Love before it's the end. escrita por Vitória F


Capítulo 38
Capítulo 38: Você só faz merda.


Notas iniciais do capítulo

boa leitura



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Anthony tinha mudado, mudado mesmo. Ele não usava mais as calças horríveis do pai, nem as camisetas xadrez, nem mesmo as botas sujas de lama. Ele tinha mudado, como eu. O jeito que a barba lembrava o pai dele, o olhar de Anthony tinha mudado, mudado mesmo, ele estava confiante. Ele mudou, não era mais meu Thony bobão. Não quis contar para ele os verdadeiros motivos dos meus machucados e a dor no meu ombro. Nós precisávamos nos preocupar com outra coisa, não com um ombro dolorido e alguns cortes.

– Pensei que nunca mais chamaria você de Thony. - Eu abraçava Anthony.

– E eu lhe chamar de Greene. - ele sorria. - Depois disso... alguém lhe chamou ed Grenne ?.

– Menina Greene para ser mais exato. - respondi.

– Menina Greene ? que tosco. – ele exclamará.

Não é tosco, você é tosco, você é idiota. Balancei minha cabeça negativamente e sorri, tentei esconder a pequena raiva que senti quando ele falou tosco. O enlatado que Anthony comia, mê provocou ânsia de vomito, coloquei a mão sobre a boca e esperei a maldita vontade passar.

– Vamos dormi Thony ?. Amanhã iremos voltar lá. - exclamei me levantando com um pouco de dificuldade. Ficar sem um braço era horrível. Anthony assentiu e veio conversando comigo ate o quarto. Nós iriamos voltar, voltar na nossas antigas fazendas, dá qual passamos uma vida lá.

Implorei para Anthony dormi ao meu lado, ele sempre fora quente demais e com o frio que estava fazendo, um coberto não ajudaria em nada. Ele estava virado para mim, seus olhos eram iluminados com a luz da lua e isso o deixava idiota, muito idiota. Eu não conseguia imaginar Anthony sexy ou bonito, ele sempre foi um idiota.

– Tudo será perfeito, como antes. - ele beijou minha testa.

Senti pena de Anthony naquele momento. Eu queria falar para ele que as vezes, nem o vento sopraria a nosso favor, mas fiquei em silêncio. Ele perceberia isso com o tempo, assim como eu, perceberia que seria péssimo soltar o meu Rhee. Glenn faria tanta falta, talvez a falta mais sentida, maior que a do meu pai, Andrew, Beth ou Daryl. Glenn é o meu amor, talvez eu perderia ele para sempre, não receberia seus 'bom dias' nem seu abraço, é horrível saber disso e mesmo assim continuar.

Acordei cedo, Anthony ainda dormia. Lá fora estava frio, tão frio quanto antes, deixei Anthony dormindo e fui tomar meu banho. O pobre chuveiro rangindo era uma alegria, me lembrava as vezes que eu brincava com Anthony no moinho antigo, perto de casa. A água do chuveiro era quente, com aquilo, meu braço ia melhorando e eu não sentia mais dor alguma. Anthony ainda dormia, não queria acorda-lo então, desci e fui caminhar nos fundos da casa. Eu andava em círculos, pensando em tudo que eu faria agora, me reencontraria com o passado, acredite: o passado não tem volta e aquela dor de reencontrar tudo seria tão dolorosa quanto outras. Aquilo me faria chorar ainda mais. Eu voltaria em uma coisa que não deveria mexer. Algumas gotas de chuva começaram a cair do céu, rapidamente estava chovendo, não forte. Senti mais uma vez vontade de vomitar e então, vomitei.

– Ah, grande merda!. - exclamei. Um pouco de vomito cairá na minha bota. Sentei no degrau que tinha na casa e comecei a limpar minha bota. Encarei a pequena horta que a casa tinha e me perguntei, é isso que você quer Grenne ?. Eu acho que sim, na verdade eu não sabia o que eu queria. Minha vontade era de voltar na mesma hora que eu parti.

– Grenne ?!?. - Anthony abria a porta. - Vamos ?.

– Sim, vamos. - respondi.

Anthony entregou uma toalha e um coberto. A caminhada não seria tão longa, algumas horinhas e estaríamos na pequena rua, se é que podemos chamar de rua, que ligava todas as fazendas. A minha, a dos Cullens, a dos Miller. Todos os vizinhos idiotas que não gostavam de mim nem de Anthony, também... nós eramos duas pestes, uma menina com 9 anos e outro com 15, nós eramos a peste da nossa rua. A tão rua que nós adorávamos correr toda tarde e cantar Bon jovi. A irmã de Anthony, Marie, ela era fã, uma fã louca de Bon jovi, nós dois conhecíamos todo o único cd que ela tinha. pobrezinha!.

– Este mundo é louco. - Anthony exclamou. Estávamos quase perto da rua, falta uns 2 minutos para chegar nela.

Todos nós temos direito de acorda com o pé esquerdo. – sorri, o encarando.

– Mas não pelo resto da nossa vida né ?. Se que é que podemos chamar isso aqui de vida. - ele retrucou.

