It Goes Without Saying escrita por binossaur


Capítulo 1
Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Para RebecaChase (*huga*)



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Eles se viam todo dia, no ponto de ônibus. Tinha virado um hábito agora, mas eles não tinham percebido. Ela chegaria primeiro, como sempre, e se sentaria em um dos bancos, aleatoriamente. Não importava muito, de qualquer jeito. Ele sempre se sentava ao seu lado.

Ela levaria um livro e seu celular e ouviria música enquanto lia. Ele apenas sacudia a perna no ritmo da canção que ela ouvia. Ele podia reconhecer a música de onde estava sentado, ela sempre a ouvia muito alto em seus fones.

O ônibus dele chegaria primeiro. Ela olharia para cima, para ele, e ele sorriria. Ela nunca sorria de volta, mas mordia o lábio inferior, sem nem perceber. Ele entraria no ônibus, se perguntando se alguma vez ela sorriria e ela ficaria no banco, encarando o ônibus até ele sumir de vista.

Tinha virado um hábito agora, mas não era como se eles estivessem reclamando.

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O lugar estava vazio e ela estava entediada. Sentou a mesa, de frente ao garoto. Aquele estava sendo o dia menos lucrativo do ano. O café permanecera vazio desde que abrira, as seis da manhã, e já era quase horário de almoço. Ela suspirou, brincando com os próprios dedos, e encarou o melhor amigo.

– Sean, estou entediada - ela disse, pondo uma mexa de seus cabelos castanhos atrás da orelha, antes de apoiar a cabeça na mesa.

O garoto suspirou e começou a mexer no cabelo dela, o trançando.

– Também estou, Becs - disse - Mas não podemos simplesmente abandonar o café.

A menina revirou os olhos, mas manteve-se quieta. Eles ficaram desse jeito por um tempo, apenas respirando, e ouvindo o silêncio. O sininho da porta tocou e, alguns segundos depois, ele entrou.

Rebeca ergueu a cabeça, arregalando os olhos ao vê-lo. O garoto não pareceu percebê-la, pois somente foi até a mesa e se sentou, olhando pela janela, com um caderno em cima da mesa. A garota olhou o melhor amigo, que fez sinal para que ela fosse até ele, antes de se levantar e ir para a cozinha. Ela suspirou e pegou o bloquinho de notas e a caneta preta em cima do balcão, enquanto ia até a mesa onde o garoto estava sentado.

Seu coração estava acelerado. E ela não sabia dizer por que.

Respirou fundo e pigarreou, chamando a atenção dele. O garoto ergueu a cabeça; Seus olhos verdes pareciam queimar buracos em seus rosto. E só então percebeu que estava corando.

O garoto entrabriu a boca em surpresa.

Ela abriu a boca para dizer algo, mas mudou de ideia e a fechou. Então tentou de novo, gaguejando um pouco:

– U-uhm... Qu-qual seu pedido?

O garoto respirou fundo, dizendo:

– Um café, preto e sem açúcar - começou - E um muffin.

Rebeca olhou para o bloquinho enquanto anotava. E virou. se recusando a olhar o garoto. Passou pelo balcão, indo até a cozinha e entregou o papel a Sean, que foi preparar o café e pegar o muffin.

Só voltou para lá quando o pedido estava pronto.

###

O encontro deles no ponto de ônibus no dia seguinte foi bem mais entranho do que normalmente seria. Rebeca evitava olhar para ele, e ele sentia as orelhas queimando. Nem mesmo a música em seus ouvidos fazia a situação menos desconfortável.

Foi um alívio para ambos quando o ônibus dele chegou. Ele se levantou e foi embora, as mãos nos bolsos do casaco e bochechas rosadas.

Rebeca se perguntou por que ele não sorrira para ela, como sempre fazia. Isso a incomodou e ela se bateu mentalmente, tentando parar de corar.

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– Vamos logo, Logan! - exclamou o garoto alto, de cabelos de um tom loiro-branco, que fora obviamente descolorido.

O outro garoto, cabelos castanhos estilizados para cima, grunhiu, tentando soltar seu braço das mãos do melhor amigo.

– Não! - manhou - Eu não quero ir lá, Mike!

O loiro resmungou, o puxando com mais força.

– Pelo amor de Deus, cara! Você só fala dessa garota desde... Quando foi que você viu ela pela primeira vez, mesmo?

Logan corou, olhando para o outro lado.

– Abril... - murmurou baixinho.

Michael sorriu em vitória.

– Exatamente - disse - São... - fez uma pausa para pensar - Seis meses, meu! Você não acha que tem que dar o braço a torcer?

Logan suspirou.

– Eu sou um cara envergonhado... - disse, tentando se livrar da situação constrangedora.

O loiro não pareceu convencido.

