Um Anjo (quase) Caído escrita por Gaby Molina


Capítulo 24
Capítulo 24 - Três Palavras


Notas iniciais do capítulo

Ceeerto, eu sei o que estão pensando... São 00:38, e essa não é a hora em que eu geralmente posto capítulos, mas...
O NYAH VOLTOU, PORRA OOOOOOOOOO/
Cara, como eu senti a falta de vocês. Na moral ;/ Venham dar oi nos reviews porque eu tô com saudade. Vdd.
Tipo, eu sei que praticamente todos os autores estão postando um capítulo agora ou até amanhã de manhã, então eu agradeço de verdade por você ter vindo ler o meu :3 Significa muito, na moral.
P.S.: Um grande buuuu para a HeyLuce por ter descoberto a fantasia da Serena e me fazer sentir muito previsível. HAUSHAUSHUASH S2
P.S.2: Cara, esse é o capítulo perfeito para o retorno do Nyah S2 (sim, eu vou encher seus corações de fangirlings e depois pisoteá-los. Sinto muito)
P.S.3: Na verdade, não sinto. MUA HA HA
P.S.4: Não tem P.S.4 porque tá caro e eu sou pobre. Haha. Entenderam? PlayStation 4. Ai, como sou hilária. -qq
Sem mais delongas...
Enjoy :3



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Heath

Serena era um anjo. Literalmente. Ou quase.
Ela estava vestida como um. Literalmente. Ou quase.
Usava um longo vestido branco e dourado esvoaçante, além de sapatos de salto baixo bem mais delicados do que as botas que ela geralmente usava, e uma tiara dourada fina que se perdia entre as ondas douradas perfeitas de seu cabelo solto. Atrás dela, um par de asas brancas se projetava, balançando conforme ela caminhava.
— Golpe baixo — comentei quando ela desceu as escadas para a típica Descida de Escada Triunfal Pré-Baile. Mesmo que não estivéssemos indo a um baile. E mesmo que ela odiasse clichês.
Ela sorriu. Estava usando batom vermelho. Cara, como ela ficava linda de batom vermelho.
— Isso é tudo o que tem a dizer? — ela me censurou, erguendo uma sobrancelha.
— Certo... Você está meio que um pouco mais ou menos realmente muito bonita.
Ela riu.
— Um pouco melhor.
Concedi-lhe meu braço, onde ela, revirando os olhos, enganchou o braço dela e caminhamos triunfalmente até o carro de Audrey.
* * *
— Isso é um clichê tão grande — ela reclamou quando botamos um pé dentro do salão de festas. — É tipo um baile à fantasia. Tipo, baile, cara. O que acha que vem primeiro? Uma competição de break ou Macarena?
— O que é Macarena? — perguntei, inocente.
Ela revirou os olhos. Foi quando o ritmo desacelerou.
— Certo, isso é tão estranho quanto — sorri levemente. — Quer dançar?
— Já disse que não vou dançar com você.
— É, você também disse que me odiava. E disse que não me beijaria nunca. E, olha, até agora, você parece ser muito ruim com promessas relacionadas a coisas que você não faria comigo.
— Você não era tão pervertido quando eu conheci você, sabia?
— Ah, era sim. Só não falava isso alto, porque, você sabe... Eu não queria ser castrado numa clínica veterinária clandestina ou sei lá.
Ela escondeu um sorriso.
— Estou ficando mole, não é? Merda.
— Sabe o quê? Eu acho que você não sabe dançar — fitei-a, esperando que o orgulho dela falasse mais alto.
De uma forma estranha, aprendêramos a manipular um ao outro naqueles meses. Assim como eu fazia tudo o que Serena quisesse quando ela sorria, ela fazia exatamente o que eu queria quando eu dizia que ela não podia fazer alguma coisa.
— Eu sei dançar muito bem — ela resmungou.
— É? Então prove.
Serena me arrastou até o centro de dança. Subitamente, sua expressão confiante desapareceu e, apenas por um momento, ela ficou insegura e mordeu o lábio.
Depois, como se isso nunca tivesse acontecido, colocou as duas mãos em meus ombros e deixou que eu a envolvesse pela cintura.
— O que foi? — sussurrei, fitando-a.
Ela ainda não olhava para mim.
— Hmm... Essa não é uma boa música para dançarmos.

