Uma Nova Esperança escrita por Thaís Santos Bezerra


Capítulo 42
Capítulo 41




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Respirar se tornava difícil depois de todo o amor obtido em apenas um abraço. Na verdade, o abraço que desejei por tanto tempo. O abraço que modifica minhas noites, me deu forças nos dias mais difíceis, que me protegeu dos meus piores pesadelos e que amou intensamente. O amor que está em algum lugar da pessoa que foi submetida a tanto sofrimento, como Peeta foi.

Como Haymitch falou, ele está perturbado e os efeitos são muito estranhos. Num instante, está tudo bem, mas você sente que algo luta contra sua parte boa, e esse tempo pode ser rápido demais, assim, para evitar crises e mais desespero, tento aproveitar ao máximo nosso momento; Além de que é a primeira vez que Dandelion vê seu pai, e que ele a vê, sendo que quando ele descobriu que seria pai ele quero que seja um momento tão bonito quanto foi esse abraço. Que eu espero não ser o último.

Meu abraço.

Peeta, após alguns minutos, me solta aos poucos e toca de leve em meus ombros e suspira, olhando para Dandelion, que agora parava de chorar e observava na direção de Peeta como se o conhecesse a mais tempo que eu, que vivo com ela desde o dia que nasceu e desde meu ventre.

Peeta sempre foi muito comunicativo com "minha barriga", onde Dandelion vivia ainda esses dias... Percebo que pode ser por isso. A conexão somente pelas palavras bonitas de Peeta, mais um de seus dons. Até que finalmente ele fala, e eu travo minha voz.

– Kat..niss.

– Peeta... Como eu senti a sua falta- meu olhos já marejavam e agora eu já me balançava para acalmar o bebê inquieto em meu colo.

–Ela é...

– Sim, nossa filha. Você estava certo, não é o menino de cabelos loiros como eu dizia. É nossa menina...- seus olhos azuis fazem com que transbordem o oceano inteiro deles. Ele toca em sua testa miúda de leve, e ela se aconchega em mim, sonolenta.

– Posso...? - ele me fita e fita Haymitch exasperado buscando tudo o que queria em meses. Viro-me para Haymitch, que está no canto da sala apenas nos olhando, e pergunto em nosso contato visual se poderíamos.

– Tudo bem, nós estaremos a postos se... se qualquer coisa acontecer. - ele acena com cabeça e da um leve sorriso.

Ele se aproxima e eu a entrego. Ela se debate um pouquinho enquanto ele a pega, mas logo depois ela se acalma. Ele a fita e depois troca um olhar comprido comigo e nós dois choramos juntos.

–Dandelion?- afirmo- Bebê lindo...-ele diz até que ela começa a chorar. Eu olho e tenho medo do que posso acontecer, mas ele só pega ela, coloca em seu ombro e ampara com as duas mãos a acalentando, falando algumas palavras em seu ouvido, que só minutos depois pude entender:

"we are love you my flower, “Nós amamos você minha flor,
my Dandelion , meu dente de leão,
you live in the meadow, você mora na campina,
and we will happy so much, e nós seremos muito felizes,
believe me, sweetheart." acredite em mim, docinho.”

Ela parou de chorar e Peeta a encarou. Depois todos nós só escutamos um gritinho fino vindo dela. Ela estava reclamando por ele ter parado, depois Peeta a olhou e sorriu para ela, e obteve resposta com um sorriso de bebê. Seu primeiro sorriso, que encheu meu coração. Peeta não teve nenhum ataque durante todo o tempo que passamos, tudo o que vi hoje aqui foi amor mesmo que em pequenas atitudes.

Amor mutuo até mesmo para um ser tão pequeno quanto Dandelion.

Ela o ama e ele a ama. Seu medo é evidente, mas ele tentava superar.

Já estava quase na hora de Peeta fazer uma de suas terapias, e não podíamos nos arriscar, mesmo tendo tanto tempo são.

Antes que eu fosse embora, entreguei o bebê adormecido a Haymitch e falei com Peeta.

–Muito obrigado por se esforçar para...

–Não precisa agradecer. Seria impossível não tentar... Pelo menos para vê-la...- ele olha pra ela com sua calmaria.- Ela é minha filha não é?- afirmo- Não tem como não notar. Ela se parece muito comigo... Mas tem gênio forte igual ao seu. -suas mãos começam a tremer- Percebeu o que ela fez quando parei de falar em seu ouvido? Ela fez birra exatamente como você fazia quando estávamos juntos e acontecia algo. Lembro-me de você no elevador durante o quell - Primeira vez que rimos juntos ,depois de tudo. Depois nós paramos, estranhamente, como se fosse muito errado fazer isso diante disso tudo...

