Dylan POV

Eu não podia negar, acordei muito feliz hoje. A noite que passei com a Sophie valeu a pena, menos a parte em que eu a fiz chorar. Arrumei-me rapidamente e fui tomar café, e para minha surpresa meus pais e meu irmão mais novo estavam lá.

–Bom dia. -beijei a testa de minha mãe.

–Nossa. Que alegria toda é essa? -sorriu.

–Nada demais. -me sentei à mesa.

–Acho que alguém viu um passarinho verde por aí. -Laura, que era uma espécie de segunda mãe para mim e empregada, cantarolou.

–É mais fácil ele ter visto uma ruiva gostosa. -Dean, meu irmão mais novo, falou.

–Não fale assim dela. -me irritei.

–Sem brigas. Os dois! -nosso pai nos alertou.

–Que ruiva? -dona Helen Thompson começou o interrogatório.

–Não é nada mãe. -peguei uma maça sobre a mesa e comecei a comer.

–A nova namorada dele, que é muito bonita por sinal.

–Dean cale a boca. -bati na mesa.

–Que namoradinho ciumento esse. -riu.

Dean Thompson, meu irmão mais novo. Tinha 15 anos e se parecia bastante comigo, só fisicamente. Era pálido, tinha cabelos negros e lisos e olhos azuis escuro, quase negros e o passa-tempo favorito dele é tirar uma “casquinha” de garotinhas inocentes e até as mais experientes.

–Dylan, você está mesmo namorando? -minha mãe me encarou.

–Sim. -respondi.

–Quero que traga ela aqui. Gostaria de conhecê-la.

Isso é mal. Se minha mãe não gostar da Sophie ela vai fazer de tudo para que eu termine com a ruivinha. Mas pensando bem... quem não gosta da Sophie? A garota sabe como conquistar a confiança das pessoas.

–Tubo bem. -me levantei e fui pegar minha mochila.

–Já vai? -Laura perguntou.

–Sim. Nos vemos depois. -me despedi e fui em direção ao colégio.

Helen Thompson, minha mãe. Tem longos e lisos cabelos negros e olhos castanhos, é uma estilista de sucesso. Terence Thompson, meu pai. Tem cabelos castanhos que já estão ficando grisalhos e olhos azuis água, é um empresário muito ocupado. Ambos trabalham muito, mas geralmente estão em casa com a família reunida.

(...)

–Bom dia cambada. -uma ruiva escandalosa entrou na sala.

–Fala aí. -alguns caras comentaram.

–Bom dia. -algumas meninas disseram.

Ela estava muito entretida, conversando com todos.

–Sophie! -gritei, chamando não só a atenção dela, mas da maioria das pessoas presentes.

–Oi. Bom dia. -ela se aproximou de mim com um belo sorriso no rosto.

Quando ela estava bem próxima a mim, a puxei pela cintura e lhe dei um selinho bem demorado.

–Dylan! -ela ficou um pouco corada e me de um tapa.

–Parece que vocês estão bem próximos. -a Samantha me encarou.

–Sim, estamos; -ri.

–Não faça ela sofrer ou eu acabo com sua raça. -me bateu.

–Eu nunca pensaria nisso. -me defendi.

–Bom mesmo. -falou e saiu puxando a ruiva pra algum lugar.

Deus! Que garota louca! Mas acho bom seguir o “conselho” dela, pois magoas a Sophie é a última coisa que quero nesse mundo.

–Que cara de apaixonado é essa? -a Charlotte apareceu de meu lado.

–Apaixonado? Quem? -fiquei confuso.

–Me diz uma coisa. -me empurrou, fazendo eu cair de bunda na cadeira atrás de mim.

–O que?

–Você gosta da Sophie? -sentou em meu colo.

–Mais é claro. Ela é minha namorada, afinal. -a segurei pelos ombros.

–Dylan, eu quero ficar com você. -me abraçou.

–Mais eu não. -a levantei.

Eu sei que meu objetivo antes era só poder ficar com a Charlotte, mas agora... eu não consigo, não paro de pensar na minha ruivinha irritante.

–Tudo o que eu quero nesse momento é a Sophie. -me levantei.

A albina resmungou algo e saiu pisando duro.

–Ainda não acredito que fiz isso.

–Nem eu. -comentaram.

–Cara, Cê ta mesmo apaixonado. -o Jack surgiu do nada e deu alguns tapas nas minhas costas.

–Ahn? Não. -devolvi os tapas.

–Ta bem então. -ele riu e saiu.

Logo em seguida a professora entrou na sala, junto a muitos alunos que estavam do lado de fora.

(...)

Passei o dia todo perto da ruivinha, às vezes ela conseguia ser tão fofa a ponto de ser o centro das atenções de muitos marmanjos me irritando e fazendo ela ficar confusa a maioria das vezes.

–Dylan o que deu em você? -ela me perguntou na hora da saída.

–Nada. Vamos para casa. -segurei sua mão- Está com frio?

–Não. Hum... não muito. -riu.

–Vem. -parei no meio da rua e a abracei apertado.

