“Este lugar é realmente lindo...”, pensava Melissa enquanto observava a campina à frente, sentada na grama aos pés de uma árvore. Ela era uma garota magra e alta, com cabelos loiros que quase chegavam à cintura. Sempre ao seu lado, estava sua fiel companheira, Lilligant. A Pokémon foi um presente da mãe de Melissa no seu 10º aniversário, quando ainda era uma simpática Petilil. As duas nunca se separavam. Dormiam no mesmo quarto, comiam juntas e sempre se arriscavam a explorar a floresta que ficava bem atrás da casa onde moravam.

A vida era muito boa ali, mas Melissa sempre teve vontade de sair para descobrir o que havia além daquela campina. Enquanto estava sentada embaixo da árvore, ela decidiu que já era hora de partir. Então ela foi falar com a mãe, que já sabia da vontade da filha. Ela estava na cozinha quando Melissa chegou. “Mãe, eu já me decidi. Vou embora amanhã”, disse ela, se sentando em uma cadeira e apoiando os braços na mesa. “Já tenho idade suficiente para viver minha vida sozinha, e tenho a Lilli para me acompanhar e proteger.” Martha, sua mãe, se sentou em uma cadeira ao lado dela. “Eu sabia que esse dia não demoraria chegar, e não posso segurar você aqui para sempre.” Ela segurou as duas mãos da filha. “Pode ir, querida, mas volte algum dia”, disse ela, com um sorriso um pouco triste.

Durante o resto da tarde, Melissa se ocupou fazendo as malas para a viagem. Ela pegou algumas roupas, comida e um pouco de dinheiro. Ela estava terminando de arrumar suas coisas, quando sua mãe bateu na porta do quarto. “Pode entrar”, disse Melissa, fechando a mochila. Martha entrou, com as duas mãos escondidas nas costas. “Trouxe uma coisa para você.” Ela colocou as mãos para frente, revelando um enorme ovo. Era branco com listras vermelhas e alaranjadas, e algumas manchas amarelas. “Isto é para dar a você uma proteção extra, assim que chocar, é claro”, disse, entregando o ovo para a filha. “Ovos de Pokémon tem alguns ‘poderes’, então não vai precisar colocá-lo no fogo. Não irei lhe dizer qual tipo de Pokémon sairá daí, prefiro que seja uma surpresa.” “Mãe, obrigado mesmo,” respondeu Melissa, com lágrimas nos olhos. “Prometo que vou guardá-lo com muito carinho, e depois que eclodir, vou cuidar muito bem do meu novo Pokémon.” Ela beijou o rosto de mãe e foi guardar o ovo na mochila, envolto em um pedaço de pano.

***

Melissa acordou cedo no dia seguinte. O Sol ainda estava terminando de nascer quando ela foi até a cozinha tomar café com a mãe. Lilligant já estava dando saltinhos em frente à porta, ansiosa para sair. Assim que acabaram de comer, a garota pegou sua mochila no quarto. “Tome muito cuidado, filha”, disse Martha. “Fique sempre perto de Lilli, e futuramente, de seu novo Pokémon.” “Adeus, mãe”, respondeu Melissa, abraçando-a. Sua mãe fez um breve cafuné na cabeça de Lilligant, e deu um beijo no rosto da filha. E assim, as duas partiram em direção à floresta.