Give Me Love escrita por Izabell Hiddlesworth


Capítulo 3
Capítulo II - Renascendo


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem com vocês?

Itálico: Citações, versos da música.
Capa do capítulo: Retirada do site "Alô, Alô, Marciano" e editada por mim.
Música do cap.: "Slipped Away" - Avril Lavigne.

Bem, espero que gostem. =]

Boa leitura~



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"Acreditamos ficar tristes pela morte de uma pessoa, quando na verdade é apenas a morte que nos impressiona."

Gabriel Meilhan

"Slipped Away" - Avril Lavigne

Os presentes formaram um círculo meia-lua ao redor do túmulo. Quatro homens apoiavam o caixão de ébano na beirada de mármore, acoplando ganchos de ferro nos pegadores dourados. Ouviam-se choros contidos, murmúrios, lamúrias, soluços e suspiros. Era uma pequena concentração de pessoas inconformadas com tamanha injustiça, pessoas um pouco mais vazias.

Logan, que não se atrevera a acompanhar os pais da garota cujo corpo estava sendo sepultado, estava na última fileira curvada do círculo. A culpa pesava, assim com as pálpebras que não se fechavam para dormir desde o incidente. Tinha afrouxado a gravata para aliviar a sensação de asfixia, e a todo momento pensava que olhares carregados de raiva e julgamentos cruéis se direcionavam a ele de esguelha.

O caixão foi depositado no fundo do túmulo com o auxílio de uma corda de aço. Pouco a pouco, rosas, lírios e girassóis eram jogados sobre ele. As pessoas iam se retirando, amuadas demais para suportar aquilo por mais tempo. A família materna permanecia estancada ao redor do túmulo, em abraços e mãos solidárias.

O jovem rapaz se aproximava, agarrando-se firmemente à rosa negra que trazia nas mãos. Atrás do túmulo, estava fincada uma lápide imponente com dizeres gravados na pedra:

Aqui jaz Yhasmin Melchiore,

"Ela disse que jamais iria ceder, mas foi a primeira a dizer adeus".

As datas de nascimento e falecimento se seguiam com estrelas e cruzes. Coroas de flores, adornadas por faixas com o nome da garota, foram colocadas aos pés do túmulo. Era uma visão tão artística, mas com um significado muito mais profundo, ou melhor, um abismo muito mais profundo.

– Eu estou aqui, Yha - Logan murmurou mais para si mesmo. - Espero que você possa me ouvir.

Não haviam mais lágrimas para derramar de sua parte, nem palavras de condolência. Ele mal podia manter a si mesmo de pé, quem diria ajudar os familiares da falecida a serem resilientes.

Ele estava acordado, mas tinha a plena consciência de que Yhasmin nunca mais estaria assim. Oh, é tão triste. Tudo o que Logan pode prestar à visão do caixão da amiga foi uma fungada, a rosa que se destacava sobre as outras, um girar de calcanhares e suas costas se distanciando.

Agora você se foi

Lá vai você

Para algum lugar eu não posso trazê-lo de volta

Ela já tinha dezesseis anos, mas seu corpo aparentava ter quatorze. Os longos cabelos castanhos pendiam da maca de metal até quinze centímetros antes do chão. Olhos fechados, pele desnuda, fria. Estava deitada com as costas contra a maca, o rosto sem expressão voltado para a parede.

Seres envoltos em auras tênues e brilhantes abriam a carne de seu tórax, expondo o coração inerte. Ainda que fosse apenas um corpo astral, o sangue vazou de imediato quando o bisturi perfurou a epiderme pálida rasgando-a com maestria. Sem grito de dor, sem espasmos, apenas o silêncio e as respirações daqueles que trabalhavam no corpo.

– Espete aqui - orientou o cirurgião.

Um dos assistentes fincou a agulha de um tubo diretamente no coração, sem nenhum vestígio de hesitação. Outro acionou um dos botões do painel no qual o tubo estava conectado, permitindo que uma sucção fosse iniciada.

Não estavam drenando veneno, sangue ou qualquer outra substância que um coração carnal por acaso apresentaria. O que o tubo estava levando para um pequeno vidro atrás do painel, era algo divino e ao mesmo tempo infernal, agridoce, curador, doentio e viciante. Amor. Era isso o que estava sendo retirado de Yhasmin.

– Quando ela acordar não irá se lembrar de nada sobre sua vida terrena - disse o cirurgião, retirando suas mãos cobertas pelas luvas ensaguentadas de dentro do corpo. - Não se esqueçam de fechar tudo com perfeição. Até que ela receba suas asas, devem cuidar para que não se torne vazia.