–Dylan... tem muita gente olhando. -me deu um fraco tapa nas costas.

–Não me importo. -cheirei seus cabelos.

–Seu idiota. -retribuiu o abraço.

Hoje foi um dia bem estranho, pois estava frio, não que aqui nunca fizesse frio mas no verão é raro um dia desses.

(...)

–Como foi o dia? -minha mãe me recebeu sorridente.

–Cansativo. -me joguei no sofá.

–Falou com sua namorada? -perguntou.

–Até esqueci. Falo com ela amanhã.

–Espero que não esteja me enrolando. -bateu em minha perna.

–Não estou. -fui para meu quarto.

–Ei Dylan. -o Dean bateu na porta de meu quarto.

–O que foi? -abri a porta.

–Sua namorada está aí. Toda molhada. -fez uma cara engraçada.

Como eu disse antes, hoje estava frio e como o tempo estava fechado não demoraria muito para chover. Ela deve ter sido pega pela chuva. Mas o que ela faz andando por aqui em plenas 17:00?

Desci correndo as escadas e chegando lá em baixo vi a Sophie molhada, mais enrolada em uma grande e grossa toalha, o Dean e a minha mãe olhando minuciosamente para ela e a Laura do lado da ruiva.

–O que aconteceu? -me aproximei da ruiva.

–Chuva. -espirrou.

–E por que você estava andando por aqui? -cruzei os braços.

–Caminhada. -rolou os olhos- E, por favor, não me pergunte por que.-riu.

–Melhor você trocar de roupa primeiro. -passei as mãos em seus cabelos molhados.

–Laura, por favor faça uma sopa quente. -minha mãe pediu.

A Sophie fez um bico e corou.

–Vem. Vou-te da algumas roupas. -a puxei até meu quarto.

–Ok. -me seguiu.

(...)

Dona Helen acabou convencendo a ruiva a jantar conosco, eu tinha dado a ela uma camisa de mangas compridas minha que ficou um vestido nela por causa da altura dela.

No momento estávamos todos sentados à mesa, inclusive meu pai. Todos já tinham conhecido a “famosa” Sophie Masoni, meu pai disse ainda que conhecia o pai da ruiva e que ambos eram bastante amigos, para a alegria da ruiva.

O jantar até que foi bem animado, já que meu o Dean falava muita besteira e a Sophie ria muito com isso, a risada dela era bem contagiante o que fazia todo mundo rir com ela, até mesmo minha mãe.

–Eba! A chuva parou, já posso ir para casa. -a ruiva sorriu.

–Vou te deixar então. -me levantei.

–Mas vamos andando. -me olhou seriamente.

–Ok. -falei e ela riu.

–Esperem. -anunciou minha mãe.

–O que foi? -perguntei nervosamente.

–Volte mais vezes, Sophie. -encarou a ruiva.

–Ahn... Claro. -sorriu e acenou- Até mais ver.

–Vamos. -puxei a ruiva pelo braço com um sorriso no rosto.

–Família legal. -comentou.

Estávamos andando fazia uns 15 minutos em direção a casa dos Masoni. Eu ia responder alguma coisa, mas o celular dela começou a tocar.

Confesso que estava curioso para saber com quem ela tava conversando, mas ela não me deixou escutar a conversa. A ligação até que foi rápida, logo estávamos andando novamente.

–Quem era? -arrisquei perguntar.

–Minha irmã. -respondeu.

–Qual das?

–A que você ainda não conheceu. -suspirou.

–Ei. Tudo bem? -fiquei de frente para ela.

–Nada. Só estou cansada. -riu.

–Então tudo bem. -apontei para a esquerda- Já chegamos. -ri.

–Seu feio. -me mostrou a língua.

–Feio não. Sou o cara mais lindo que você já viu.

–Anhan. Ta bom. -cruzou os braços.

–Diga. -me aproximei dela.

–O que?

–Que eu sou lindo. -sorri.

–Dylan. -fez bico.

–Vai Sophie, fale.

–Ta, ta. -rolou os olhos- Você é lindo, e muito chato também. -riu.

–Você também é muito linda, senhorita chata. Falei e ela corou.

–Boa noite. -se virou para entrar.

–E o meu beijo de boa noite?

Ela se virou e pôs a mão na cintura.

–Vou pensar no seu caso. -me mostrou a língua.

–Você é má.

–Eu sei. -sorriu.

–Então quero pelo menos um abraço. -a puxei para perto de mim e a abracei.

–Assim também né? -me deu um fraco tapa.

–Não reclame.

–Dylan. -se separou de mim.

–Oi.

–Obrigada por hoje.

–Estarei sempre aqui para a minha namorada linda.

Ela riu envergonhadamente, se aproximou de mim e beijou minha bochecha.

–Até amanhã. -correu para dentro de casa.

–Ai ai. Essa garota me deixa louco. -passei as mãos em meus cabelos.

Eu necessitava da presença da Sophie, queria ela cada vez mais perto e isso estava me deixando louco. Na verdade, isso é uma droga. A Sophie está se tornando minha droga, uma droga lindamente viciante.