– Katniss?- Haymitch chama e eu o olho- Acho que devemos ir embora... Dandelion precisa se acomodar.

Nos olhamos uma ultima vez, e eu sai da sala pegando Dandelion pra nosso compartimento, ficando a sós numa noite bem que sei que nao dormirei. Mamãe e Prim estão no hospital essa noite, e hoje seremos apenas eu e meu bebê, que dorme calmamente. Certamente ela se acordará em algumas horas para amamentar, então aproveito meu tempo para descansar a cabeça depois de tanta coisa nova para um dia só.

Eu espero realmente que tudo o que aconteceu hoje nao tenha sido apenas um sonho, na qual eu estaria dormindo agora; Por que eu esperava encontrar o Peeta perturbado, o Peeta que não é o meu amigo, amante e que me ajudou a descobri tantas coisas na minha vida em tão pouco tempo. Sou uma garota jovem ainda e já passei por experiências inimagináveis, e nesses últimos dois anos, foram seus braços calorosos que me motivaram a viver, a obter respostas que coubessem a minha mente para sofrimento passado pela morte de meu pai, a perca da minha mãe para a doença, cuidar da minha irmã pequena eu ainda sendo tão nova, passando fome, enfrentando a tésseras com a chance de ser chamada na colheita milhões de vezes para não deixar minha família sem alimento, enfrentar os jogos para salvar a minha irmã, voltar aos jogos logo após... - respiro fundo olhando para Dandelion- a força que ele me passou logo após acontecer uma das coisas que mais temia em toda minha vida: filho.

Mas agora, realmente olho para meu bebê que ressona e analiso seu rosto mais perfeito, suas forminhas estruturadas do rosto assim como a beleza sem igual fe seu pai, tirando que ela tem meus cabelos escuros, e a forma de sua boca ser igual a minha. Ela tem um rosto tão angelical, e depois de tanto e tantos minutos a analisando, percebo a única coisa que não havia pensado esses dias. Dandelion é uma coisa boa que eu consegui fazer em tanto tempo. Eu, que por ter matado, sou uma pessoa indigna de qualquer respeito e admiração, por mais que todo um pais vejam isso como atos heroicos e de justificativa de vingança por seu país, sua Capitol injustiçada, da forma mais irônica possível que eu poderia ter pensado no momento.

Dandelion... - aliso sua testa e toda a extensão de seu delicado rosto e fecho meus olhos para conter minhas lágrimas. E por mais que seja incrível, esse nosso contato me fez dormir, como se tudo em meu dia me fizesse me acalmar.

Sem pesadelos...

Acordar pela manhã era uma coisa que não havia feito em muito tempo de verdade. Olho para meu lado e Dandelion não estava. M sento bruscamente na cama e minha cabeça anda loucamente pelo quarto em busca do meu bebê, na qual só vejo seu paninho na cama.

Desespero me toma conta, e tento ao máximo me esforçar para acordar. Só pode ser um pesadelo.

Eu não posso ter perdido ela tão fácil assim.

Me levanto e vou direto em seu berço, que fica do outro lado da beliche e não a encontro lá. Quando estou prestes a entrar em desespero total e sair gritando por entre os compartimentos do 13, nossa porta se abre e Prim entra com Dandelion nos braços.

Eu corro instantaneamente para elas e abraço as duas de uma vez. Já chorando.

– Meu, Deus! - eu esguicho em meu choro.- Onde você levou ela? Eu estava entrando em desespero! Eu imaginei tantas coisas...

– Calma, Katniss. - Prim falou aninhando Dandelion, que já estava acordada, e a colocando em seu berço.- Você estava dormindo tão profundamente quando eu e mamãe chegamos, que nós não quisemos atrapalhar. Então, quando Dandelion acordou buscando mamar e trocar a frauda, nós mesmo fizemos. E ela tomou a mistura de bebês.- me sento na parte de baixo do beliche e respirei fundo, limpando o rosto e colocando os cabelos atrás da orelha- Nós levamos ela conosco para o café da manhã, por que nós sabíamos que você precisava descansar depois de tudo...

– Tudo bem- digo mais aliviada, tocando na mãozinha miúda fe Dandelion, que prende meu dedo.- Só tentem me avisar da próxima vez, ou me deixem sã de que sempre serão vocês que estarão com ela.

– Desculpe, Katniss. - Prim fala, sentando ao meu lado e pegando minhas mãos. Respiro fundo e já sei qual é sua pergunta. E para mim, desejo que tudo ontem tenha sido verdade

– Como foi ontem com Peeta?

– Foi... tudo o que eu não esperava. O meu Peeta lutava constantemente com o outro, sem estar aparente, mas você sentia. Mas ele foi extremamente carinhoso com Dandelion, e ela deu seu primeiro sorriso com ele. - nós rimos a olhando- Um sorriso tão lindo, que eu gostaria de lembrar sempre, até que aconteça algo comigo. Levarei sempre comigo.