– Logan.

O mais baixo dos dois respirou fundo, desviando seus olhos verdes para o chão.

– É. Ok...

Michael sorriu, o puxando pelo braço até o café. Ele abriu a porta, arrastando Logan consigo. Rebeca estava deixando uma xícara na mesa de um cliente. Mike fez uma careta de apreciação para Logan, que lhe deu um tapa no braço, o fazendo rir e chamar a atenção de Rebeca, que se virou para olhá-los, o vermelho subindo em suas bochechas.

Os dois garotos se sentaram em uma mesa. A garota baixinha, os cabelos presos num rabo-de-cavalo, foi até o balcão. dando a volta nele e indo até a cozinha. Eles esperaram até ouvir uma voz masculina, falando alto:

– Não! Não, não, não, não, não! - ele dizia - Não! Rebeca, não! Você vai lá e vai atender ele e eu não vou sair daqui só por que está com vergonha, mocinha!

Foi ouvido um som abafado antes de Rebeca reaparecer da cozinha. Michael sorriu para Logan.

– Você não é o único com vergonha, cara. - disse.

Logan o mandou um olhar mortal.

– Você é um péssimo melhor amigo - argumentou.

Michael revirou os olhos.

– Você me ama - sorriu.

Rebeca se aproximou da mesa e eles pararam de conversar. Ela respirou fundo antes de perguntar:

– O que vocês vão querer?

O loiro falou antes que Logan pudesse ao menos pensar:

– Bem, eu vou com um chocolate quente - sorriu - Meu amigo aqui vai querer café, preto e sem açúcar. E o número do seu telefone, claro - sorriu de lado, maliciosamente.

Ambos Logan e Rebeca coraram. A garota resolveu ignorar.

– Ch-chocolate quente e café - anotou - É. Ok. Vou buscar.

Saiu de lá as pressas. Logan chutou Michael por debaixo da mesa. O loiro o olhou feio.

– Idiota - murmurou.

Logan sorriu de lado.

– Você me ama.

Michael revirou os olhos. Eles ficaram em silêncio por um instante antes de Mike o quebrar:

– Escreveu mais alguma coisa? - perguntou.

Logan assentiu.

– Um pouco - disse - Não consigo sair desse capitulo. Está me irritando.

Rebeca voltou com os pedidos e Michael sorriu, vendo ela deixar os copos em cima da mesa e se afastar, indo atender outros clientes. O loiro apontou para ela com a cabeça.

– Talvez você precise de inspiração;

Logan o chutou por debaixo da mesa mais uma vez.

###

Rebeca entrou no apartamento, procurando Sean com os olhos. O moreno estava sentado no chão, no meio da sala, com uma careta. A garota riu baixinho e fechou a porta, indo até ele e se sentando ao seu lado.

– Então? - perguntou.

Sean suspirou.

– Estou perdido - disse, os olhos azuis-esverdeados passeando pelo lugar - É a primeira vez que me mudo, a casa dos meus pais é tudo que eu conheço.

Ela sorriu para ele.

– Ta tudo bem, cara - disse - Vou te ajudar a arrumar. Mas e o dinheiro para os moveis?

Ele deu de ombros.

– Meus pais vão pagar por tudo.

Eles ficaram em silêncio por alguns instantes, apenas olhando em volta do apartamento. Sean começou a mexer os dedos um por entre os outros. Rebeca podia perceber que ele estava nervoso, mas não queria pressionar. Então, apenas esperou.

Com o tempo, ele disse:

– Becs? - chamou, baixinho.

– Uhm? - ela o olhou.

– Quer morar comigo?

Ele a olhou em expectativa e ela retribuiu o olhar, a boca entreaberta em surpresa.

– Que?! - estava incrédula.

– Quer morar comigo? - repetiu sussurrando.

Passado o choque inicial, ela começou a entender o que ele dizia. Aceitaria o pedido na hora, mas então, algo a fez parar,

– Eu não tenho dinheiro - disse - Pra ajudar nas contas ou nas despesas.

Sean começou a puxar a barra da manga dela.

– Por favooor. - pediu, a voz manhosa - Eu não quero ficar sozinho.

Ela suspirou, mas mesmo assim assentiu. Sean sorriu e pulou em cima dela, feito uma criança. Rebeca riu.

– É. Ok - disse - Mas só vou me mudar realmente quanto tiver dinheiro... Ta bem?

Ele assentiu, com um sorriso enorme no rosto. Se levantou puxando ela junto, os dois ficando de pé. Rebeca o encarou, confusa.

– Vamos sair! - disse ele.

Ela franziu o cenho.

– Para que?!?

– Beber!


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Notas finais do capítulo

Vou continuar, ok, Becs? Paciência aha kjghngfm



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