que minha neta estava tentando arrumar a sua máquina - disse Eva.

Billy a encarou.

– Ela está tentando arrumar?

– Eu não sei bem ao certo o que aconteceu, mas ela me disse que ela deixou cair perto da piscina hoje.

– Ela disse isso? - Billy perguntou incrédulo. Por que ela mentiria?

– Sim. Ela esta um pouco triste por isso. Essa máquina é importante pra ela.

Billy estava relutante. Quem era realmente a Tina? Ele só sabia que ela era neta de Eva, uma empregada que trabalhava para sua família há anos.

– Eva... por que a sua neta veio morar com você? - perguntou Billy. Eva ficou um pouco surpresa com a pergunta de Billy. Ela esfregou suas mãos parecendo nervosa.

– É uma longa história senhor - disse ela.

– Tenho tempo - respondeu Billy parecendo despreocupado. Mas na verdade, ele estava curioso. Quem é a misteriosa Tina?

– Senhor... - Eva tentou falar, mas logo começou a chorar. Surpreendido, Billy tentou se manter calmo. Parecia algo serio.

– Eva... por favor... - Billy tentou acalmar a mulher.

– Perdão senhor, perdão - disse Eva mantendo a calma.

– O que está acontecendo?

– Até então, a única pessoa que sabia da vinda da Tina pra cá era a sua mãe - Eva começou a explicar - Não sei se lembra, mas eu fiquei dois meses fora.

Billy concordou, ele lembrava sim. Eva ficou fora da casa por esse tempo, mas nunca se importou em perguntar... até agora.

– Bem, eu fui até a cidade onde a Tina estava - Eva continuou - Pois aconteceu algo com a sua família e eu tive que ficar com ela.

– Aconteceu? - Billy disse. Eva parecia sofrer com o que estava prestes a falar.

– Sim senhor, meu filho, pai da Tina, junto com a sua esposa e os outros dois irmãos mais velhos da Tina, faleceram em um acidente de carro a dois meses atrás - Eva dizia com os olhos marejados - Tina foi a única que sobreviveu por que estava usando o cinto de segurança. Ela ficou no hospital em coma por quase um mês. Quando ela acordou, tive que dar a noticia da morte da sua família, e com isso dizer que ela teria que vir morar comigo.

Eva abria seu coração com muita dor. Billy ouviu tudo chocado. Na verdade, era difícil alguém o chocar assim.

– Eu nunca soube disso - disse Billy atordoado.

– Pois é, só sua mãe sabia desta história. Ela paga um tratamento pra minha neta - disse Eva secando as lágrimas - Tina precisa de acompanhamento médico quase sempre. Apesar de aparentemente ela não ter tido sequelas, ela tem às vezes fortes dores de cabeça.

Billy ouvia Eva quase sem interrupções. Ele estava se sentindo mal por uma pessoa? O que estava acontecendo com ele?

– Eva... eu... - Billy tentou dizer.

– Desculpe senhor, eu sei que isso não tem importância a você...

– Onde ela está? - perguntou Billy sem entender sua agonia em ver Tina. Afinal, ele estava estranho mesmo.

– Ela foi até a biblioteca da escola fazer um trabalho - disse Eva.

– Obrigado Eva - disse Billy se levantando.

Billy saiu da cozinha deixando Eva parada sem entender. Ele foi até o estacionamento pegar seu carro. Estava se preparando um temporal. Ele iria atrás de Tina. Ele queria falar com ela. Apesar de sua consciência estar se perguntando, o que ele diria, ele sabia que tinha que dizer algo. Nunca, nem nada afetava Billy, mas Tina estava conseguindo tirar dele, coisas que ele quase nunca sentia.