O Piano escrita por Isabella Cullen


Capítulo 3
Capítulo 3 Confronto


Notas iniciais do capítulo

Bom, como prometido, a fiction atualizada as segundas meninas!!!!!!!!!!
Espero que gostem meus amores.



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BELLA

Eu estava chegando em casa quando me toquei que a minha pequena mala não continha nada demais. Não havia presentes para familiares, adornos para casa ou qualquer outra manifestações de que eu queria estar de volta. Olhei meu relógio, eram ainda dez da noite. Jacob não chegava antes da meia noite em casa então eu ainda teria algumas horas.

Minha casa ficava no centro de Seattle, a apenas alguns minutos do centro e tinha um ar moderno e frio. Era na verdade a antiga residência de Jacob, assim que cheguei eu me incomodei e pensei em mudar tudo, mas os planos foram outros. Cada pintura que havia tinha ficado no mesmo lugar, cada porta-retrato não havia sido nem realocado. Fui direto para o quarto e tomei um banho, eu percebi como estava exausta assim que relaxei. Coloquei minha camisola longa e branca, e penteei meus cabelos. Fui dormir sem me preocupar quando e como Jacob chegaria, isso saiu de mim há muito tempo.

O que eu detestava quando voltava para casa? Acordar sabendo que Jacob faria questão de um café da manhã comigo, por mais que nos outros dias ele não fizesse, quando me via em casa depois de dias ou semanas era algo certo. Ouvi o chuveiro e fui me arrumar no outro quarto, eu tinha que verificar os e-mails e depois praticar um pouco. A melhor parte do dia. Assim que fiquei pronta o vi sentado em seu terno tomando o café na sala de jantar folheando o jornal.

- Bom dia. – ele disse assim que sentei.

- Bom dia.

Ainda havia aquela tensão entre nós estranha. Foi muito difícil superar tudo e eu estava por um fio durante boa parte desse período.

- Voltou cedo. – ele comentou.

- Jean foi rápido e bem convincente em seus argumentos.

Me servi de um pouco de suco e passei manteiga na torrada. Jacob ainda me olhava assustado. Ele não esperava que eu falasse disso por algum tempo.

- Então... vai tocar? – seu olhar foi direto para sala de música. Ele tentou disfarçar, mas não conseguiu. Olhei para sala despreocupada.

- Um dia as coisas precisam voltar ao normal.

- E voltaram? – aquele brilho no olhar dele me deu vontade de gritar tudo que guardei durante tanto tempo.

- Algumas com certeza.

- E vai ficar muito tempo? Sua mãe quer saber se...

- Minha mãe não está na lista de coisas que quero fazer Jacob, estou comprometida com uma turnê importante e preciso recuperar o tempo que passei sem praticar. Não estou para nada e nem para ninguém.

Quando minhas frases terminavam assim ele sabia que eu estava fechada para ele também. Só que ele não sabia que era algo antigo. Algum dia ele calculou a dimensão de seus erros? Algum dia ele achou que fazendo tudo aquilo seria facilmente perdoado por mim?

- Eles querem te ver. Não acho que seria tão ruim um jantar. Não atrapalharia seus ensaios. Podemos fazer isso amanhã o que acha?

- Querer eu não quero. – disse ainda tomando o suco, a discussão seria longa caso eu batesse o pé e eu não queria nada daquilo. – Faça o que quiser. Chame-os ou toda a Embaixada, não faria diferença de qualquer forma.

- Não precisa ser assim, acho que... podemos conversar... precisamos... um amigo me deu o número de um ótimo terapeuta, podemos tentar. Ele é discreto, é disso que precisamos não é mesmo?

Olhei para ele sem interesse.

- Não há salvação para nada disso. O que ele fará? Fará o tempo voltar e você se tornar tudo aquilo que prometeu? Fará você ser o que disse que era? Não Jacob, eu já tive minha cota de decepção e dor. Obrigada por tudo.

Aquelas palavras pareciam injusta, mas não eram e tinha nele uma culpa que mesmo grande não chegava perto de tudo que vive nesse período. Me levantei indo em direção a sala de música e ele me interrompeu.

- Vai ficar fora dessa vez por quanto tempo?

- Mais de oito meses, os ensaios já vão começar, os ensaios começaram em Paris semana que vem. Turnê mundial.

- Mundial? Oito meses? Bella...

Me virei para olhar dentro de seus olhos.

- Eu quero o divórcio. – disse firme – Não quero mais isso, já estou cansada de você e de todo o jogo que me enfiou. Seja lá o que tiver fazer, faça. Porque não quero mais Jacob, acabou.

Ele me olhou surpreso, tudo menos aquilo.

- Não se acaba um casamento assim. – ele disse firme.

- Não se começa um casamento mentindo. Não se faz um filho sabendo que ele poderia morrer como morreu. Não se faz muitas coisas que foram feitas Jacob. Para mim acabou.

