[P.O.V. Lysandre]

Desso a rua correndo mais rápido do que nunca e paro em frente ao casarão com enormes portas. "Sweet Home Sweet", um dos orfanatos mais bem-conceituado da cidade. Depois de 16 anos aqui, descobri que não é tão "sweet" assim.

Empurro as grandes portas com um rangido, e me vejo em um salão enorme, com dezenas de crianças de 3 a 17 anos. Muitas pousam o olhar rapidamente sobre mim, com a esperança de ser alguém que, com sorte, pode ser a nova família de um sortudo. Com a mesma rapidez que me olharam, todos voltam a fazer o que estavam fazendo antes de eu chegar. Apenas uma pessoa não o faz. Pelo contrário. A garota de cabelos roxos e olhos negros guarda suas panelinhas e livros em uma mochilinha, pega a velha boneca de pano e vem correndo pelo meio das pessoas em minha direção.

– Lysandre!

– Bibi!

Bibiana (aqui não temos sobrenome), uma garota de seis anos e meio. Minha colega de quarto e única amiga nesse inferno. Ela usa uma blusa lilás, seu famoso tutu cor de rosa, meias coloridas até o joelho e sapatilhas pretas.

– Você está atrasado. Vai ter problemas com diretora Miko.

– Nem me lembre! - ainda estou abaixando conversando com a garotinha que é em mais baixa que eu.

– Que cena mais meiga! - uma voz acima de mim exclama. Eu me levanto. Bibiana olha para trás e se esconde atrás de mim.

– Brandon. - falo entre os dentes.

– Lysandre!

– O que você quer?

– Eu? Nada. - ele diz sarcasticamente. Bibiana murmura algo por causa do medo. Eu a olho de relance.

– Fale logo e suma da minha frente, Brandon.

– Senão você vai fazer o que? Você é um fracote que está aqui há 16 anos. Tão incompetente que não conseguiu ao menos ser adotado uma vez.

– Brandon... - repito entre os dentes.

– Eu não tenho medo de você. - seus capangas riem. Ele estrala os dedos.- Peguem a garota.

Eles me empurram e pegam Bibiana, cada um por braço e levantam a garota do chão, ela se debate, mas logo para, afinal é inútil eles são fortes demis para ela.

– Soltem a menina, ela não tem nada a ver com isso!

– Quer soltar a garota? Então brigue! - ee investe um soco contra mim que consigo desviar.

Dou um soco nele, que ddsvia também. Dou outro, que ele desvia com facilidade novamente. Ele dá outro oco contra mim, que, dessa vez, erro o desvio, e seu punho vai de encontro com meu olho verde. Ponho a mão no olho por causa da dor e ele me dá um chute no estomago. Resumindo, eu paro no chão e ele começa a me socar, como naquelas típicas cenas de filmes. Depois de um tempo ele para e eu ouço o brulho de 20 kg irem de encontro ao chão de madeira. Passos na minha direção.

– Lysandre - ela disse com a voz de quem está chorando - Lysndre, está tudo bem eles já foram. Lysandre, eles te machucarm muito? -choro.

Consigo, com muita dor me sentar no chão.

– Calma Bibi, eu já estou bem.

– Seu olho tá roxo. Vem, vamos até a cozinha buscar gelo.

Fomos até lá e els me deram um saquinho plástico com gelo que fico colocando e tirando do meu olho. Vamos até nosso quarto. Enquanto eu procuro frenéticamente meu bloco de notas conversamos um pouco.

– Então foi por isso que você se atrasou?

–Pois é... Você viu meu bloco de notas?

– Não, mas sua mochila tá se mexendo.

Olho em direção à minha mochila, ela realmente está se mexendo. Ando até ela.A abro e, para minha surpresa, um gato surge de lá. Reconheço esse gato de algum lugar...

– É o gato da Emily!

– Que fofinho!

– Shiiiii! Ninguém pode saber. Onde a gente vai deixar ele? Não posso voltar lá essa hora, nem posso joga-lo na rua.

– Já sei! - A garota dos cabelos roxos tira de debaixo da cama uma pequena mala. - vamos deixa-lo aqui. - ela pegou o gato eo colocou na mala. Depois, ela pega um pouco do leite de seu copo (que ela pegou na cozinha junto com meu gelo) e colocou em uma xicarazinha de brinquedo emcolou dentro da mala também. Ela, por fim, fecha a mala, mas deixa um pedaço aberto. Após, coloca de volta embaixo da cama. - resolvido.

Tenho que dizer, essa garotinha é extremamente inteligente.

Vou até o banheiro e coloco meu pijama. 21:00, hora do nosso toque de recolher. Depois de estarmos acomodados em nossas camas, Bibiana sussurra.

– Lysandre?

– Sim?

–Eu estou com medo.Medo do escuro.

– Não precisa ter medo. Eu estou aqui e vou te proteger.

– Lysandre.

– Sim?

– Você é o meu herói.