Consequências Do Destino escrita por Rayanne Price


Capítulo 18
Caopitulo 18 Apaixonada




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Melinda

Seu rosto estava inexpressivo. Ele não conseguia me encarar. Covarde. Logo ele que fez questão pela verdade. Que foi tão rude e frio a semana inteira. Logo agora que estou disposta a colocar tudo pra fora, expor o meu passado e contar o que está acontecendo no meu presente ele se mantem calado. Se ele soubesse o que eu estou sentindo em relação a tudo. A agonia que se passa dentro de mim.

_____Eu estou disposta a te contar tudo. _afirmei, sentindo meu corpo fraquejar e minhas pernas tremerem, _____Quero te mostrar que não sou mesquinha e egoísta como disse, como fez questão de cuspir na minha cara. _exclamei com repulsa. Me culpei tanto de ter sido rude e não percebi que pra ele era fácil magoar os outros. Como sou idiota!

Ele me entregou de volta a bússola e senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo quando sua mão encostou-se à minha. Seus olhos acinzentados procuraram os meus, mais fui incapaz de fita-lo naquele momento. Suspirando pesado, ele sentou-se ao meu lado e percebi como seus músculos estavam tencionados.

_____Faz parte do ser humano duvidar do outro, _adicionei, ____Mais o que ganha com isso?! Esfregar na minha cara, que não sou digna das amizades que tenho? _debochei.

_____Eu quero poder confiar em alguém, novamente.

Sua afirmação parecia tão sincera. Será que ele também escondia algo?

_____Então é isso? Confiança?_ repeti sem ânimo.

Ele balançou a cabeça e passou as mãos pelos cabelos rubros, um tanto atordoado.

_____Não é só confiança, é mais que isso. _afirmou fitando-me intensamente, _____Se você está tão disposta a me contar, seja lá o que for, então, eu também vou compartilhar algo com você.

Fechei os olhos, respirei fundo e logo assenti.

____Por onde começar..._suspirei, ____Seu celular tem internet? _

Ele pestanejou e resmungou baixo.

____Está brincando né? _perguntou sarcástico, _____ Quer mexer no celular e ficar dando sopa com ele, aqui? Você percebeu que está de noite e estamos no meio de uma praça? Por acaso quer sumir com o meu celular? O que ele te fez?

Odeio quando ele tenta ser engraçado. Depois de ver que sua piada foi horrível, bufei e peguei o meu. Bom, precisava começar por partes, e nada mais justo que mostrar-lhe o noticiário do acidente. Depois de abrir a página no site o entreguei. Olhei-o de soslaio o lendo primeiramente o título “Filho do empresário Grigori e sua namorada sofrem um acidente de carro”, e relembrei como Arthur era vítima da mídia por causa do pai.

Seu rosto se contorcia em dúvida, enquanto deslizava o dedo no visor. Um calafrio percorreu meinha espinha quando ele parou de ler e me olhou firmemente. Entregando-me o celular, ele se pronunciou.

_____Você está viva.

Senti um bolo se forma em minha garganta enquanto minhas mãos transpiravam, abri a boca pra falar, quando uma voz masculina e rouca ecoou em nossas costas.

_____Me passa logo o celular, se não quiser perde a cabeça, belezinha! _gritou um homem encapuzado com um canivete próximo ao meu pescoço.

Assustada e pega de surpresa, olhei de relance para o ruivo, e meu medo acresceu ainda mais quando percebi que ele ia reagir. Idiota! Qual a parte de perde a cabeça que ele não entendeu?!

Levantei minha mão devagar, tentando me manter calma e não deixar o homem ainda mais nervoso ou ia ter uma bela cicatriz no pescoço. Quando estava prestes a entregar o celular, Castiel interviu dando-lhe um belo soco. O canivete passou raspando no meu pescoço e logo em seguida caiu no banco.

Um grito rouco e fino escapou da minha boca atraindo a atenção de Castiel. Atônito ele fitou o sangue pingar do meu pescoço, e foi nessa hora que o homem o pegou desprevenido. O grandalhão encapuzado deu-lhe uma chave de braço.

