Destiny escrita por Strife


Capítulo 43
Cada vez mais surpresas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora e, como estou um pouco sem tempo, boa leitura ^^
Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/420303/chapter/43

(...)

Já faziam uns 10 minutos que eu estava na porta da casa da Sam, tocando a campainha e esperando alguma boa alma vir abrir. Mais 2 segundos e eu vou arrombar. Sério.

Mal terminei meu pensamento homicida e meu irmão a abriu.

— Você de novo? -revirou os olhos.

— Também fico feliz em ver você. -revirei os olhos- Ok. Talvez nem tanto.

— Entra aí, pirralha.

— Pirralha seu... Filho. -falei assim que o vi.

O loirinho vinha correndo em minha direção, deixando um visível rastro de lama por onde passava.

— Tia!

— Quem é o pirralho preferido da tia, quem é? -apertei suas bochechas.

— Leo! -falou animadamente.

— Isso. Bom garoto. -afaguei seus cabelos.

— Não ensine coisas estranhas para o meu filho. -Ethan suspirou.

(...)

— Pipoca com calda de chocolate é bom? Deu uma vontade de comer os dois.

— Deu, é? Vai buscar então.

— Minha amiga me trocou por uma novela -fiz drama- O que será da minha vida agora?

— Vai e me deixa terminar aqui.

— Você é uma pessoa horrível, Sam.

Fui buscar a bendita calda, e aproveitei pra fazer pipoca com bacon.

— Eca. Sério isso, Sophie?

— Agora tu olha né? -me sentei ao lado dela.

— Desde quando você mistura isso tudo?

— Desde que deu vontade. -coloquei a calda em um monte, peguei e coloquei na boca- Até que não é tão...

Nem engoli e já me deu vontade de vomitar. Corri para o banheiro, cuspindo tudo no vaso e vomitando até o que eu não comi ainda.

(...)

— Onde foi? E o que é isso?

— Vai fazer. Agora. -me puxou pelo braço.

— O que?

— Teste de gravidez.

— Haha. Muito engraçada, você.

— Não é brincadeira. Vai logo.

(...)

— Que cara é essa, criatura? Está tão branca que parece que viu um fantasma.

— Estou grávida. -praticamente joguei os testes em cima dela, indo me sentar na cama.

— Eu sabia, eu sabia, eu sabia! E ainda te avisei! Ei! Você tem que ligar para o Dylan agora!

— Não. -praticamente gritei.

— Não? -me encarou.

— Preciso pensar um pouco nisso.

— Pensar em quê, criatura?

— Primeiro: o Dylan mora em outro país.

— Por enquanto. E de duas, uma. Ou você vai, ou ele vem.

— Segundo: lembra que ele tava me traindo?

— Até parece, Sophie Thompson!

— Sério. Não tem como eu estar grávida.

(...)

— A gravidez, claro! Você está com mais de dois meses! Dois!

— Estive muito ocupada com o trabalho, e não é como se alguns mal estar pudessem me fazer perceber isso.

— Sem falar que tem os enjoos e tal. Como não desconfiou?

— Não eram tão frequentes nem tão intensos como agora que não consigo beber água sem vontade de vomitar.

— Vamos começar a pesquisar ideias para o seu chá de bebê?

— Samantha!

(...)

— Sophie Thompson! Ligue para o seu marido logo!

— Quando eu souber o sexo eu conto, ok?

— Depois dos 4 meses? Ok.

— Mas eu já... Quê? Você aceitou?

— Sim. Mas depois que souber, se não ligar, aí sim eu conto.

— Ok. Te amo. -a abracei.

— Nunca pensei que fosse ver você sentimental...

— Vou sempre culpar a gravidez por isso.

— Ruiva maldita. -puxou meu cabelo.

(...)

Eu estava sentada na sala de espera, aguardando minha vez de me consultar. A 3 dias atrás eu tinha completado os 4 meses de gravidez, e hoje, quem sabe, eu poderia descobrir o sexo do bebê. Não que eu estivesse tão animada, claro, afinal, teria que sair daqui e ligar logo para o Dylan antes que a loira maldita que eu chamo de amiga fizesse isso.

