Charming escrita por Mirchoff


Capítulo 1
Prólogo - Jasper


Notas iniciais do capítulo

Hey! Bem, aqui está. É minha primeira fic de the selection, então, peguem leve. Ok? Ok.



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Jasper torceu para que as pesadas botas de combate não fizessem tanto barulho em contato com o chão de mármore. Ele se amaldiçoou mentalmente por ter enfiado todos os seus calçados (somente os que julgava necessários, e não os sapatos sociais que odiava) no fundo da mochila e ter deixado de fora aquele par de botas.

– Se eu passar por aqui… – murmurou, pressionando a ponta de um quadro na parede. – estarei perto das cozinhas… E depois, passando pela suposta porta lacrada…

Ele sorriu para si mesmo, no escuro. Gostaria de ter escrito um bilhete, agradecendo aos soldados por terem ensinado-o como circular pelo castelo sem que ninguém o visse. Claro que, com cinco anos, ninguém pensaria que um dia usaria isso em sua fuga, aos dezessete.

– Chegarei ao escritório, e então é só empurrar a estante e descer as escadas até o túnel subterrâneo que vai me levar até o outro lado dos portões… E bingo!

Parou, por um instante, ao ouvir vozes no final do corredor. Escondido nas sombras, estava seguro. Mas tinha certeza de que a passagem do quadro levava para outro lugar…

– Tudo está um caos. – Jasper não reconheceu a voz de imediato. – mas é um caos divino! Ah, como eu amo A Seleção. E pensar que as meninas chegarão em menos de dez horas! Embora o príncipe não pareça estar tão feliz assim, tenho certeza de que ele irá gostar.

– Ah, Alayne, é certo que o príncipe vai mudar de ideia em relação a competição assim que 35 meninas começarem a disputar seu coração. – disse outra criada, baixinho. Wilda, talvez?

Jasper estava prestes a vomitar. Esperou as criadas sumirem no corredor para escorregar pela parede e se sentar no chão.

– Não estou perto das cozinhas… – resmungou, baixinho.

As paredes não lhe eram familiares, muito menos com pouca iluminação. Já tinha ouvido o próprio rei admitir que não conhecia muito bem o castelo. Corredores demais, pouca iluminação, muitas passagens.

Estava perdido.

– Devo estar na ala Norte. – concluiu, em pensamento. – os quartos dos criados ficam na ala Norte, repleta de passagens para que eles tenham acesso a todos os quartos. Nunca estive na ala Norte porque nunca foi preciso. Ah, Jasper, você é estúpido…

Respirou fundo, contando até dez. Tudo parecia maior agora, fazendo-o se sentir minúsculo em um castelo tão grande.

– Mas, se eu estiver na ala Oeste… – continuou. – e se eu for pego na ala Oeste… Não. Tenho que sair daqui.

Se levantou, silencioso. Mesmo com as botas pesadas, Jasper conseguia andar sem fazer barulho algum. Mas isso não o tranquilizou. Herdara a delicadeza da mãe, mas ainda sim conseguia ser tão desastrado como o pai.

Ele percorreu os dedos pelo papel de parede até encontrar um minúsculo botão. Uma fenda surgiu diante de seus olhos cinzentos, fazendo-o sorrir. Seguiu pelo corredor escuro, tateando as paredes de pedra fria até encontrar a pilastra certa para empurrar.

Jasper prendeu a respiração ao se deparar no salão principal. Não havia ninguém ali.

Uma câmera apontava para ele. O garoto sorriu. Tinha se infiltrado na sala das câmeras e cortou todos os fios. Só iriam descobrir ao nascer do sol, quando ele já estaria quilômetros dali.

Com cinco passadas longas, se abaixou e puxou o tapete. Outra entrada para os túneis subterrâneos, mesmo que fora de uso. Jasper torceu o nariz para todas as teias de aranhas que encontraria no caminho.

Abrindo o alçapão que dava acesso ao túnel, ele deu uma espiada nos setenta degraus que teria de enfrentar. Era agora ou nunca. Fugir ou ficar.

O garoto estava no segundo degrau quando uma voz estridente preencheu o salão.

