Aniversário De Hinata Hyuga escrita por Nephilim Imortal


Capítulo 16
Cerejeira é Praga




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Neji tivera uma noite péssima, o menino não esperava aquela reação de Tenten, mas realmente, ele não dava a atenção que ela merecia. Como fora pretensioso... Dera conselhos a Naruto sem nem mesmo ter uma relação saudável... Precisava de um tempo para pensar, não sabia naquele momento se valia a pena tentar reconquistar Tenten ou se estava apenas querendo provar seu valor a ela, apenas por orgulho. Que pessoa horrível se tornara, os sentimentos já não eram mais os mesmos, mas afinal, jamais se apaixonara. Talvez ele fosse mesmo Sr. Certinho e Sr. Chato como ela afirmou.

...

Shikamaru e Temari caminhavam por uma floresta com poucas árvores, bem diferente da Vila da Folha, ainda tinham dois dias de viajem. Passaram a noite em turnos, cada um em sua barraca, eram muito sérios para fazer gracinhas em qualquer lugar. Logo que amanheceu levantaram o acampamento e caminharam por um tempo em silêncio, muitos pensamentos tomavam conta de Shikamaru, problemas da Vila e a missão que ele supostamente cumpriria na Vila da Areia, a Hokage fora muito gentil em conceder a ele aquele tempo... Olhou para Temari, ela estava muito bonita como sempre, o cabelo preso em quatro rabos altos, um quimono preto apertado que destacava suas curvas e luvas de Taijutsu...

—Temari, você está muito bonita.

A garota franziu a testa e corou.

—Por que disse isso repentinamente, Shika?

—Não posso?– respondeu o moreno rindo.

—Ah, pode, mas...

Ele riu dela e começou a fazer piadinhas sem graça para que ela risse, que logo em seguida cutucou ele e começou a fazer cócegas incansavelmente.

—Não enche o saco, babaca.

Mas mesmo assim, os dois riram sem parar por um longo trecho do caminho.

...

Kakashi suspirou profundamente quando passou pelos portões da Vila. “Finalmente em casa”, pensou consigo mesmo. A viagem estendeu-se por mais tempo do que podia imaginar. Precisou fazer praticamente  o papel de um Anbu e descobrir o que restara da Akatsuki e não ficou satisfeito com o que descobriu. Suspeitava agora que ia muito além de apenas uma organização com interesses sombrios, afinal Pain estava morto e as atividades continuavam, alguém maior estava no comando das ações do grupo e tinha intenções acerca dos Jinchurikii, mas quem? E qual intenção? Ainda não sabia... Mas as descobertas que fizera o levou a perceber alguns detalhes importantes... Precisava comunicar imediatamente a Hokage, só ia passar para comer algo antes.

Sentou-se no Ichiraku e pediu um Lamen apenas para matar a fome. Logo, memórias preencheram sua mente. Lembrou-se de seu antigo time, o Time 7, eles sempre iam sempre ao Ichikaku pois Naruto adorava, Sasuke sorria naquela época por mais que não deixasse transparecer  e Sakura gritava, com sua voz esganiçada. Tornaram-se em pouco tempo um time unido e forte, muito querido ao coração mole do homem.

Estava absorto em seus devaneios quando escutou um chamado.

—Não pode ser!! Kakashi-sensei! Que bom que está de volta!

Era Naruto, animado como sempre, perguntou como tinha decorrido a missão e Kakashi respondeu apenas superficialmente.

—E a recuperação Naruto?

—Estou 100%, sensei! Pronto para mais uma...

—E o treinamento?

—A-ah, o treinamento, bem, tenho conseguido concentrar melhor o meu chakra depois daquele treinamento no Monte, treinei Taijutsu, mas não consegui me concentrar muito...

—E o novo jutsu? Consegue fazê-lo fora do Modo Sennin?

—Na verdade, não tentei fazê-lo novamente...

Kakashi ficou surpreso.

—hm... Yamato não te fez treiná-lo?

—Yamato está em uma missão.

Aquilo era muito estranho. Ao sair da Vila para a missão, Kakashi designara Yamato para ficar de olho em Naruto e ajudá-lo com o treinamento, informou oficialmente à Hokage e mesmo assim Yamato estava fora? Kakashi precisaria tirar isso a limpo mais tarde.

—Como estão as coisas por aqui, Naruto?

—Bem... Estão bem confusas, as coisas mudaram bastante desde que você partiu. Sabe, eu e Hinata estamos namorando desde o Festival...

Kakashi engasgou e arregalou os olhos para Naruto.

—Como é??

—Sim... Eu gosto muito dela, passei maus bocados pensando em como ia me declarar para ela, porque você não estava aqui para me dar conselho. Quem eu realmente queria ver agora era o Erro Sennin... Aquele velho babão, sinto tanto a falta dele...

Kakashi passou o braço por Naruto.

—Eu sei... Mas, não vamos pensar nisso, o que você quer saber?

—Bem, a gente brigou ontem, mas ainda gosto muito dela e eu sou um babaca não consigo acertar uma. Queria fazer algo especial no aniversário dela, mas não sei o que... É depois de amanha sabe... Preciso de ajuda...

Eles ficaram conversando por mais algum tempo, Kakashi deu algumas dicas para o menino, mas percebeu que não podia ficar mais tempo ali precisava conversar com a Hokage e descobrir o que estava acontecendo na vila. Estava em choque ainda mais por causa das informações que ele tinha sobre o clã Hyuuga, tudo estava em perigo, até o coração de Naruto.

—Naruto, preciso ir agora, mas qualquer coisa, passa na minha casa mais tarde ok?

...

