I Love My Nerd escrita por Mia Golden


Capítulo 25
Em nova companhia




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Davis estava com a adrenalina a mil. Nunca teve um dia tão agitado com aquele. Ele estava indo até seu armário, mas quando estava próximo. Ele não acreditou. Sarah estava abrindo um armário próximo do seu. Eram três portas de diferença. Ele quis dar meia volta e ir embora, mas não seria o que estava em seus planos, ele teria que enfrentá-la querendo ou não. Ele foi caminhando devagar, ela estava de costas, parecia olhar para dentro de seu armário. Ele ficou em frente ao seu. Ela ainda não o tinha visto.

Ele fez um barulho abrindo a porta, então ela se virou e o olhou. Ele sabia que ela o olhava, mas não se virou.

– Davis? - ela disse - Ele sentiu algo quando ela chamou por seu nome. Então ele se virou. Ela ainda tinha o nariz vermelho, provavelmente por causa do choro.

Quando Sarah iria abrir a boca para dizer algo, uma garota se aproximou de Davis. Ela era completamente o tipo de garota não delicada e muito menos sem rodeios. Ela era direta e sem perder tempo. O tipo de garota que toda a mãe não diria ser uma moça de família.

– Olá - ela disse com uma voz meia rouca, sedutora.

– Oi - disse Davis. Ele olhou para Sarah, ela fazia cara de nojo. Sarah o olhou, se virou e partiu. Davis ficou curioso. O que ela queria falar com ele?

– Eu me chamo Mona - disse a garota.

– Mona? Nome legal! - disse Davis dando um sorrisinho.

– Legal parece você gatinho - disse ela passando as mãos por seu peito. Davis ficou surpreso, mas não sem jeito. Ele sorriu.

– Então... Mona - ele começou - Posso saber qual é o seu interesse por mim?

– Não é obvio?

– Talvez... sabe o que é? É que eu cheguei hoje. Ainda não estou por dentro... das novidades - disse ele a olhando detalhadamente. Ela era bonita, loira fatal de olhos castanhos claros. Ela usava um batom vermelho e uma roupa bem justa. Qual é o cara que não a olhava?

– Bem... - ela começou outra vez com aquela voz rouca - quando quiser companhia, é só me ligar, ou me procurar na escola - disse ela se aproximando e lhe dando um beijo no canto de sua boca.

Davis sorriu, ele conhecia bem aquele jeito de garota. A sua antiga escola tinha muitas. Já sabia como elas agiam. Mona, então colocou um papel, supostamente com seu número, dentro do bolso da jaqueta de Davis. Ela o olhou outra vez, deu um sorriso e saiu rebolando pelo corredor.

– Fiu,fiu! Que gata! - disse um cara do lado de Davis. Ele se virou para olhá-lo.

– É - disse Davis se virando para seu armário.

– Poxa! Quando eu cheguei aqui, não tive essa recepção - disse o garoto.

– Sinto muito - disse ele ironicamente.

– Eu sou o Wesley, e aí cara! - o garoto se aproximou e cumprimentou Davis. Ele retribuiu.

– Eu sou o Davis.

– Prazer Davis, pelo jeito você é o tipo de cara arrasa-corações - disse Wesley. Davis sorriu para ele.

– Pode acreditar, nem sempre foi assim - disse Davis.

– Por quê?

– É uma longa história - disse Davis se afastando.

Naquele dia, Davis teria mais umas três aulas. Algumas ele esteve na sala com os populares, outras não, ele teve aulas até com Wesley em uma delas. As que ele teve com Sarah, ela não o olhava. Ele não sabia se era bom, ou de algum modo era ruim.

Já era a hora do intervalo e Davis foi em direção ao refeitório. Chagando lá, o lugar estava cheio de pessoas. Cada um tinha seu canto com seu grupo. Davis foi para a fila para se servir, depois de escolher o que comer, ele ficou olhando o lugar e se perguntando onde iria sentar. De repente, um braço se levantou e se balançou. Davis olhou na direção e viu que era o garoto do corredor. Ele deu um sorrisinho e foi em direção ao garoto. Ele se aproximou da mesa e se sentou.