Chegamos.! A casa dos Cullens era a primeira, em seguida vinha a minha, a de Anthony ficava no final da rua, seria a última em que nós passaríamos. Assim que passamos pela porteira, senti uma sensação de passado e de tontura. Envolvi minhas mãos no ombro de Anthony e continuei à caminhar. Estávamos nós dois parado, encarando a porta velha que meu pai nunca queira tirar. Respirei fundo antes de entrar e segurei na mão de Anthony. O mesmo sofá, a mesma mesa, a mesma flor, porém mucha, nada tinha mudado. Entrei na cozinha e vi as fotos grudadas na geladeira, eu, Beth, tio Otis, Patrícia, minha madrasta, meu pai... sabe, por que as pessoas boas ou se afastam ou morrem ?. Subi as escadas e parei no quarto de meu pai, lá também nada tinha mudado, a única coisa que mudou foi as coisas que ficaram velhas com o tempo. O ultimo quarto era o que eu ficava, ficava com o meu grupo, ficava com Glenn, respirei fundo antes de entrar lá, poderia contar alguma coisa lá que me machucaria. E não foi de se esperar, assim que entrei encontrei o boné que Glenn usava no chão, caído no chão. Segurei o boné nas minhas mãos e senti as lágrimas escorrerem pelo rosto, você precisa tanto assim desse rapaz ? É, precisa.

– Greene ?!. Você vai ficar ai ?. - Anthony gritava.

– Sim, pode ir na sua casa, eu quero ficar aqui por um bom tempo. - respondi.

Coloquei o boné encima da cama e sentei na antiga poltrona. Fiquei ali, encarando ele e sentindo a saudades de Glenn. Eu sentia tanta falta dele que nem o imaginaria fazendo outra coisa, sem ser vir correndo de uma bela chuva igual à que está fazendo naquela hora e me levando para o quarto. Foi um dos melhores momentos da minha vida, depois dessa merda que aconteceu. Uma merda que me trouxe amor&dor. A vida a parti de agora seria dor, afinal o amor deixei para trás.

Passei tanto tempo observando o boné que nem percebi que a noite caiu. Eu estava perdida, não sabia aonde Anthony estava ou se ele estava. Levantei da poltrona, peguei o boné e parti casa à fora. Estava saindo fumaça da minha boca, a luz pálida da lua iluminava o caminho escuro que eu cursava ate a casa de Anthony. A casa do final da rua. Parei em frente à ela e vi a luz do quarto de Anthony acessa, entrei sem formalidades, fechei a porta e subi ate me encontrar com Anthony. Ele estava sentado na mesa que ele usava para estudar, ouvindo uma música conhecida por nós, afinal era nossa música, Bon jovi, Livin'on a prayer.

Oh, we're half way there

(Estamos quase lá)

whoah, livin'on a prayer

(vivendo a base de uma prece)

Take my hand, we'll make it, I swea

(Pegue na minha mão, nós vamos conseguir, eu prometo)

whoah, livin'on a prayer ♪

(vivendo a base de uma prece)

– Essa daqui eu dedico ao meu cachorro. Sem nome, eu amo você . - Anthony sorriu feliz.

Balancei minha cabeça negativamente e dei uma olhada no seu quarto, todo bagunçado. Sentei na cama de Anthony e coloquei meus pés encima de uma caixa. Nós passaríamos a noite ali mesmo, já que inventando de voltar ao passado.

– Aonde iremos agora ?. - Anthony me encarará.

– Não sei, precisamos de carro. - respondi. - Amanhã resolveremos isso. Boa noite.

Dei um beijo na bochecha de Anthony e segui ate o quarto da irmã dele, Marie. Era todo arrumado, suas roupas bem guardadas, seus livros arrumados e suas maquiagens em alinhamento. Marie tinha 18 anos, era bem mais velha que eu. Ela era uma vagabunda assumida, porém seus pais não vinham isso nela. Quase sempre eu e Anthony íamos na farmácia para ela, comprar 'aquela coisa'. Aquela coisa que se chamava 'teste de gravidez', o dono da farmácia já conhecia a gente e sabia da história por isso não fazia tanta questão de pergunta para quem iria aquilo. Eu achava uma grande bobagem... bobagem dá qual estou fazendo agora. Eu vinha sentindo enjoos, tontura, fraqueza nas pernas a dias, sem falar que eu estava atrasada.

Encarei o teto para não olhar o resultado, demorava uns 5 minutos, 5 minutos que pareciam como eternidades e depois um grande abismo.

– merda, merda, merda. - exclamei. O teste tinha dado positivo, o quarto teste tinha dado positivo. - Está vencido, só pode. - Olhei a validade de todos os testes e todos estavam na data certa. - Você é burra. – fiquei com raiva de mim.

Peguei minhas coisas e deitei na cama. Agora estava mais que confirmado, eu estava gravida. Bom, não encontrei motivos para comemorar ou para ficar feliz, só encontrei para ficar mais tensa ainda. Aquela criança cresceria longe do pai ou ate mesmo da mãe, caso eu termina-se como Lori. Eu me sentia uma estúpida, uma completa estúpida.


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Notas finais do capítulo

quem não se empolga no refrão de livin'on prayer, não sabe ser feliz. beijos é isso.



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