Pov Lia

Vitor – Lia isso não era segredo. A gente é irmão. Nós nos gostamos. – falou como se fosse óbvio -

Na mesma hora eu fiquei pasma. Ele tinha entendido tudo errado. Eu havia me declarado pra ele de todo o meu coração. Mas esse amor não havia sido compreendido da mesma forma. Por que eu não fiquei calada. Obrigada medo, por ter me avisado e A BURRA AQUI SEGUIU O OUTRO CAMINHO -

Lia – A é, eu me confundi... – falei forçando um pequeno sorriso desanimado, a ponto de chorar e gritar o que ainda  restava de meu coração –

Vitor – Vamos maninha. Não precisamos ficar assim. Olha desculpa o que eu fiz na praia. Mas é que eu me senti da mesma forma de quando você me via com a Lua...

Lia - Lá vem ela de novo na nossa conversa.

Vitor - Para Lia. Deixa de implicar com ela.

Lia – PARA VOCÊ VITOR. VOCÊ NÃO ENXERGA O QUE TÁ NA SUA FRENTE. TÁ FAZENDO PESSOAS SOFREREM. PRINCIPALMENTE AQUELAS QUE VOCÊ DIZ AMAR. PARA DE FICAR DEFENDENDO ELA OK? JÁ CHEGA, EU CANSEI. EU VOU PRA CASA DA FATINHA. Diz pra Raquel e pro seu pai que eu to lá e...por favor... não vem atrás de mim. Tô sem cabeça pra brigar com você sobre suas “relações” com a Luana.

Vitor - O que te deu em Lia, pra ficar assim?

Lia - A esperança morreu e eu fiquei assim. - falei e depois me distanciei dele indo a procura de um táxi. -

Cheguei no condomínio toda encharcada e com os olhos e rosto todos vermelhos de tanto chorar. Toquei a campainha da casa da Fatinha e quando ela viu o meu estado logo sua expressão de felicidade se fechou e veio me dar um abraço.

Fatinha – Amiga? O que aconteceu? Por que cê tá assim?

Lia – Eu contei Fatinha...contei pra ele. Como eu fui idiota de pensar que ele me amasse também – balbuciei em meio a soluços e lágrimas -

Fatinha – O que Lia? O que você contou? Pra quem? – falou ela sem entender -

Lia – Pro Vitor. Depois que eu sai da praia ele veio me procurar e eu disse que estava literalmente apaixonada por ele. EU ADMITI FATINHA, ADMITO QUE ESTOU APAIXONADA PELO MEU IRMÃO. SÓ QUE ELE ENTENDEU TUDO ERRADO. ELE PENSOU QUE ERA AMOR DE IRMÃO. EU SABIA, SABIA QUE IA DAR ALGUMA COISA ERRADA. – comecei a chorar descontroladamente, e me deitei no colo da minha amiga, que pela cara estava arrasada –

Fatinha – Lia não fica assim. Por favor. Não aguento te ver chorar. Logo você. Ele que foi idiota de não ter entendido. Idiota , de não ter percebido que o amor verdadeiro bateu bem na sua porta, e ele deixou passar.

Lia – Mas tá doendo tanto Fatinha. E novamente ele ficou defendendo a piriguete da Luana. Não sabia que amar doía. Meu coração se desmanchou quando ele falou "maninha". - falei chorando ainda mais (se é que era possível) -

Fatinha – Ai amiga desculpa ter te incentivado a contar pra ele.

Lia – Mas foi melhor assim Fatinha. Agora eu não preciso mais ficar pensando se ele gosta ou não de mim. Não preciso idealizar um "Amor Perfeito". A Luana deve ser bem melhor do que eu, para o Vitor ter referido ela.

Fatinha – Lia não se compare com a Luana. Você é muito melhor do que ela.

Lia – Pelo menos ela é amada. Tanto ama como é amada. Ainda mais sendo o Vitor, um garoto tão bom e delicado. Por que Fatinha? Por que tinha que eu tinha que me apaixonar logo pelo meu irmão?

Fatinha – Lia. Vou repetir o que a Ju falou. Infelizmente a gente não ama quem quer. O amor é assim. Imprevisível.

Pov Fatinha

Passei a tarde inteira com a minha amiga. Consolando-a. A coitada da Lia se declarou para o irmão. Mas infelizmente o idiota entendeu tudo errado. Ela tá sofrendo tanto. Nunca vi a Lia chorar como esta tarde. O amor trás muitas felicidades, mas antes trás muita dor. Sugeri que ela dormisse aqui em casa. Pelo menos não dava de cara com o "Vitinho". Ah... mas quando eu me encontrar com ele...vou cobrar tudo dele. Estou super revoltada com ele. Santa Clarice Lispector, por favor ajuda a minha amiga. Sei que ele não entendeu, mas eu vou dar uma "atualizada" nele. Se prepare Vitor Martins. Bom... mas agora eu vou cuidar da minha amiga, ver se dou uma animadinha nela. Amanha tenho que acordar cedo, pra botar o papo em dia com o meu amiguinho. Ele vai aprender a dar valor quando perder.

– De manhã -

Eu tava saindo de casa, quando vi o Vitor fazendo sua caminhada matinal. Aproveitei que a Lia tava dormindo lá no meu quarto e fui falar com ele. Fiquei revoltada com a situação que ele deixou a minha amiga e ia tirar satisfação. Desculpa marrentinha, mas é pro seu bem (Eu acho).

Fatinha – Vitor, o que é que você tem na cabeça?

Vitor – Bom dia pra você também Fatinha!

Fatinha - Péssimo dia. Você ainda não me respondeu. - falei séria -

Vitor - Lá vem você de novo Fatinha. O que tá passando nessa sua cabeça maluca? - falou brincando e eu não gostei disso -

Fatinha – Dessa vez não fui eu que endoidei não. Foi um certo idiota, que houve uma declaração linda de uma garota maravilhosa e entende tudo errado.

Vitor – Você bebeu?

Fatinha – A Lia Vitor.

Vitor – O que tem ela?

Fatinha – Não se faça de desentendido. A coitada passou a tarde toda chorando lá em casa. Ela disse que te amava e você novamente você ficou defendendo a Luana.

Vitor – É verdade ela falou isso. Eu também a amo.

Fatinha – Cê não tá entendendo. Vitor... ela gosta de você de verdade. Não como irmão. Ela te ama Vitor... como namorado. - pronto falei não aguentava ver minha amiga sofrendo na dúvida do amor -

Vitor – Como é que é? – perguntou com uma cara nada boa. O que é que eu fiz minha Santa Clarice Lispector. Por favor não deixe a Lia me matar -