I Love My Nerd escrita por Mia Golden


Capítulo 26
Não sou mais o mesmo




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Sarah saiu de sua aula de história e logo viu que Billy a esperava no corredor.

– Olá - disse ela se aproximando.

– Vamos para a minha casa depois da aula? Minha mãe e a Jenny não estarão em casa, e o meu pai vai ficar até tarde no escritório - disse Billy abraçando Sarah pelos ombros.

– Err... não posso Billy.

– Por quê?

– É que... eu tenho que sair com minha mãe - disse Sarah. Ela não queria contar para Billy que iria conversar com Davis.

– Mas a sua mãe não está trabalhando?

– Sim, mas ela vai sair mais cedo!

– Mas eu queria ficar com você - disse ele dando um beijo nela - a sós.

– Eu não posso cancelar. Desculpe - disse Sarah com um sorrisinho.

– Amanhã então? - disse Billy com uma cara de rejeitado.

– Pode ser - disse Sarah dando um beijo em Billy - eu tenho que ir - Ela sumiu no corredor.

Davis estava no estacionamento da escola escorado em sua moto. Logo apareceu Wesley descendo as escadarias. Ele foi a sua direção.

– O que você está fazendo aqui? Não vai pra casa preparar algo especial para esperar ela? - disse Wesley levantando uma sobrancelha travessa.

Ela só vai falar comigo daqui a duas horas - disse Davis.

– Então o que você está fazendo aqui ainda! Vai pra casa dar uma ajeitadinha. Prepara um suco e uns petiscos - disse Wesley. Davis desta vez caiu na risada.

– Cara! Eu não vou ter um encontro! - disse Davis.

– Sei lá! Pelo jeito parece que vocês vão lavar muita roupa suja hoje - disse Wesley.

– Eu estava esperando você - disse Davis.

– Você estava me esperando?

– Sim, como você volta para casa?

– Com o ônibus da escola - disse Wesley dando de ombros.

– Quer carona? - disse Davis se desencostando de sua moto. Wesley ficou de queixo caído.

– Você vai me dar carona?

– Por que não?

– Cara... você é o hermano que eu nunca tive! - disse Wesley dando um abraço em Davis. Davis ficou sem jeito com sua atitude.

– Calma aí! Vamos devagar neste momento - ele estava rindo - Não precisa de toda essa intimidade.

– Você é demais!

– Só uma coisa! Você não tem nenhum irmão? - perguntou Davis.

– Não, sou o caçula - disse Wesley com uma cara triste - tenho duas irmãs mais velhas.

– Pelo menos você tem irmãos - disse Davis subindo na moto - eu sou filho único completou Davis.

– Isso deve ser bom, pelo menos tudo é pra você - disse Wesley pegando o capacete das mãos de Davis e subindo.

– Nem sempre - disse Davis ligando a moto e partindo.

Sarah chegou em sua casa. Seus pais estavam no trabalho ainda. Faltava menos de duas horas para ela ir à casa de Davis. Se ela dissesse que não estava nervosa, ela estaria mentindo. Foi até seu quarto e tomou um banho. Que dia! Acho que ela nunca ficou tão tensa como foi aquele dia. Nem em sua primeira apresentação como líder de torcida se sentiu assim.

Depois do banho, ela desceu para ver o que iria comer. Mas não comeu nada. Estava ansiosa. Olhou para o relógio e agora só faltava uma hora. Ligou a TV para se distrair, mas seus pensamentos estavam em o que ela diria para Davis. A vontade que teve era de escrever em um papel tudo que estava pensando em dizer. Mas não, relaxou e esperou o tempo passar.

Davis deixou Wesley em sua casa. A casa dele era modesta, mas com o gramado bem cortado e flores no jardim. A casa era bem família.

– Você quer entrar? - disse Wesley descendo da moto.

– Não, valeu! Eu preciso ir para casa - disse Davis - Quem sabe uma outra vez?

– Beleza! Outra vez então! - disse Wesley entregando o capacete - Seja bonzinho com ela - disse o garoto começando a caminhar.

– Tchau Wesley - disse Davis balançando a cabeça. Ele partiu.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Billy estava no centro da cidade, acompanhado por Liam. Os dois tomavam um refrigerante em uma lanchonete.

– Que dia hoje, não é? O Davis chegou com tudo - disse Liam.

– Ele está se achando o libertador, o defensor dos fracos e oprimidos - disse Billy cerrando os dentes de raiva - Temos que acabar com essa confiança dele.

– Como está seu braço? - perguntou Liam.

– Melhor agora.

– Será que ele vai quere se aproximar da Sarah? - perguntou Liam. Billy o encarou.

– Ele não ousaria, ela é minha namorada!

– E ela? Será que ela gostaria de falar com ele?

– Ela não me trairia assim - disse Billy se ajeitando na cadeira incomodado.

– Não sei não!

De repente, para a surpresa de Billy, Anna, a mãe de Sarah passa pela lanchonete.

– Senhora Taylor? - Billy a chama.

– Olá Billy! Como vai? - disse ela parando na calçada.

– Bem... e a Sarah?

– Acho que ela está em casa! Achei que você saberia - disse Anna.

– Achei que a senhora sairia com ela hoje.

– Hoje? Não! Não marcamos nada! Por quê? - perguntou a mulher curiosa.

– Por nada... acho que eu me enganei - disse Billy começando a ficar desconfiado.

– Eu preciso ir garotos! Tchau Davis, mande um abraço a sua mãe - disse Anna - e tchau querido - disse ela a Liam.