Os assistentes fizeram como lhes foi mandado. Assim que mais da metade do amor que cabia à pobre jovem lhe fora tomado, retiraram todos os tubos e aparelhos de seu corpo, costuraram a pele de seu tórax e a limparam com panos úmidos de vinho. Aqueles eram os métodos tradicionais para a introdução dos novos anjos, particularmente dos cupidos.

Sentaram a garota sobre a maca, segurando seu pescoço de modo a fazer a cabeça pender para trás. Um pequeno frasco foi posicionado sobre seus lábios, de modo a entornar alguns mililitros do líquido que ele retinha na garganta da jovem.

– Acho que é o suficiente. Segure ela para que consiga engolir - disse um deles, rosqueando a tampa de volta ao frasco.

O segundo apoiou a nuca da moça com a palma da mão, tendo de segurá-la com mais firmeza quando os espasmos provenientes do repentino e inconsciente consumo começaram. A tosse seca arranhava a frágil laringe, ameaçando criar uma ferida real.

– Os efeitos ainda tardarão um pouco a se manifestarem - comentou o assistente que demonstrava ter maior experiência com aquele tipo de operação.

A garota abriu os olhos, não precisando mais de ajuda para manter-se firme sobre a superfície de metal. As íris castanhas varreram a sala em todos os cantos que seu campo de visão permitia alcançar. O cabelo acariciava-lhe o cóxis com sutileza. Ela engoliu em seco, fechando as mãos em punho ao lado das coxas.

– Senhorita Melc - um dos assistentes tentou falar.

– AH! - Yhasmin berrou, desesperada e sem melhor ideia do que fazer.

Assim que percebeu que estava nua e na companhia de dois homens, corou violentamente, encolhendo-se como se quisesse fechar-se dentro de si mesma. Rapidamente, um biombo separou a maca dos assistentes, que ajeitavam os óculos sem jeito.

– É isso o que dá deixar os novatos assumirem um trabalho complexo - reprimiu uma nova voz, com leve toque de rouquidão.

– D-Darius - o mais experiente prestou uma breve reverência. - Nós só não esperávamos essa reação por parte dela.

– É claro que não esperavam, por isso ainda são novatos - retrucou o veterano. - A tarefa de vocês acabou por aqui, podem se retirar.

– Sim, senhor - ambos assentiram, curvando-se ao outro e saindo apressadamente da sala.

Yhasmin estava assustada. Como não estaria? Algo dentro de si queimava, dando-lhe a impressão de que iria tossir uma significativa quantidade de sangue a qualquer instante. Ouviu a porta se fechando e um par de pés andando para o outro lado sala, mas voltando para perto do biombo logo em seguida.

– Vista isso - disse a voz autoritária, estendendo um vestido branco sobre o topo do biombo.

Obviamente ela permanecia em choque, no entanto, a ideia de continuar nua na presença de um homem nada lhe agradava. Esticou a mão timidamente até a ponta do vestido, o puxando para si. Vestiu-se rápido, cosida à maca fria.

– Acabou? - Ela não teve chance de responder, o biombo foi tirado de lado. - Vamos ver... Minha primeira impressão de você? Fraca, com certeza.

Um rapaz alto, de cabelos alaranjados, cuja franja tampava o olho esquerdo, estava de braços cruzados a encarando, prestes a recostar-se à porta. Ele mexia o lábio inferior de maneira desgostosa, transmitindo curiosidade alheia ao que a garota podia lhe mostrar.

– Meus pêsames por sua morte, mas você acaba de renascer. Não garanto que sua vida aqui será melhor do que a que acabou perder, isso dependerá de exclusivamente de você. Já oriento logo de início a não colocar a culpa em ninguém por estar aqui ou pelo o que vai acontecer daqui para frente. Tudo bem , nem sempre a responsabilidade vai ser sua, mas ninguém liga pra isso - o ruivo ergueu os ombros com descaso. - De hoje em diante você é uma cupida, minha cara. Aprenderá suas funções, tarefas, regras e os poucos direitos que esta divisão acarreta.

Informação de mais para quem se lembrava apenas da graça e da idade. Yhasmin ainda tinha vivo em sua memória seu limites, mas as concepções clamavam por novos conceitos - como se estes tivessem sido deixados com seu corpo terreno. Não sabia de onde vinha, nem como tinha parado ali. Alguma parte dela gritava um sonoro "Quero ir para casa", enquanto a outra sabia que "casa" não existia mais, não para ela.

– Primeira regra e a mais pesada: um cupido não se apaixona, não ama, em hipótese alguma. Se esse sentimento crescer dentro de você em algum nível além do filial, fraternal, paternal ou amigável, o mate, ou é você quem vai morrer - o semblante do rapaz perdurou na inflexibilidade. - Segunda regra: os superiores mandam, você obedece. Está entendendo?