– Fica a vontade cara - disse o garoto - eu vi que você estava meio perdido - disse ele dando uma garfada no bolo - mas é normal assim mesmo, o primeiro dia.

– Eu sei - disse Davis - Então... você estuda aqui a quanto tempo...

– Wesley.

– Wesley!

– Já faz dois anos - disse o garoto.

– E você veio de onde?

– Texas.

– Então você é um cowboy? - perguntou Davis brincando. Wesley riu.

– Eu não! Credo! - disse ele rindo também - Eu sou porto-riquenho. Tenho minhas tradições.

– É mesmo?

Sim, eu vim morar nos Estados Unidos com nove anos - disse Wesley - então toda a minha família decidiu morar no Texas.

– Nunca conheci um porto-riquenho - disse Davis.

– Mas agora você conhece um, hermano– disse Wesley. Davis riu.

– Olhe o que você fez idiota! - uma menina urrou do outro lado da sala. Todos se viraram para olhar.

Uma menina, parecendo patricinha estava olhando para baixo na sua roupa, um garoto mirrado tentava limpar sua roupa, mas ela tentava se afastar o xingando. O garoto, completamente humilhado se virou e saiu depressa do lugar, mas quando passou pela mesa dos meninos do time de basquete, um deles colocou o pé na sua frente, fazendo o garoto tropeçar. No tombo, ele deixou cair o seu lanche e seus óculos voaram longe. Os garotos da mesa riam sem parar.

Davis sentiu seu sangue ferver naquele momento. Aquele menino parecia ele antigamente. Mas ele era magricelo e só usava óculos. Nada de aparelho nos dentes e nem gordinho. Mas ele era um jovem inteligente. Davis pensou. Provavelmente pegavam em seu pé por causa disso. O nerd.

Davis se levantou e pegou os óculos do garoto do chão. Wesley fez o mesmo, mas juntou uma maçã que estava ainda rolando. O garoto, ainda transtornado, procurava suas coisas no chão. Davis se aproximou dele e o pegou pelo braço para ajuda-lo a levantar.

– Acho que isso é seu - Davis lhe entregou os óculos. O garoto colocou no rosto.

– O-obrigado - disse o garoto gaguejando.

– Você se machucou? - perguntou Wesley lhe entregando a maçã.

– Não, estou bem - disse o garoto arrumando os óculos.

– Essa não! Acabou a nossa diversão! - disse um dos garotos da outra mesa.

O garoto magricelo começou a tremer. Davis encarou o grupo da mesa.

– E-eu preciso ir - disse o garoto - e obrigado - ele saiu em disparada do refeitório.

Davis e Wesley se sentaram outra vez.

– O nome dele é Mike - disse Wesley - ele é motivo de piada dos outros.

– Humm!

– Eles caçoam do garoto só por que ele é inteligente - disse Wesley tomando seu suco.

– Sei como é.

– Sabe?

– Olhe Wesley, eu lhe conheço há pouco tempo, e eu ainda não estaria preparado pra lhe contar a minha vida. Entende? - disse Davis.

– Sem problemas cara - disse Wesley dando de ombros.

– Então... você tem amigos? - perguntou Davis mudando de assunto.

– Bem... mais ou manos - disse Wesley - eu tinha mais é no Texas. Aqui eu tenho colegas, sabe? Não amigos de verdade.

– Sim.

– E você? Tinha muitos amigos na sua antiga escola? - perguntou Wesley.

– Tinha sim, bastante - disse Davis se lembrando dos amigos de Nova Iorque.

Davis deu uma olhada para o lado para observar os meninos que ainda riam do pobre Mike.

