Fogo Demoníaco escrita por Fallen Angel


Capítulo 1
Capítulo I




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Todos têm problemas para nos adaptar em nossos lugares. Quando mudamos de escola, de casa, de Estado... Mas com Leah Tompson foi realmente estranho. Ela se mudou para outra cidade com a sua mãe, Madeleine, e nenhum dos vizinhos nunca trocaram, sequer, uma palavra com ela. Talvez pelo seu estilo meio relaxado e, de certa forma, estranho eles não quisessem muito papo com ela. Mas os olhares eram ainda piores do que o silencio deles.

Leah, certa vez, foi até a casa da vizinha da frente para tentar conversar. Ela tocou a campainha e esperou... Alguns minutos se passaram e ela olhou para a janela, para saber se havia alguém na casa, e viu alguém espiando e que logo depois se escondeu como se estivesse com medo daquela adolescente de 17 anos. Ela não era muito diferente das outras garotas de sua idade. Cabelos castanhos que ela sempre usava soltos; quando ondulados ficavam na altura do ombro. Olhos castanho-esverdeados; e razoavelmente alta. Gostava de ler, ouvir música e sempre foi extrovertida; para arrumar amigos nunca foi difícil. Pelo menos não onde morava antes. Tinha uma melhor amiga de quem sentia muita falta; Grace. Ela sempre dizia “mantenha o sorriso e todos vão gostar de você”. Mas é fácil dizer isso quando se é tão linda quanto Grace. Pele morena de quem nasceu em país tropical, cabelos castanhos assim como os olhos e lisos, além de um corpo que deixava qualquer um de boca aberta. Não era só a aparência, claro. Grace era carismática, divertida e ótima amiga, fazia qualquer um rir dela e com ela. Leah não era o tipo de padrão que os garotos achavam interessante assim como a amiga, mas ela também não ligava.

Na escola não foi diferente do que com os vizinhos. Ela se sentiu excluída. E para piorar, no primeiro dia de aula na nova escola, houve uma atividade em dupla. O Professor, senhor Lewis, era quem estava montando as duplas. Ele era um senhor que aparentava ter mais de 40 anos. Tinha cabelos negros, mas com uns fios grisalhos. Usava óculos de armação quadrada, e que lhe caíam bem. Dava aula de biologia naquela escola há, no mínimo, 15 anos. Leah ficou sentada numa carteira do lado direito da sala, acuada pelos olhares de todos, visivelmente disfarçados.

–Qual é o seu nome? – perguntou o senhor Lewis, com uma voz muito distante para Leah conseguir ouvir, ou simplesmente perceber se era com ela, pois estava voando longe em seus pensamentos. Mas seus olhos encontraram os do professor, então ela teve certeza de que era com ela. O professor repetiu: – Qual o seu nome, mocinha?

–Oh, me desculpe. Meu nome é... – Ela deu uma rápida olhada para os lados, e notou que todos, absolutamente TODOS estavam olhando para ela. Como demorou em dizer seu nome, todos começaram a rir e ela ouviu alguém dizer “ela não sabe o próprio nome”. Enfim disse: – Leah, senhor.

O professor foi para a sua mesa, e olhou o que parecia ser uma lista de chamada, e logo disse o sobrenome de Leah bem alto para que ela pudesse ouvir. Ela assentiu com a cabeça, confirmando que o nome na lista era realmente dela.

–Muito bem Leah. Você vai fazer a atividade com Richard.

Ela olhou para os lados disfarçadamente tentando descobrir quem era Richard. Sem sucesso.

–Richard, senhor Lewis? – disse uma voz rouca no fundo da sala – Rick, por favor. O senhor sabe que não gosto de Richard.

Ele era Richard... Ou melhor, Rick. Novamente Leah se flagrou virada para traz e olhando exatamente na direção de onde a voz veio. Seus olhos não podiam acreditar em tamanha beleza. O rapaz era do tipo atlético. Cabelos repicados, castanho-claros quase loiros, seus olhos eram hipnotizantes; verdes como esmeralda, em um rosto com linhas perfeitas.

–Oi Leah – disse Rick, olhando diretamente para ela e dando um leve sorriso charmoso.

–Oi Rich... Rick.

–Aprendeu rápido – Rick piscou para ela, a garota agora tinha a cor de tomate maduro e desviou o olhar dele.

Rick riu baixo, e desviou o olhar também.

O professor começou a explicar a atividade e todos os alunos pegaram seus cadernos e canetas e começaram a anotar tudo o que ele dizia. Leah não podia deixar de notar que algumas meninas não tiravam os olhos dela, pareciam odiá-la só por respirar.

***

Assim que o sinal tocou, anunciando o fim do primeiro dia de aula, Leah pegou suas coisas colocou na mochila de qualquer jeito e apressou-se para ir embora. Saindo da sala, ela percebeu que havia uma garota seguindo-a. Ela olhou para traz e não tinha ninguém. Quando se voltou para frente novamente, um susto: lá estava a garota com um sorriso que mal lhe cabia no rosto. A garota não tinha mais de 1,60 de altura, cabelos negros com uma mecha azul na franja, olhos puxados – obviamente ela tinha descendência oriental – debaixo dos óculos. Usava roupas estranhamente coloridas. Nas costas uma mochila do Jack Esqueleto – de O Estranho Mundo de Jack – e em mãos um tablet.

–Oi – disse Leah com um rosto assustado e confuso – O que você...

Mal deu tempo de Leah ter minar a frase e a garota já se adiantou.

–Olá meu nome é Gina e eu não sei se você percebeu mas eu estava na sua sala na aula do senhor Lewis você estava sentada com o Rick você é realmente muito sortuda mas...

–Calma! – berrou Leah, sem nem notar que a sua voz se elevou demais – fale mais devagar. Ok?

–Ok... Mas então, eu te vi com o Rick. Você tem noção de quem ele é? É simplesmente o garoto mais popular do nosso período, talvez até da escola toda. Ele nunca falou com ninguém que não fosse do seu grupinho de puxa-sacos.

Leah não sabia exatamente o que dizer, e quando estava para dizer “foi o professor que me colocou com ele”uma garota passou esbarrando nas duas. “Hey!” exclamou Leah. A garota, Loira, alta, olhos azuis, e com corpo de boneca barbie, continuou andando como se não tivesse ouvido nada.

–Ela – disse Gina – é a namorada do Rick. Ela morre de ciúmes dele, ainda mais com alguém como você.

–O que você quis dizer com “alguém como eu”?

Alguém, então, chama Gina no fim do corredor da escola.

–Desculpe, tenho que ir. – Gina pega suas coisas e sai correndo em direção a um homem alto, em torno de 30 anos, barba mal feita e grisalha assim como o cabelo, curto e desgrenhado. O homem usava uma roupa velha que estava toda machada do que parecia ser tinta; de várias cores. O homem obviamente era pai de Gina, notava-se os olhos puxados naquele rosto cheio de rugas.

Leah foi para casa a pé. Chegando lá só queria descansar e ouvir música, pois o dia foi estafante, constrangedor e estranho...


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