Esses primeiros meses foram péssimos! É bem difícil esconder uma barriga crescendo e disfarçar os enjoos sempre que sentia algum cheiro de perfume ou comida, ainda mais com as pessoas curiosas da minha família. Mas também... Eu devia ter engordado uns 10 quilos ou mais. A barriga estava muito grande, e, pelo que eu lembre, a da Samantha não estava desse tamanho nem quando ela completou os 6 meses, e a minha com quatro já está gigantesca. Quando chegar aos 9 eu não vou nem estar passando pela porta.

Mas até aí tudo bem.

Acabamos contando para a Saphira também, já que ultimamente eu não escondia nada dela, e conversávamos bastante por vídeo chamada. E quanto ao Dylan... Bem, eu estava trabalhando muito esses meses, antes da minha licença, e essa sempre estava sendo minha desculpa para fugir de suas chamadas e conversas. Mas logo logo ele teria que saber o real motivo de estar sendo ignorado.

Oh Deus. Se nos separarmos, eu vou fazer de tudo para ficar com essa criança que, incrivelmente, eu amo incondicionalmente desde que descobri sua existência. Ou quase isso.

— Sophie Thompson. -chamou.

Entrei na sala e, como já tinha ido de vestido e um short por baixo, deitei na maca indicada para fazer a ultrassonografia.

— Pronta para saber o sexo do bebê? -a médica perguntou sorridente.

— Acho que sim. -sorri, apesar de estar quase roendo as unhas de tão ansiosa.

— Como estão os enjoos? -aplicou o gel e começou a mover o aparelho pelo meu ventre.

— Finalmente passando. Eu já não aguentava mais olhar para a comida e não poder comer. -suspirei.

Era verdade. Eu queria aproveitar ao máximo para comer de tudo.

— Mas acho que engordei bastante mesmo assim. Não acha que essa barriga está grande demais, não? -a encarei.

Ela estava atenta ao monitor, com o cenho franzido. Ai meu deus. Tinha algo errado?

— Algum problema?

— Hm. Não. Mas que surpresa boa! -segurei virou para mim.

— Surpresa?

— Parabéns, mamãe. São gêmeos.

— São... O quê?! -sinto que tinha gritado um pouco alto demais.

— Gêmeos. Por isso a barriga está maior do que o esperado para uma gestação normal, por que na verdade são dois bebês. Agora sim, vamos saber os sexos?

— Acho que sim... -ainda estava meio desnorteada, processando a informação.

Como assim dois?

Até hoje de manhã só tinha um bebê aí!

Ok, ok. Todos sabemos que não.

Mas mesmo assim...

— Sophie?

— Oi?

— Esse -moveu o aparelho para o lado direito da minha barriga- É um garoto grande e forte. -Mas esse -moveu para perto das minhas costelas- Está com as perninhas bem cruzadas, então não tenho como ver agora. Quem sabe na próxima consulta. Agora quer ouvir os coraçõezinhos deles?

Ainda meio inebriada com a informação, apenas assenti com a cabeça.

Ela aumentou o volume e eu pude ouvir. Dois coraçõezinhos batendo rapidamente, indicando vida. Não era mais um bebê, mas sim dois. Fortes e saudáveis.

Chorei como uma criança novamente. Malditos hormônios de grávida!

...

Depois da médica quase empurrar um copo de água com açúcar pela minha garganta, eu fui para casa.

Quem sabe eu tenha chorado um pouco demais...

Meu celular tocou assim que entrei no táxi, e eu já até podia adivinhar quem era.

— Então?

— Então o quê? -suspirei.

— Menino ou menina?

— Na verdade... Acho melhor falar pessoalmente.

Ah não! Vai tentar esconder de mim agora?!

— Sam. Podemos fazer uma chamada com todo mundo, o que acha?

— Sério? Tipo, vai contar tudo? E o Dylan? Ah não, Sophie. Fale com ele primeiro e depois com o resto do pessoal.