Serena
— Por que não? Ela é lenta e legal.
And that was the day that I swore
I'd never sing of love
If it does not exist
But, darling, you are the only exception

Eu só não queria estar perto dele quando chegasse à ponte da música. Só isso.
— Esqueça — mordi o lábio.
Ele ficou em silêncio — milagre! — durante quase toda a música, mas não tirou os olhos de mim. Imaginei se ele sabia que, mesmo parecendo que minha mente estava bem longe dali, ela estava presa pensando nele.
Em seus olhos, principalmente. Nem eram seus olhos de verdade. Era como uma lente de contato celestial. Eu queria saber como era olhar em seus olhos e ver os orbes escuros ao invés de dourados. Ao mesmo tempo, sabia que não fazia diferença. Minha fascinação por seus olhos não se devia à cor, mas sim à determinação e carisma neles. Era como se refletissem a alma dele, enquanto eu apenas me escondia atrás das paredes que eu mesma construíra para impedir que ele se aproximasse.
Certo, desisti da minha carreira de engenheira, porque eu obviamente era terrível em construir paredes.
A ponte eventualmente chegou.
I've got a tight grip on reality, but I can't
Let go of what's in front of me here
I know you're leaving in the morning when you wake up
Leave me with some kind of proof it's not a dream...

Eu certamente precisava de muitas provas para saber que não enlouquecera de vez. Não que importasse.
— A música está afetando você — ele me fitou. — Não está?
— Eu... Droga. É que ela... Ela fala sobre como eu... Como eu me...
— Eu sei — ele sorriu levemente, compadecido pela minha dificuldade de terminar a frase. Ele não me faria dizer, e isso fez com que eu gostasse mais dele.
— Não fique convencido. Uma parte de mim ainda odeia você.
— "Você fecha a cara quando diz que me odeia, mas seus olhos sorriem".
— Espera, você realmente leu Querido John?!
— Bem... — ele enrubesceu, sorrindo levemente. — Como você tem um ótimo gosto musical, pensei que teria um bom gosto literário também.
Sorri.
— Meu Deus, eu te a... — minha voz falhou quando eu me dei conta de o que estava fazendo.
Fora tão espontâneo. Simplesmente quase escapou.
— Você ia dizer — ele parecia estar tentando convencer a si mesmo. — Cara, você ia dizer mesmo.
— Não faça isso. Sabe o que quis dizer.
Ele sorriu, afastando uma mecha de meu cabelo do rosto.
— Sei — e então me beijou nos lábios.
A Terra parou de girar por alguns minutos, esperando para voltar a ser seu próprio centro. Ele tirou minha tiara e a jogou longe — que obsessão era aquela pelo meu cabelo solto? —, acertando alguma coisa — ou alguém, sei lá — que fez barulho. Nenhum dos dois afastou os lábios ou abriu os olhos para checar.
Quando finalmente nos afastamos, ele sussurrou:
— O que estamos fazendo?
— Beijando, eu diria — respondi. — Você perdeu a aposta.
— Certo. Isso. Quer saber, eu cansei.
De quê, exatamente?
Uma parte de mim queria que ele apenas dissesse De você e acabasse com tudo, mas não aconteceu.
— Dos joguinhos. Das fugas. Por que não podemos apenas admitir?
— Admitir o quê?
— Você sabe o quê. A verdade.
— Não sei do que...
— Eu estou apaixonado por você, Serena.
Uou. Tropecei em meus próprios pés diante daquilo. Certo, não foi a melhor das reações, mas eu realmente teria caído no chão se Heath não estivesse me segurando.
— Não diga isso — pedi.
Ao invés de recuar, ele apenas me encarou com mais determinação ainda e clamou:
— Mas eu estou! Eu. Amo. Você. Entrou na sua cabeça loira?
Fiz que não com a cabeça.
—... Argent, se você não se sente da mesma forma, pode apenas dizer.
Idiota.
— Certo, como se esse fosse o problema! Seeler, eu sou mortal, beleza? Minha vida é sobreviver ao colegial, entrar em uma faculdade bem longe daqui ou fugir de casa, conseguir um trabalho como garçonete ou sei lá e tentar descobrir o que fazer da minha vida! Isso não inclui ter um anjo comigo, porque é insano pensar nisso! Assim como os seus planos incluem servir aos Céus, conseguir uma promoção por ter me mantido viva e viver feliz no meio do coro angélico, e não incluem se apaixonar por uma mortal!