– O Mike agora tem um protetor! - disse um dos garotos como um deboche, de um jeito mais alto para que Davis ouvisse. Ele olhou para trás e viu que Billy tinha se juntado com o grupo. Billy o encarava e Davis fez o mesmo. Ele se levantou.

– Acho que eu perdi a fome - disse Davis.

– Aonde você vai? - disse Wesley se levantando.

– Sair daqui. Você vem? - disse Davis.

– Err... está bem - disse Wesley pegando o resto do seu lanche.

No momento em que Davis estava saindo do refeitório, Sarah e suas amigas entraram. Ele tentou disfarçar. Sarah se sentou com suas amigas em uma mesa próxima a dos meninos do time. De repente, uma bola de basquete vem em direção a Davis e Wesley, mas ela pega em cheio as mãos de Wesley que vê sua comida se espatifar no chão. Davis para e olha para Wesley, o garoto só soltou um suspiro parecendo que aquilo era normal.

Davis pegou a bola de basquete e foi em direção ao menino que ria com os outros. Ele é que havia jogado a bola em Wesley. Quando Davis chega à beirada da mesa, ele pega a bola de basquete e esmaga a comida do garoto, fazendo tudo se espalhar pela bandeja e um pouco pela roupa do menino. O garoto olha o que Davis fez, ele se levanta e o encara .

– Olha o que você fez? - disse o garoto incomodado.

– Eu não fiz nada! Só estou devolvendo sua bola - disse Davis encarando o garoto.

– Você fez de propósito! - acusou o garoto.

– O que é isso! - disse Davis se fazendo de surpreso. O refeitório inteiro parou para ouvir - Eu não fiz de propósito! Assim como eu acredito, que não jogou a bola no meu amigo de propósito também - o garoto engoliu a seco. E se sentou outra vez. Caladinho.

Antes de ir, Davis deu uma ultima olhada para Billy. Ele ainda o derretia com o olhar. Davis pegou uma caixinha de suco que era do garoto da mesa e entregou a Wesley, já que era por causa dele que perdeu o seu lanche. No caminho, Davis olhou para trás e avistou Sarah o olhando. Ela sorria. Mas era um pequeno sorriso. E ela olhava para ele. Ele não sabia se retribuía, ou se ficava sério. Ele continuou sério e saiu do lugar.

Wesley estava atrás dele no corredor. Ele parecia não acreditar no que viu.

Dios mio! Você fez aquilo mesmo? - disse ele dando uma risada nervosa - você encarou o grupinho do Billy!

– O Billy não é nada!

– Você o conhece por acaso? - perguntou Wesley. Davis se virou.

– Sim Wesley, eu conheço! - disse Davis.

– Como?

– Eu já estudei aqui - disse Davis se escorando na parede - mas faz muito tempo isso.

– E vocês eram amigos?

– Não.

– Então...

– Nos somos primos - disse Davis fazendo uma cara de tédio. Wesley que tomava o resto do seu suco de caixinha espirrou tudo.

– Como... é que é? - disse Wesley limpando a boca.

– É isso ai.

– Então quer dizer que você faz parte da máfia White? Tipo, você é poderoso? Tem família poderosa! - disse Wesley.

– Eu não sou nem um pouco parecido com eles - disse Davis incomodado pela comparação. Ele começou a andar.

– Foi mau cara! Eu não quis ofender! Poxa! Você não é nada parecido com o Billy. Você é legal! - disse Wesley dando um joinha. Davis riu. Que figura era o Wesley!

– Tudo bem cara! Hermano!– disse Davis sorrindo.

– É assim que se fala! - disse Wesley lhe dando um soquinho no ombro.

Davis se aproximou de seu armário.

– Mas só para avisar! Eu fiquei seu amigo muito antes de você me contar esse lance. Não ache que eu sou interesseiro - disse Wesley seriamente.

– Eu nunca imaginaria isso - disse Davis rindo da situação.

– Davis? - alguém chamou. Davis olhou para o outro lado e viu Sarah. Ela começou a se aproximar.