Respirei com dificuldade. Ele ia matá-lo! Meu Deus, ele ia matá-lo! Peguei o canivete que estava abandonado sobre o banco e o virei deixando seu cabo a amostra. Acerta-lhe no pescoço era o objetivo. Enquanto ele tentava manter o ruivo preso, eu bati com força na lateral do pescoço, fazendo-o desmaiar. Castiel caiu de joelho tentando recuperar o folego. Bom, eu me mantive paralisada, fitando o encapuzado e me perguntando se ele estava mesmo desmaiado.

O corte latejou em meu pescoço, tirando-me toda atenção do homem. Grunhi de dor, e o ruivo percebeu.

_____Você precisa ir pra o hospital. _afirmou com preocupação.

Neguei com a cabeça. Colocando a mão onde o líquido vermelho escorria.

____Então me deixa fazer um curativo, e depois eu te levo pra casa, _adicionou, ______Isso tudo foi culpa minha! Se eu não tivesse reagido, você não estava assim.

Arfei, quando vi o grandalhão se mexer.

_____Depois você se culpa, agora tira agente daqui! _gritei desesperada.

Castiel agarrou meu braço e corremos juntos em direção à moto estacionada do outro lado da calçada.

(...)

____Entra. _pediu o ruivo me dando passagem.

Hesitei. A ideia de estar sozinha em seu apartamento, não me deixava tranquila. Nunca imaginei que Castiel vivesse sozinho, ainda mais no lugar como esse.

Ele percebeu minha insegurança e suspirou cansado.

_____Eu preciso cuidar de você Melinda, por favor. _pediu-me mais uma vez educadamente, e sua atitude me surpreendeu.

Vai ficar tudo bem. Repetir pra mim mesma, em um tom convincente.

Suspirei ,espremendo-me entre a porta pra evitar qualquer contato com seu corpo. Depois de tranca-la à chave, o que eu achei meio desnecessário, ele me convidou pra sentar no sofá enquanto pegava a mala de primeiros socorros. Percorri meu olhar pela local e esbocei um meio sorriso. Ele era um Bady-boy bem organizado.

Senti meu pescoço voltar a latejar. Permitir-me encostar a cabeça no sofá, encarando a lamparina do teto até o ele voltar.

____Foi mal pela demora, não usava isso há bastante tempo. _comentou erguendo a maleta branca.

Castiel sentou-se ao meu lado. Abrindo a maleta, ele arrancou um chumaço de algodão, respingando algumas gotas de álcool. Senti meus pelos se arrepiarem ao percebe onde aquele algodão enxumbrado ia parar.

____Não! Não! Não! _pigarrei ,balançando a cabeça,_____Se afasta de mim com isso!

O ruivo riu com minha infantilidade.

_____Vamos fazer um acordo, _continuou, ______Eu faço seu curativo e você faz o meu._afirmou apontando para o seu hematoma roxo avermelhado no canto da boca. Hematoma que Alexy tinha feito nele. E que no meio dessa confusão toda ,tinha esquecido o fato de estar prestes a lhe contar tudo. Acidente. Arthur. Delegado. Absolutamente tudo!

____Tudo bem _,rendi-me,_____ Se por acaso arde muito, você para ok?

Ele assentiu, depositando o algodão em meu pescoço.

Mordi meu lábio prendendo a vontade de gritar, enquanto meu pescoço queimava. Aquilo ardia muito, muito mesmo! Fechei meus olhos rezando pra acabar logo e quando finalmente o ruivo colocou um esparadrapo, esbocei um sorriso. Agora era sua vez.

_____Preparado? _perguntei divertida.

Ele se ajeitou no sofá inquieto e xingou algo baixinho.

Peguei mais um chumaço de algodão que estava seco e respiguei uma quantidade a mais de álcool como o ruivo fez. Deslizei-o até o canto de sua boca e Castiel se mexeu, suprimi a vontade rir, e voltei a limpar seu hematoma. Enquanto fazia o curativo percebi como ele me fitava. O jeito de me encarar, seus olhos percorrendo...

Minha boca.

