Desespero, Pânico... escrita por Faceless


Capítulo 7
Capítulo 7 - O que é você, Martin?


Notas iniciais do capítulo

Não sei se os parágrafos estão desalinhados, porque o Nyah! está estranho mas essa era a única hora que tinha para postar... Boa leitura!



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Os tons dos zumbidos mudavam constantemente e pareciam entrar fundo em minha cabeça. Cobria com minhas mãos para tentar protegê-los. A sala era uma daquelas que parecem de material inflável, como aquelas que vi em um filme, em que colocavam o louco naquele tipo de lugar para ele não se machucar. Sangue começou a escorrer de meus ouvidos, então comecei a arranhar a porta, desesperada. Eu tive a impressão que os sons estavam mais baixos, que tivessem sido diminuídos pela metade. Comecei a sentir uma dor excruciante em meu ouvido esquerdo, o tímpano tinha estourado. Comecei a chorar e gritar, implorando, esperando que alguém consciente e normal estivesse ali para me ouvir.

A porta caiu ao meu lado com um grande baque. Martin apareceu e me pegou em seus braços, saindo correndo do lugar. Com o ouvido direito ainda conseguia escutar um pouco. Uma voz no auto-falante dizia:

- "Capturem a paciente Eve nesse exato momento. Ela é uma garota baixa e de cabelos castanhos. Provavelmente está com um garoto loiro. Escutem aqui, suas aberrações, tragam ela viva até mim. Quem conseguir capturá-la vai ganhar um prêmio especial: Poderá me ajudar a matá-la. Não decepcionem o doutor Frank, aberrações. A competição começa agora!" -

Vários gritos ecoaram nos corredores, alguns chamando meu nome, como se eu fosse uma criança atrás de um doce. Outros gritavam dizendo que iam me matar.Martin me levou até uma espécie de depósito, bem longe da confusão e começou a gritar comigo, vendo se estava bem. Eu afirmei que sim, apesar de tudo o que estava acontecendo. Ele passou a mão em minha cabeça e de repente tudo parou. O sangue parou de jorrar e minha dor parou, eu escutava perfeitamente com os dois ouvidos. Disparei perguntas sobre quem ele era realmente, como tinha feito aquilo.

- Eve, eu sou Ezequiel, um anjo do senhor. Eu te ajudei na floresta, quando estava tentando descobrir o verdadeiro nome de Slender. Eu venho caçando meu irmão há milênios, desde a época em que ele caiu. Eu chamo ele de irmão porque no céu todos somos irmãos, filhos de Deus. - Um reflexo de asas gigantes e brancas aparecia toda vez que a luz piscava. Aquelas asas eram deslumbrantes.

- Se você é mesmo um anjo por que me trouxe para cá? Por que não me levou simplesmente para um lugar comum? Por que não me salvou? Ora, que droga de anjo você é! -Disse, entre soluços.

- Como eu disse antes, isso é necessário. É egoísta mas esse é o único jeito. Eu saberia que Slender viria atrás de você, então tive que te atrair para um lugar assim. Não iremos prejudicar pessoas inocentes, somente esses assassinos, que já perderam totalmente suas sanidades. - Ao dizer isso, me abraçou me reconfortando. Comecei a perguntar como a prefeitura da cidade não descobriu aquele lugar, como ele ainda estava aberto. Ele franziu o cenho.

- Aparentemente, um pouco de suborno e mulheres para o presidente fazem toda a diferença. - Quando ele disse isso, comecei a pensar. Eu não queria viver nesse mundo. Se ele é tão podre assim, eu quero ir para outro lugar. Então disse para ele parar de tentar me ajudar e implorei para ele me matar. Mas obviamente, isso não aconteceu. Ficamos conversando, bolando planos sobre o que queríamos fazer. Quando o desespero passou, comecei a pensar. Eu tinha que ser forte, não podia agir como uma garotinha. Eu vou escapar daqui. Vou ajudar Ezequiel. Vou matar Slender. Ficamos conversando mais um pouco, mas, de repente batidas soaram da porta.

- Venha Eve, vem vem, boa garota... Vem.. Eu tenho um pirulito! Eu sei que você está aí! Hm... SIM! Você está aí! - Ele gritava, mas não de uma forma normal. Era o grito mais desesperado que já ouvi. Mais vozes começaram a aparecer e então antes de Ezequiel se dar conta, a porta tinha sido arrombada. Os detentos caminhavam lentamente em nossa direção, aproveitando o momento. Parecendo zumbis. A luz que se prendia no teto por apenas um fio, balançava e piscava. Eles estavam junto à porta, no começo do quarto, então a luz se apagou. Passos, passos e mais passos. A luz piscou e acendeu de novo, estavam todos na nossa frente, sorrindo.


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