A Perseguidora escrita por Dimitri Alves


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, estou de volta como prometido :D Declaro agora o início das investigações!



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Igor estava em silencio na sala de aula, dessa vez seu silencio era diferente. Os professores já não se importavam com sua falta de atenção nas aulas, mas não deixavam de comunicar a sua mãe a sua distração. Depois que tinha sido resgatado, ao chegar em casa, sua mãe o abraçou com força. Ele acreditou que sua cabeça fosse sair voando como uma rolha.

– Estava tão preocupada – tinha dito ela com a voz abafada pelo choro emocionado.

A aula tinha acabado e nem tinha se dado conta, estava olhando distraído para a mesma paisagem que via em sua janela, não havia nenhuma alteração, porém ele preferia ter atenção ao que tinha atrás do vidro. Sua mente estava longe de mais para perceber o que estava acontecendo ao seu redor. As palavras de Laura ainda ecoavam na sua cabeça “Amanhã vamos dar início no que está acontecendo. Aquela sombra não era normal... Estava nos seguindo

A Sombra... Aquela figura o incomodava agora, ela era nítida em todos os estranhos momentos que tinha presenciado. A última foi muito mais agressiva.

– Ei – falou Laura chamando-lhe a atenção.

Igor desviou olhar da janela assustando-se levemente, estava perdido de mais em seus pensamentos e perguntas.

– Vamos? – perguntou ela com um olhar firme.

Igor acenou positivamente com a cabeça, sem estar certo se era aquilo mesmo que ele queria fazer. Estava com medo. Mesmo com o olhar firme de Laura, ele percebia que ela estava com medo também. Estranho era que ele deveria tomar a atitude para resolver o problema, mas Laura parecia saber melhor do que ele. Deixou que uma coragem o invadisse. Estava certo de que poderia resolver aquilo tranquilamente.

Eles abandonaram a sala, já vazia, e saíram da área do colégio. Juntos andaram pelo mesmo caminho de sempre, mas não para as suas casas.

O sol estava forte atrás das nuvens nubladas. O tempo estava abafado e úmido, as pessoas andavam menos agasalhadas. O risco de nevoeiro para aquele dia era pequeno, mas os cuidados eram os mesmos.

Igor e Laura pararam diante da grande área, preparando-se para o que poderiam encontrar. Eles não sabiam ao certo o que iriam fazer ali, mas de alguma forma eles teriam que agir e Igor estava preparado para qualquer tentativa.

O cemitério estava claro. As gramas estavam úmidas e as poucas flores secas que haviam nos túmulos, deixados por seus parentes, estavam com gotículas de chuva. Havia chovido brevemente pela manhã cedo e até o momento o céu ameaçava mais chuva, mas as nuvens haviam dado trégua.

Eles deram os primeiros passos, olhando para os túmulos já sujos de musgos. Os nomes de algumas lápides quase eram pouco visíveis. Eles andavam com cuidado, a procura de algo que eles não sabiam. Laura andava de braços cruzados, olhando para os nomes que conseguia ver cravadas nas pedras, como se ela adivinhassem quem perseguia Igor. Igor olhava além, tentava encontrar o local que tinha visto a sombra. Talvez fosse impossível.

– Não vai funcionar assim – comentou Igor.

– Sei que não. Mas algo aconteceu aqui. Ninguém começa a persegui ninguém por acha legal – disse ela olhando ao seu redor – Há alguma coisa em você que ganhou o interesse dessa sombra – comentou ela mais baixo.

Igor se arrepiou, mas sabia que ela estava certa mais uma vez.

– Essa sombra deve ter te dado um sinal, ou ter deixado algo despercebido. Alguma coisa que indique quem é – pensou Laura alto.

Igor prendeu-se aquele comentário e revirou em sua memória algo de incomum entre os acontecimentos.

– Algo no nevoeiro... – sussurrou ele.

– Isso... – comentou Laura sussurrando e percebendo que tinha deixado um detalhe passar bem na sua cara – Isso mesmo, Igor. Algo aconteceu no nevoeiro. Sua aparição é sempre no nevoeiro.

– Ok, talvez tenhamos uma pista, mas não dá para saber quem é – falou Igor, vendo que não tinha sido uma grande evolução.

– Talvez não, mas é...

– Boa tarde, crianças – falou alguém atrás dele com uma voz bondosa.

Laura e Igor se assustaram com a voz do padre que surgiu repentinamente. Ele esbanjava uma expressão bondosa, que na opinião de Igor era muito suspeita. A calmaria de sua voz não era agradável aos seus ouvidos.

– Creio que vocês não vieram procurar nenhum ente querido que vocês perderem, não é verdade? – perguntou ele lendo os olhos dos dois jovens.

Laura e Igor ficaram sem reação e não sabiam que desculpas dar. Os rostos deles de surpresa devem ter divertido o padre, pois ele sorriu contido.

– Venham, crianças, vamos para a Igreja, percebo que vocês tem alguma coisa em mente – disse ele passando a mão nas costas dos dois e guiando-os para dentro da igreja.

Dentro da construção, o ambiente ficou mais quente e acolhedor. O padre os guiou até as primeiras cadeiras, deixando que eles se sentassem e ele ficasse diante deles agachado.

– O que há? Não é a primeira vez que o vejo por aqui, garoto – falou o padre lembrando-se de Igor no dia que entrou no cemitério.

Os dois ficaram em silencio. O que iria dizer para ele, um padre? Dizer tal coisa poderia ser um escândalo, ou talvez pudesse contar aos seus pais e isso preocuparia Isabela. Igor e Laura mantiveram o olhar fixo e perdido para o padre escolhendo as palavras certas. O padre percebeu que Igor tinha alguma coisa prestes a perguntar e voltou sua atenção para ele.

– Padre... Existe... Existe algum... Registro de... de... de morte por causa do nevoeiro? – perguntou Igor nervoso.

O padre percebeu que tinha muita coisa por trás daquela pergunta, mas ao mesmo tempo percebeu que não iria adiantar perguntar o motivo dela por que os jovens não iriam responder.

– Não, garoto. Não há registros de mortes no período do nevoeiro. Claro, há pessoas que morrem nesse período, mas por motivos naturais. Porém creio que sua pergunta não é por mortes naturais, estou certo? – perguntou ele olhando agora para os olhos dos dois jovens.

– Está certo – respondeu Laura mais segura.

– E porque essa curiosidade? Vocês deveriam prender a atenção de vocês nos estudos – falou o padre tentando amenizar a conversa, percebendo que ela era mais séria do que pensava.

– Há boatos de assombrações e no período de nevoeiro, os espíritos atacam as pessoas – mentiu Laura querendo dar uma justificativa estúpida para que o padre parasse de fazer perguntas e os dispensassem de forma gentil.

O padre riu. Sua risada ecoou levemente pela igreja.

– Crianças, isso são só apenas lendas que a cidade herdou. Não levem isso a sério, pois são histórias que as pessoas mais velhas gostam de passar para frente. Não percam tempo com isso, não há motivos para vocês caçarem coisas que não existem.

– O senhor não credita em espíritos, padre? – perguntou Laura curiosa.

A pergunta ousada de Laura fez a expressão do padre mudar repentinamente. Eles não souberam decifrar.

– É melhor vocês cuidarem da vida de vocês. Ela é curta. Quando vocês menos esperarem, estarão junto deles – falou o padre indicando para o cemitério.


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Notas finais do capítulo

Iai pessoal, bem legal né?
E agora, o que vocês acham que os personagens vão fazer agora?

Espera o proximo cap para ver, não é *-*
Até ;)



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