A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Awe, começou os suspenses da história! Vamos entrar no clima frio e misterioso da Cidade de Arvoredo!



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Ele não soube dizer ao certo o que fez acordar, mas percebeu que ainda estava escuro. Entrava uma leve luz pela sua janela, através da fina cortina que finalmente tinha colocado. Via que gotas de chuva deslizavam no vidro. Ótimo, chuva, pensou ele afundando o rosto no travesseiro. O quarto estava frio e escuro ainda, mas tinha a sensação de que já era dia.

Levantou-se e afastou a cortina para que observa-se a rua. Não era possível ver muita coisa, a chuva estava intensa e impedia que se visse algo distante. O cachorro, que ficava no terreno baldio ao seu lado, não parava de latir na sua casa improvisada. Fechou a cortina e deu atenção ao relógio em cima de sua cabeceira: 6h57. Igor correu e foi para o quarto de Isabela.

– Mãe? – gritou ele abrindo a porta. Percebeu que o quarto estava arrumando, o que significava que sua mãe já estava lá embaixo na cozinha. – Mãe! – gritou ele descendo as escadas.

Parecia que era noite, foi necessário acender algumas luzes para que pudesse enxergar melhor. A sala estava vazia e a cozinha também. Logo a cima da pesa de jantar havia um papel escrito:

Fui trabalhar, deixei um café da manhã para você na geladeira.

Não se atrase da próxima vez!

Ele sabia que iria levar bronca da mãe quando chegasse, mas não iria se preocupar com aquilo. Na geladeira havia um copo de achocolatado e frutas cortadas com aveia e misturado com creme de leite. Igor se arrepiou com aquele café da manhã, estava tudo gelado e preferia algo quente naquele momento, mas não havia tempo para exigências. Devorou tudo o mais rápido possível.

Arrumou-se o mais rápido que pode e olhou para o relógio: 7h19. Tinha cerca de dez minutos para chegar ao colégio sem que recebesse reclamação. Igor saiu de casa sem prestar a atenção no tempo, por sorte não estava chovendo, mas as nuvens ameaçavam. Estava tudo levemente escuro, os raios do sol não conseguiam passar pelas nuvens pesadas.

Igor andava a passos rápidos sem se preocupar muito com o caminho. Estava despreocupando em olhar para as ruas ao atravessá-las, já que não passavam muitos carros por ali. Enquanto andava, ele observava os horários das aulas que tinha em mãos. A primeira aula seria de matemática, uma bela maneira de se começar o dia... Ainda mais atrasado.

Um súbito trovão quebrou o silencio e fez a cidade vibrar. A folha que estava em sua mão foi levada pelo vento. Igor tentou agarrar o papel a tempo, mas ele já havia passado pelas grades do cemitério. O seu horário tinha ficado preso em uma das lapides. Ele no cemitério e correndo em direção a folha de papel.

O vento uivou e as poucas folhas foram arrancadas das árvores. O seu horário deslizou pela lapide úmida e voou. Igor desviou de todas as lápides, pisando em algumas flores deixadas em algumas delas. A folha se chocou em uma árvore seca e Igor pode pegá-la. Ao recuperar o seu horário, não soube dizer onde estava. O nevoeiro dominava o local ao seu redor.

Ele ficou parado, observando ao seu redor o caminho que tinha vindo, mas tudo parecia igual e o nevoeiro escondia o que poderia ter mais adiante. Igor andou devagar, tentando encontrar a saída. Tinha esperança de pelo menos encontrar a grade e segui-la até a saída. Percorreu alguns metros e olhou para trás... Já não era possível enxergar a arvore que estava a poucos instantes.

Continuou andando até que uma sombra, em meio ao nevoeiro, surgiu a alguns metros a sua frente. Ele poderia ter ignorado ou ter achado que era uma árvore, talvez uma lápide, mas sabia perfeitamente que era uma figura humana. A sombra manteve-se imóvel como ele, talvez tão surpresa como ele, mas Igor não iria ficar ali parado esperando o que viesse a acontecer. Correu para outra direção.

O vento frio fez com que ele perdesse a sensibilidade do rosto. Olhava para todas as direções, mas não conseguia enxergar nada que o apontasse para fora do cemitério. O sino da Igreja tocou, era estranho porque não era horário para um sino tocar. Igor olhou para cima e viu a sombra da torre do sino. Sabia que a Igreja ficava logo ao lado do cemitério, tratou logo de correr em direção a torre.

Ele encontrou a parede da Igreja e uma porta que fazia a ligação entre a construção e o cemitério. A porta era de madeira e pesada, mas mesmo assim Igor conseguiu abri-la.

A primeira coisa foi sentir o calor agradável dentro da Igreja, depois a perfeita e harmoniosa iluminação. Havia grandiosas janelas de vitrais. O teto era alto e abobadado. A arquitetura era impressionante e rica em detalhes. Igor deu alguns passos, adentrando melhor no espaço, a fim de admirar a arquitetura do local. Mesmo sendo um lugar religioso, nunca pode negar que algumas Igrejas eram tão sinistras como quaisquer outras construções abandonadas.

– Eu sabia que você acharia a Igreja – disse alguém logo após uma porta ter se fechado.

Igor se virou. No altar estava um homem de talvez trinta anos, usando vestes longas e pretas. Tinha um rosto simples e bondoso. Era um padre.

– Você tocou o sino? – perguntou Igor sabendo que tinha sido ele.

– Sim, foi. Vi em minha janela você entrando no cemitério correndo. Não se pode entrar daquela forma assim num cemitério. Pode perturbar os mortos.

Igor não se abalou muito com o que acabara de ouvir, estava mais preocupado em sair dali para que chegasse à escola o menos atrasado possível.

– Eu me perdi – defendeu-se para justificar a invasão, que de fato não estava mentindo.

– Percebi – falou o padre.

Era estranho. O homem mesmo parecendo simples e bondoso era um tanto misterioso. Matinha um leve sorriso no rosto e mantinha-se imóvel, com as duas mãos entrelaçadas. Igor sorriu como pode em forma de agradecimento e saiu da igreja sem olhar para trás.

Durante o caminho para o colégio, não pode de estranhar a figura que tinha visto no meio do nevoeiro. De inicio tinha pensado que tivesse sido o padre, porém disse-lhe que tinha o visto entrar olhando de sua janela, então não tinha sido ele. Provavelmente tinha confundido a sombra com alguma pequena arvore.

Não tardou muito e Igor chegou ao colégio, e como já previa, os portões estavam fechados.


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Notas finais do capítulo

E então pessoal, gostaram?
Bom, a partir de agora em diante comecem a juntar as peças!

Até a proxima



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