New York City escrita por Raiane C Soares


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Mais um. =p



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POV Santana

Os dias foram passando, fiz todo o processo de fertilização com o Kurt e menos de um mês eu já estava grávida. Rachel quase abraçava a primeira pessoa que passava na rua, eu achava engraçado, mas segurava ela. Certa noite, acordei e vi Rachel folheando uma revista qualquer, sentada na cama.

- Rachel. – eu a chamei.

- Hum? – ela ainda olhava para a revista.

- Não vai dormir?

- Não estou com sono.

Ela olhou para mim e sorriu, acariciou meu rosto e voltou a folhear a revista.

- Não se preocupe, eu vou dormir daqui a pouco.

Fechei meus olhos, suspirei e os abri novamente.

- Rachel.

- Sim?

- Faz uma vitamina de beterraba com limão para mim?

- Está bem, amor.

Ela se levantou, caminhou até a porta, mas parou.

- O que você quer, Santana?

- Vitamina de beterraba com limão.

- Mas... você nem gosta de beterraba.

- Eu quero beber, Rachel. Nunca ouviu falar em desejo de grávida?

- Já sim, mas nunca ouvi uma grávida pedir algo tão absurdo.

Rachel começou a rir e saiu do quarto, fechei meus olhos e relaxei, ouvi o barulho do liquidificador, me senti estranha e corri para o banheiro. Todo o jantar que Rachel fez com tanto carinho, foi ralo a baixo. Senti Rachel segurar meus cabelos enquanto eu vomitava. Quando parei, limpei minha boca e vi Rachel estender um copo em sua mão.

- Aqui está sua vitamina.

- Sabe o que é... – comecei com a voz manhosa. – Agora eu não quero mais.

- O que? Como assim? Eu fiz a vitamina...

- Rachel. – eu a cortei. – Eu quero comer camarão.

- Mas não temos camarão. Não tem nenhum lugar aberto, e mesmo que tivesse, eu não teria coragem de cozinhar para você. Aqueles camarõezinhos pedindo para serem salvos...

- Está bem, não precisa mais.

Eu sai do banheiro, Rachel me seguiu com o copo na mão, me deitei na cama e resmunguei.

- Está bem, Santana. Eu vou sair às duas da madrugada para procurar por camarão.

- Mesmo? – perguntei animada.

- Sim.

Rachel revirou os olhos, saiu do quarto e eu fechei meus olhos. Assim que ela voltou, colocou um pacotinho em cima da cama e estendeu um garfo que estava em sua mão.

- Achei um restaurante japonês aberto, para a sua sorte.

Me sentei rapidamente, peguei o garfo e comecei a comer os camarões. Sentia uma sensação ótima, era como acabar de fazer amor com Rachel. Ela ria de cada caras e bocas que eu fazia, sentou ao meu lado, olhei para ela e percebi sua expressão de quem comeu e não gostou.

- Me desculpe, Rachel. Eu...

- Amor, não fale. Apenas coma.

Sorri e continuei comendo. Quando terminei, coloquei o pacotinho no chão ao lado da cama, me virei para Rachel e tentei beija-la, mas ela se desviou.

- Santana, eu te amo. Mas nem morta eu vou te beijar agora.

- Desculpe.

Nos deitamos, me deitei de costas para Rachel e a senti me abraçar. Fechei meus olhos e dormi novamente.

***

Os meses foram passando e eu tinha certeza que a cada mês que se passava, Rachel ficava mais irritada comigo, mas evitava demonstrar. Passamos o natal na nossa casa, achamos que tinha mais espaço. Quando estava chegando aos nove meses de gestação, percebi que Rachel estava ficando distante, não tenho certeza, mas acho que foi depois da visita da Quinn.

Em um final de semana, Sarah foi para nossa casa, como de costume. Nós duas estávamos sentada no sofá assistindo um filme qualquer que passava na televisão e Sarah ficava acariciando minha barriga. De repente Rachel apareceu usando uma saia curta preta, uma regata azul e salto alto preto, seus cabelos estavam presos, logo deduzi que era por causa do calor.

- Meninas, estou indo. Vejo vocês no jantar, está bem? – ela disse, se aproximando.

- Rachel, eu posso ir com você? Quero ver como é o ensaio. – Sarah perguntou se levantando.

- Claro que pode, Sarah.

Rachel me deu um rápido beijo, elas saíram e eu fiquei assistindo televisão. A noite chegou rápido, talvez porque eu tenha passado a tarde inteira dormindo. Sarah e Rachel entraram pela porta do quarto, Sarah veio até mim e deitou na cama, Rachel tirou seu salto alto e começou a mexer no armário.

- Então, Sarah. Quer comer fora? – perguntei me sentando.

- Quero. – ela respondeu, também se sentando.

Nos levantamos, ajeitei meus cabelos e ela saiu do quarto, me aproximei de Rachel e acariciei seus cabelos.

- Você vem?

- Não... estou cansada.

- Está bem.

Lhe dei um beijo, tentei aprofundar, mas Rachel se afastou e sorriu.

- Não deixe Sarah esperando.

***

Sarah e eu fomos à um restaurante japonês, nos sentamos em uma mesa afastada dos outros e começamos a comer. Certo momento percebi Sarah balançar seus pés, aquilo me irritava, ainda mais porque eu sabia que tinha algo de errado.

- Me fale logo, Sarah.

- Falar o que? – ela perguntou, pegando seu biscoito da sorte.

- O que tem de errado? Ashley e você brigaram?

- O que? Não!

- Então o que é?

