“Toda célula do corpo humano se regenera em média a cada sete anos. Como cobras, da nossa maneira nós mudamos de pele. Biologicamente somos novas pessoas. Podemos parecer os mesmos, provavelmente somos. A mudança não é visível, pelo menos não para a maioria. Mas todos mudamos, completamente. Para sempre.”
[...]

–Grey’s Anatomy

M.R:Isso. Estamos recuperando ela. –Rachel voltou para observar pelo vidro.

M.C:Tina por que minha paciente está aqui? Ela não recebeu alta ainda? –ele estava esperando a cardiologista terminar de operar, para examinar o cérebro e a medula espinhal da loira.

T:Ela está recobrando a memória perdida.. –todos os médicos olharam para Rachel.

M.C:Esse é só mais um motivo para ela, estar no quarto dela em repouso. Leve-a já daqui. –ele gritou para a interna.

T:Eu não estou trabalhando agora. Ela esta preocupada com a esposa dela, eu não farei isso. –Rachel lhe sussurrou um obrigado.

M.C:Eu vou reportar esse teu mau comportamento a tua monitora.. –ele estava indignado com a atitude dela.

T:Façam um bom trabalho e eu mesma contarei quando Quinn acordar. –ela argumentou.

Foram mais duas horas de cirurgia e ainda não haviam feito os exames neurológicos. Quinn foi encaminhada para a UTI do pós-operatório. A morena fez uma bateria de exames clínicos e laboratoriais e logo foi liberada pelo medico. Como havia informado antes Tina não estava trabalhando naquela noite. Porém ficou fazendo companhia para a morena, que não saia do lado da sua esposa. Elas usaram esse tempo para conversar sobre o que aconteceu com a memória da pequena.

R:Vou pegar um café, você quer? –Rachel ofereceu.

T:Eu agradeceria. – ela estava dormindo em pé praticamente.

Caminhando pelo corredor Rachel encontrou Kurt.

K:Hey, te achei minha cunhadinha favorita. Estou com tudo pronto pra te receber. O jantar vai ser um sucesso. – ele estava muito animado.

R:Você sabia que Sam Evans morreu? E que a Quinn esta internada em estado grave? – ele fez uma careta demonstrando confusão.

K:Sim eu sei... –e como se fosse uma reprise, ele recebeu outro tapa no mesmo lado da cara.

R:Você na tem vergonha em dizer isso, como se fosse sem importante? Você é um monstro. Não sei como um dia te chamei de amigo. Eu tenho nojo da tua cara ... – outro tapa.

S:Estou vendo que a minha Rachel voltou a ativa. Calam aí tigresa, o Hummel é muito delicado. –ele aproveitou a chegada da latina para fugir.

R:Se você soubesse do ódio, que eu estou sentindo. –Rachel fechou as mãos em punho para se controlar.

S:Deve ser o mesmo ódio, que eu senti por você há uns dias atrás. –elas se abraçaram.

R:Eu sinto muito pelo Sam. Eu sei que você sofre pela Brittany. Eu sinto muito se não fui uma boa amiga pra você nesse momento. – Santana apertou ainda mais o abraço.

S:Ela vai ficar bem. Quinn é forte e vai sair dessa, ela vai voltar pra nós. Tá agora já deu, vamos parar com essa coisa de choro e abraço. Eu ainda quero uma explicação. Não pense que vai escapar. Tenho que ir... –Rachel suspirou cansada.

FLASHBACK ON

Q:Rachel está em casa? Rach? –ela foi até o quarto procurar a judia.

Rachel estava retomando sua vida depois de, se recuperar da doença. Elas combinaram de morar no apartamento da loira, porque era perto do hospital. Tudo estava se encaixando aos poucos, a vida das duas estava se acertando. Rachel não voltou aos palcos, como protagonista e nem podia por recomendação médica. Quinn conseguiu a façanha de ficar com o emprego do seu monitor, Artie Abrams. O Dr.Abrams ganhou uma verba para desenvolver uma pesquisa em Harvard. E deixou Quinn como sua sucessora no departamento de neurologia do hospital.

R:Quinn? Fabray você esta em casa? –Quinn apareceu na sala secando os cabelos.

Q:Eu cheguei a pouco. Como você está? –elas trocaram um selinho.

R:Bem, eles não me deixam fazer nada. Acho que você devia falar com eles e dizer que não irei morrer se participar dos ensaios. –a loira gargalhou.

Q:Eles não deixam você ensaiar? Mas o que você faz lá então, até agora? –ela estava realmente curiosa.

R:Assisto e os corrijo mentalmente. O que tem pro jantar? Você salvou a vida de alguém hoje ? –ela foi até o telefone e verificou se havia mensagens na secretária eletrônica.