— O destino tem um jeito engraçado de mudar as coisas, não é?
— Seeler, isso é sério!
— Aonde você quer chegar?
Engoli em seco.
— Você é burro ou o quê?
— Ou o quê — ele provocou. — Por que me ataca com palavras?
— Prefere que eu use pedras?
— Ótimo, mais um de seus surtos de irritação sem coesão.
Fiquei surpresa por ele saber o significado de coesão, mas não disse nada. Mordi o lábio com tanta força que logo o gosto de sangue invadiria minha boca.
— Por que tem que ser você? — falei baixinho, suspirando.
— O que tem eu?
— O único que eu não posso ter. — bufei. — Você pode voar, Seeler. Eu estou presa aqui. Voe para longe de mim, em algum ponto próximo estará livre.
— Não quero ser livre. Além do mais, perdi a aposta, não é?
Bufei novamente.
— Você realmente não está tornando isso fácil.
— Diz a garota que está transformando tudo em um suspense cabuloso de filme dramático clichê. Ao menos admita! Admita que gostaria de tentar! Vai só desistir?! Tipo, Ah, você me ama? Que bacana, agora tchau, volta para o Céu e vê se fica comportadinho, está bem?! Está com medo, é isso? Admita, pelo menos!
Aquilo foi demais.
— Tudo bem! Quer saber a verdade?! — funguei. — Vou dizer a verdade!
Ele ficou parado, esperando.
—... Eu me importo com você, seu merda! Essa é a verdade! Eu passo cada minuto longe de você tentando convencer a mim mesma de que sinto menos sua falta a cada minuto, mas, adivinha, não dá certo! No fim de tudo isso, vamos seguir nossos próprios caminhos e eu não vou sequer poder odiar você, porque, cara... Eu não odeio você. Nem um pouquinho. Nem se eu devesse muito odiar você, eu sei que você faz o que faz porque se deixa levar por todo e qualquer sentimento. Eu não posso fazer isso, Heath. Porque meus sentimentos não são todos bons. Alguns deles não são nada bonitos, na verdade. — funguei novamente. — É isso. E então você vai embora e eu vou ficar, provavelmente roubarei seu casaco ou sei lá, só para ter uma prova de que eu não pirei de vez. E lentamente os detalhes vão começar a desaparecer, e você será apenas mais um grande e se na minha vida.
Heath não disse nada, então continuei.
—... Eu só quero me sentar por dez minutos e não me importar com porra nenhuma! Quero conseguir passar cinco segundos sem ficar imaginando qual a coisa mais malvada que eu posso dizer para você, torcendo para que eu não te deixe uma razão para ficar, enquanto tudo o que eu realmente quero te dizer é que... suspirei. Enfim. Vai doer? Vai. Mas eu não ligo, porque eu me importo com você. Eu não quero ser a megera que fez você cair. E se acabarmos como os seus pais?! Eu não quero você tendo de implorar para voltar para o Céu porque se apaixonou por uma mortal e não deu certo. Não vale a pena, Heath. Você não vê isso?
Ele ficou parado, apenas me encarando. E então riu e disse:
— Quão rápido você menospreza meu amor — quando abri a boca para falar, ele foi mais rápido: — Não, você já falou demais.
E então me beijou.
Eu estava muito brava por ele ter feito aquilo, mas decidi que ficaria brava quando o beijo terminasse.
— Eu odeio o fato de você nunca ligar para nada! Sequer ouviu alguma coisa que eu disse? bufei e saí andando.


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Notas finais do capítulo

Palmas para os autores que conseguiram postar seus capítulos, porque tá foda ;-;
I FEEL YOUR PAIN
Tipo. É só no meu iPad que, quando eu desativo o editor HTML, todos os parágrafos somem e vira tudo um só?

Capítulo dramático, né?
As coisas vão mudar no próximo, hehe. Teremos... Uma guerra de água, uma camisa a favor da salvação das lagartas lésbicas, Heath na diretoria duas vezes, Serena de sutiã (já está virando hábito? HAUSHAUSH) e um momento um pouco decisivo :33 Não percam.
Outra coisa: a formatação está pela metade. Pois é. Mas, como eu disse, não está funcionando direito e eu simplesmente não consegui centralizar nada nem por parágrafo.
Além do mais, todos os meus travessões desapareceram, e eu tive que digitar um por um depois de copiar e colar o texto. Chorem comigo, porque demorou 22 minutos ;/