– Eu devo sair? - disse Wesley.

– Não se preocupe Wesley, é rápido! - disse Sarah educadamente para ele.

– Tudo bem... espere! Você sabe o meu nome? - perguntou Wesley surpreso.

– Por que não saberia! Você estuda comigo! - disse Sarah.

Muy bien... err... quer dizer, muito bem! - disse Wesley - Eu vou ficar aqui do lado. Nem irão achar que eu estou aqui - Wesley se afastou um pouco.

– Eu... - começou Sarah para Davis.

– O que você quer? - disse Davis sem rodeios.

– Eu... - ela tentou manter a voz o mais alto e moderado possível - quero falar com você!

– Mas eu não quero falar com você - disse Davis se virando para seu armário. Wesley estava escorado a dois armários mais a frente parecendo esperar um ônibus. Disfarçando não escutar.

– Por favor, Davis! - implorou Sarah - É rápido! Eu prometo!

– Por quê? - ele se virou tão rápido que Sarah deu um passo para trás.

– Eu quero entender o motivo de tanto ódio por mim - disse ela.

– Não é obvio?

– Claro que não! Você foi embora e me abandonou e é você que fica com raiva? Era eu que deveria estar assim, mas não estou. Procuro alguma explicação! - disse Sarah.

– Então agora criou coragem de falar comigo?

– Você não é mais o mesmo - disse ela.

– É claro que não!

– Será que esse novo Davis poderia conversar comigo? - disse Sarah.

Davis pareceu pensar. O que ele falaria a ela? Ele não queria falar com ela! Ele a observava. Ela o olhava nos olhos como sempre.

Aceita– alguém falou meio como se estivesse sussurrando. Davis olhou para o lado e viu que Wesley começou a assoviar. Ele estava disfarçando. Davis voltou à atenção para Sarah. Ela sorria olhando para baixo. Com certeza ria do que Wesley disse. Traidor!

– Só alguns minutos - disse Davis - nada mais que isso.

– Está bem - disse Sarah largando um suspiro - aonde a gente pode conversar?

– Na minha casa não - disse Davis.

– Na minha casa? Bem... eu acho... - Sarah parecia pensar em algo.

– Você não quer que o Billy saiba, não é?

– Seria melhor assim.

– Pode ser na minha casa se quiserem - Wesley se intrometeu. Davis o olhou feio. Ele se encolheu e voltou a seu lugar.

– Desculpe, eu só quis ajudar! - disse ele levantando as mãos como se estivesse se rendendo.

– Está bem, na minha casa, as sete - disse Davis. Ele se virou, fechou a porta do seu armário e começou a se afastar de Sarah. Ela ficou parada no seu lugar.

Wesley seguiu Davis.

– Foi mau cara, eu só quis ajudar! É que eu acho essa chica muy agradable! - disse Wesley.

– Pare de falar em espanhol comigo - Davis se incomodou.

– Desculpe! Eu disse que acho essa menina muito legal! - explicou Wesley.

– Há sim! Muito legal! Com certeza! - ironizou Davis - Ela anda com os populares Wesley!

– Eu sei! - disse ele dando de ombros - Mas ela não se parece nem um pouco com eles.

– Então por que ela namora com um deles? - disse Davis parando e olhando para Wesley.

Wesley tentou explicar, mas nada saiu de sua boca.

– Eu não sei! - ele encolheu os ombros - Talvez ela goste dele - disse Wesley. Davis engoliu a seco.

– Eu preciso ir - disse Davis.

– Que aula você tem agora?

– Matemática.

– Eu tenho química!

– Então a gente se vê depois. Até mais Wesley! - disse Davis se afastando.

– Até mais amigo!

Davis teria mais algumas horas de aula até poder ir embora. Mais tarde ele falaria com Sarah. E era isso que o intrigava. Ele não teria nada para falar com ela. Então, por que aceitou falar? Só mais tarde ele saberia.


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