– Haymitch estava falando no refeitório que a melhora de Peeta será bem gradativa, mas de ontem para hoje Peeta realmente dormiu melhor. Seus espasmos, apesar de não terem sumido, estão mais escassos. Parece que a visita de vocês o fez bem... – respiro fundo

– Gostaria de que pudéssemos voltar para casa e que tudo ficasse normal, na nossa casa. Não aguento mais olhar para esse lugar e a única coisa que podemos ver sem ser cor acizentada é o esmalte da Effie, que ainda não sei como ela conseguiu isso, e as roupinhas coloridas de Dandelion. Até mesmo as crianças aqui andam conforme seu distrito manda.

– Eu a entendo perfeitamente. Sinto saudades dos meus vestidos amarelos e os carmins! – ela sorri alegremente e me faz fazer o mesmo. – Falando em Effie, ela disse que viria ver Dandelion hoje e que preparou algo para ela . Só não me pergunte, o que e como. – rimos mais uma vez.

Felizmente, deixaram-me me alimentar com o resto do que sobrara do café da manhã, alguns biscoitos e leite. Logo, realizei o trabalho diário de minha função, na qual deveria ser bem rápido pelo fato de ter que cuidar de Dandelion e eu não poderia deixa-la com Prim por tanto tempo nem a mercê de si mesma, que é claro que não faria nada a não ser chorar .

Chegando, após meu banho diário, em meu quarto, já encontro uma figura animadíssima em minha cama, vestindo seu macacão cinza com toques mais estrambólicos na cintura, e seus cabelos presos em lenço parecendo ser feito exatamente pela pessoa que esperava.

– Effie... – ela se vira para mim, e seu sorriso resplandecente aparece me dando mais alegria para meu dia. Vou direto para seus braços. Nós não havíamos visto desde que Dandelion nasceu, e por incrível que pareça não faz pouco tempo.

– Oh, querida. Devo a você mil desculpas. Todo esse tempo e eu não tinha vindo ver vocês, ver essa menininha linda! - ela me encara com seu sorriso e eu sorrio de volta – Não poderia ser mais perfeita. A junção das minhas pessoas preferidas, mas sejamos francas, ela se parece mais com Peeta, certo? Tirando seus cabelos negros incrivelmente lindos, e que certamente terei inveja quando maior !- ri ao seu comentário, só sendo Effie para falar isso – Cheguei aqui e Prim deixou-me a cargo dela, como implorei, mesmo ela contestando dizendo que esperaria por você. Mas era impossível esperar para pega-la no colo! – ela a olha com devoção – Nós já conversamos muito, não foi meu amor? A titia trouxe presentes!

– Effie... quanto a isso, não precisava ter se incomo... – sou interrompida

– Pare, querida. Claro que sim. Você acha que a filha do tordo vai se vestir mal? Na na ni na não. – Effie coloca Dandelion em meu colo e se levanta indo na direção de uma sacola no canto da cama – Não estou dizendo que ela está se vestindo mal, claro que não, ela está linda por sinal. Roupas da vovó, do tio Finnick , de crianças do distrito... Mas agora, ela vai ter a roupa da tia Effie! Sim, eu estou aprendendo a montar minhas peças e essas foram meus testes e ficaram divinas! – ela tira da sacola uma roupinha rosa com flores na barra de forma que até eu mesmo me agrado dela.

– É realmente muito lindo, Effie. Obrigada! – digo, pegando a roupa e analisando o bordado sem igual das barras. Até mesmo minha mãe, que está acostumada com costura, se impressionará.

– E não acaba por ai, tem esse, esse, esse, e esse também. Além desses conjuntinhos e meias para aquecer no inverno...- assim Effie passou minutos mostrando as impressionantes peças, se forma exagerada por que não teremos nem mesmo dias para vestir isso... Os bebês crescem. E quando faço esse comentário, ela diz que terei que usa-las todos os dias e variando, por que a sobrinha de Effie Trinket não andaria desarrumada.

Depois, nós passamos algum tempo conversando sobre diversos assuntos; Meu parto assustador, a chegada da neném, seu nome... a volta de Peeta... Quanto determinado assunto chega, suas palavras tornam-se mais calmas, e paulatinas, mas eu a explico o que aconteceu e minhas expectativas e sofrimento. Quando estamos em meio ao dialogo, a porta do compartimento se abre e Haymitch entra.

– Katniss, Plutarch quer falar com você. Acredito eu que já sabemos o motivo.

Sim, nada mais que o tordo ressurge. Ele precisa entrar em ação.


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Notas finais do capítulo

Lembrem-se de dar suas opiniões ! bjs



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