Ela podia entender aquilo, porém, o porquê de precisar saber de tudo aquilo não estava presente em seus recentes achados dentro de si própria. Não estava em lugar nenhum que ela pudesse visualizar.

– Terceira: jamais interaja com um Eros, senão... Gurh! - Ele gesticulou como se estivesse cortando a própria cabeça. - Eros são demônios, mais precisamente, cupidos infernais. Existem para levar os cupidos divinos à perdição, ao verdadeiro inferno. Agem ocultamente, atrapalhando missões e provocando os enviados. Quando bater com um desses, fuja sem dizer um "Ah" para a criatura.

A morena meneou a cabeça positivamente, sentando-se na maca de modo a ficar voltada para o ruivo.

– Estas são as três principais regras de um cupido, aprenderá as outras conforme for treinando - o rapaz se aproximou da maca, balançando a cabeça para retirar a franja do olho esquerdo. - Eu sou Darius Livingstone, seu veterano e responsável.

Ignorando completamente a apresentação do ruivo - ainda que tivesse absorvido as informações -, Yhasmin ajeitou-se melhor sobre a maca, organizando as perguntas que tinha a fazer mentalmente.

– Onde estou, Darius? Como eu cheguei até aqui? E por que raios eu vou me tornar uma cupida? - A última pergunta foi acentuada com um quê de completa confusão.

– Você está no Céu, Paraíso, como preferir catalogar. Sua vida após a morte terrestre acaba de ser iniciada, e você viverá ela como cupida até que cometa algum deslize e precise ser eliminada , ou até que algum Eros te possua. Enfim, será uma cupida até onde o acaso permitir. Por quê você vai ser uma cupida? Simples, sua alma foi predestinada a isso. E porque precisamos de mais novatos para as missões de alto risco - Darius deu de ombros, sentindo-se um pouco mais avantajado ao dizer aquilo.

Yhasmin sentia-se desconfortável, metida apenas num fino vestido sem nenhuma roupa íntima. Balançava os pés no ar, encostando a panturrilha na borda da maca. A sensação de queimação tornara-se quase imperceptível, tanto que a própria dona do corpo a esqueceu.

– Sei - ela deixou o olhar cair ao chão, mantendo os pés naquele movimento alternado. - Hum, eu estou com fome.

Por alguns segundos, Darius continuou encarando-a como se esperasse que pergunta fosse reformulada. Mas Yhasmin apenas sustentou seu olhar, não expressando muito mais do que expectativa. O rapaz suspirou pesadamente, enfiando as mãos nos bolsos traseiros do jeans branco que vestia e virando-se para a porta.

– Venha logo - chamou ele, já saindo da sala.

Atrás de si, a maca não demorou muito a ser abandonada pela morena. Os pés descalços quase não notaram o quão gelado era o piso em que se moviam, seguindo Darius para o largo corredor que se abria fora da sala. Os ávidos e curiosos olhos da jovem engoliam cada detalhe com certa afobação, isentos de qualquer pronunciamento entusiasmado.

– Francamente - Darius começou, sem virar-se para a garota -, acabou de entrar em um plano completamente novo e tudo o que consegue processar é a necessidade de encher o estômago? Desapontador.

Portas e mais portas de uma madeira escura se dispunham ao longo do corredor sob pares de arcos salientes decorados com pequenos anjos de gesso. Algumas portas traziam uma janela de vidro fumê ao lado, possibilitando uma pequena amostra do que se passava por de trás dela.

O teto era extremamente alto, de modo que os elegantes candelabros eram sustentados por correntes longas para ficaram a dois metros do chão. A iluminação lembrava um tom na escala de sépia, aconchegante e refinada.

– Comer é uma necessidade humana - a jovem respondeu num reflexo.

Darius parou de supetão, provocando um agudo som de fricção da sola de seus calçados contra o piso. Yhasmin, não percebendo essa interrupção, continuou andando até bater contra a lateral do rapaz. Este a segurou, inclinando-se um pouco para deixar o rosto na altura dela.

– Mas você não é mais uma humana, senhorita. Anjos são contidos, não esfomeados desse jeito - o ruivo ofereceu um sorriso orgulhoso antes de soltá-la. - Você ainda vai dar muito trabalho, posso pressentir isso.

A morena torceu o nariz, decidindo não devolver. Finalmente o extenso corredor acabara num amplo saguão, repleto de poltronas e sofás de couro. À esquerda e à direita abriam-se dois outros corredores, semelhantes ao que os dois tinham usado para chegar até ali.

– Bem-vinda, querida Yhasmin!

Uma mulher trajando um vestido azul-marinho de adornos exagerados e babados demais, esticava a mão convidativa à garota recém-salva. Seus cabelos eram de um tom róseo desbotado, alongando-se até que as pontas deitassem preguiçosamente no chão. Yhasmin notou que ela também estava descalça, mas, devido ao seu tom de pele, os pés pareciam fazer parte do piso do saguão.