- Não vou dar o divórcio. – Jacob estava transtornado. – Não vai me humilhar dessa forma.

- Não estou humilhando ninguém e também não estou nem aí para o papel que você não quer assinar. Não vou mais jogar esse jogo.

- NÃO ERA JOGO!

- Era sim. – disse tranqüila – era um jogo e eu o peão. Não aceito mais isso, não quer assinar, direito seu. Mas não pense que vou honrar votos que não foram ditos com sinceridade. Acabou para mim quando eu perdi nosso filho! Acabou!

- Eu aceito que está sofrendo. Eu aceito que seja um período complicado para nós.

- Nunca houve nós Jacob. Nunca houve ao menos isso. Foi sempre você.

- Mentira! Eu sei que também queria um filho.

- Eu queria muitas coisas que você não deu, eu esperava muitas coisas que não aconteceram. Basta para mim.

Entrei na sala e fechei ela. Olhei minha sala de música e respirei fundo tentando controlar as emoções que surgiam, meu filho perdido para sempre, meu casamento uma mentira desde o primeiro dia que ele me viu, minha vida que parecia escorrer, escolhas erradas... sentei no chão chorando e soluçando mais alto do que pretendia.

Reuni as forças que tinha e olhei para o piano a minha frente.Levantei e me aproximei dele sentando em sua frente. Olhei para teclas brancas e comecei a tocar uma composição linda de Mario Vegas – noche triste. Uma curta e linda composição que não consolava, mas reunia muitos sentimentos em mim, que depois da terceira vez que era tocada fazia parte de mim e que tirava muitas coisas do meu coração. Eu poderia ficar ali durante muitas horas, mas haviam coisas que precisavam ser feitas e todas elas não esperariam por mais nada.

Relendo os e-mails mais uma vez, imprimindo as partituras enviadas pelo Maestro e analisando os dueto e solos eu via como tudo isso poderia ser bom. Afinal, oito meses longe de Jacob poderiam me fornecer mais forças para continuar com aquela decisão, durante um tempo eu pensava que poderia de fachada como tínhamos esses meses todos vivido, só que eu não queria mais aquilo e algo em mim se remexia para sair. Um grito que foi abafado que queria sair agora de qualquer jeito.

Fui desperta dos meus pensamentos pela batida da porta. Pelo jeito só poderia ser Jean. Fui atender me dando antes uma boa avaliada no espelho. Meu cabelo estava bom, mas tinha cara de choro. Jean era como um pai, não me importei e abri a porta.

- Recebeu tudo que precisava? – ele perguntou entrando já na sala e fechei trancando em seguida.

- Sim, li o contrato. Esta tudo de acordo?

- Sim, mas preciso dizer uma coisa. – ele percebeu que estava chorando e olhou para o piano. – Acha que consegue? Foi há dois meses atrás, mas não quero que você ultrapasse seus limites.

- Eu acho que preciso. Sente-se. – apontei para o sofá que ficava um pouco longe do piano. – Quer alguma coisa?

- Um café seria ótimo.

Através do interfone eu pedi um café para nós dois.

- Viu Jacob? Conseguiu conversar com ele sobre a turnê?

- Pedi o divórcio.

Jean me avaliava enquanto sentava do seu lado.

- Eu imaginei que isso aconteceria, mas não agora. Talvez depois da turnê...Como está com isso?

- Bom, isso aconteceu há alguns momentos antes. Não encontrou com ele?

- Não, só falaram onde estava e pronto. Seus empregados são mais ingleses que eu.

Ri com aquilo e me senti um pouco aconchegada.

- Passará o Natal conosco então? Faço questão. Agnes adorará ter sua ilustre presença. Sabe como ela a vê como filha, se preocupa.

- Eu não agradeci a ela por tudo. Ela ficou comigo no hospital e eu não a vi depois.

- Nossa filha estava precisando dela, quando seus pais chegaram e você estava melhor, bom... ela saiu de cena da maneira que achou certa.

- Eu vou agradecer a ela de maneira mais adequada.

- Agradeça conosco no natal. Será perfeito.

- Eles estarão lá...

- Alice e família?

- Sim.

Ele abriu um sorriso imenso.

- Com certeza, os Cullen são pessoas únicas e ter você será ainda mais significante. Por favor, não nos negue esse pequeno prazer Isabella.

Não poderia nunca negar algo com ele pedindo daquela forma.

- Vou sim, tenho certeza que meus pais depois que Jacob ligar e fazer seu pequeno drama estarão de péssimo humor quanto a todas as decisões que eu tomar.

- Não ligo para aqueles seus pais. Agora deixe-me ouvir alguma coisa. Estou com saudades de seu toque pessoal em alguns clássicos..


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Notas finais do capítulo

Então meninas... o que posso adiantar?
Paris nos guarda grandes emoções e... grandes amores...
Beijos linda!