A Maldição De Scarabas escrita por Angie Ellyon


Capítulo 5
Toques Invisíveis


Notas iniciais do capítulo

Folginha...haha..
Boa leitura ♥



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Não conseguia me concentrar na prova. Sorte que já sabia de muita coisa por ter prestado atenção anteriormente. Alice e todos esses novos problemas ocuparam minha cabeça por completo. Não aguentei, e resolvi marcar as respostas e sair de sala. Embora fosse a primeira a terminar, era melhor do que ficar enrolando.

Suspirei e fui até a mesa da professora Martti e lhe entreguei a prova. Ela olhou o relógio.

– Rápido, Valerie.

Dei um meio sorriso.

– Hm...estou com cólica. Sabe como é. Aqueles dias. - sussurrei, e ela reparou melhor em mim. Sra.Martti não estava na lista das minhas professoras preferidas, mas eu parecia tão debilitada esses dias...e ela assentiu, suspirando.

– Ok. - disse ela. - Mas lhe aviso, srta.Arsen - advertiu ela. - Estou de olho.

Procurei não levar a sério, mas Ellen surgiu ao lado dela enquanto começava a corrigir a prova. Mandei-lhe um sinal silencioso para que se aquietasse, mas ela apenas sorriu.

– Ela quer te dar nota baixa! - falou ela. - Mas você fez uma boa prova!

– Fica.Quieta. - murmurei.

– Estou lendo os pensamentos dela. - Ellen continuou. - Ela acha que tem algo de errado com você.

– Não é um equívoco - falei. - Anda, sai!

Virei as costas enquanto via Ellen mover a mão da professora e fazê-la desenhar uma nota alta pra mim. Em seguida, Ellen apareceu sorridente no corredor, e revirei os olhos.

– Não quero me formar com trapaça. - eu disse.

– Não foi trapaça. Foi só...uma ajuda. - ela fez muxoxo, olhando todos passarem no corredor. - Caramba, tudo mudou tanto! - ela disse, maravilhada.

– Quando você morreu? - eu quis saber.

– 1976. - contou ela. - Foi leucemia. Fiz de tudo pra não deixar minha família, o que me prendeu aqui. E agora quero seguir em frente.

De certa forma, ela estava certa. Nem todos os fantasmas desejavam essa "guerra" com os vivos. Alguns deles só queriam encontrar a paz. Lembrei-me de quando Natasha me pediu ajuda em Scarabas.

– Nos vemos depois. - Ellen sussurrou e me deixou sozinha.

Minha próxima aula não era uma das minha preferidas, e eu estava morrendo de sono. Não resisti: sentei e adormeci na carteira.

Me vi de volta ao Campo Espectral, que parecia um campo de guerra. Fantasmas fugiam pra lá e pra cá, e fiquei sem saber o que fazer. Então, os fantasmas me notaram e começaram a me rodear; dentre eles, Alice Blake.

– Seu tempo está se esgotando, Valerie... - murmurou Alice. - Em breve, se juntará a mim pra sempre! - e riu.

– Não! - devolvi. - Vou encontrar um jeito!

– De que maneira? - ela zombou. - Você não está mais em Scarabas. Se entregue!

Se entregue!

Eu acordei arquejando, e dei de cara com o olhar de Vivian.

– Não vai babar na carteira... - disse ela, irônica.

– Cala a boca - respondi.

– Srta.Arsen? - o professor chamou minha atenção. - Sabe me dizer qual a resposta?

Que resposta?

– Ah... - balbuciei, olhando as palavras sem sentido no quadro. Não tinha jeito; eu teria que pagar um mico.

Então escutei um "psiu!" vindo de Vivian. Escondida, ela escreveu a resposta no caderno. "A Teoria Aplicada", eu li.

– Hm...teoria aplicada? - chutei.

O professor se satisfez com a resposta. Acenei para Vivian, agradecendo, embora ela fosse uma víbora.

Mais uma aula chegou ao fim, e levantei depressa para abordar Vivian.

– O que é, hein? - reclamou ela. - Vai me bater por ter te ajudado e te livrado de um mico?

– Não - suspirei. - Vim agradecer. Por que fez aquilo? Devia querer que eu me ferrasse.

– Não era suficiente pra mim - ela olhou as unhas pintadas de vermelho. - Além do mais, você não merecia tanto. Parece tão abatida... - ela reparou melhor em mim. - O que você esconde? É como se tivesse duas vidas e vivesse cansada...

Engoli em seco. Ela não estava errada.

– Eu só... - cocei a testa; desconfortável. - Dormi mal.

– Sabe, Valerie, acho que você e eu...podemos nos dar bem - disse ela. - É bem difícil de acreditar mesmo que foi você quem me agrediu. Deve ter sido uma outra invejosa qualquer.