— Não pode ser junto com todo mundo?

Eu estava com medo de contar para ele, isto é fato. Mas depois de tanto tempo longe, ele ainda me amava da mesma forma? Aceitaria os bebês?

— Sophie. -suspirou.

— Ok, ok. Assim que chegar em casa eu ligo pra ele.

— Certo. Me ligue quando chegar então. Vou correndo te ver! Tchau, tenho que dar um banho no Leo.

Guardei o celular, esperando que o percurso até em casa durasse o máximo possível.

...

O celular estava na minha mão a quase meia hora, enquanto eu tentava criar coragem de ligar para o Dylan e contar a novidade.

Oh céus, o que eu faço?

"Calma, Sophie, vai dar tudo certo"

Lembrei da frase que a Sam mais vinha me falando nos últimos meses.

Antes que eu criasse coragem de ligar, meu celular tocou, me assustando. Era o Dylan.

— Oi?

— Finalmente -ouvi um  suspiro alto-  Por que anda me evitando?

— Direto ao ponto como sempre...

— Fala, Sophie. Não é só o trabalho, certo?

— Na verdade... Tenho algo pra te contar. -minhas mãos começavam a suar de nervosismo.

— Sophie... Conte então.

— Você me ama?

— Como é? -riu.

— Ei. Responde primeiro!

— Claro que eu amo você, Sophie Thompson. Mas por que a pergunta?

— Não está me traindo por aí, não é?

— A única mulher que eu quero comigo é a minha esposa. Que, por acaso, é você.

— Então... Eu meio que...

— Você está bem? -seu tom de voz tornou-se preocupado.

— Em partes.

— E o que aconteceu? Me conte.

— Estou grávida. -resmunguei.

— O quê? Desculpe, você falou muito baixo e...

— Eu estou grávida!

A linha ficou muda por alguns minutos antes de cair.

Então era isso? Ele tinha recusado à mim e aos bebês?

Foi inevitável o meu choro copioso quando a ligação foi encerrada. Se ele disse que me ama, por quê isso? Ele não aceitou os bebês, consequentemente me recusando também. Eu o odiava no momento, e me sentia destruída também. A única, ou únicas, coisas que me fizeram permanecer forte, foram os dois bebês na minha barriga.

— Mamãe ama vocês. -acariciei a barriga inchada, ainda chorando.

Decidi bloquear o contato do Dylan do meu celular, e todas as redes sociais compartilhadas. Eu não queria mais vê-lo, sequer ouvir falar dele. Agora iria me concentrar nos meus filhos.

...

— Oi. -falei assim que atendi a ligação da Sam.

— Sophie? Tudo bem?

— Não... -comecei a chorar novamente- Ele desligou na minha cara! Ele não aceitou a gravidez!

— Como assim não aceitou? Espera. Chego já aí. -e desligou também.

Em menos de vinte minutos ela estava ao meu lado, me consolando.

— Acho que isso tem uma explicação, Sophie. Algo pode ter acontecido com ele, ou...

— Sam -chamei- Agora não, por favor.

— Certo. Mas ainda vou descobrir o que realmente aconteceu, quer você queira, quer não, tá me entendendo?

— Só não me conta. -funguei.

— Mas aí -passou a mão pela minha barriga- Como está meu sobrinho?

— Eu disse que contaria em uma ligação com todo mundo, né? -ela concordou- Então vamos fazer. Mas não por vídeo, pelo amor de Deus, olha minha cara né.

— Tá ridícula como sempre, não se preocupe.

— Vou te matar. -sorri.

Pouco tempo depois estávamos todos discutindo na ligação. Eu, Sam, Reece, Saphira, minha mãe, Alicia, e até mesmo o Noah e Ethan estavam, o que não entendi, já que eles moram perto, mas ok.

— Parem de gritar. -a loira ao meu lado reclamou- A Sophie tem uma declaração.

— Espero que ela esteja querendo me dar dinheiro, se não, juro que desligo.

— Deixa de ser ridículo, Reece. -para minha surpresa, minha irmã mais velha que falou.