– Senhora - Darius realizou uma geno flexão com a cabeça curvada diante da mulher.

Sem saber exatamente do que se tratava e quem era aquela criatura, Yhasmin contemplou-a com um doce sorriso de meninice nos lábios, pousando uma das mãos na alheia que continuava estendida para si.

– Eu sou Azelia, regente da Divisão dos Cupidos. Prazer em conhecê-la, criança - os olhos da rosada se mostraram num intenso azul cintilante.

A coroa de tulipas azuis no topo da cabeça, no mínimo, indicava certa soberania. Mas os olhos ainda limitados da garota só podiam enxergar uma bela dama, que deveria ser uma grande autoridade, visto a reverência completa que Darius lhe dava.

– Eu sou Yhasmin. Acho que Melchiori é o meu sobrenome - a morena riu de si própria.

– Levante-se querido - Azelia voltou-se ao ruivo ajoelhado. - Pegue nossa nova irmã e a leve para a Pousada, sim? Ótimo, eu tenho outras coisas a fazer.

Sinceramente, Yhasmin não estava prestando a mínima atenção no que a regente tinha a dizer. Seus olhos acompanhavam as estranhas pessoas que transitavam pelo saguão. Passou para o outro lado de Darius, podendo observar aqueles seres com mais clareza.

Havia duas garotas sentadas num sofá mais ao centro do espaço. Arcos num tom creme descansavam aos seus pés, junto com aljavas delicadas. As flechas escapavam pela boca afrouxada do saco de pano, se espalhando um pouco pelo chão. O que mais chamava atenção naquela cena eram as asas que saíam das costas das garotas, pequeninas e alvas.

– Lindo - Yhasmin murmurou baixinho.

Fez menção de andar até elas, mas Darius segurou-lhe o pulso antes que desse o primeiro passo.

– Aonde pensa que vai? - A pergunta foi retórica. - Venha, temos que ir para a Pousada. Lá você vai poder comer e eu conseguirei te ensinar algumas coisas básicas sobre ser um cupido.

A garota foi puxada em direção ao corredor direito do saguão, não podendo aproximar-se das curiosas garotas - que não eram as únicas com flechas, arcos e asas por ali.

Darius esperava impacientemente que sua caloura terminasse de comer. Sentou-se na poltrona bege de costas altas, pendurando uma perna sobre a outra e cruzando os braços. Yhasmin atravessava o quarto repetidas vezes, arrancando grandes pedaços da maçã.

– Então, agora eu moro aqui? - Ela indagou, detendo-se numa pequena prateleira com vasos de belas flores.

– Digamos que sim. Aqui será seu lar enquanto enquanto não estiver em missão - Darius a fitou, pensando em como a curiosidade de renascidos era grandiosa. - Quanto tempo mais você ainda vai demorar pra comer isso?

– Acho que- o tronco da garota se contraiu, fazendo-na abrir a boca num grito mudo.

Ao levar as mão ao ventre, Yhasmin deixou que a maçã escorregasse de sua mão para o escuro assoalho de madeira. Desabou de joelhos, grunhindo baixo pelo impacto. O espaço entre suas escápulas estava sendo lentamente rasgado, manchando o alvo vestido do precioso líquido vital.

Por reflexo, Darius pensou em ir ajudá-la, mas não havia muita coisa que pudesse fazer. Levantou-se da poltrona, dirigindo-se sem muita pressa até a garota que começava a gritar dolorosamente no chão. Apanhou a maçã caída, colocando-a sobre o baú ao pé da cama.

– Corta essa, você aguenta - o ruivo ajoelhou-se ao lado da pequena, tomando-lhe uma das mãos.

O pano do vestido pregava-se na pele suja de sangue, ao mesmo tempo que se rasgava pelas asas que surgiam. A penas se exibiam encharcadas de um vermelho vivo, grudando-se uma nas outras. Aos poucos a epiderme aberta se regenerava em volta à base óssea de cada asa.

Os gritos suplicantes por trégua preenchiam o quarto, enquanto as unhas da garota se cravavam na mãe de seu veterano. As asas se balançaram levemente do ar, fazendo com que alguns respingos de sangue caíssem solenemente no assoalho.

Enfim, o milagroso - amaldiçoado - líquido ingerido por seu corpo após a operação tinha surtido efeito. O primeiro passo de seu renascimento tinha sido dado, ocasionando quase que o processo completo.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a todos que estão acompanhando, aos que comentaram e aos que favoritaram! =D

Nos vemos nos reviews. 'w'

Até mais,
Lollallyn.



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