Parei. O que estava acontecendo?

– Você e eu temos o gênio forte - continuou ela. - Podemos dividir segredos como amigas - e sorriu. - O que acha?

– Ah...eu não sei bem... - murmurei.

– Vamos fazer assim - propôs ela. - Vou dar uma festinha na minha casa; só meninas. Está convidada. Pode ir, ok? Quem sabe não nos conhecemos melhor? - e saiu pelo corredor, enquanto eu fui até a biblioteca.

O que foi aquilo?!– Claire apareceu de boca aberta. - Você e a vaca loira juntas?! O mundo vai acabar e eu não tô sabendo?!

– Para, tá, Claire - disse. - Ela me ajudou e quis ser gentil.

– Tá, tá - ela pegou uns papéis. - Bem, enquanto vocês duas iniciavam uma linda amizade, a escrava aqui pesquisou umas coisas relacionadas a sua vida sobrenatural...

– O que você descobriu?

– Olha só - disse ela. - Nesse solstício dos mortos agora, a nossa alma não vai ficar presa se morrermos. Isso significa que, ainda assim, podemos encontrar outra maneira de voltar ao corpo. É o que chamamos de...incorporação.

– Você quer dizer...possessão? - palpitei.

– Não esse tipo - explicou ela. - É mais como um controle de mente. Dois espíritos podem estar no mesmo corpo, mas só um vai permanecer quando o Halloween acabar.

– Vai ser mesmo uma guerra de sobrevivência - comentei, suspirando.

– E não é só isso - Claire continuou. - Agora, com o limbo sem bloqueios, todos os tipos de espíritos estarão à solta. Todos.

– Você quer dizer...espíritos ruins? - disse.

– Isso. E esses não podem ficar aqui. É com esses que teremos que nos preocupar, Valerie - ela ficou séria. - Eles podem estar aqui agora, mas disfarçados - olhamos ao redor. - E podem ser qualquer um.

Fui surpreendida por uma mensagem de um número desconhecido, e parei.

Estou vendo você daqui.

Gelei. Quem era e como havia conseguido meu número?

Então o celular vibrou outra vez.

Por que não vem até a última estante?

Olhei de soslaio para a última estante da biblioteca, onde havia a silhueta de alguém. Será que era o meu perseguidor? Ou seria algum truque de Alice?

Falei com Claire e fui até lá. A biblioteca estava cheia; qualquer movimentação estranha levantaria suspeita.

– Olá? - o último corredor estava vazio e meio escuro.

– Você veio. - dei um pulo ao ouvir a voz de Mark atrás de mim. Sorridente, ele se aproximou de mim.

– Como conseguiu meu número? - perguntei, ofegante.

– Tenho meus contatos. - disse ele. Minhas costas bateram na estante e Mark diminuiu a distância entre nós.

– Tá, mas por que me chamou aqui? - eu quis saber, já me sentindo sufocada. Não gostava da forma como Mark estava me cercando.

– Pra isso - Mark sussurrou e me beijou de uma só vez. Ele me pressionou contra a estante, segurando minha cintura e agarrando com a outra mão a minha nuca com força. Devo admitir que foi um beijo apaixonado.

– Para, Mark, para! - grunhi, tentando me esquivar. Ele tinha força. - Me solta agora!

– Eu te amo, Valerie - ele disse respirando no meu pescoço e provocando arrepios involuntários. - Quero que fique comigo.

Eu o empurrei.

– Ah, e que ótima maneira você encontrou pra me dizer isso! - eu saí de seus braços e me virei.

– Eu...só queria beijar você - Você nunca aceitaria...

– Mas é claro que não! - sibilei. - Eu já tenho namorado, e gosto muito dele. Você sabe disso.

– É, mas eu não vou desistir.

– Vê se me deixa em paz. - falei e virei de costas.

– Valerie, espera! - ele agarrou meu pulso, mas me soltei.

Então Mark fez expressão de surpresa.

– Valerie! Corre pra cá!

Não tive como reagir.

Braços com muita força envolveram meu pescoço e um pano com um aroma que ardia foi colocado em meu rosto. Estendi a mão para Mark, mas minha visão foi embaçando até que perdi a consciência.


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Notas finais do capítulo

Bem, esta um pouco complicado conciliar duas fanfics. Eu nao escrevo pra fantasmas, e poderia so me dedicar a minha outra fic. Nessa fic, eu ja tenho as ideias todas prontas, mas a outra é bem mais trabalhosa. Por isso, se estao lendo e querem que a fic continue, deixe um review, ok?
PS: Proximo cap esta im-per-di-vel!!! aguardem!! :P
Um beijo e témais ♥



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