— Obrigada, Alicia. -ri.

— Agora fala! Estou mais que ansiosa! -minhas gêmea praticamente gritou.

— Então -comecei- Eu... Bem... Meio que estou... Grávida...

Dois segundos de silêncio.

Dois.

Foi o tempo que eles levaram para processar o que eu tinha falado e começarem a gritar. Todos ao mesmo tempo.

— Calma, gente. -tentei.

— Se você não estivesse grávida, eu te levaria no hospital, Sophie Thompson! -essa foi minha mãe.

— O quê?

— Por quê isso já estava bem visível, mas tudo bem, eu não quis te apressar.

— Tá de quantos meses? -Alicia berrou.

— Quatro. E alguns dias.

— E você tem coragem de contar agora? -Ethan resmungou.

— Desculpe gente, é que eu estava meio que processando tudo ainda. -tentei me redimir.

— Te desculpo se eu for a madrinha. -a morena gritou.

— Nada disso, dona Saphira. A tia Sam aqui que vai ser!

— Não mesmo! Serei eu!

— Parem de brigar, tá na cara que vou ser eu.

— Até você, Alicia? -Noah riu- Eu quero ser o padrinho então!

— E o Dylan? -foi a única pergunta do Reece, e de repente todos ficaram quietos novamente.

— Hm...

— Eles meio que brigaram antes dela contar... -a Sam me encarou.

— Brigaram, Sophie? -minha mãe perguntou.

— Sim. Mas outra hora eu conto, pode ser?

— Claro! Se eu for o padrinho!

E recomeçaram a briga por quem seria o padrinho.

— São gêmeos. -e eles ficaram quietos- Parem de ficar mudos do nada!

— A probabilidade era bem grande... -minha mãe sorriu- Terei mais dois netinhos!

— Está decidido então. Você fica com um e eu com o outro, Sam!

— Ei! -a mais velha reclamou- E eu?

— Você já é tia. -Noah tentou.

— Você também. -ela retrucou.

— Mas aí. Menino ou menina? -a loira tocou minha barriga.

— Um menino, e o outro eu não sei ainda. -sorri.

— Espero que seja menina. Aí eu posso ser protetor à vontade.

— Deixa de coisa, Reece. Ou eu não deixo você ser padrinho. -ameacei.

— Não faz isso, Sophiezinha. Vai ser tudo pelo bem da minha afilhada, eu juro. -fez voz de criança.

— Nem sabemos se vai ser menina.

— Mas eu sei! Hunf!

— Cale a boca.

— Olha que ele acertou sobre o Leo. -Noah comentou.

E recomeçaram as discussões. Pelo menos isso me alegrou.

(...)

Passei o restante do mês evitando as ligações ou qualquer sinal do Dylan. E, apesar de alguém sempre acabar tentando me incentivar a ouvi-lo, eu já não queria mais saber dele. Ele desligou na minha cara quando eu falei que estava grávida, então não merecia saber de mais nada ao nosso respeito. A Sam ou meus irmãos quase que diariamente vinham aqui me vigiar. Acho que minhas crises de choro nos primeiros dias após o ocorrido deixaram eles preocupados, além do mais, me estressar poderia fazer mal aos bebês, então, quase que forçadamente, tive que me acalmar.

O coração está partido, mas pelo menos ainda tenho meus filhos.

Enfim.

Hoje o clima estava frio. A tempestade que caía lá fora só piorava a cada minuto e eu estava sozinha em casa, acordada às 3:30 da manhã, apesar de ter uma consulta às 8:00, e com fome. E, para completar, os bebês estavam agitados. Eles tinham começado a se mexer a quase 2 dias atrás, no começo do 5° mês de gestação, e é a primeira vez que eles ficam tão agitados. Talvez seja por que, vez ou outra, eu me assusto com algum trovão.

— Calminha aí, vocês. -acariciei meu ventre.

A campainha começou a tocar insistentemente nos meus ouvidos, até que tive que me forçar a sair da cama, me enrolar em um edredom e ir atender a porta. Até por que eu estava sozinha em casa hoje. Só espero que não seja alguém querendo me sequestrar.