Terminei o curativo e levantei depressa do sofá procurando meu celular. Até percebe que o tinha deixado na praça. Não acredito que depois de tanto esforço e quase ter perdido a cabeça aquele desgraçado ficou com o meu celular! E agora?!Tia Ângela deve estar me procurando pela cidade inteira!

_____Droga! E agora? _murmurei, ignorando aqueles olhos acinzentados me fitarem com certa diversão.

_____Deixou o celular na praça. Estou certo? _perguntou convencido.

Bufei, alisando o curativo feito em meu pescoço.

_____Será que dá pra me emprestar seu celular? Eu preciso ligar pra tia Ângela. _expliquei, encarando-o. Castiel tirou o celular do bolso entregando-me.

Disquei o número que sabia de cor, e esperei o bipe.

____Alo? _falei assim que a chamada foi atendida.

____Alo? Quem está falando? _perguntou duvidosa do outro lado da linha.

____Sou eu tinha Ângela, Melinda.

_____Meu Deus Melinda! Pensei que tivesse acontecido algo! Você está bem? Onde está? Por que não atendeu o celular? De onde está lingando?

Era tantas perguntas que fiquei até um pouco tonta.

_____Está tudo bem tia. Eu estou na casa de uma amiga. Eu já estou indo pra casa.

Escutei um suspiro de alívio do outro lado da linha.

____É melhor ficar na casa da sua amiga, Mel, está muito tarde pra voltar pra casa.

Hesitei. Dormi aqui na casa do Castiel?!

____Mais tia Ângela... Tudo bem, _concordei,____ Boa noite.

____Boa noite, querida. _disse por fim desligando o celular.

Percebi que em meio aquela conversa no celular Castiel tinha sumido. Voltei a me sentar no sofá ,totalmente exausta, acabei adormecendo. Senti a presença de braços fortes me carregarem no meio da noite, me acomodando em seguida, na cama. Bem macia, por sinal. Abri meus olhos lentamente e vi uma visão embaçada de um ruivo sem camisa, com uma calça moletom preta e totalmente descabelado em minha frente.

____Desculpa ter te acordado. _disse sentando-se na ponta da cama.

Apoiei-me colocando um pouco de força nos braços para me sentar.

____Não está conseguindo dormi? _perguntei olhando-o seu rosto sereno e iluminado pelo reflexo da lua, na janela.

O ruivo sorriu de relance.

_____Ate conseguiria dormi, se uma tábua não tivesse ocupando minha cama. _argumentou sarcástico.

Fiz uma careta de reprovação.

_____Esqueceu que foi você que me trouxe pra cá? _perguntei arqueando a sobrancelha.

Ele riu, mas, depois a leveza em seu rosto foi desaparecendo. Castiel estava inquieto e eu sabia bem que algo o perturbava.

_____Tive um pesadelo. _disse tencionando a mandíbula, ______Pode me chamar de idiota ou bobo, mas, parecia ser real.

Senti minha garganta queimar e meus olhos arderem. Pesadelos. Se pelo menos ele imaginasse, que convivia com eles todas as noites, não teria me contado. Escorreguei na cama até chegar ao seu lado e o abracei. Surpreso ele me abraçou de volta.

_____Só estou retribuindo o que você fez comigo naquela noite. _sussurrei próximo ao seu ouvido.

Quando Castiel se ofereceu pra me fazer companhia, na noite em que tio Roland foi internado, ele não se importou de ficar ao meu lado, mesmo depois de ter surtado com aqueles pesadelos, por que não retribuir agora?

Castiel me prendeu em seus braços, agarrando-me fortemente pela cintura. Seu rosto foi se afastando vagamente, até me encarar. Há essas alturas meu coração batia descompensado em meu peito. A qualquer momento eu iria enfarta e ele seria o culpado. O ruivo fitou minha boca então fiz o mesmo, senti uma de suas mãos segurarem meu rosto, desdenhando carinhosamente com o polegar, até tomar a iniciativa de me beijar. Lentamente. Sua boca deslizava pela minha garganta e eu senti um toque de língua, fazendo com que meu coração batesse contra minhas costelas.

Bem, naquele momento, eu tive a certeza de estar apaixonada por Castiel.


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