Q:Eu acho que devemos pedir o tailandês hoje pro jantar. Salvar vidas não é uma coisa que acontece todos os dias e teus pais não ligaram. Eu sinto muito. –desde que souberam que elas haviam se casado, os pais da diva não ligaram mais para ela.

R:Eu prefiro o chinês... Vou tomar banho, escolha um filme. Eu já volto. –Rachel se curvou e beijou-a e foi para o banheiro.

FLASHBACK OFF

M.C:Eu vou acordar Quinn por uns minutos, para fazer os últimos exames. Ela vai sentir um pouco de dor e desconforto. Ela está muito debilitada com todas as cirurgias e pode ser horrível de se ver... –ele estava explicando o procedimento, para Rachel não se assustar com reação da Fabray.

R:Tudo bem eu vou ficar. Ela é forte, eu serei forte por ela. Pode começar. –ele começou a tirar a medicação intravenosa.

M.C:Agora é questão de minutos. – ele explicou.

R:Se ela sentir muita dor pare. –pediu.

M.C:Isso ela está acordada. Quinn você pode me ouvir? [ ela tentou falar desesperada] Calma . Você sofreu um acidente de carro. Você consegue lembrar disso? [ela balançou vagarosamente concordando ] Isso é bom... você sente isso? [ele tocou as pernas dela e suspirou feliz quando ela acenou afirmando] Aparentemente esta tudo bem. Você está estável e se recuperando super bem. Estamos mantendo você em coma induzido, a sedação em escala Ramsey 2. Tivemos que te colocar na ventilação, porque tua respiração esta fraca ainda. Você está sendo muito bem cuidada.. –ele reiniciou a medicação para sedá-la e Rachel não pode falar com ela.

R:Ela está bem? Quinn vai ter a mesma vida de antes? –inquiriu.

M.C:Ela apresenta um quadro estável e muito animador. Sim, ela vai fazer as mesmas atividades de antes. Agora o caso dela está com a cardiologista. –ele fez anotações no prontuário e saiu do quarto.

Rachel recebeu as visitas de Brittany e Santana, que ficaram só uns minutinhos. Ela ficava sentada ao lado da cama, conversando com a loira. Ela chorava sozinha pedindo, para poder voltar no tempo e reverter tudo isso. Culpava-se, pelo acidente. Quando contaram á ela, porque Quinn estava sendo operada. E que ela tinha apresentado, um nível de álcool elevado no sangue nos exames toxicológicos. Ela sabia que isso era uma conseqüência do fato de ter aceitado, ou no caso, seus pais terem aceitado o pedido de casamento do Hudson. Quinn tinha prometido á ela nunca mais tomar uma gota de álcool.

Rachel afagava com carinho o cabelo loiro que se espalhava rebelde pelo travesseiro. Quinn já havia sido tirada do coma induzido e da ventilação mecânica. Era questão de horas até ela acordar segundo os médicos.

F:Podemos falar com você? – ele e os pais dela estavam parados na porta.

R:Sejam rápidos. –ela os acompanhou até o corredor.

H: Nós queremos, saber o que você vai fazer agora? – era uma pergunta desnecessária na opinião dela.

F:Eu trouxe as contas do que Kurt gastou, com os preparativos do casamento. Você não podia fazer isso comigo.. –ela bufou impaciente.

R:Pegue essas contas e .... vocês são uns hipócritas em vir falar comigo. Como uma reparação pelos anos de negligencia na minha criação, vocês pagarão essas contas. Espero que vocês só me procurem quando me aceitar como sou. Você Finn espero nunca mais vê-lo na minha frente. Se era isso, adeus. Tenho que voltar para a minha mulher. –ela estava revoltada com a cara de pau deles.

Quando ela entrou no quarto seu humor mudou radicalmente.

Q:Eu .. e-eu..você, Rach... –a judia correu até ela.

R: Calma eu estou aqui e nunca mais vou sair do teu lado. Desculpa meu amor. Obrigada por voltar pra mim. Eu te amo tanto... –era a primeira vez que ela dizia essas três palavras para Quinn...

“ Quando dizemos coisas como ‘as pessoas não mudam’… deixamos os cientistas loucos, porque a mudança é literalmente a única constante da ciência. Energia. Matéria. Estão sempre mudando, transformando-se, fundindo-se, crescendo, morrendo. O modo como as pessoas tentam não mudar que não é natural. Como queremos que as coisas voltem, em vez de as aceitarmos. Como nos prendemos a velhas memórias, em vez de criarmos novas. O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, de que algo nessa vida é permanente. A mudança é constante. Como experimentamos a mudança é que depende de nós. Pode parecer a morte ou uma segunda chance na vida. Se relaxarmos os dedos, nos desapegar, irmos em frente, pode ser adrenalina pura. Como se a qualquer momento tivéssemos uma nova chance na vida. Como se a qualquer momento, pudéssemos nascer de novo!”

–Grey’s Anatomy