— Oi. -falou.

— Você... O que faz aqui? -reprimi um grito surpreso.

— Pode me deixar entrar primeiro? -sorriu.

— Eu não devia... Mas meu coração fraco não quer te deixar na mão. -suspirei, dando espaço para ele entrar, fechando a porta em seguida.

— Está sozinha?

— O que faz aqui? -cruzei os braços.

— Como assim? -me encarou, agora irritado- Você não atende minhas ligações, bloqueou os contatos nas redes sociais, não escuta seus amigos, me ignora de todas as formas possíveis e ainda pergunta o que eu vim fazer aqui?!

— Eu... Culpa sua que nos abandonou assim que soube da gravidez!

— Eu não abandonei vocês, ruiva! Naquele dia meu celular descarregou, então eu fui colocar para carregar, mas antes que obtivesse carga mínima para ligar, teve um apagão no bairro. E quando fui tentar falar com você novamente, eu já tinha sido  bloqueado. Se quiser, ligue para o Dean, meus pais, ou quem quer que você saiba que more lá. -suspirou.

— Isso é sério? Então você não nos deixou por que soube da gravidez? -meus olhos encheram de lágrimas.

— Eu nunca deixaria você -se aproximou, limpando minhas lágrimas- Ainda mais agora que serei pai. -riu.

— Seu idiota! -bati em seu braço com força, o abraçando apertado em seguida- Eu pensei que tivesse nos abandonado!

— Pensei que acreditasse mais em mim -sua voz demonstrava mágoa- E desculpe pela demora em vir aqui.

— É mesmo. Por que demorou tanto, idiota? -sai do seu abraço, voltando a bater nele- Você sabe o quanto eu chorei pensando que tinha nos deixado? Que não queria a gente? Eu tô grávida, poxa! -voltei a chorar.

— Ei. -segurou meu queixo, me encarando- Me desculpe por ter demorado tanto. Eu quis explicar. Quis muito. Mas você não me ouviria, nem por meio dos seus amigos e familiares -começou a enxugar minhas lagrimas- Então passei o resto mês adiantando algumas coisas antes de vir pra cá. Tenho novidades para contar, você quer saber?

— Quero. Mas primeiro vou procurar comida. -sorri.

— A essas horas?

— Seus filhos estão com fome. -dei de ombros, rindo.

— Pare de usar isso como desculpa. Os meus filhos não... Espera. Filhos? Tipo, no plural?

— No plural. São gêmeos. -o encarei, ele piscava, parecendo meio atordoado, mas depois sorriu e veio até mim, me segurou pela cintura e rodopiou no ar.

— Eu vou cair! -gritei, nervosa.

— Você me fez o homem mais feliz do mundo, Sophie. Obrigado. Amo você. -me colocou no chão, beijando em seguida- Vocês três são meu tudo.

— Certo. Mas agora a comida, por que já estou querendo voltar para a cama.

Fiz e comi umas panquecas com suco, depois fui para o meu quarto, arrastando o Dylan comigo.

— Está com quantos meses? -fechou a porta, se sentando ao meu lado.

— Cinco...

— Cinco meses, Sophie? Porra, perdi mais da metade da gravidez! -ficou de pé, gritando.

— Pare de gritar! Eu só estava com medo de te contar! Cheguei a pensar que estivesse me traindo, e depois nos abandonado!

Só percebi que tinha voltado a chorar quando ele limpou minhas lágrimas novamente.

— Ok, desculpe. Não chore.

— Não... Eu que preciso me desculpar com você -fiz ele se sentar novamente- Poderíamos ter evitado isso tudo se tivesse contado assim que descobri. -acariciei seu rosto.

— Mas agora já passou. Eu estou aqui com vocês, e nunca os abandonaria. -me beijou.

— Obrigada por não desistir de mim.

— Nunca faria isso -sorriu- Posso?  -apontou para minha barriga.

— Claro.

