A viagem de volta para Winterfell foi calma, além dos seus homens que haviam acompanhado-a na sua ida a Muralha Jon insistiu que alguns dos homens da Patrulha da Noite a fossem junto com ela. Ela sentiria falta de Stannis e de Jon, mas também havia sentido falta dos rostos familiares que ela encontrou ao retornar, Shireen, Davos, ela tinha até mesmo sentido falta de Myranda Royce que a havia acompanhado do Vale. Mas no meio das pessoas que a receberam havia um rosto familiar que ela não esperava encontrar: Jeyne Poole, não isso estava errado, logo Sansa se corrigiu mentalmente, Jeyne Greyjoy.

“Senhora Greyjoy, a que devemos a sua presença ?” Sansa perguntou.

“Tem algo que eu preciso falar como você”

“Tudo bem, fale”

“Em particular”

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Quando eram meninas ela e Jeyne costumavam andar por aqueles corredores falando e rindo, mas agora ida até o quarto de Sansa foi silenciosa.

Justiça era mais do que apenas uma palavra para Stannis Baratheon , mas ele abriu mão de aplicá-la em Theon para ter o apoio dos Greyjoys e conseqüentemente das Ilhas de Ferro.

Após Stannis cortar a cabeça de Ramsay Bolton todos os seus homens passaram para o seu lado. E quando Sansa retornou para Winterfell todas as terras e propriedades dos Boltons foram confiscadas, e era numa dessas que Jeyne e Theon moravam agora, ela nunca teria justiça para Bran e Rickon e esse era um preço que por mais desagradável que fosse ela tinha aceitado ser necessário devido as circunstancias, mas não queria vê-lo por Winterfell. Tecnicamente ele poderia ser considerado novamente um refém caso os Greyjoys se rebelassem contra o Rei, ,pelo que falavam o comportamento de refém de Theon havia mudado muito, nos seus tempos com os Starks o único que ele realmente gostava era Robb e nem isso o impedira de traí-lo no fim, mas com Stannis ele parecia mais do que grato, quase privilegiado por se encontrar naquela posição. Mas algum dano ocorrer a Theon parecia cada vez mais improvável, Sansa não sabia ao certo dizer se o que Stannis sentia por Asha Greyjoy podia ser definido como amizade, mas ele certamente a respeitava como comandante e como pessoa, e ela estava para se casar em breve com Justin Massey que era um dos seus principais vassalos.

“Então o que é ?” Sansa perguntou quando elas finalmente chegaram.

“Meu marido falou algo que acho que você deveria saber”

“Jeyne eu sou a última pessoa do mundo que pode julgar os outros quanto a quem elas se casam, por pouco eu não acabei uma Lannister afinal, e eu ainda gosto de você, mas o mesmo não se aplica ao seu marido e eu não tenho o mínimo interesse em nada que ele tenha pra me dizer”

“Seus irmãos talvez ainda estejam vivos”

“O que ?”

“Theon me contou que os meninos que ele matou não foram Bran e Rickon, foram dois meninos que moravam em uma fazenda das redondezas”

“Mas como ? Onde eles estão ?”

“Ele não sabe, ele os encontrou após os meninos fugirem daqui, isso é tudo que eu sei, e certamente tudo que ele sabe, e eu achei que você tinha o direito de saber, adeus minha Rainha”

O mais cortês a se fazer seria convidar Jeyne para passar a noite ali, mas a mente de Sansa estava ocupada demais explodindo com as possibilidades.

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Pelo resto do dia Sansa disse para si mesma para não criar expectativas, todos diziam que Theon Greyjoy tinha perdido muito de sua sanidade no período em que foi torturado por Ramsay Bolton, aquele podia ser apenas uma fabricação de uma mente delirante, e mesmo se fosse verdade isso não significava que Bran e Rickon ainda estavam vivos, muitos haviam morrido desde o começo daquela guerra afinal.

Mas quando a noite chegou ela adormeceu sentindo um pouco de esperança e ela sonhou com seus irmãos, e com lobos.