– Jasper Calum Griffith – Ella tinha uma expressão de profunda mágoa no rosto. – presumo que esteja tentando fugir. Novamente.

Dois guardas o puxaram de volta. Mason e Anthony.

– Mãe. – Jasper revirou os olhos. – eu não estava tentando fugir. Só queria tomar um pou...

A rainha ergueu a mão direita, como se fosse acertar-lhe um tapa, mas a recolheu. Alisou o vestido, impaciente. O garoto ergueu os olhos para suas vestes. Já era tarde mas, como a mãe sempre dizia, uma rainha precisa sempre estar bem vestida.

– Não é – ao notar o tom de voz alterado, Ella pigarreou. – não é do feitio de um príncipe fugir às vésperas de seu aniversário. E muito menos às vésperas da Seleção. Siga-me.

–x–

O rei apoiou-se na mesa de carvalho. A sala circular era aconchegante, com poltronas vermelhas de veludo e tapeçaria em tons de bege e marrom. O príncipe bufou. Anos antes, as paredes forradas de livros se mostrariam bastante convidativas. Mas, agora, o lugar lhe lembrava uma prisão.

Jasper detestava o escritório do pai.

– Você não é mais uma criança. – o rei Peter parecia cansado. – não pode mais quebrar as regras e agir como se nada tivesse acontecido.

– Eu dito minhas próprias regras. – desafiador, Jasper cruzou os braços.

– Jasper! – a rainha arregalou os olhos. Estava perto do parapeito da janela, segurando um livro.

– O que? – respondeu. – já estou sendo punido, afinal. Esse casamento idiota, essa Seleção idiota. Se isso não for uma punição, não quero nem ver o que vocês chamam de tortura...

O rei segurou o riso. Por mais irritado que estivesse, o jeito teimoso do filho lhe lembrava sua própria juventude. Tinham o mesmo senso sarcástico, as mesmas sobrancelhas arqueadas. Mas os olhos tempestuosos de Jasper pertenciam à Ella, sem sombra de dúvida.

– Estar na Seleção é uma honra. – a rainha endireitou a postura, deixando o livro sobre uma mesinha de canto. – tanto para as selecionadas quando para o príncipe. E, Peter, querido, pensei que fosse ensinar alguma lição de moral ao seu filho.

Nosso filho, Ella. – o rei suspirou, voltando sua atenção para Jasper. – não há como fugir disso, garoto. Você irá escolher uma delas, e casará com ela. Se tornarão rei e rainha e terão filhos que, um dia, também vão procurar por seus reis e rainhas. Veja bem, conheci sua mãe numa Seleção. Tivemos Phoebe, Aron e você. E somos felizes.

– Não há nada que garanta a minha felicidade, pai. - o príncipe adquiriu um ar sério. - como... Como eu amar alguém em... O quê? Três semanas?

– A Seleção leva o tempo que o príncipe tiver para escolher alguém. – Ella suspirou, sentando-se ao lado do filho.

– E se eu não gostar de nenhuma delas? – Jasper ergueu uma sobrancelha. – e se forem irritantes? Insuportáveis? Ou pior, e se forem feias?

– Iremos ajudá-lo com sua decisão. – o rei empurrou Iléa: A História para o filho. – nosso povo precisa de alguém que saiba govern...

Jasper afastou, violentamente, a poltrona.

Ah, não. – negou, balançando a cabeça. – já não basta me obrigarem a casar com uma completa estranha? Onte está a tal da minha escolha? Eu tinha uma esc...

– Disse que iremos ajudá-lo, filho. – o tom de Peter era paciente, mas seus olhos mostravam irritação. – você irá escolher, é claro, mas não pode se casar com alguém que não se encaixe no perfil de uma rainha.

O príncipe já estava na porta quando se virou pela última vez. Os pais pareciam exaustos. A semana fora extremamente turbulenta devido aos preparativos para aquela competição idiota. Jasper sabia que, por mais que negasse, devia isso a eles. Era sua obrigação.

A Seleção começaria, e ele estava completamente perdido.


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Notas finais do capítulo

Er, eu nunca sei o que falar aqui... É isso. Gostaram?Review não mata ou faz cair o dedo, tá? Até a próxima. ♡



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