Ele subiu minha camiseta do pijama até a altura dos seios, deixando minha barriga à mostra.

— Meninos ou meninas?

— Um menino, e o outro eu espero descobrir amanhã na consulta.

— Eu não sei bem como fazer isso, mas Oi, meus amores. -colocou as duas mãos em minha barriga, e eu me arrepiei ao seu toque.

Os dois se alvoroçaram sob seu toque, me deixando sem ar quando alguém acertou um chute em minhas costelas.

— Tudo bem? -me encarou com aqueles olhos azuis que eu tanto amava.

— Sim, eles só estão animados por ouvir o pai pela primeira vez. -gemi, sentindo outra vez- Certo, não precisam destruir as costelas da mamãe né?

— O papai está muito feliz por poder estar perto de vocês agora. Me desculpem pela demora, é que a mãe de vocês é meio desconfiada...

Ele passou um tempo conversando com os bebês, que aos poucos foram se acalmando, juntamente comigo, que comecei a cochilar.

Vez ou outra o Dylan levantava o olhar, me encarando, sorria e beijava minha barriga. Agora me sinto arrependida de não ter tido coragem suficiente para contar tudo desde o começo, poderia ter poupado tantas coisas...

Comecei a prestar atenção em suas feições, com a intenção de não dormir agora. Os cabelos tão negros e lisos como eu me recordava, na altura dos olhos, os olhos azuis brilhantes apesar da feição cansada no rosto, as olheiras fundas que denunciavam que ele não dormira bem nas últimas noites.

— Me desculpe, Dylan. -acariciei seu rosto.

— Ei. Achei que já tivéssemos nos resolvido. -segurou minha mão, a beijando.

— Estamos -sorri- E por por falar nisso -segurei seu rosto, o beijando- Preciso te contar que o apetite sexual de uma grávida é enorme.

— Certo. Eu também estava sentindo muito a sua falta, em todos os sentidos. -se sentou, me puxando para seu colo.

— Não estou muito pesada?

— Nada que eu não dê conta.

...

Acordei sentindo um cafuné bem leve nos meus cabelos.

— Te acordei? -murmurou.

— Preciso ir ao banheiro. -suspirei, ficando de pé com sua ajuda.

Me enrolei no lençol mesmo e fui para o banheiro, depois de ver que eram quase 8:00 da manhã.

— Me traz uma toalha! -gritei.

Pouco tempo depois um Dylan totalmente nu e desperto invade o banheiro, com duas toalhas em mãos, e me leva de volta para o chuveiro.

É, eu não estava brincando quanto ao apetite sexual, e, bem, meu marido parecia tão disposto quanto eu, então melhor aproveitar enquanto posso, pois logo logo não conseguirei nem andar sozinha, por causa dessa barriga enorme.

— Você vai comigo ao médico? -perguntei enquanto terminava de me vestir.

— Claro. -me beijou.

Comemos rapidamente e fomos para minha consulta, pois graças a ele eu estava atrasada.

— Bom dia, mamãe! -minha obstetra sorriu para nós.

— Bom dia. Esse é o meu marido, Dylan. -apresentei. Ele parecia bem nervoso.

— Pronta para a ultrassom? -afirmei com a cabeça.

Ela me guiou até a maca, descobrindo minha barriga e aplicando o gel.

Segurei a mão do Dylan quando ele se inclinou para me beijar, depois ele só ficou lá, em pé, olhando para o monitor sem nem piscar.

— Seu garoto está perfeitamente bem. Aliás, os dois. E, ora, tenho o sexo do outro bebê, quer saber?

— Claro!

— É uma menina! Parabéns, papais, são um casal. -sorriu para nós.

Tive a pequena impressão de que o Dylan estava chorando, mas tudo bem, eu também estava.

Depois da doutora me repassar os cuidados de sempre, decidimos ir a uma loja de roupas no shopping, já que eu ainda não havia comprado nada para os bebês.

— Sophie. -chamou.

— O que?

