Homens queriam filhos, herdeiros masculinos para passar o seu legado, ou pelo menos deveria ser assim. Mas quando o Rei pensava em um filho o que vinha a sua mente era a sua infância com Robert, era o pequeno pássaro ferido que ele cismara de cuidar e que seu irmão ficava o tempo todo dizendo que era fraco e patético como ele. Pensava em alguém dizendo as mesmas coisas para a sua filha que era tanto como ele mesmo havia sido naquela idade.

Se um dos seus filhos com Selyse tivesse sobrevivido ele supunha que ele se pareceria com Edric, o menino tinha os cabelos negros e azuis dos Baratheons e as orelhas proeminentes dos Florents, mas era difícil imaginar o menino como seu quando podia ver tanto de Robert nele (assim como ele tinha visto em todos os outros bastardos de seu irmão que conhecera) que ele inicialmente ficara com receio de deixar que ele interagisse com Shireen esperando que o menino a tratasse do mesmo jeito que Robert o tratava quando eles eram crianças. Mas isso não aconteceu. Stannis gostaria de poder dizer que honra foi o seu principal motivo para não sacrificar o menino quando a mulher vermelha disse que era isso que ele precisava fazer, mas a verdade era que o que mais pesou foi o sorriso que o menino parecia ter a capacidade de trazer ao rosto de sua filha.

Quando a sua nova Rainha lhe diz que está grávida de um ponto de vista prático ele reconhece que se Sansa lhe desse um filho homem seria bem mais útil, mas tudo que ele conseguia visualizar ao fechar os seus olhos naquele momento era outra menina.