– Tchau tia - disse Liam.

– Até mais senhora Taylor - disse Billy se sentando.

Liam o olhou. Mas estava com medo de perguntar algo.

– Billy - chamou Liam com receio.

– Não diga nada Liam, nada do que eu já esteja imaginando - Billy falava com os olhos vidrados.

Liam só balançou a cabeça.

Já era a hora, e Sarah enfim partiu em direção a casa de Davis. Levou cerca de alguns minutos até chegar lá. Como Sarah ainda tinha quinze anos, não dirigia. Seu aniversário seria no fim daquele mês. Ela era mais velha que Billy, três meses de diferença. Ela foi com sua bicicleta, e logo chegou à frente da casa de Davis. Ela foi até a porta e bateu. Não demorou muito, Davis abriu. Ele estava de óculos. Sarah sorriu. Ele percebendo que estava com os óculos ainda, os tirou.

– Entre - disse ele abrindo caminho. Sarah entrou.

– Obrigado - disse ela.

– Na sala - disse Davis.

– Está bem - ela foi em direção à sala e se sentou. Sarah observava tudo - Tudo esta igualzinho como antes disse ela.

– É - Davis se sentou em um sofá em sua frente.

– E o seu pai? Como vai? - perguntou Sarah.

– Ele vai bem - era só o que Davis respondia. Palavras curtas. Sarah percebeu que ele estava sério.

– Bem...

– Você tem dez minutos - disse Davis.

– Mas...

– Menos de dez agora - concluiu ele.

– Mas só dez minutos? - Sarah perguntou.

– Agora são quase nove - disse ele.

– Está bem - disse Sarah com um breve suspiro.

– Eu estou esperando! O que você quer comigo?

– Eu só precisava falar com você. Saber como estava!

– Eu estou bem, obrigado - disse Davis.

– Davis? Por que você fugiu? - perguntou Sarah - Por que foi embora sem se despedir de mim? Por que você me odeia tanto?

– Acho que você nunca foi a minha amiga de verdade quando criança - disse Davis de primeira a olhando.

– Como assim? É claro que eu fui sua amiga! - disse Sarah um pouco mais alto.

– Se fosse de verdade, nunca teria aceitado ir ao aniversário do Billy, mesmo eu dizendo que não seria bom. Mas você foi - disse Davis.

– Sim, eu fui. Mas eu não tinha maldade Davis. Eu vim até sua casa, lembra? Implorei para você ir comigo, mas você se irritou e me mandou embora - disse ela tristemente.

– Você estava gostando do Billy? Naquela época?

– Não.

– Por que aceitou entrar no grupo deles? Por quê? - Davis insistiu.

– Por que você foi embora e me abandonou - nesse momento Sarah encheu os olhos d'água - eu me sentia sozinha. Eu não tinha com quem conversar - ela limpou os olhos - Então o Billy e os seus amigos... me adotaram. Fizeram parecer bom estar em um grupo.

– Você é como eles de alguma forma - disse Davis.

– Popular você quer dizer, não é? - disse Sarah - Sim, eu sou, mas não ajo como eles.

Nesse momento Davis começou a rir. Sarah não entendeu.

– Só o fato de você namorar um deles, já faz você ser como eles - disse Davis sarcasticamente.

– Isso não é justo - disse ela triste.

– Sabe o que não é justo? É eu ter passado dois anos da minha vida fazendo sessões de terapia - disse Davis começando a se exaltar - para tirar tudo de ruim que fizeram comigo. Isso sim, não é justo.

– Davis? - chamou Sarah começando a chorar.

– Não! Vai embora! Já terminou aqui! - disse ele se levantando.

– Por favor, Davis - Sarah implorou.

– Vai embora! Vá ficar com o seu grupinho! Lá você é feliz.

– Por favor! Ouça-me! - Sarah ainda chorava.

– Se você não se levantar, eu mesmo tiro você daí - disse Davis incomodado.

– Não faz isso comigo! Eu quero ser sua amiga! - nesse momento, Sarah se levantou e se jogou contra Davis, o abraçando. Ele ficou tenso. Estava com os braços de cada lado do corpo, não a abraçava.

O coração de Sarah batia a todo o ritmo. Davis conseguia sentir. E o dele também. O calor do seu corpo estava lhe deixando nervoso. Não fraqueje agora! Uma voz vinha a sua cabeça. Incomodado, Davis afasta Sarah a segurando pelos ombros.

– Vai embora! - disse ele a olhando. Ela ainda chorava.

Derrotada, aos poucos Sarah se endireita e começa a caminhar até a porta da frente. Quando ela chega lá, ela se vira e encara Davis.

– O que você ainda sente por mim? - perguntou ela ainda magoada.

Aquela pergunta pegou Davis de surpresa. Ele olhou para ela tentado não demonstrar nada.

– Davis? Você ainda gosta de mim? Você gosta ... daquele jeito? - insistiu Sarah.

Davis caminhou até ela e parou em sua frente. Ele a olhou bem nos olhos.

– Não! Não mais - disse ele a encarando. Sarah só balançou a cabeça concordando sem falar nada. Ela se virou e saiu.

Davis ficou na porta, enquanto ele a via pegar sua bicicleta e subir. Antes de começar a ir, ela o olhou.

– Adeus Davis - só foi o que ela disse. E se foi.

Davis entrou e foi para a sala. Ele se sentiu estranho. Já Sarah, foi o caminho todo chorando.


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