- “Coragem é a resistência ao medo, domínio ao medo, e não a ausência do medo.” – ela leu o papelzinho.

Fiquei encarando-a, ela olhou para mim, suspirou e abaixou a cabeça.

- Eu vi uma mulher loira falando com a Rachel. – ela disse em um único fôlego.

- Que mulher loira?

Sarah não respondeu, colocou um bolinho de arroz dentro da boca e olhou para o outro lado.

- Sarah, me responda.

- Eu não sei. – ela respondeu, terminando de engolir.

- Como assim, você não sabe? Como ela era?

- Era loira.

- E o que mais?

- Não sei Santana, eu estava longe. Ela usava uma calça jeans e uma regata preta com um grande decote.

Fiquei pensativa, Sarah segurou minha mão, me fazendo encara-la.

- Não fala para a Rachel o que eu contei.

- Por que não?

- Ela pediu para eu não dizer, mas não gosto de esconder as coisas para você.

- Está bem.

Assim que voltamos para casa, dei um beijo na testa da Sarah e ela foi direto para o quarto, vi Rachel sentada no sofá, me aproximei e me sentei ao seu lado.

- Como foi? – ela perguntou, sem olhar para mim.

- Bom.

Olhei para o seu rosto, estava o mesmo de sempre, calmo e lindo. Ela olhou para mim e sorriu.

- Está com sono?

- Não. – respondi secamente.

Me aproximei dela e lhe dei um beijo, assim que fui aprofundar, ela se afastou.

- Estou assistindo televisão, amor.

- Desculpe. – respondi me levantando.

Fui até a cozinha, peguei um copo de água e voltei para a sala. Fiquei um longo tempo esperando o filme acabar e quando finalmente acabou, Rachel se levantou.

- Onde vai? – perguntei, me levantando.

- Vou me deitar. – ela respondeu com naturalidade.

Fomos para o quarto, troquei de roupa colocando uma roupa leve, Rachel colocou seu pijama de verão e se deitou. Me sentei na ponta da cama, olhei para ela, já estava com os olhos fechados, me deitei ao seu lado e coloquei minha mão em sua cintura.

- Santana. – ela me chamou abrindo os olhos.

- Hum?

- O que está fazendo? – agora eu beijava seu pescoço.

- O que acha que estou fazendo?

- Você sabe que a Sarah está ai, não sabe?

- Rachel, ela não é mais uma criança.

Abaixei a alça do seu pijama e beijei seu ombro.

- Santana... – ouvi ela resmungar em um sussurro.

- Por favor, Rachel... depois que eu engravidei você não queria mais.

- Não quero machucar o bebê.

- Isso não machuca ele.

Beijei-a, levantei lentamente sua blusa e ela suspirou.

- Está bem. – respondi secamente.

Me virei de costas para ela, meus olhos se encheram de lágrimas, ouvi ela se virar e em seguida apagou a luz do abajur. Meu corpo sentia falta dela, a queria mais que nunca, mas Rachel estava me rejeitando e isso me deixava triste e ao mesmo tempo com raiva.

***

Assim que acordei, vi Rachel entrar no quarto enrolada em uma toalha. Me levantei, fui até a cozinha e vi Sarah bebendo um suco.

- Bom dia, Sant.

- Bom dia.

Beijei sua bochecha, peguei a caixa de cereal e me sentei no sofá, liguei a televisão e comecei a assistir desenho. Quando Rachel já estava pronta, deu um beijo em Sarah, se aproximou de mim, me deu um rápido selinho e depois saiu. Sarah ficou olhando para mim, não sabia o que fazer. Me levantei, tomei banho e coloquei um vestido largo, deixei meus cabelos soltos. Voltei para a sala, olhei para Sarah e sorri.

- Arrume suas coisas. Vamos ao cinema e depois te levo para casa.

***

Quando o filme terminou, levei Sarah até em casa, que já foi logo recebida por Ashley. Fui direto para a Broadway, ao meu pensar para fazer uma surpresa para Rachel, mas quando cheguei lá, eu fui surpreendida. Rachel estava conversando com Quinn, o que me deixou confusa, me aproximei lentamente com a raiva fervendo meu corpo. De repente Quinn agarrou Rachel, as duas começaram e se beijar.

- Rachel! – eu gritei, já com as lágrimas nos olhos.

- S-s-santana? – ela se surpreendeu colocando a mão na boca.

- Desde quando está me traindo? Desde que fiquei grávida do filho que VOCÊ mais queria?

- N-não! Santana, você não está entendendo...

- Não estou mesmo!

Olhei para Quinn, me aproximei e lhe dei um forte tapa, Rachel deu um gritinho de surpresa e olhou para Quinn.

- Não olhe mais para mim, sua vadia! – gritei, apontando para Rachel.

Me virei e sai pela porta o mais rápido possível, ouvindo a voz da Rachel me chamando. Entrei no carro, não conseguia parar de chorar, liguei o motor do carro e vi Rachel saindo pela porta, logo apertei o acelerador e sai dali o mais rápido possível. No caminho comecei a sentir contrações, uma péssima hora para ter filho, coloquei uma de minhas mãos na barriga, sentia muita dor, fechei meus olhos rapidamente e quando abri, me senti voando para fora do carro, batendo minha cabeça no vidro e em seguida no caminhão à minha frente.


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Notas finais do capítulo

Não me matem, por colocar a Quinnie!!
Vou explicar tudo depois...
A fic tá quase acabando e precisa de mais um draminha, seria injusto acontecer mais um acidente com a Rachel.



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