Ino estava muito desanimada naquele dia, nem almoçar conseguira. Nunca fora tão rejeitada em toda sua vida. Sai simplesmente a empurrou com delicadeza e saiu. Ele falou alguma coisa? Não, ela nem lembrara. Será que ela era tão bonita quanto pensava? Primeiro Sasuke, agora Sai. Era horrível para a menina ter que lidar com aquele sentimento que embrulhava o estômago. Saiu de casa sem rumo e sentou-se num banco da pracinha, onde antes estavam acostumados a brincar quando pequenos, todos juntos. Chouji, era sempre o mais carinhoso da turma, que ficava cuidando e defendia quem se machucava, era realmente tinha um coração enorme e era um amigo e tanto. Amigo. O que? Por que Ino estava pensando nisso? Não era correto.

Longe como estava, viu Chouji passando do outro lado da praça. Era estranho, porque geralmente ele ia sorrindo até ela com os braços estendidos e aconchegantes. Mas, não foi o que aconteceu, ele pisava firme e tinha a cara mais amarrada do que nunca, até franzia a testa. Ino se levantou e foi correndo na direção dele.

Acenou veemente e parou sua caminhada.

—OOi, como você está, Chouji?

—Atrasado, depois conversamos Ino.

— O que aconteceu com você?

—Nada, estou ótimo

—Não, está estranho.

—Não estou não, você que está acostumada a ser tratada como a última bolacha do pacote

—O que?  - a menina gritou furiosa, mas ele já seguira seu caminho, com o coração partido por sua atitude com a garota que amava.

...

Kiba sonhava acordado. Nada acontecera na noite passada, ainda assim, ele se sentia nas nuvens. Sai era tão estranho, magro, sério, mas ao mesmo tempo era apaixonante, o sorriso doce e frágil. Kiba estava se apaixonando de novo. Era estranho. Ele se sentia homem, era considerado masculino por todos os colegas, o brigão da turma e ainda assim, surgia aquele frio na barriga ao pensar naqueles garotos. Fez um chocolate quente para Sai, enquanto o menino se acalmava e conversaram a noite toda sobre a Vila, sobre os paqueras, sobre amor e riram muito fofocando sobre as pessoas.

Se Sai não percebera que Kiba o queria era muito  burro, o que não era uma dúvida muito grande, era horrível para relacionamentos ou demonstrar interesse, tanto que Kiba, que sempre nutriu essa paixonite secreta,  nunca percebeu que Sai gostava de Naruto. Muito estranho.

Quando se despediu, Kiba colocou os dedos entre o cabelo de Sai e puxou o menino para um beijo suave na bochecha, ambos coraram tanto que não disseram mais nada.

...

Naruto caminhava para casa amargurado como nunca, quando encontrou Sakura que esperava na porta da casa do loiro.

—Tudo bem, Sakura? – perguntou espantado.

—Naruto, precisamos conversar.

Era a segunda vez que ouvia isso naquela semana, mas que maldição não é mesmo? Sentaram-se nos balanços quebrados próximos a casa. Sakura falou sobre a vida deles juntos como time 7 e como sempre estivera tão conectada ao Sasuke que não lembrava de ser legal com ele. Ela batia nele, enquanto ele gostava dela, tinha sido muito maldosa, mas que tudo aquilo tinha mudado. Naruto refletiu um pouco, ela estava frágil, rejeitara Lee e não tinha o homem que amava. Ele se levantou e sorriu calorosamente.

—Sakura, não se preocupe, sabe que tudo isso já passou, não importa mais o que importa é o agora.

Ele a ajudou a levantar-se e abraçou a menina que amoleceu o corpo em seu abraço, desde quando ele era tão maior que ela? Caminharam rapidamente até a porta, enquanto encerravam a conversa. Eram muitas lembranças que reviviam naquele momento, a saudade do amigo a saudade do amor, as mágoas e dores do passado, feridas da vida que, por mais forte que Naruto fosse nunca esqueceria, o beijo que ele nunca ganhara da rosada. Até mesmo a maneira como isso não importava agora, como os sentimentos eram nulos o fazia ficar triste, porque não sentia mais nada. Era da natureza dele, a força que tudo supera. Ele superou a orfandade, superou a rejeição, superou o sofrimento da vila. Mas, sempre ficam marcas é inevitável. Não era a toa que Naruto era tão forte, porque era o mais marcado daquele lugar dentre os jovens. Sakura arrependia-se de tudo, tudo que acontecera, como as coisas deram errado e todos sofriam por sua causa, como ela fora ridícula por chorar  por Sasuke, mas sabe que choraria de novo.

Agora, de frente para o loiro, amigo, companheiro de batalha e que fazia tudo por ela, até mesmo arriscar a própria vida. Ela não pensou duas vezes antes de se inclinar sobre o pescoço dele e beijá-lo, enquanto os sentimentos explodiam.

Naruto sentiu uma fagulha e se repreendeu até o fim da vida por isso, mas não pode evitar senti-la. Colocou a mão na cintura da rosada para empurrá-la sem machucar, enquanto ela tentava abrir espaço na boca rígida do menino. Ambos de olhos fechados, quem visse a cena pensaria certamente que os dois queriam se beijar, era proposital, mas não era, nas pontas dos pés Sakura quase o desequilibrava. Quando empurrava a garota, olhou pelo canto do olho, as pérolas da sua vida, envolvidas naquele manto de sede preta que eram os cabelos, perfeita como era, parada boquiaberta, sem reação alguma à cena que presenciava.

Naruto só queria ter evitado aquele momento. O perfume de cerejeira de Sakura o enjoava, penetrava como uma praga. Hinata jamais o perdoaria.


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