— Bom, tenho umas coisinhas pra te contar -me ajudou a sentar em uma cadeira na praça de alimentação- Lembra que eu disse que demorei a vir por que estava fazendo algumas... Preparações? -assenti- Então... É... Eu já tinha conversado um pouco com o Ethan sobre isso e... Eu comprei uma casa -segurou minha mão entre as suas, visivelmente nervoso- Num bairro perto da sua antiga, lá na América e, bem, eu esperava que você voltasse comigo, para, enfim, morarmos juntos. O que me diz?

Eu só piscava, processando a informação.

Ele tinha comprado uma casa? Pra nós?

— Eu... Claro que eu vou, idiota. -o abracei, ele soltou o ar com força, como se o estivesse prendendo a tempos.

— Ah bom. Fiquei com medo que não aceitasse -suspirou, alisando minha barriga- Ouviram isso? Vamos morar todos juntos agora. E, francamente Sophie, já estava na hora.

— Ah, cale a boca. -o bati- Mas você quer que eu vá antes dos bebês nascerem?

— Sim.

— Mas eu iria ficar lá sozinha depois que eles nascessem. Não sei se é uma boa ideia agora...

— Espera. Eu te disse que tinha falado com o Ethan, né? Então, a ideia da compra da casa foi dele, já que ele já tinha feito o mesmo. Pois é, Sophie Thompson, estaremos todos nós mudando pra lá. Só não vamos ser vizinhos de porta por que a casa deles vai ser na outra rua, mas fora isso...

— Obrigada. Você é incrível, sabia? Eu te amo. -comecei a distribuir beijinhos por todo seu rosto.

— Tudo por nós, ruiva. -se limitou a dizer, sorrindo.

Depois disso, até esquecemos de ir na loja de roupas, indo direto para casa, contar a novidade a todos, principalmente sobre a descoberta do meu casal de gêmeos. E, como sempre, eu era a última a saber. Sim, toda a família já estava sabendo dos planos do Thompson.

Mas tudo bem.

Marcamos a viagem em duas semanas, que era o tempo de eu me ajeitar no trabalho, fazer as malas e providenciar tudo o que precisaria para me mudar. Infelizmente a Sam iria viajar uma semana antes da gente, já que eles já estavam com quase tudo pronto.

Arrumar as minhas coisas foi fácil com o Dylan me ajudando, já que eu não podia fazer esforço, e ele sempre achava um tempinho para me fazer uma massagem ou falar com os gêmeos, principalmente quando os dois estavam muito agitados, sempre acertando minhas costelas ou o umbigo, era doloroso, confesso. Mas ok. Não podíamos demorar muito, pois eu já estava com mais de cinco meses e, por ser uma gestação de gêmeos, eu não podia viajar depois dos sete meses, pois eles poderiam nascer precocemente, e, para ser sincera, eu não gostaria que isso acontecesse.

Então, duas semanas depois, estávamos entrando na nossa nova casa.

— Lar, doce lar. -falei.

— Finalmente vamos viver como casados. -riu.

— É, o ruim é que temos que mobiliar e decorar tudo. -suspirei.

— Isso não vai ser problema, ruiva. Mas quero que priorize seu descanso. -beijou minha testa.

— Estou grávida, não morta. -revirei os olhos.

— Não fique brava, só estou querendo cuidar de vocês.

— Sei... Mas então, não íamos almoçar na casa dos seus pais? Estou morrendo de fome.

— E eles loucos pra te ver, quer dizer, paparicar os gêmeos que ainda estão aí.

— Bem que desconfiei. Mas tudo bem, pelo menos eu vou comer. -ri.

Esse era só mais um passo para nós, construirmos uma família juntos. Fico feliz por ele estar ao meu lado.

— Eu te amo. -falei.

— Eu também. Amo vocês três. -se inclinou para me beijar, e depois a barriga inchada.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gigantesco, eu sei, mas eu estava empolgada -e ansiosa.
Sim, essa é a reta final. Mais dois ou três capítulos e, finalmente, chegaremos ao fim.
Desde já agradeço a todos que tem me acompanhado ao longo da fic ♥
Até o próximo ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destiny" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.